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domingo, 22 de fevereiro de 2015

A Tríplice Bênção de Deus

Gênesis 48.15.16; Números 6.23-27; 2Co 13.13

Bênção é um favor divino, um meio de felicidade, uma questão de maturidade espiritual. Abençoar é estar pleno do Espírito do Senhor.

Na história de vida de Jacó ele não abençoou ninguém até alcançar um padrão espiritual conforme Deus exige dos homens que lhe serve.

Mas quando ele chegou no Egito amadurecido e pleno de Deus, ele abençoou Faraó (Gn 47.7,10).

Faraó o maior governante do mundo de então, pelo menos, era o que se pensava; mas se prostrou diante de Jacó para ser abençoado por ele.

Porque como disse o escritor aos Hebreus, o maior abençoa o menor (Hb 7.7).
Quando ele passou 20 anos em Padã Arã, não ministrou nenhuma bênção, mas ao descer ao Egito ele abençoou Faraó, abençoou aos filhos de José com uma tríplice bênção (Gn 48.15,16), e abençoou seus doze filhos (Gn 49.1-28).

Abençoar é estar pleno de Deus, é estar na plenitude do Espírito do Senhor. Se quisermos abençoar outros, nós mesmos precisamos estar próximos de Deus.

Neste ponto, é preciso entendermos bem a diferença entre bênção e graça. O que a maioria dos cristãos consideram como graça é na realidade bênção.
Bênção é prosperidade, benefício e abundância. Muitos dizem: Deus me tem dado graça.
Ou, eu tenho vencido pela graça de Deus, mas isto está muito aquém do significado da graça verdadeira.
A palavra hebraica para graça em Nm 6.25 significa “inclinar-se” ou “curvar-se”, a fim de ser cortês com “uma pessoa inferior”.

Por exemplo, por cortesia um rei, um presidente, um ministro ou qualquer pessoa em eminência pode curvar-se para dar algo a um mendigo e identificar-se com ele naquele estado de miséria. Isso, é o que significa graça.

O rei Davi colocou Mefibosete para comer pão em sua mesa (2Sm 9.1-13), e era este coxo.  Precisamos entender que na bíblia a graça é nada menos que o próprio Deus, vindo para nossas vidas afim de que possamos nos deleitar no Senhor.

O evangelho de João 1.17 diz: “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés. A graça e a verdade vieram por Jesus Cristo”. João 1.14 diz que “O verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória o unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.

Tito 2.11 diz: “Porque a graça de Deus se há manifestado trazendo salvação a todos os homens”.

A graça como podemos ver, é o próprio Cristo. Ef 2.8,9 o apóstolo Paulo afirma: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”.

Segundo o salmista, em Jesus Cristo a graça e a verdade se encontraram, a justiça e paz se beijaram (Sl 84.10).

As bênçãos são para o nosso viver, mas a graça é para o cumprimento dos propósitos de Deus em nossa vida.

Realmente precisamos da bênção de Deus para o nosso viver. Se Deus não nos abençoasse perderíamos nossos empregos, saúde, famílias, amigos e até mesmo nossas vidas físicas.

Não temos dúvida de que para a nossa existência precisamos estar sobre a bênção de Deus.

No VT temos principalmente bênção; mas no NT as bênçãos físicas são imediatamente substituídas pelas bênçãos espirituais.

O apóstolo Paulo afirma em Ef 1.3 “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo”.

Em continuação, Ef 1.24 diz-nos: “A graça seja com todos os que amam nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade”.

O primeiro caso de bênção na Bíblia foi quando Deus abençoou a Noé e a seus filhos logo após terem saído da arca.

E abençoou Deus a Noé e a seus filhos e disse-lhes: Frutificai-vos, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 9.1).

O segundo caso está quando Noé abençoou seus filhos Sem, Jafé e seu neto Canaã (Gn 9.26,27).
O terceiro caso foi quando Abraão encontrou-se com Melquisedeque (Gn 14.18-20).

E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe  pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o possuidor do céu e da terra:
E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos, e deu-lhe o dízimo de tudo”.

No AT, uma bênção podia ser uma oração ou um pronunciamento solene como o Salmo 103 que é uma expressão pessoal de agradecimento.

O AT é pródigo em apresentar muitas bênçãos proferidas no seio da família, onde o pai invocava a bênção divina sobre os seus filhos (Gn 27.27,29; 48.15,16; Gn 9.26; 49.1-28).

Dava-se grande valor a essas bênçãos, pois as pessoas criam nas mãos abençoadoras do Deus de Israel. As bênçãos eram invocadas na adoração pública (Lev 9.22; Dt 10.8).

Há nas páginas do NT muitas bênçãos nos evangelhos, e nas epístolas (Rm 15.3; 2Co 13.13; Hb 13.20.21; Jd v.24 e III Jo v.15).

Abençoar é estar na plenitude de Deus, é o fluir do Espírito, é aproximar as pessoas de Deus.

Uma das formas de revelação de Deus aos pais foi através da bênção. Assim logo após ao dilúvio ele se revelou a Noé e abençoou a Noé e seus filhos (Gn 9.1).

Na vocação de Abraão Deus fez sete promessas de bênçãos (Gn 12.1-3). Porém as bênçãos mais marcantes da Bíblia são as bênçãos tríplice:

1ª. A bênção de Jacó sobre os dois filhos de José (Gn 48.15,16);
2ª. A bênção aarônica, (Nm 6.23-27);
. A bênção do apóstolo (2Co 13.13).

A bênção do patriarca – (Gn 48.15,16); – Na bênção de Jacó sobre os dois filhos de José, Manassés e Efraim ele invocou a Deus e disse:

O Deus em cuja presença andaram os meus pais Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou desde que eu nasci até este dia, o anjo que me livrou de todo mal, abençoe estes rapazes;

e seja chamado neles o meu nome e o nome de meus pais Abraão e Isaque, e multipliquem-se como peixes em multidão no meio da terra”.

Nesta bênção temos a menção das três pessoas distintas da trindade. “O Deus em cuja presença andaram meus pais” e “o anjo que me tem livrado”, “o Deus que me sustentou”.

Jacó invoca a bênção dos três, mas o verdadeiro e único Deus é o objeto de adoração.

Deus o Pai ou aquele diante do qual nossos pais andaram; Deus o Filho – Goel, ou o anjo que me remiu e Deus Espírito Santo que nos fornece o alimento espiritual e nos fortalece com ele.

A bênção do sacerdote ou aarônica – Nm 6.23-27. Aqui temos um padrão de bênção onde Deus faz uma promessa em que sempre que alguém quisesse abençoar outros proferisse essas palavras:

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz”.

Aqui temos a bênção do pai, a bênção do filho, e a bênção do Espírito Santo.
O primeiro aspecto da bênção citada está relacionada ao poder protetor de Deus Pai.

O segundo aspecto se refere à face de Deus Filho e sua graça. O terceiro aspecto se refere ao semblante de Deus Espírito Santo e sua paz.

A palavra misericórdia, o gracioso como aparece em nossas versões em língua portuguesa (Nm 6.25), no hebraico o significado desta palavra é curvar-se em bondade para os que são inferiores.

Isto fala de Cristo que ao tornar-se homem curvou-se em bondade a nós. Isto é graça (Fp 2.5-11).

Cristo curvou-se em bondade para nos remir. Esta bênção de Nm 6.23-27 é o padrão da bênção do sacerdote.

A bênção dada a Deus pelo homem é equivalente ao louvor. Assim, a expressão “abençoe ao Senhor” no Salmo 103.1, é traduzida como “bendize... ao senhor” na versão Almeida, Revista e Atualizada. Quando um homem abençoa a outro, invoca a Deus para dar benefícios redentores. Portanto, a bênção é uma oração.
Mas as bênção mais proeminentes nas Escrituras como vimos, são: A benção do patriarca, a bênção do Sacerdote e a bênção do apóstolo (Gn 48.15,16; Nm 6.23-27; 2Co 13.13 ou 14 conforme aparece em algumas traduções).

Em Números 6.27, Deus diz que a bênção é uma ocasião para o Sacerdote por o nome de Deus sobre o povo. De igual modo, em 2Co 3.13, o apóstolo abençoa a igreja no nome triplo do Trino Deus.

Assim, o nome de Deus é um aspecto proeminente da bênção. No sentido mais profundo a bênção identifica o povo com o nome de Deus, como o povo da nova aliança, com o direito de herdar todas as promessas dessa aliança.

É esse conceito mais rico de bênção que deve estar por traz do costume dos pastores ao ministrarem esta bênção ao final do culto nas igrejas hoje.

Mas, de modo mais geral, a Escritura convoca os crentes a abençoarem todas as pessoas, mesmo aqueles que os perseguem (Rm 12.14; 1Co 4.12; 1Pe 3.9).

Abençoar, nesse sentido não significa que está pondo o nome de deus sobre as pessoas com todos os benefícios da salvação.

Mas devemos desejar essa salvação para todos. Devemos orar em favor de todos os homes (1Tm 2.1).

É verdade que essas orações nem sempre podem ser específicas. Mas devemos desejar genuinamente a bênção de Deus sobre todos, pois Deus nos ordenou a levar Cristo às pessoas de todas as nações, reinos e línguas.

O oposto de bênção é maldição (Rm 12.14; Tg 3.10). A Escritura repreende aqueles que amam amaldiçoar (Sl 17.19) e quem de modo mais geral, injuria outras pessoas.

Esse pecado é especialmente mal quando direcionado contra os indefesos, como os pobres (Pv 17.5) e os surdos (Lv 19.14).

Jesus condena o uso da linguagem para amaldiçoar outros: “Ouviste que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão,

será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu irmão de raca (vil, desprezível), será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno” (Mt 5.21,22).

A bênção do apóstolo (2.Co 13.13) – O apóstolo Paulo também apresenta em sua segunda carta aos Coríntios, uma bênção que tornou-se o padrão da bênção do apóstolo para a igreja em todos os tempos.

A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amor, graça e comunhão são três estágios ou aspectos de uma mesma coisa.

Amor, graça e comunhão não são três coisas separadas. O amor é o próprio Deus, pois Deus é amor (Jo 4.24).

A graça é o amor expresso, a comunhão é a transmissão da graça em amor. Esta é a bênção do apóstolo.

Quem deve ministrar esta bênção na igreja -  Entendemos de acordo com o texto, que a bênção do apóstolo deve ser ministrada preferencialmente por um ministro, e na ausência deste, o oficiante do culto.

Considerando que esta bênção foi ministrada pelo apóstolo e posteriormente pelos pais da igreja, e que esta é a maior bênção registrada na Bíblia, devemos ter muita reverência.

Portanto, qualquer pessoa que não tenha este profundo sentimento não deve ministrar esta tríplice bênção que está sendo invocada naquele momento onde se fala de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Considerando como vimos no texto acima, que para abençoar precisamos estar cheios do Espírito Santo. Não temos base bíblica para assegurar que só um ministro possa impetrar esta bênção.

É comum vermos em igrejas, convidar-se pessoas sem perfil ministerial para ministrar a bênção do apóstolo.

Isto não é uma exigência bíblica, mas, na tradição primitiva das igrejas locais, cabia aos ministros impetrar essa bênção.

É sempre bom abençoar e nunca amaldiçoar (Rm 12.14).

Bibliografia
CHAMPLIN. R.N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vl. IV. Editora Hagnos. SPaulo
Bíblia de Estudo Macartur – Versão Almeida Revista e Atualizada. SBB
Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico – Grego. CPAD
Bíblia de Estudo da Mulher. CPAD
LEE. Witness. Estudo-Vida de Gênesis Vl II, III. Editora Árvore da Vida. SPaulo, 1989
DAVIDSON. F. O Novo Comentário da Bíblia. Edição Vida Nova. SPaulo, 2008
CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia de Bíblia Filosofia e Teologia Vl.IEditora Hagnus. São Paulo,2008
FRAME. John.M. A Doutrina da Vida Cristã. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2013




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