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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Subsídios para a Lição 010 - OFERTAS PACÍFICAS PARA UM DEUS DE PAZ - 02.09.2018


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 010 - OFERTAS PACÍFICAS PARA UM DEUS DE PAZ - 02.09.2018
Texto Bíblico: Levítico 7.11-21
Por: Pr. João Barbosa

Qualquer israelita podia apresentar uma oferta pacífica além dos sacrifícios feitos para expiação e a consagração, visto tratar-se de uma oferta voluntária. Algumas qualificações para os animais sacrificiais eram menos exigentes.

Eram permitidos animais machos e fêmeas (Lv 3.1,6). O animal era abatido à entrada do átrio externo. (Lv 3.1,2,7,8,12,13). E seu sangue era aspergido sobre o altar (Lv 3.2,8,13). As entranhas eram inteiramente             queimadas.

O sacerdote podia levar o peito e comê-lo com sua família num lugar limpo. Antes de toma-lo para si, o sacerdote tinha de reconhecê-lo como oferta levantada. O sacerdote tinha que levantar para o alto a porção dele para deixar claro que era do Senhor (Lv 7.34; Ex 29.27,28).

Depois ele tinha que agitá-la como oferta movida para simbolizar que era do Senhor, e que era pela provisão divina que viria pertencer ao sacerdote como alimento. O ofertante também podia apresentar bolos como pães asmos como parte da oferta de ações de graças (Lv 7.12).

A oferta de ações de graças é geralmente considerada como um sinônimo da oferta pacífica. O sacerdote também tinha licença de tomar um dos bolos asmos, movê-lo como oferta movida e consumi-lo.

A última etapa da oferta pacífica era a refeição comunitária, onde o ofertante e sua família desfrutavam daquelas partes da oferta que não tinham sido queimadas nem levadas pelo sacerdote (Lv 7.15-17).

As regras rigorosas estipulavam que elas deviam ser comidas por pessoas ritualmente puras, em um lugar ritualmente puro perto do santuário, e declaravam qual era o período de tempo durante o qual o alimento podia ser desfrutado.

Regularmente, a oferta pacífica era feita durante a Festa das Semanas (Lv 23.19,20), como símbolo de gratidão a Deus. Era associada ao voto do nazireado (Nm 6.17-20) e à ordenação de um sacerdote (Ex 29.19-34; Lv 8.22-32).

Frequentemente era feita uma oferta pacífica durante ou depois de períodos de perigos, adversidades ou renovação espiritual da nação, tais como guerra, fome, pestilência, dedicação do templo e reformas.

Ofertas voluntárias – Essas ofertas incluíam as dádivas apresentadas para cumprir um voto: ofertas votivas ou “voto”,  (Lv 7.16,17; 22.21; 27; Nm 6.21; 15.3-16; 30.11). O voto era feito como parte de um pedido a Deus, e depois pago quando o pedido era concedido como no caso de Jacó (Gn 28.20-21; 35.1-3).

No caso de Ana (1Sm 1.11; 24-28).
No caso de Davi, rei de Israel (Sl 22.15; 56.12; 61.5; 8).

Ou podia ser uma resposta voluntária à bondade de Deus. O cumprimento desse último voto coincide com a oferta de ações de graças (Lv 7.12,13,15;22.29; 2Cr 33.16; Sl 50.14.23; 116.17;).

Outro tipo de oferta voluntária (Ex 35.27-29; 36.3; Lv 7.16; Nm 15.3; Dt 12.7; 16.10; 23.23; Ez 46.12). Por causa da natureza espontânea da oferta voluntária, um boi ou um carneiro desproporcionado era aceitável (Lv 22.23).

Quando o piedoso israelita trazia ao Senhor uma oferta pacífica, estava demonstrando ali, diante do altar, por intermédio de gestos e ações dramáticas, a graça que inundava a sua alma. O ofertório era a expressão máxima exteriorizada ali perante a congregação de Israel: os favores imerecidos de Deus.

E se tantas bênçãos tinha recebido de Deus, porque não oferecer ao Senhor uma oferta de paz? Em sua saudação às igrejas, Paulo saudava com ofertas de paz (Rm 1.7; 1Co 1.3; Ef 1.2).

Graça e paz, a comunidade dos sacrifícios de louvores – Em suas epístolas, Paulo saudava as igrejas com uma fórmula que, embora provinda do grego e do hebraico, expressava a plenitude do evangelho: graça e paz (Rm 1.7; 1C0 1.3; Ef 1.2).

Ao dirigir-se aos santos com uma expressão tão profunda e significativa o apóstolo conscientizava-os de que eles se constituaim na comunidade de sacrifícios de louvores e paz com excelência: a obra da graça.

Mesmo sem a beleza da liturgia e do cerimonialismo levíticos, não deixavam eles de expressar toda formosura da vida cristã. O que é o sacrifício de louvor? Atentemos às palavras do autos da epístola aos Hebreus: “Por meio de Jesus Cristo, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto dos lábios que professam o seu nome (Hb 3.15).

Nessa exortação, distinguimos a diferenca entre o sacrifício de louvor do antigo e do N.T. O primeiro era gestual e dramático; o segundo é oral e marcado por amorosas proposições. O primeiro dependia de um altar; o segundo tem como altar o próprio adorador que sotereologicamente, é o templo do Espírito Santo.

Na antiga aliança, o crente dependia de um lugar específico para oferecer sua oferenda ao Senhor, já na economia do NT os discípulos de Jesus é instado a demonstrar o seu culto racional em todos os tempos e lugares; ele é o altar do santuário (1Co 3.16; Rm 12.1).

A excelência da oferta pacífica – Os dois sacrifícios da história sagrada são holocausto e oferta pacífica. A voluntariedade da oferta pacífica visivelmente demonstra no livro de Levítico (Lv 7.12), essa oferta para ser caracterizada como tal, deveria ser oferecida junto com ações de graças; nenhuma petição era admitida.

Naquela ocasião o israelita tinha como único objetivo agradecer e adorar ao Senhor por tudo que Deus tinha operado em sua vida. No livro dos Salmos as ofertas pacíficas são manifestas em louvores a Deus pelas suas benignidades (Sl 106.1; 118; 136).

Na economia do NT somos instados a oferecer a Deus ações de graças em todo tempo (1Ts 5.18). Paulo entendia que se assim fizéssemos nunca perderíamos a comunhão com Deus, com os irmãos e com Cristo (Cl 3.15).

Existiam três tipos de ofertas pacíficas: 1. Ações de graças –quando o ofertante agradecia ao Senhor por algum favor alcançado. Nessa ocasião o crente hebreu oferecia ao Senhor bolos e coscorões asmos amassados com azeite.

Os bolos, feitos da flor de farinha, tinham de ser fritos (Lv 7.12-15). A carne, que acompanhava o sacrifício pacífico, devia ser consumida no mesmo dia (Lv 7.15).
Os produtos trazidos a Deus eram acompanhados de louvores (Hb 13.15). Tanto ontem quanto hoje, somos instados a louvar e enaltecer continuamente ao Senhor.

2. Voto – Quando o crente hebreu estava em grandes angústias e dificuldades faziam votos ao Senhor prometendo-lhe oferta pacífica (Gn 28.20; 1Sm 1.11). Neste caso específico o sacrifício poderia ser comido tanto no mesmo dia quanto no dia seguinte.
( Lv 7.15,16;).

No terceiro dia nada dele podia ser ingerido. O voto, por ser uma ação voluntária, requeria igualmente uma atitude voluntária. Que o ofertante participasse das ofertas com alegria e regozijo.

3. Oferta movida – Na última etapa, o adorador entregava a oferta pacífica ao sacerdote que, seguindo o manual levítico, aspergia o sangue do sacrifício sobre o altar. Em seguida queimava a gordura do animal (Lv 7.30).

O peito era entregue a Arão e a seus filhos. Num último ato, o sacerdote movia a parte mais excelente da oferenda perante o altar: o peito e a coxa (Lv 7.31-35).

Os obetivos das ofertas pacíficas eram dois: Aprofundar a comunhão entre Deus e o crente e levar o ofertante a reconhecer que tudo quanto temos vem do Senhor, porque dele é a terra e a sua plenitude (Sl 24.1).

Davi rei de Israel foi o homem que em todo Israel, mais sacrifício pacífico apresentou ao Senhor (Sl 22.25; 56.12; 61.5,8). Os seus cânticos em si mesmo, já são um sacrifício de louvor e paz ao Deus de Abraão.

Sacrifícios e ofertas no NT – Jesus foi para o templo na Páscoa e participou da refeição pascal. Ordenou que os leprosos fossem aos sacerdotes para se submeterem à purificação ritual e levar as ofertas exigidas pela lei (Mt 8.4; Lc17.14).

No Sermão da Montanha nosso Senhor não rejeitou as ofertas sacrificiais, mas ressaltou que as pessoas deveriam ir primeiro reconciliar-se com os seus irmão antes de poder se reconciliar com Deus (Mt 5.23,24).

Depois da crucificação e da ascenção de Jesus, os apóstolos aplicavam a linguagem veterotestamentária do sacrifício e da expiação ao sacrifício de Jesus (Rm 3.25; 8.3).

A epístola aos Hebreus demonstra em especial como o sistema sacrificial do NT é cumprido por Jesus, como sumo sacerdote da nova aliança, por cujo sangue todos os pecados podem ser expiados, e por quem o cristão pode ser fortalecido para realizar as obras que agradem a Deus (Hb 13.20,21).

Paulo, da mesma maneira, exortava os cristãos em Roma a se oferecerem como sacrifício vivo a Deus, como oferta dedicatória (Rm 12.1,2).

Consultas:
ANDRADE, Claudionor de.Comentarista da Lição Bíblica do 3º. Trimestre.  Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico.
ANDRADE, Claudionor de.  Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. CPAD. Rio de Janeiro, 2018
WICLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD Rio de Janeiro, 2016.
VINE. W. E. Dicionário Bíblico. CPAD. Rio de Janeiro, 2010
ALEXANDER T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida. São Paulo, 2009
PEARLMAN Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Editora Dois Irmãos Ltda. Rio de Janeiro, 1963
ELWELL Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Editora Vida Nova, São Paulo, 2009
BROWN. Raymond E. Comentário Bíblico São Gerônimo – Antigo Testamento. Academia Cristã Ltda – Paullus. São Paulo 2007
História Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos. São Paulo, 2008
CHAPLIN. R.N. Antigo Testamento Interpretado – V7. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010


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