1 Crônica 29.10-18
Assessoria literária redacional e pedagógica da Mssª. Laudicéa Barboza da Silva laudiceabarboza@hotmail.com – http://nasendadacruz.blogspot.com Visite-nos e confira nossas produções bíblico-literárias e pedagógicas contextualizadas com os temas
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1. Compreender que Deus é a fonte de toda a prosperidade.
2. Conscientizar-se de que todos têm carências e que estas podem ser supridas pelo Senhor.
3. Explicar porque devemos ajudar os necessitados e carentes.
Esboço
Deus, o Todo-Poderoso, deseja que todos os homens, dotados de inteligência e razão, participem de um modo recíproco, livre e voluntário do seu Projeto Criador, o mais importante de todos os projetos que o mundo jamais viu, em todos os tempos, por todos os povos e todos os seres do Universo.
Dessa forma Ele torna a igreja sua verdadeira parceira e lhe confere como membros vivos e ativos, o saber e a capacidade de acelerar e antecipar a vinda do Reino de Deus com a sua fé em Jesus Cristo e com a disposição de participar intensamente da expansão de sua obra até aos confins da terra, disponibilizando para Deus seus bens e recursos. Deus nos fez prósperos e espera que nos mostremos agradecidos, investindo em seu Reino.
“E digo isto: Que o que semeia pouco pouco também ceifará; o que semeia em abundância em abundância também ceifará.
Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (1 Co 9.6,7). O cristão pode contribuir generosamente, para o Reino de Deus, ou com avareza. Deus o recompensará de acordo com o que ele lhe dá (Mt 7.1,2).
Para o apóstolo Paulo a contribuição não era uma perda, mas uma forma de economizar; ela trará benefícios substanciais para quem contribui com a consciência de que pertencemos a Deus e aquilo que possuímos está confiado em nossas mãos pelo Senhor.
Devemos tomar a decisão firme, em nosso coração de que serviremos a Deus e não ao dinheiro (Mt 6.24), e assim as nossas contribuições financeiras para os pobres e necessitados estão promovendo o reino de Deus.
Paulo não fala primeiramente da quantidade ofertada, mas da qualidade, dos desejos e dos motivos do nosso coração ao ofertarmos. A viúva pobre deu uma oferta pequena, mas Deus a considerou uma quantia grande por causa da proporção da dádiva e pela dedicação total que ela revelou ter (Lc 21.1-4; Pv 11.24,25).
Em Mateus 6.20, Jesus adverte que não se deve ajuntar tesouros na terra onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; e nos aconselha ajuntar tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
A contribuição é considerada uma prova do nosso amor cristão e deve ser realizada de forma sacrificial e voluntária (2 Co 9.7). Ao contribuirmos com nossas ofertas para Deus, semeamos não somente dinheiro, mas também fé, tempo, serviço, e assim, colhemos mais fé e outras bênçãos (2 Co 8.5; 9.6,10-12).
Quando Deus nos dá em abundância é para que multipliquemos as nossas obras (2 Co 9.8; Ef.4.28). É lamentável o fato de muitos cristãos ainda não haverem se conscientizado de que a obra de Deus é feita também, com dinheiro (Fp 4.10-19). Logo, o crente deve participar com seus dízimos e ofertas para que haja expansão da obra de Deus (Ml 3.10).
Para que a prosperidade não se converta num fim em si mesma, o cristão deve agir como um bom despenseiro daquilo que lhe foi confiado e não se comportar egoisticamente em relação àquilo que Deus lhe concedeu bondosamente (2 Co 6.1-10).
Nunca devemos esquecer de que as riquezas são passageiras e que deste mundo nada levaremos (1 Tm 6.7-17). Tudo que possuímos vem do Senhor e nossa suficiência está nele, por isso com espírito de gratidão participemos do principal propósito de Deus na verdadeira prosperidade que é atender as urgências do seu Reino neste mundo.
Na oração do Pai Nosso, uma das proposições orientadas por Jesus ao nos dirigirmos ao Pai Celestial diariamente, é sobre o Reino – “Venha o teu Reino....” (Mt 6.10). Isto significa que em nossas orações e em nosso viver diário devemos ter a máxima preocupação com o reino de Deus na terra e com o seu pleno cumprimento.
Como agência do Reino de Deus na terra, a Igreja do Senhor possui uma responsabilidade social. O cristão vive tanto na igreja quanto no seu mundo e tem responsabilidades para com ambos.
Empreender na questão social dever ser uma atitude e uma percepção por parte do cristão, haja vista a salvação ser dirigida ao homem inteiro. Trata-se do reconhecimento da aplicação do evangelho ao espírito e também ao corpo, libertando-o da culpa do pecado, das feridas da alma e ajudando no suprimento das necessidades primordiais á sobrevivência humana.
A grande maioria das igrejas, e crentes individualmente, demonstra “preocupação social” através da oração pelos problemas sociais que afligem o mundo. Esta preocupação é legítima e incentivada na Bíblia (I Timóteo 2:1-3). Bem menor, porém, é o número de igrejas e crentes que desenvolvem algum tipo de “serviço social”. Este serviço também é incentivado e acha apoio na Palavra, principalmente no exemplo dos primeiros cristãos (Atos 9:36; I Coríntios 16:1-3).
O maior problema hoje, entretanto, está na “ação social”. É muito raro ver igrejas ou crentes verdadeiramente envolvidos numa ação social. No entanto, esta atitude também está presente na Palavra. Muitos servos do Senhor no passado estiveram envolvidos em ação social, confrontando governantes ou mesmo se levantando contra governos injustos (Exemplos: Joiada, o sacerdote, que fez aliança com os capitães, para derrubarem a ímpia rainha Atalia, a fim de estabelecerem Joás como rei de Judá – II Crônicas 23; Daniel, em Babilônia; Neemias, em Judá; José, no Egito; entre outros).
Como igreja do Senhor, somos chamados não apenas a desenvolver uma preocupação social e para prestar serviços sociais, mas também para uma ação social efetiva. Este, porém não é um caminho fácil.
Hoje, vivemos numa sociedade de consumo, em cuja sociedade o que predomina é o individualismo e o hedonismo. Não existe disposição para se adiar nada. Os próprios pais procuram satisfazer todos os desejos dos filhos, que acabam não aprendendo a lidar com frustrações e "nãos". As propagandas, que são o pulmão deste sistema, criam novas "necessidades" e nos falam de uma vida plena de satisfação imediata, tipo êxtase proporcionado pelas drogas. Só que isto é utópico para a maioria das pessoas que estão excluídas dos bens de consumo.
A Teologia da Prosperidade é produto desta sociedade de consumo, prometendo conceder através da fé tudo aquilo que as propagandas dizem que uma pessoa precisa ter para ser feliz. Tal teologia tem domesticado o texto bíblico a fim de adequá-lo a mentalidade consumista, numa tentativa de validar o acumulo de bens muito acima das necessidades humanas, o que tem levado muitos crentes a se acomodarem e se amoldarem a este mundo, contrariando os rogos do Aposto Paulo (Rm 12.1-2).
Assim sendo, muitas igrejas, em vez de serem um termostato, acabam sucumbindo e se tornam apenas um termômetro que reflete e se ajusta ao clima, só mostrando o clima, mas não influenciando e transformando o clima. Alguns pastores sucumbem aos encantos do sucesso e, buscando se tornarem celebridades, acabam entrando no espírito deste mundo consumista.
Passam a pregar uma mensagem triunfalista e adocicada que esconde o preço do discipulado, nada falando sobre a necessidade da negação de si mesmo e de se carregar cada um a sua própria cruz, nada dizendo também sobre a graça de padecermos por Cristo. Usam Deus e a Bíblia como justificativa e meio para satisfação da ganância humana.
Pregadores da Teologia da Prosperidade estão como que dizendo que tudo está bem e que o sistema é magnífico e que os outros podem também vir a serem ricos como eles. Nada de novo nisto, pois Miquéias 7.2-4 mostra que a injustiça estava institucionalizada e permeava toda a sociedade incluindo os falsos sacerdotes e profetas que, já em sua época, visavam buscar riqueza para si mesmos.
Hoje, os pregadores da Teologia da Prosperidade, com a promessa de prosperidade e saúde sempre em nome da fé, entram numa competição desenfreada em busca de adeptos ou “consumidores”, chegando a apelar para novidades e “promoções” a fim de atrair o povo. Por falar no povo, é ele a grande vítima de todo este complexo sistema de nossa sociedade consumista, que acabou até seduzindo parte da Igreja evangélica.
Diante da grande mentira de que o prazer, o sucesso e o bem-estar físico, econômico e social são o grande alvo da vida e que tudo isto está acessível a todos, iludido, o povo busca no consumo a realização imediata deste ideal, mas, quase sempre, tem que lidar com a realidade de uma vida de privações, injustiça, lutas e muitos sofrimentos.
Assim, a felicidade passou a ser buscada a qualquer preço. Contudo para nós a verdadeira felicidade não vem em razão da posse de bens materiais, mas porque a fonte de todo o nosso contentamento encontra-se em Deus (Fp 4.11).
A verdadeira prosperidade possui um propósito que vai muito além dos interesses pessoais, infelizmente, o modelo de prosperidade apresentado em algumas teologias é meramente material e divorciado da ética cristã levando muitos crentes a perderem o foco da verdadeira prosperidade, através do egoísmo e do consumismo.
Jesus mesmo disse que não tinha onde reclinar a cabeça (Mt 8.20) e não tinha dinheiro sequer para pagar o imposto, tendo que solicitar a Pedro que pescasse um peixe que teria uma moeda dentro de si que serviria para pagar esta divida (Mt 17.24-27), pois sabemos que Jesus, sendo rico se fez pobre (2 Co 8.9).
Pedro e João disseram claramente que não possuíam ouro nem prata (At 3.6). Paulo experimentou período de pobreza (Fp 4.11, 2 Co 6.10, Tg 2.5). Comunidades inteiras de cristãos do Novo Testamento eram muito pobres (2 Co 8.2, Rm 15.26, Ap 2.9).
A própria Maria, entre todas as mulheres a mais agraciada, não teve um lugar descente para dar a luz ao seu Filho bendito. Todas as portas se fecharam e apenas a porta do curral foi a que se abriu para ela e para José seu esposo.
Ela não ficou murmurando e nem ficou rejeitando aquele lugar fétido e incipiente. Ela não ficou ali inconformada reivindicando um lugar condizente a sua condição de bendita entre todas as mulheres. Ela, pelo contrário, aceitou a sua própria cruz, acolheu a bendita graça de padecer por Cristo e não de somente crer nele (Fp 1.13).
Foi naquele curral e naquela manjedoura improvisada de berço que se fez Natal. A noite mais feliz da história humana! Infelizmente muitos evangélicos seduzidos pelo consumismo têm feito o contrário: exigem de Deus tudo o que eles querem.
Fontes de Consultas:
GONÇALVES, José. Lição EBD-CPAD – 1º. Trimestre 2012. Manual do Mestre
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
Novo Comentário Bíblico do Novo Testamento – Eds: READMACHER, Earl D; ALLEN, Ronald B; HOUSE, H. Wayne
COLSON, Charles – E Agora como Viveremos? – Edições CPAD
CHAFER. Teologia Sistemática. SPERRY, Lewis. (vl 1,2). Editora Hagnus
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva. Editora Vida Nova.
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
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