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sábado, 5 de maio de 2012

TIATIRA, A IGREJA TOLERANTE - Lição 06 - 2º. Trimestre 2012 - EBD-CPAD – Esboço

                                                      Apocalipse 2.18-25
Assessoria literária redacional e pedagógica da Mssª. Laudicéa Barboza da Silva  laudiceabarboza@hotmail.comhttp://nasendadacruz.blogspot.com  Visite-nos e confira nossas produções bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.   Identificar as principais características da igreja de Tiatira.
2.   Saber que se tratava de uma igreja rica em obras.
3.   Conscientizar-se de que o verdadeiro amor não é cego para o pecado.

Pense nisso:
“As profecias devem ser testadas pelas Escrituras, não devem ser baseadas num único versículo, ou metade num versículo aqui e a outra noutro lugar.
As profecias devem estar de acordo com os grandes ensinamentos da Bíblia. Os que pertencem ao corpo de Cristo devem julgá-las.
 (1 C0m 14.29)
Assim, à medida que nos aprofundarmos no conhecimento das Escrituras, o Senhor mesmo iluminará nossos corações e mentes, concedendo-nos sua maravilhosa luz.”
(HORTON, Stanley M. Apocalipse: As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp.41)

Esboço:
                                                                                                                                                                  Tiatira era uma cidade da província romana da Ásia, área agora ocupada pela parte ocidental da moderna Turquia. Foi fundada como guarnição fronteiriça por Seleuco I, da Síria (Século IV a.C.).
Tal como na maioria das cidades daquela região, nos tempos neotestamentários, Tiatira tinha muitos templos dedicados a vários deuses. Tinha o templo de Apolo, o de Tirimanios, o de Artemis e um santuário a Sambate.
A igreja cristã não perdurou ali por longo tempo. Logo tornou-se um dos centros do montanismo, uma seita carismática e apocalíptica cristã.
Essa seita era ardorosamente antimundana, pelo que muitos foram atraídos por ela, incluindo o famoso Tertuliano, o grande teólogo africano. Contudo, a corrente principal da igreja repeliu a essa seita, sobretudo devido a seus excessos. Pelos fins do segundo século de nossa era, não mais havia ali qualquer igreja cristã.
Historicamente, houve uma igreja em Tiatira, que em qualquer  época, em alguma situação local, existem tais condições, pelo que essa carta tem também uma mensagem universal de importância perene. Portanto, ela envolve símbolos e lições espirituais que são aplicáveis a qualquer época.
Profeticamente pensa-se que Tiatira representa a idade das Trevas, de 500 a 1500 d.C., durante a qual triunfaram posições de balaão e dos nicolaítas (Ap 2.6,14,15).
A carta à igreja de Tiatira é, ao mesmo tempo a mais longa e a que mais fortemente reflete uma condição de total corrupção. Há um único versículo que elogia o que havia de bom ali, mas há cinco versículos que descrevem seus males e trazem advertências necessariamente severas (Ap 2.2-23,27). A carta mostra o triunfo do paganismo na igreja, especialmente no tocante aos seus padrões morais, no tocante aos costumes sexuais, que vieram a ser tolerados no cristianismo, e que dominaram até mesmo os líderes da igreja.
Na carta presente, podemos distinguir várias características de Tiatira. A descrição de Cristo “olhos de fogo” talvez reflita a adoração a Apolo, o deus-sol; os seus pés, como “bronze polido” pode ser alusão á indústria de bronze da cidade.
A linguagem “militar”, como “a execução” dos filhos de Jezabel  (v.23), e o governo do poder de Cristo sobre as nações, mediante a conquista universal (vs. 26,27) pode ser uma alusão à história militar de Tiatira, e como guarnição de fronteira.
Jezabel, embora tenha sido, sem dúvida, uma personagem histórica, uma mulher que causava dificuldades na igreja, “representa” a tendência natural da igreja em terras pagãs, primeiramente tolerando e então “misturando” elementos pagãos dentro da fé cristã. Historicamente falando, certamente, o “gnosticismo é aqui referido, o qual anunciava um falso evangelho, destituído de imperativo moral.
O período da igreja de Tiatira precedeu à grande obra de Reforma. Foi o período também chamado da “Igreja do Deserto”, época das grandes perseguições de Roma papal, contra o povo de Deus. Neste tempo adverso para a igreja, manifestou ela verdadeira caridade, serviço, fé, paciência em obras pujantes de consagração.
Basta o dignificado do termo “Tiatira” para termos uma idéia da consagração da igreja e de sua coragem em enfrentar os maus dias que dizimaram as suas fileiras pela espada de seus inimigos.
A cidade de Tiatira estava localizada a aproximadamente sessenta quilômetros a nordeste de Pérgamo. Era um importante centro industrial e comercial da região de Lídia. Na época em que o livro de Apocalipse foi elaborado, essa cidade estava em grande desenvolvimento e ainda viriam dias mais prósperos.
Era também a sede de um grande número de associações de mercadores, inclusive que trabalhavam com vários metais. O nome da cidade aparece apenas uma outra vez no Novo Testamento, como a cidade natal de Lídia, uma cristã vendedora de tecidos de púrpura na cidade de Filipos (At 16.14).
Embora rica, Tiatira não podia ostentar a riqueza de Éfeso nem era tão importante quanto Pérgamo. Mas sabia como usufruir do progresso que os romanos haviam trazido à região ao transformar a Ásia Menor numa província imperial. Sua produção de tecidos, principalmente o índigo, tornou-a famosa em todo o mundo.
Realmente, é possível que as atividades comerciais fossem a crucial dos problemas dos cristãos da cidade. Não têm sido encontradas inscrições em grandes quantidades, mas as poucas que ali têm sido descobertas, falam em trabalhadores em lãs, linho, couro e bronze   além de oleiros, padeiros, tintureiros e comerciantes com escravos.
Cada um dos grupos profissionais contava com a sua guilda (organização) particular. As epístolas de Paulo aos crentes de Coríntios, servem de clara indicação de que as guildas comerciais, com sua exigente vida social, com seus ritos pagãos e com suas festas periódicas, haveriam de ser problemas sérios para os cristãos fiéis, que, por motivo de consciência, quisessem repelir a licenciosidade do mundo ao redor deles.
Era difícil alguém se abster das festividades das guildas sem perder alguma coisa no mundo dos negócios, em termos de aceitação e prestígio social. Por outro lado ajustar-se a tais costumes era expor-se à licenciosidade dos ritos pagãos, que assinalavam os banquetes das guildas.
Aquela seção da igreja cristã, com ritos de sua pureza, buscava alguma forma de transigência. Estamos falando sobre os nicolaítas que acredita-se, terem sido liderados por uma habilidosa mulher, a quem João chamou de Jezabel.
Esse apelido foi escolhido deliberadamente por João, com base no casamento de Acabe, rei de Israel, com Jezabel, filha do rei de Tiro. Por sua reputação, Jezabel serviu para nomear a profetiza que, em Tiatira, induzia os homens ao adultério e à apostasia. Curiosamente, Jezabel em hebraico, significa casta, mas em nada diferia ela de uma rameira (2 Rs 9.22).
Esse casamento fora um compromisso, com o intuito de fomentar o comércio entre Samaria e os fenícios. Tal matrimônio foi um grande desastre, conforme Elias demonstrou. João, autor do Apocalipse, denunciou essa mulher proferindo contra ela uma horrível condenação. “Eis que eu a prostro de cama bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e  corações e vos darei a cada um, segundo as vossas obras” (Ap.2.22,23).
Podemos observar que o culto imoral representado por Jezabel “o gnosticismo religioso” era odiado em Éfeso (Ap 2.6); tolerado em Pérgamo (Ap 2.15,16); mas era ativamente promovido como posição oficial, em Tiatira (Ap 2.20-24).
A lição espiritual que podemos tirar da experiência dessas três igrejas é que, todo mal que não nos aborrece, a princípio pode ser “tolerado”, depois “aceito” e, finalmente, “promovido oficialmente”.
O simbolismo existente nessa carta à Tiatira é local e muito chama a atenção. Em Apocalipse 2.18, Cristo aparece como quem tinha os pés de “bronze polido”. Ora, o bronze era um dos produtos mais conhecidos de Tiatira.
A promessa de Cristo nos versículos 26 e 27, também reflete a natureza militar dessa cidade. Jezabel é uma personagem extremamente simbólica, desde o Antigo Testamento, falando em transigência e apostasia, por amor ao comércio, devido á sociedade firmada com um poder pagão.
“Conheço as tuas obras, e o teu amor, e a tua fé, e o teu serviço, e a tua perseverança...” Isso expressa as condições espirituais em geral daquela igreja, e não meramente àquilo que faziam, ao que denominamos serviço.
“...o teu amor.....”  Há diversas formas de amor, a saber:
1. Há o amor de Deus, isto é, o amor que Deus tem pelos homens. Essa é a fonte de todo amor (Jo 3.16).
2. Há o amor de Cristo pelos homens, cuja natureza é igual ao do amor de Deus e que é comentada em 2 Co 5.14. Trata-se de uma força que nos constrange, que também nos leva a amar e servir ao próximo, em honra ao Senhor. Esse foi o amor que motivou a expiação e a missão terrena.
3. Há o amor do homem a Deus e a seu Cristo. Essa modalidade pode ser expressa diretamente através do amor ao próximo (Mt 25.35).
4. Há o amor próprio (Mt 22.39; Ef 5.29). Trata-se de uma condição patológica quando o indivíduo não ama a si mesmo, o que se vê por tudo quanto ele faz, visando seu próprio conforto, saúde e bem estar em geral.
5. Também há o amor de um ser humano por outro ou pela humanidade. É a transferência dos cuidados que temos por nós mesmos para nossos semelhantes. Queremos para os outros o que queremos para nós mesmos.
Todo e qualquer amor exercido pelo crente ou pelo incrédulo, tem sua origem em Deus, porquanto ninguém está totalmente destituído da imagem de Deus. A igreja de Tiatira, por conseguinte, possuía um espírito “altruísta”, demonstrado em seus muitos atos de misericórdia e bondade, o que não é pouca coisa, a despeito de todos os seus vícios.
        

Fontes de Consultas:
ANDRADE. Claudionor de. Lição EBD-CPAD – 2º. Trimestre 2012. Manual do Mestre
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O NOVO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.

Novo Comentário Bíblico do Novo Testamento – Eds: READMACHER, Earl D; ALLEN, Ronald B; HOUSE, H. Wayne

GILBERTO. Antonio. Daniel e Apocalipse – Compreendendo o Plano de Deus para os Últimos Dias – CPAD – 13ª Edição.1997
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

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