Total de visualizações de página

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Lição 09 – Não Adulterarás -  01.03.2015
Abordagem de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
1º. Trimestre / 2015
                                             Exodo 20.14; Números 22.22-30    

Reflexão: “Não adulterarás”. (Ex 20.14).


O adultério é a relação sexual extraconjugal de pessoas casadas. É sexo com o cônjuge de outra pessoa.

A proibição contra o adultério era aplicável tanto a homens quanto a mulheres, e foi dada para proteger a sexualidade do casamento.

A penalidade por infidelidade no relacionamento conjugal era a morte (Lv 18.20; 20.10).
Considerava-se que o adultério era “grande culpa [pecado]” (Gn 20.9 BJ) e “grande mal e pecado contra Deus” (Gn 39.9; Mt 5.27; Tg 2.11).

Deus instituiu o casamento e oficiou o primeiro casamento. O sexo não foi criado apenas porque Deus fez os seres humanos como “homem e mulher” (Gn 1.27).
Foi também ordenado como meio de propagação da raça. “Frutificai e multiplicai-vos” (Gn 1.28).

A união entre um homem e uma mulher em casamento é um modo de cumprir uma ordenança divina quanto ao mandamento de crescer, multiplicar e povoar a terra.

Entretanto, os limites para a prática de relações sexuais foram restringidos ao casamento.
O primeiro abuso do padrão divino para o casamento aconteceu em Gênesis 4, quando “Lameque tomou para si duas mulheres” (V.19).

Deus ordenara apenas uma mulher para Adão. Até mesmo os Dez Mandamentos (Ex 20.17) falam de uma só “mulher” (singular) quando afirma: “Não cobiçarás a mulher do teu próximo” (singular).

Poligamia, à semelhança do divórcio, era permitida por causa da dureza do coração [deles] [...], mas não foi assim desde o princípio (Mt 19.8).

De fato, Moisés advertiu contra o casamento com esposas múltiplas, dizendo: “não tomará para si mulheres” (Dt 17.17).

Salomão pagou caro por sua poligamia, pois, “suas mulheres desviaram o seu coração” de Deus e fizeram-no voltar para os ídolos (1Re 11.4-6).

Deus entregou muitas leis referentes à sexualidade adequada e inadequada – Essas leis foram entregues para revelar e eliminar as abominações e práticas pagãs daquela terra.

Em Levítico 18.6-18, Deus proíbe os casamentos ilícitos; Lv 18.19-23; 20.10-20; Deus proíbe as uniões abomináveis e Dt 22.13-20, Deus estabelece penas para os abusos sexuais.

O adultério era proibido. Êxodo 20.14; Dt 5.18 declaram: “Não adulterarás”.
Incesto era também proibido – Levítico 18.6-18 condena o incesto, ou seja, relações sexuais com algum parente.

Diz-se que o parente não deve “descobrir a nudez” de outro parente ou membro da família nos seguintes casos:

Próprio pai (18.7); própria mãe (18.7); madrasta ou esposa do próprio pai (18.8; 1Co 5.1; Gn 49.3,4;); própria irmã (18.9); irmã do próprio pai (18.9); meia-irmã (18.11);

irmã ou enteada do próprio pai (18.12); mãe da irmã (18.13); irmão do pai (18.14); tia, ou esposa do irmão do pai (18.14); neta, ou esposa do filho (18.15);

uma mulher e sua filha (18.17); bem como a filha do filho e a filha da filha (18.17); irmã da esposa, enquanto a esposa estiver viva (18.18).

“Não adulterarás” – O que significa isso? “Devemos temer e amar a Deus, de maneira que vivamos vida casta e decente em palavras e ações, e cada qual ame e honre o seu consorte”.

Podemos apreciar o mandamento “não adulterarás” sob a ótica de dois aspectos diferentes:
1. A pureza sexual:

A pureza sexual envolve ações, palavras e pensamentos. O salmista responde a pergunta: “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho?” (Sl 119.9) com as palavras: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (Sl 119.11).

E Jesus ensinou que os limpos de coração são bem-aventurados porque verão a Deus (Mt 5.8).

O que contamina as ações é aquilo que está dentro do coração: “... do coração procedem maus desígnios” (Mt 15.19; Mc 7.21).

Tiago aprendeu que nossas tentações têm origem na própria cobiça, que atrai e seduz o homem. A cobiça, por sua vez, dá a luz o pecado, e o pecado gera a morte (Tg 1.14,15).

A impureza sexual começa nos pensamentos, evolui nas palavras e culmina em ações erradas (pecado) que geram a morte.

Para reverter este ciclo, é preciso vigiar para manter puro os pensamentos. É evidente que na medida em que nos inclinarmos para a carne cogitaremos da carne, e na medida em que nos inclinarmos para o Espírito cogitaremos das coisas do Espírito (Rm 8.5).

2. A bênção matrimonial:
O matrimônio é outro equivalente positivo contra o adultério. O sexo praticado dentro do casamento monogâmico é o modo de satisfazer aquilo que seria concupiscência e levaria à promiscuidade se fosse perpetrado fora do casamento.

Em 1Co 7.2, o apóstolo Paulo ensinou: “... por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa e cada um o seu próprio marido”.

Além dessa recomendação preventiva, Paulo diz também o seguinte: “Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado” (1Co 7.9).

Finalmente ele recomenda aos casais: “Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e novamente vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência (1Co 7.5).

Funções do casamento – O testemunho bíblico aponta cinco funções fundamentais do casamento:

A primeira função é a Unificação matrimonial – significa efetuar uma unidade íntima sem igual, entre duas pessoas do sexo oposto.

O casamento leva duas pessoas do sexo oposto à unificação mais estreita possível, nos âmbitos físico, emocional, moral e espiritual (Gn 2.24; Mt 19.5; 1Co 6.16; Ef 5.31).

O matrimônio é uma união espiritual para glorificar a Deus; uma união emocional para o deleite do amor puro; uma união física para a perpetuação da raça humana, uma união social para criação dos filhos num ambiente saudável e seguro, uma união preventiva contra a impureza sexual.

A segunda função do casamento é a Procriação – Os filhos são o resultado natural e biológico.

Entretanto, mesmo que os filhos não venham, o casamento é válido e não perde seu valor e caráter, embora perca o seu resultado biológico, neste caso.

No plano de Deus, a Recreação – é a terceira função do casamento. Não se pode negar a volúpia sexual.

A união física e o prazer sexual são “a reunião feliz daqueles que foram feitos um só pelo casamento.

A satisfação que o sexo fornece é o prazer obtido da reafirmação do preito original do mútuo amor.

Sem o prazer do sexo, sem a união física, o casamento se torna platônico, estéril e ilusório.

A verdadeira alegria vem somente com a união verdadeira, e a união verdadeira só existe onde há um relacionamento único, fiel, e permanente entre um homem e uma mulher que se unem pelos laços do amor e devotam amor, carinho e fidelidade um ao outro (1Tm 4.3; 6.17).

As vantagens e o prazer das relações sexuais são recomendadas sem rodeios nas Sagradas Escrituras (Pv 5.15-19; Ec 9.9; Ct 4.1; Ct 5.9; Ct 6.4)
.
O casamento é uma forma de Prevenção contra a imoralidade – O sexo praticado dentro do casamento monogâmico é a maneira de satisfazer aquilo que seria concupiscência e levaria à promiscuidade fora do matrimônio.

Dentro dessa perspectiva temos a recomendação do apóstolo Paulo aos corintos (1 Co 7.2,5,9).

A quinta função do casamento é especificamente cristã: A glorificação de Deus – A família cristã não existe para o seu próprio proveito e, sim, para trazer honra e glória a Deus.

O cristão não vive mais para si mesmo, mas para Aquele que por ele morreu e ressuscitou (2Co 5.15).

O casamento é um  estado propício para glorificar a Deus no corpo: “Porque fostes comprado por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (1Co 6.20).

Assim, na unificação, procriação, recreação, prevenção e glorificação vemos um conjunto de funções para o bom funcionamento do lar.

Vale redescobrir, revalorizar e reviver estes princípios benéficos, para que a pureza moral seja mantida e o glorioso nome de Deus exaltado.

Fonte de pesquisa:
SOARES Esequias – Comentarista da Revista do Mestre – EBD CPAD – 1tri 2015
SOARES Esequias. Os Dez Mandamentos – Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD. 1ª. Edição. RJaneiro, Outubro / 014
KASCHEL Wrner e ZIMMER Rudi. Dicionário da Bíblia de Almeida – 2Edição. SBB. SPaulo, 2013
REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez Mandamentos. Soc. Rel. Edições Vida Nova. SPaulo, 1992
GEISLER Norman l. Ética Cristã – Opções e questões contemporâneas. Edit. Vida Nova. SPaulo, 2010
ALEXANDER T. Desmond e ROSNER Brian S. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Edit. Vida. SPaulo, 2009
FRAME, John M. A Doutrina da Vida Cristã. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2013
PORTELA, Solano. A Lei de Deus Hoje. Editora Os Puritanos. SPaulo, 2000
KEVAN, Ernest. A Lei Moral. Editora Os Puritanos. SPaulo, 2000
Bíblia de Estudo Macartur – Versão Almeida Revista e Atualizada
Bíblia B. K. J. Sociedade Bíblica Íbero-Americana., SPaulo 2012


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O Preparo do Líder para o Exercício de sua Função
2Timóteo 3.16; 1Pedro 1.20,21
ELADALPE

Reflexão: “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra
(2Tm 3.16,17)

Perfil do Líder  - Influenciador de pessoas.

I   - Requisitos para ser um Líder:
a) Ter uma vida devocional particular com Deus
b) Ser consciente de que o tempo gasto com Deus é o que determina a verdadeira profundidade, altura e largura do seu ministério ou função.

II  - Preparo do Líder para atender as necessidades do seu grupo:
Nunca se perde tempo buscando a direção de Deus para cada mensagem. Pregar ou ensinar é a comunicação divina da verdade através da personalidade humana do pregador ou ensinador.

Podemos classificar a transmissão de uma mensagem de três formas: expositiva, temática e textual.

A mensagem expositiva – É tomar um trecho das Escrituras e responder a duas perguntas – o que disse? (no passado)  o que diz? (nos dias atuais).

A mensagem temática – Nesta o orador pode escolher o seu esboço.

A mensagem textual – É aquela em que os pontos principais do sermão são regidos pelo texto lido, e o pregador pode colocar entre os pontos o que quer que se sinta levado a colocar.

III - Etapas da preparação de uma mensagem ou sermão:
1. Leia minuciosamente, medite e ore a respeito do texto das Escrituras sobre o qual vai pregar ou ensinar. Faça isto sem o auxílio de qualquer estudo externo. Só você o Espírito Santo e a Bíblia.

2. Anote pensamentos e perguntas que você achar necessário fazer.

3. Consulte Comentários Bíblicos, Dicionários, Chaves Bíblicas e outros meios instrutivos. Use ampla seleção de recursos de estudos em pesquisas. Tome abundante notas.

4. Desenvolva o título, o assunto e o esboço. A mensagem inteira pode ser expressa em uma só frase ou palavra.
Por exemplo no estudo da vida de Daniel, o acordo que foi feito entre ele e seus três companheiros (Dn 1.8; 11-17), a palavra “disciplina” ou “fidelidade”, resume toda a mensagem.

No evangelho de João 21.6, quando Jesus mandou os seus discípulos lançarem mais uma vez a rede à direita, a palavra “confiança” resume toda a mensagem.
O título é fiel ao texto e desperta interesse.

5. Considere a introdução minuciosamente e em detalhes. Ponha a pessoa no texto e o texto nas pessoas, ou seja, use as técnicas de contextualização e transversalização.

6. Medite longamente na conclusão. Todo e qualquer sermão deve ter princípio (introdução) meio (que é o desenvolvimento do conteúdo) e fim (a conclusão).

Na conclusão você deve fazer com que os ouvintes voltem para casa com a lembrança do que foi ensinado. A última impressão do que o sermão deixou para os ouvintes está situada na conclusão.

7. Creia naquilo que fala – Não há dúvida de que a igreja primitiva viveu no reino do sobrenatural. Sinais e maravilhas eram coisas comuns naqueles primeiros dias da igreja.

Muitos na igreja primitiva haviam presenciado o ministério de milagres de Jesus Cristo. Isso está evidenciado no sermão de Pedro no Dia de Pentecostes.

Disse Pedro: “Varões israelitas, escutai estas palavras: a Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis” (At 2.22).

Os resultados desse sermão do apóstolo Pedro foram milagrosos: “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas” (At 2.41).

8. exemplo de vida – “Escrevo-te estas coisas para que saibais como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade” (1Tm 3.14,15).

A igreja é o lugar onde a verdade escrita de Deus é comunicada, onde a verdade é proclamada e vivenciada. O estilo de vida que o mundo vive não é a forma designada por Deus para a sua igreja. Pois o mundo não vive de acordo com o querer de Deus.

Aquele que lidera deve ser um exemplo para a família para a igreja e para a sociedade.

A igreja apresenta a realidade ao mundo; ela é a consciência da sociedade. A igreja mostra a verdade de forma que as pessoas possam vê-la e entendê-la. Ela mostra Jesus.

Ainda que o mundo tente obstruir a verdade de Jesus, o Espírito Santo convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8).

A igreja deve mostrar Jesus em tudo que faz. O Senhor Jesus é encontrado de capa a capa ao longo da Bíblia. Ele é visto em todo AT e é a figura central do NT.

A Bíblia diz-nos; “No princípio, era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens. E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.1-4;14).

“A Bíblia é a carta de navegação de Deus pela qual o navio do crente é governado, para nos impedir de afundar e para mostrar-nos onde é o porto e como alcançá-lo sem bater em pedras ou obstáculos”.


Bibliografia: Texto baseado no Manual do Pastor Pentecostal – Edição CPAD

domingo, 22 de fevereiro de 2015

A Tríplice Bênção de Deus

Gênesis 48.15.16; Números 6.23-27; 2Co 13.13

Bênção é um favor divino, um meio de felicidade, uma questão de maturidade espiritual. Abençoar é estar pleno do Espírito do Senhor.

Na história de vida de Jacó ele não abençoou ninguém até alcançar um padrão espiritual conforme Deus exige dos homens que lhe serve.

Mas quando ele chegou no Egito amadurecido e pleno de Deus, ele abençoou Faraó (Gn 47.7,10).

Faraó o maior governante do mundo de então, pelo menos, era o que se pensava; mas se prostrou diante de Jacó para ser abençoado por ele.

Porque como disse o escritor aos Hebreus, o maior abençoa o menor (Hb 7.7).
Quando ele passou 20 anos em Padã Arã, não ministrou nenhuma bênção, mas ao descer ao Egito ele abençoou Faraó, abençoou aos filhos de José com uma tríplice bênção (Gn 48.15,16), e abençoou seus doze filhos (Gn 49.1-28).

Abençoar é estar pleno de Deus, é estar na plenitude do Espírito do Senhor. Se quisermos abençoar outros, nós mesmos precisamos estar próximos de Deus.

Neste ponto, é preciso entendermos bem a diferença entre bênção e graça. O que a maioria dos cristãos consideram como graça é na realidade bênção.
Bênção é prosperidade, benefício e abundância. Muitos dizem: Deus me tem dado graça.
Ou, eu tenho vencido pela graça de Deus, mas isto está muito aquém do significado da graça verdadeira.
A palavra hebraica para graça em Nm 6.25 significa “inclinar-se” ou “curvar-se”, a fim de ser cortês com “uma pessoa inferior”.

Por exemplo, por cortesia um rei, um presidente, um ministro ou qualquer pessoa em eminência pode curvar-se para dar algo a um mendigo e identificar-se com ele naquele estado de miséria. Isso, é o que significa graça.

O rei Davi colocou Mefibosete para comer pão em sua mesa (2Sm 9.1-13), e era este coxo.  Precisamos entender que na bíblia a graça é nada menos que o próprio Deus, vindo para nossas vidas afim de que possamos nos deleitar no Senhor.

O evangelho de João 1.17 diz: “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés. A graça e a verdade vieram por Jesus Cristo”. João 1.14 diz que “O verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória o unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.

Tito 2.11 diz: “Porque a graça de Deus se há manifestado trazendo salvação a todos os homens”.

A graça como podemos ver, é o próprio Cristo. Ef 2.8,9 o apóstolo Paulo afirma: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”.

Segundo o salmista, em Jesus Cristo a graça e a verdade se encontraram, a justiça e paz se beijaram (Sl 84.10).

As bênçãos são para o nosso viver, mas a graça é para o cumprimento dos propósitos de Deus em nossa vida.

Realmente precisamos da bênção de Deus para o nosso viver. Se Deus não nos abençoasse perderíamos nossos empregos, saúde, famílias, amigos e até mesmo nossas vidas físicas.

Não temos dúvida de que para a nossa existência precisamos estar sobre a bênção de Deus.

No VT temos principalmente bênção; mas no NT as bênçãos físicas são imediatamente substituídas pelas bênçãos espirituais.

O apóstolo Paulo afirma em Ef 1.3 “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo”.

Em continuação, Ef 1.24 diz-nos: “A graça seja com todos os que amam nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade”.

O primeiro caso de bênção na Bíblia foi quando Deus abençoou a Noé e a seus filhos logo após terem saído da arca.

E abençoou Deus a Noé e a seus filhos e disse-lhes: Frutificai-vos, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 9.1).

O segundo caso está quando Noé abençoou seus filhos Sem, Jafé e seu neto Canaã (Gn 9.26,27).
O terceiro caso foi quando Abraão encontrou-se com Melquisedeque (Gn 14.18-20).

E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe  pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o possuidor do céu e da terra:
E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos, e deu-lhe o dízimo de tudo”.

No AT, uma bênção podia ser uma oração ou um pronunciamento solene como o Salmo 103 que é uma expressão pessoal de agradecimento.

O AT é pródigo em apresentar muitas bênçãos proferidas no seio da família, onde o pai invocava a bênção divina sobre os seus filhos (Gn 27.27,29; 48.15,16; Gn 9.26; 49.1-28).

Dava-se grande valor a essas bênçãos, pois as pessoas criam nas mãos abençoadoras do Deus de Israel. As bênçãos eram invocadas na adoração pública (Lev 9.22; Dt 10.8).

Há nas páginas do NT muitas bênçãos nos evangelhos, e nas epístolas (Rm 15.3; 2Co 13.13; Hb 13.20.21; Jd v.24 e III Jo v.15).

Abençoar é estar na plenitude de Deus, é o fluir do Espírito, é aproximar as pessoas de Deus.

Uma das formas de revelação de Deus aos pais foi através da bênção. Assim logo após ao dilúvio ele se revelou a Noé e abençoou a Noé e seus filhos (Gn 9.1).

Na vocação de Abraão Deus fez sete promessas de bênçãos (Gn 12.1-3). Porém as bênçãos mais marcantes da Bíblia são as bênçãos tríplice:

1ª. A bênção de Jacó sobre os dois filhos de José (Gn 48.15,16);
2ª. A bênção aarônica, (Nm 6.23-27);
. A bênção do apóstolo (2Co 13.13).

A bênção do patriarca – (Gn 48.15,16); – Na bênção de Jacó sobre os dois filhos de José, Manassés e Efraim ele invocou a Deus e disse:

O Deus em cuja presença andaram os meus pais Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou desde que eu nasci até este dia, o anjo que me livrou de todo mal, abençoe estes rapazes;

e seja chamado neles o meu nome e o nome de meus pais Abraão e Isaque, e multipliquem-se como peixes em multidão no meio da terra”.

Nesta bênção temos a menção das três pessoas distintas da trindade. “O Deus em cuja presença andaram meus pais” e “o anjo que me tem livrado”, “o Deus que me sustentou”.

Jacó invoca a bênção dos três, mas o verdadeiro e único Deus é o objeto de adoração.

Deus o Pai ou aquele diante do qual nossos pais andaram; Deus o Filho – Goel, ou o anjo que me remiu e Deus Espírito Santo que nos fornece o alimento espiritual e nos fortalece com ele.

A bênção do sacerdote ou aarônica – Nm 6.23-27. Aqui temos um padrão de bênção onde Deus faz uma promessa em que sempre que alguém quisesse abençoar outros proferisse essas palavras:

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz”.

Aqui temos a bênção do pai, a bênção do filho, e a bênção do Espírito Santo.
O primeiro aspecto da bênção citada está relacionada ao poder protetor de Deus Pai.

O segundo aspecto se refere à face de Deus Filho e sua graça. O terceiro aspecto se refere ao semblante de Deus Espírito Santo e sua paz.

A palavra misericórdia, o gracioso como aparece em nossas versões em língua portuguesa (Nm 6.25), no hebraico o significado desta palavra é curvar-se em bondade para os que são inferiores.

Isto fala de Cristo que ao tornar-se homem curvou-se em bondade a nós. Isto é graça (Fp 2.5-11).

Cristo curvou-se em bondade para nos remir. Esta bênção de Nm 6.23-27 é o padrão da bênção do sacerdote.

A bênção dada a Deus pelo homem é equivalente ao louvor. Assim, a expressão “abençoe ao Senhor” no Salmo 103.1, é traduzida como “bendize... ao senhor” na versão Almeida, Revista e Atualizada. Quando um homem abençoa a outro, invoca a Deus para dar benefícios redentores. Portanto, a bênção é uma oração.
Mas as bênção mais proeminentes nas Escrituras como vimos, são: A benção do patriarca, a bênção do Sacerdote e a bênção do apóstolo (Gn 48.15,16; Nm 6.23-27; 2Co 13.13 ou 14 conforme aparece em algumas traduções).

Em Números 6.27, Deus diz que a bênção é uma ocasião para o Sacerdote por o nome de Deus sobre o povo. De igual modo, em 2Co 3.13, o apóstolo abençoa a igreja no nome triplo do Trino Deus.

Assim, o nome de Deus é um aspecto proeminente da bênção. No sentido mais profundo a bênção identifica o povo com o nome de Deus, como o povo da nova aliança, com o direito de herdar todas as promessas dessa aliança.

É esse conceito mais rico de bênção que deve estar por traz do costume dos pastores ao ministrarem esta bênção ao final do culto nas igrejas hoje.

Mas, de modo mais geral, a Escritura convoca os crentes a abençoarem todas as pessoas, mesmo aqueles que os perseguem (Rm 12.14; 1Co 4.12; 1Pe 3.9).

Abençoar, nesse sentido não significa que está pondo o nome de deus sobre as pessoas com todos os benefícios da salvação.

Mas devemos desejar essa salvação para todos. Devemos orar em favor de todos os homes (1Tm 2.1).

É verdade que essas orações nem sempre podem ser específicas. Mas devemos desejar genuinamente a bênção de Deus sobre todos, pois Deus nos ordenou a levar Cristo às pessoas de todas as nações, reinos e línguas.

O oposto de bênção é maldição (Rm 12.14; Tg 3.10). A Escritura repreende aqueles que amam amaldiçoar (Sl 17.19) e quem de modo mais geral, injuria outras pessoas.

Esse pecado é especialmente mal quando direcionado contra os indefesos, como os pobres (Pv 17.5) e os surdos (Lv 19.14).

Jesus condena o uso da linguagem para amaldiçoar outros: “Ouviste que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão,

será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu irmão de raca (vil, desprezível), será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno” (Mt 5.21,22).

A bênção do apóstolo (2.Co 13.13) – O apóstolo Paulo também apresenta em sua segunda carta aos Coríntios, uma bênção que tornou-se o padrão da bênção do apóstolo para a igreja em todos os tempos.

A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amor, graça e comunhão são três estágios ou aspectos de uma mesma coisa.

Amor, graça e comunhão não são três coisas separadas. O amor é o próprio Deus, pois Deus é amor (Jo 4.24).

A graça é o amor expresso, a comunhão é a transmissão da graça em amor. Esta é a bênção do apóstolo.

Quem deve ministrar esta bênção na igreja -  Entendemos de acordo com o texto, que a bênção do apóstolo deve ser ministrada preferencialmente por um ministro, e na ausência deste, o oficiante do culto.

Considerando que esta bênção foi ministrada pelo apóstolo e posteriormente pelos pais da igreja, e que esta é a maior bênção registrada na Bíblia, devemos ter muita reverência.

Portanto, qualquer pessoa que não tenha este profundo sentimento não deve ministrar esta tríplice bênção que está sendo invocada naquele momento onde se fala de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Considerando como vimos no texto acima, que para abençoar precisamos estar cheios do Espírito Santo. Não temos base bíblica para assegurar que só um ministro possa impetrar esta bênção.

É comum vermos em igrejas, convidar-se pessoas sem perfil ministerial para ministrar a bênção do apóstolo.

Isto não é uma exigência bíblica, mas, na tradição primitiva das igrejas locais, cabia aos ministros impetrar essa bênção.

É sempre bom abençoar e nunca amaldiçoar (Rm 12.14).

Bibliografia
CHAMPLIN. R.N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vl. IV. Editora Hagnos. SPaulo
Bíblia de Estudo Macartur – Versão Almeida Revista e Atualizada. SBB
Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico – Grego. CPAD
Bíblia de Estudo da Mulher. CPAD
LEE. Witness. Estudo-Vida de Gênesis Vl II, III. Editora Árvore da Vida. SPaulo, 1989
DAVIDSON. F. O Novo Comentário da Bíblia. Edição Vida Nova. SPaulo, 2008
CHAMPLIN. R.N. Enciclopédia de Bíblia Filosofia e Teologia Vl.IEditora Hagnus. São Paulo,2008
FRAME. John.M. A Doutrina da Vida Cristã. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2013