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sexta-feira, 27 de abril de 2012

PÉRGAMO, A IGREJA CASADA COM O MUNDO: Lição 05 - 2º. Trimestre 2012 - EBD-CPAD – Esboço -


Apocalipse 2.12-17
               pastorjoaobarbosa@gmail.com

Assessoria literária redacional e pedagógica da Mssª. Laudicéa Barboza da Silva  laudiceabarboza@hotmail.comhttp://nasendadacruz.blogspot.com  Visite-nos e confira nossas produções bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.   Conhecer o contexto geográfico e histórico da cidade de Pérgamo.
2.   Elencar as principais características da igreja de Pérgamo.
3.   Explicar quais eram as heresias encontradas na igreja de Pérgamo.

Pense nisso:
“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há.
Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo”
1 João 2.15,16)
Esboço:
                                                                                                                                                                  Pérgamo representa o tempo que começou com a conversão de Constantino ao cristianismo. Embora Constantino tenha sido apenas um cristão nominal. Converteu-se mediante uma visão, na qual via a cruz com as palavras sob a mesma: “Com este signo vencerás”. Presidiu no concílio de Nicéia, e levou o império romano a tornar-se nominalmente cristão, pelo menos pondo fim à perseguição aos cristãos.
O poder romano foi consolidado sob seu governo ao derrotar a Licínio em 324 d.C. Então decretou um edito universal e todo inclusivo de tolerância, que pôs fim à perseguição dos romanos contra os cristãos.
Nos seus últimos anos de vida ocupou-se de questões eclesiásticas, mas sempre esteve envolvido em alguma forma de guerra.
Ficou adiando seu batismo até adoecer mortalmente, evidentemente por pensar que o batismo em água é que lavaria seus pecados passados.
Sua própria vida e suas ações refletiram uma espécie de cristianismo paganizado; e isso reflete a natureza mesma da igreja sob favor imperial, o que transparece na carta a igreja de Pérgamo.
Profeticamente falando, a carta à igreja de Pérgamo fala da paganização da igreja.
Historicamente, isso também sucedeu em muitas igrejas da área da Ásia Menor – o que começara a suceder até mesmo nos fins do primeiro século da era cristã.
O gnosticismo, uma antiga heresia, essencialmente um misticismo oriental, que misturava em si mesmo elementos do judaísmo, do cristianismo e da filosofia e mitologia gregas, assediou a igreja por cento e cinqüenta anos.
Até mesmo nos dias dos apóstolos, uma forma primitiva do gnosticismo fizera seu aparecimento; e, em alguns lugares da igreja, o gnosticismo até chegou a obter o controle, passando a apresentar-se como se fora a autêntica fé cristã.
Nada menos de oito livros do Novo Testamento foram escritos para combater essa heresia: Colossenses, as três epístolas pastorais, as três epístolas joaninas e Judas.
Na epístola aos Efésios, no evangelho de João e no livro de Apocalipse, encontramos lugares onde essa heresia é aludida e combatida, embora nunca seja chamada por seu nome, o que também sucede nos oito livros acima mencionados.
É quase certo que determinados aspectos da falsa religião, mencionados na carta de Pérgamo, sejam reflexos da heresia gnóstica.
Esse foi o tipo de paganismo que, historicamente, tanto prejudicou a igreja cristã, embora, quando veio a ser cumprido o aspecto profético dessa carta (no tempo de Constantino e depois), o gnosticismo já tivesse desaparecido como um sistema.
Todavia sempre tem havido elementos do gnosticismo que sobrevivem em qualquer era da igreja, e em quase cada denominação evangélica.
Através do gnosticismo, a imoralidade, sobretudo da modalidade sensual tornou-se a ética oficial da cristandade.
Mas tenho contra ti que toleras a mulher Jezabel, que se diz profetiza; ela ensina e seduz os meus servos a se prostituirem e a comerem das coisas sacrificadas a ídolos” (Ap 2.20) – “....tenho contra ti....” – è algo muito solene alguém ser julgado pelo grande Juiz e ser achado culpado, sobretudo quando a culpa é um opróbrio para a igreja e é detrimento para nossa própria porção mais nobre, prejudicando nossos próprios melhores interesses espirituais.
É a loucura do pecado e do egoísmo, a fraqueza causada pela inquisição espiritual imprópria ou deficiente, que produz condições assim.
Várias tentativas têm sido feitas para identificar o caráter histórico real referido a figura de Jezabel. Alguns intérpretes pensam que ela simboliza a “Roma apóstata” – a igreja de Roma.
Mas, na verdade, ela era um elemento corruptor que operava dentro da igreja, mas não era a própria igreja.
Pode-se observar que o culto imoral representado por Jezabel (o gnosticismo religioso) era odiado em Éfeso (Ap 2.20-24).
A lição espiritual que há nisso é óbvia. Todo mal que não nos aborrece, a princípio pode ser tolerado, depois aceito, e, finalmente promovido oficialmente.
Na igreja primitiva, os dons proféticos não se limitavam a homens (At 11.27). Jezabel representava a imitação satânica dos dons proféticos.
Provavelmente ela era psiquicamente dotada, e talvez fosse inspirada pelos demônios. Isso ter-lhe-ia dado a autoridade de que ela precisava para promover o seu culto licencioso.
Ela era profetisa “auto-nomeada”, mas as forças satânicas que a usavam lhe davam uma aparência de autoridade.
As suas credenciais, sejam como for, eram estranhas á igreja. Era usurpadora que usava o seu poder para destruir a igreja.
A doutrina de Jezabel era extremamente liberal.
Particularmente, ela não via defeito no adultério. Seduziu a vários homens da igreja, e, com mão de ferro, prendia a homens com a sua imoralidade.
Mas Apocalipse 2.20 também indica que essa “fornicação” (palavra que indica a prática de todas as formas de perversão e excessos sexuais), também fazia parte da adoração pagã das divindades que ela promovia.
Na qualidade de representante do gnosticismo, ela ensinava que é bom que um homem abuse do seu corpo mediante os excessos  espirituais, já que isso ajuda no sistema do mundo, em sua tentativa de destruir a matéria.
Os gnósticos chegavam ao extremo de dizer que os anjos se punham perto deles (embora de forma invisível), encorajando-os a participar de todas as formas de imoralidade, a fim de que, obtivessem “experiência”, e era mediante tal experiência que obtinham o conhecimento, o qual para eles, era o meio mesmo da salvação.
Tolamente imaginavam que pode-se abusar do corpo, sem prejudicar ao espírito.
Não consideravam a verdade que um homem é corrupto tanto no corpo quanto no espírito. O pecado é algo que cativa e corrompe a personalidade inteira, e não meramente a porção física do ser.
Historicamente, tanto os nicolaítas como os seguidores de Balaão (esta narrativa pode ser encontrada em Nm 22 – 24), provavelmente, também representavam formas licenciosas do gnosticismo, porquanto o gnosticismo foi a heresia que, a começar no tempo mesmo dos apóstolos, e durante cento e cinqüenta anos, assaltou à igreja cristã.
Doutrinariamente, os gnósticos negavam a verdade da “encarnação” – a fusão das naturezas divina e humana em Cristo, bem como qualquer idéia de expiação na morte de Jesus. Daí encontramos Paulo escrevendo aos Filipenses e desfazendo essa heresia (Fp 2 e v. 5-11 e Cl 1.14-17).
Faziam de Cristo apenas uma emanação angelical, um pequeno deus entre muitos.
De acordo com essa doutrina, Jesus não podia ser identificado com o “Espírito-Cristo”. Tão somente, este último teria possuído ao homem Jesus, desde o momento do seu batismo, visando um propósito, uma missão, tendo-o abandonado por ocasião de sua crucificação.
Portanto, quando muito, Jesus teria sido apenas um mártir, pois o Cristo não poderia provar a morte – segundo eles; já que não poderia ter-se encarnado sem macular-se com a matéria.
O evangelista João afirma no entanto, que o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheia de graça e de verdade (Jo 1.14). E que Cristo foi concebido no ventre de Maria pelo poder do Espírito Santo (Lc 1.29-31, 35).
Para os gnósticos, a matéria era a essência mesma do pecado.
Criam eles que o sistema mundial tenciona destruir toda a matéria, e que podemos cooperar com esse sistema abusando do corpo que é algo material, através do aceticismo – a forma combatida na epístola aos Colossenses, ou através da licenciosidade – o tipo combatido nos demais sete livros que combatem o gnosticismo no Novo testamento.
Em 1 Coríntios 6.15-17 Paulo diz “Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tornarei, pois, os membros de Cristo, e falo-eis membros de uma meretriz?
Não, por certo. Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela?
Porque serão, disse, dois numa só carne.Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito”.
Pérgamo fora uma cidade da romana província da Ásia nos dias neotestamentários, na parte ocidental do que agora é a Turquia Asiática.
 Pérgamo fora a antiga capital de Atalo, a cidade-estado doada ao império romano em 133 A.C.
Geograficamente, ocupava importante posição, próxima do extremo marítimo do largo vale do rio Caico.
Também tinha boa importância comercial e política, além de sua importância religiosa.
Existia ali uma antiga forma de adoração ao diabo, sendo assim cognominada “Trono de Satanás”.
Também era sede de um antigo culto de mágicas babilônicas, e tornou-se importantíssimo centro da propagação do culto ao imperador, que era apenas outra forma de religião falsa, usada pelas forças satânicas.
Tornou-se a sede de quatro dos maiores cultos pagãos, a saber, de Zeus, de Atena, de Dionísio e de Asclépio.
Também estabeleceu ali o culto dos Magos, de origem babilônica. Os habitantes de Pérgamo eram chamados de “principais guardiões do templo” da Ásia.
Quando o culto ao imperador, cresceu em importância, dentro do império romano, Pérgamo se tornou um de seus centros principais, embora outros falsos cultos ali nunca tivessem fenecido completamente.
A alusão que temos neste capítulo 2 de Apocalipse, ao “trono de Satanás”, mui provavelmente diz respeito a esse culto. Conforme podemos ver no versículo13 – “Sei onde habitas, que é onde está o trono de Satanás.....”.
Satanás impulsionava os homens a adorarem um mero homem; esse era o seu “ardil”, naqueles tempos.
O paganismo fanático que em Pérgamo era controlado por Satanás, a ponto de a cidade ter-se tornado centro da propagação das religiões iníquas, que eram adversárias da igreja e a prejudicavam. O culto ao imperador era a manifestação central dessa religião ímpia.
Sem importar o que seja entendido por “trono de Satanás”, a linguagem atribui a Pérgamo a proeminência má de ser o centro do antagonismo a Cristo e seu evangelho.
Em seu aspecto profético, supomos que o gnosticismo tenha tomado o lugar do “culto ao imperador”, como manifestação do satanismo que ameaçava á igreja.
O culto ao imperador criou ali um “trono de Satanás”, talvez havendo nisso alusão à uma colina cônica que havia por trás da cidade, com cerca de trezentos metros de altura, a qual desde tempos antigos, vivia recoberta de templos e altares pagãos, o que fazia significativo  contraste com o monte de Deus referido em Is 14.13 e Ez 28.14,16.
O grande e idólatra culto ao imperador incorporava em si mesmo todo o paganismo que tornou Pérgamo famosa, embora não houvesse eliminado totalmente todas as outras formas.
E a igreja cristã, que se recusava a participar desse culto, automaticamente foi tachada de traidora, tendo de sofrer as conseqüências de sua recusa.
Política e economicamente a cidade florescia, tendo sido chamada por Plínio de a mais ilustre de todas as cidades da Ásia.
Todas as principais entradas da Ásia ocidental convergiam para ali. Hoje em dia não resta mais glória a antiqüíssima cidade. Uma pequena aldeia, de nome Bergama, ocupa o seu lugar, na planície abaixo do local da antiga Pérgamo.


Fontes de Consultas:
ANDRADE. Claudionor de. Lição EBD-CPAD – 2º. Trimestre 2012. Manual do Mestre
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.

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