Apocalipse 2.18-25
Assessoria literária redacional e pedagógica da
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bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.
Identificar as principais
características da igreja de Tiatira.
2. Saber que se tratava de uma igreja rica em obras.
3. Conscientizar-se de que
o verdadeiro amor não é cego para o pecado.
Pense nisso:
“As profecias devem
ser testadas pelas Escrituras, não devem ser baseadas num único versículo, ou
metade num versículo aqui e a outra noutro lugar.
As profecias devem
estar de acordo com os grandes ensinamentos da Bíblia. Os que pertencem ao
corpo de Cristo devem julgá-las.
(1 C0m 14.29)
Assim, à medida que
nos aprofundarmos no conhecimento das Escrituras, o Senhor mesmo iluminará
nossos corações e mentes, concedendo-nos sua maravilhosa luz.”
(HORTON, Stanley M. Apocalipse:
As coisas que brevemente devem acontecer. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001,
pp.41)
Esboço:
Tiatira era
uma cidade da província romana da Ásia, área agora ocupada pela parte ocidental
da moderna Turquia. Foi fundada como guarnição fronteiriça por Seleuco I, da
Síria (Século IV a.C.).
Tal
como na maioria das cidades daquela região, nos tempos neotestamentários,
Tiatira tinha muitos templos dedicados a vários deuses. Tinha o templo de Apolo,
o de Tirimanios, o de Artemis e um santuário a Sambate.
A
igreja cristã não perdurou ali por longo tempo. Logo tornou-se um dos centros
do montanismo, uma seita carismática e apocalíptica cristã.
Essa
seita era ardorosamente antimundana, pelo que muitos foram atraídos por ela,
incluindo o famoso Tertuliano, o grande teólogo africano. Contudo, a corrente
principal da igreja repeliu a essa seita, sobretudo devido a seus excessos.
Pelos fins do segundo século de nossa era, não mais havia ali qualquer igreja
cristã.
Historicamente,
houve uma igreja em Tiatira, que em qualquer
época, em alguma situação local, existem tais condições, pelo que essa
carta tem também uma mensagem universal de importância perene. Portanto, ela
envolve símbolos e lições espirituais que são aplicáveis a qualquer época.
Profeticamente
pensa-se que Tiatira representa a idade das Trevas, de 500 a 1500 d.C., durante
a qual triunfaram posições de balaão e dos nicolaítas (Ap 2.6,14,15).
A
carta à igreja de Tiatira é, ao mesmo tempo a mais longa e a que mais
fortemente reflete uma condição de total corrupção. Há um único versículo que
elogia o que havia de bom ali, mas há cinco versículos que descrevem seus males
e trazem advertências necessariamente severas (Ap 2.2-23,27). A carta mostra o
triunfo do paganismo na igreja, especialmente no tocante aos seus padrões
morais, no tocante aos costumes sexuais, que vieram a ser tolerados no
cristianismo, e que dominaram até mesmo os líderes da igreja.
Na
carta presente, podemos distinguir várias características de Tiatira. A
descrição de Cristo “olhos de fogo” talvez reflita a adoração a Apolo, o
deus-sol; os seus pés, como “bronze polido” pode ser alusão á indústria de
bronze da cidade.
A
linguagem “militar”, como “a execução” dos filhos de Jezabel (v.23), e o governo do poder de Cristo sobre
as nações, mediante a conquista universal (vs. 26,27) pode ser uma alusão à
história militar de Tiatira, e como guarnição de fronteira.
Jezabel,
embora tenha sido, sem dúvida, uma personagem histórica, uma mulher que causava
dificuldades na igreja, “representa” a tendência natural da igreja em terras
pagãs, primeiramente tolerando e então “misturando” elementos pagãos dentro da
fé cristã. Historicamente falando, certamente, o “gnosticismo é aqui referido,
o qual anunciava um falso evangelho, destituído de imperativo moral.
O
período da igreja de Tiatira precedeu à grande obra de Reforma. Foi o período
também chamado da “Igreja do Deserto”, época das grandes perseguições de Roma
papal, contra o povo de Deus. Neste tempo adverso para a igreja, manifestou ela
verdadeira caridade, serviço, fé, paciência em obras pujantes de consagração.
Basta
o dignificado do termo “Tiatira” para termos uma idéia da consagração da igreja
e de sua coragem em enfrentar os maus dias que dizimaram as suas fileiras pela
espada de seus inimigos.
A
cidade de Tiatira estava localizada a aproximadamente sessenta quilômetros a
nordeste de Pérgamo. Era um importante centro industrial e comercial da região
de Lídia. Na época em que o livro de Apocalipse foi elaborado, essa cidade
estava em grande desenvolvimento e ainda viriam dias mais prósperos.
Era
também a sede de um grande número de associações de mercadores, inclusive que
trabalhavam com vários metais. O nome da cidade aparece apenas uma outra vez no
Novo Testamento, como a cidade natal de Lídia, uma cristã vendedora de tecidos
de púrpura na cidade de Filipos (At 16.14).
Embora
rica, Tiatira não podia ostentar a riqueza de Éfeso nem era tão importante
quanto Pérgamo. Mas sabia como usufruir do progresso que os romanos haviam
trazido à região ao transformar a Ásia Menor numa província imperial. Sua
produção de tecidos, principalmente o índigo, tornou-a famosa em todo o mundo.
Realmente,
é possível que as atividades comerciais fossem a crucial dos problemas dos
cristãos da cidade. Não têm sido encontradas inscrições em grandes quantidades,
mas as poucas que ali têm sido descobertas, falam em trabalhadores em lãs,
linho, couro e bronze além de oleiros,
padeiros, tintureiros e comerciantes com escravos.
Cada
um dos grupos profissionais contava com a sua guilda (organização) particular. As
epístolas de Paulo aos crentes de Coríntios, servem de clara indicação de que
as guildas comerciais, com sua exigente vida social, com seus ritos pagãos e
com suas festas periódicas, haveriam de ser problemas sérios para os cristãos
fiéis, que, por motivo de consciência, quisessem repelir a licenciosidade do mundo
ao redor deles.
Era
difícil alguém se abster das festividades das guildas sem perder alguma coisa
no mundo dos negócios, em termos de aceitação e prestígio social. Por outro
lado ajustar-se a tais costumes era expor-se à licenciosidade dos ritos pagãos,
que assinalavam os banquetes das guildas.
Aquela
seção da igreja cristã, com ritos de sua pureza, buscava alguma forma de
transigência. Estamos falando sobre os nicolaítas que acredita-se, terem sido
liderados por uma habilidosa mulher, a quem João chamou de Jezabel.
Esse
apelido foi escolhido deliberadamente por João, com base no casamento de Acabe,
rei de Israel, com Jezabel, filha do rei de Tiro. Por sua reputação, Jezabel
serviu para nomear a profetiza que, em Tiatira, induzia os homens ao adultério
e à apostasia. Curiosamente, Jezabel em hebraico, significa casta, mas em nada
diferia ela de uma rameira (2 Rs 9.22).
Esse
casamento fora um compromisso, com o intuito de fomentar o comércio entre
Samaria e os fenícios. Tal matrimônio foi um grande desastre, conforme Elias
demonstrou. João, autor do Apocalipse, denunciou essa mulher proferindo contra
ela uma horrível condenação. “Eis que eu
a prostro de cama bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso
não se arrependam das obras que ela incita. Matarei os seus filhos, e todas as
igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações e vos darei a cada um, segundo as
vossas obras” (Ap.2.22,23).
Podemos
observar que o culto imoral representado por Jezabel “o gnosticismo religioso”
era odiado em Éfeso (Ap 2.6); tolerado em Pérgamo (Ap 2.15,16); mas era
ativamente promovido como posição oficial, em Tiatira (Ap 2.20-24).
A
lição espiritual que podemos tirar da experiência dessas três igrejas é que,
todo mal que não nos aborrece, a princípio pode ser “tolerado”, depois “aceito”
e, finalmente, “promovido oficialmente”.
O
simbolismo existente nessa carta à Tiatira é local e muito chama a atenção. Em
Apocalipse 2.18, Cristo aparece como quem tinha os pés de “bronze polido”. Ora,
o bronze era um dos produtos mais conhecidos de Tiatira.
A
promessa de Cristo nos versículos 26 e 27, também reflete a natureza militar
dessa cidade. Jezabel é uma personagem extremamente simbólica, desde o Antigo
Testamento, falando em transigência e apostasia, por amor ao comércio, devido á
sociedade firmada com um poder pagão.
“Conheço as tuas
obras, e o teu amor, e a tua fé, e o teu serviço, e a tua perseverança...” Isso expressa as
condições espirituais em geral daquela igreja, e não meramente àquilo que faziam,
ao que denominamos serviço.
“...o teu amor.....” Há diversas formas de amor, a saber:
1.
Há o amor de Deus, isto é, o amor que Deus tem pelos homens. Essa é a fonte de
todo amor (Jo 3.16).
2.
Há o amor de Cristo pelos homens, cuja natureza é igual ao do amor de Deus e
que é comentada em 2 Co 5.14. Trata-se de uma força que nos constrange, que
também nos leva a amar e servir ao próximo, em honra ao Senhor. Esse foi o amor
que motivou a expiação e a missão terrena.
3.
Há o amor do homem a Deus e a seu Cristo. Essa modalidade pode ser expressa
diretamente através do amor ao próximo (Mt 25.35).
4.
Há o amor próprio (Mt 22.39; Ef 5.29). Trata-se de uma condição patológica
quando o indivíduo não ama a si mesmo, o que se vê por tudo quanto ele faz,
visando seu próprio conforto, saúde e bem estar em geral.
5.
Também há o amor de um ser humano por outro ou pela humanidade. É a transferência
dos cuidados que temos por nós mesmos para nossos semelhantes. Queremos para os
outros o que queremos para nós mesmos.
Todo
e qualquer amor exercido pelo crente ou pelo incrédulo, tem sua origem em Deus,
porquanto ninguém está totalmente destituído da imagem de Deus. A igreja de Tiatira,
por conseguinte, possuía um espírito “altruísta”, demonstrado em seus muitos
atos de misericórdia e bondade, o que não é pouca coisa, a despeito de todos os
seus vícios.
Fontes de Consultas:
ANDRADE. Claudionor de. Lição EBD-CPAD
– 2º. Trimestre 2012. Manual do Mestre
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D.
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O NOVO TESTAMENTO
INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO
INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
Novo
Comentário Bíblico do Novo Testamento – Eds: READMACHER, Earl D; ALLEN, Ronald
B; HOUSE, H. Wayne
GILBERTO.
Antonio. Daniel e Apocalipse – Compreendendo o Plano de Deus para os Últimos
Dias – CPAD – 13ª Edição.1997
Bíblia
de Estudo Pentecostal – CPAD
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