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sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Lição 07 - FOGO ESTRANHO DIANTE DE DEUS 12.08.18


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 07 - FOGO ESTRANHO DIANTE DE DEUS 12.08.18
Texto Bíblico: Levítico 10.1-11
Por: Pr. João Barbosa


Desde que Deus instituiu os sacrifícios de animais como uma forma de cobrir a nudez do primeiro casal no Éden, no mesmo dia em que eles caíram em pecado, o eterno matou alguns animais e com a pele cobriu a nudez do homem caído e de sua mulher.

E o sangue de uma vítima inocente foi derramado sobre a terra. A morte daqueles animais lá no Éden tinha dois propósitos: Primeiro, cobrir a nudez física. Segundo, cobrir a nudez espiritual e restaurar a comunhão do homem com Deus, pois, a transgressão do homem tinha impedido esta comunhão.

Isto é propiciar, cobrir ou expiar. Foi o significado do ato de Deus de cobrir a nudez do homem. Ali, o eterno estabelece o caminho de retorno do homem caído a Deus. Aquilo que foi acordado no conselho da deidade ou no eterno conselho de Deus (Sl 40.6-8; Hb 10.5-7; 1Pe 1.18-20. Ap 3.8; Tt 1.2).

Adão seguiu os ensinos de Deus  e instruiu os seus filhos como se dirigir ao Senhor quando atingissem a maioridade e cometessem algum pecado.

Quando os dois primeiros filhos de Adão, Caim e Abel, nascido já fora do Éden, já era do conhecimento de ambos que quando oferecessem a Deus alguma oferta a certeza da aceitação da parte de Deus era quando o fogo descesse dos céu e consumisse o holocausto. Caso não houvesse fogo, Deus não se agradara daquela oferta (Gn 4.3-5; 15.9,10,17,18; Lv 9.24).

De acordo com as instruções que o Senhor trtansmitira aos filhos de Israel, somente o sumo sacerdote estava autorizado a oferecer o incenso no altar de ouro (Ex 30.7-9). Mas, os dois filhos de Arão, Nadabe e Abiu, desafiando as instruções de Deus entraram no lugar sagrado como se este não passasse de uma propriedade familiar.

Nadabe e Abiu com sua rebeldia revelaram-se profanos e blasfemos. Precipitaram-se na condenação do Diabo; não souberam esperar o tempo determinado por Deus para que eles pudessem oferecer fogo no altar (1Tm 3.6).

Na falta de Arão,  acenderia Nadabe e se viessa a falecer precocemente acenderia Abiu. Ambos, porém, devido ao seu descaso com a obra de Deus não se achavam dispostos a aguardar pela morte do pai.

Eles estavam cientes de que apenas Arão estava autorizado por Deus a oferecer incenso no altar de ouro, mas ignoraram a regra sacerdotal. E consideraram-se acima das ordenanças e estatutos estabelecidos por Deus.

Neste gesto, temos a súmula de pequenas e grandes transgressões. Todas estas, já bem racionalizadas, redundaram-se em sua punição no limiar do lugar santíssimo.

Façamos, pois, uma pausa, indaguemos acerca de nós mesmos: “Como temos nos portado no ministério que Deus nos confiou?” Devemos estar bem lembrados de que o Deus que puniu Nadabe e Abiu não muda; sua justiça continua a mesma.

Vimos no início desse estudo que a resposta de Deus como aceitação de um sacrifício era que fogo viesse do céu da parte de Deus e nenhum outro fogo poderia ser oferecido sobre o altar sob pena de profanar aquele santo lugar.

Ao apresentarem fogo estranho ao Senhor não bastava ter o incenso prescrito pelo Senhor; era preciso ter também a brasa certa, para que Deus fosse honrado (Ex 30.9; Lv 16.12,13). Se o incenso era exclusivo, a brasa também era exclusiva. Tinha que ser tirada do altar do holocausto e transferida para o altar de ouro.

Pelo contexto podemos observar que Nadabe e Abiu não estavam preocupados nem com o incenso nem com o fogo. Por isso, o Senhor os matou diante do altar. Qualquer sacerdote iniciante sabia que o fogo do altar de incenso só poderia ser atiçado com as brasas do altar de bronze.

A simbologia era claríssima: Antes da adoração, que a expiação fosse observada: um leitor atento da Bíblia entende perfeitamente esse princípio sotereológico e isto fazia parte do cerimonial e da doutrina do culto levítico.

Então, por que os dois filhos de Arão Nadabe e abiu desprezaram estas recomendações? Eles tinham conhecimento sufuciente quando foram consagrados por Moisés (Lv 8.1,2,12,13,24).

Talvez nós ministros do altar também estejamos afrontando algum princípio básico do ministério cristão. Que o incenso e o fogo de nossa adoração a Deus sejam aqueles que foram prescritos pelo Senhor.

Temos também no NT um caso de fogo estranho quando Ananias e Safira sonegaram parte das ofertas que levaram aos apóstolos e foram fulminados à semelhança de Nadabe e Abiu, por causa da sua mentira (At 5.1-11).

A morte de Nadabe e Abiu abalou profundamente a casa de Arão. Apesar de haver perdido num só dia, dois de seus filhos, Arão foi proibido pelo Senhor de chorar, ficar triste ou expressar qualquer sentimento de pesar para que a ira de Deus não viesse sobre ele.

Ao se apresentarem com fogo estranho diante do Senhor, os filhos de Arão, que também eram ministros do altar, foram imediatamente fulminados no lugar sagrado (Lv 7.2).

Eles morreram fulminados porque não levaram em conta as ordenanças de Deus. Eles deveriam glorificar o nome do Senhor, mas preferiram buscar sua própria glória.

“O fogo, pois, sempre arderá sobre o altar; não se apagará; mas o sacerdote acenderá lenha nele cada manhã, e sobre ele porá em ordem o holocausto, e sobre ele queimara a gordura das ofertas pacíficas. O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará” (Lv 6.12,13).

As chamas sobre o altar eram perenes. Estes versículos dão-nos duas afirmações garantindo-nos que não poderiam apagar-se as chamas sobre o altar de bronze.

Os sacerdotes estavam encarregados de garantir que essas chamas nunca se apagassem (Lv 6.9). O sacerdote tinha de usar de todo o cuidado ao remover as cinzas,  afim de não perturbar os pedaços de gordura que continuassem queimando.

Pela manhã, o fogo era avivado com lenha, para que as chamas não se apagassem. Uma madeira santa era escolhida para esse mister, pelo que sempre havia em um depósito bastante lenha com esse propósito (Lv 1.7).

Foi o Senhor quem enviara o fogo do céu (Lv 9.24). E os homens do altar eram agora responsáveis por sua continuidade. Durante os dias do segundo templo, o fogo perpétuo consistia em três partes ou pilhas separadas de lenha sobre o altar, mas isto representava um desvio da ordenança original.

As maiores fogueiras eram usadas nos holocaustos diários; a segunda fogueira  supria os incensários e a queima de incensos; e a terceira fogueira mantinha o fogo perpétuo, que alimentava continuamente as outras duas fogueiras. Esse fogo nunca se apagava, até que Nabucodonosor forçou o fim desse fogo contínuo, devido ao fim do cativeiro babilônico.

Uma antiga tradição daqueles tempos diz que os sacerdotes judeus foram capazes de manter as chamas vivas em algum lugar oculto, e que, nos dias de Neemias, elas foram renovadas publicamente de acordo com o livro apócrifo ou Deuterocanônico de II Macabeus 1.19-22.

Muitas nações copiaram de Israel esse modelo e mantinham fogo aceso em seus altares. Isso acontecia na Pérsia, na Grécia e em Roma.

O pecado de Nadabe e Abiu consistiu em:
1. Cada um deles tomou o seu próprio incensário e não o sagrado utilizado no santuário.

2. Ofereceram incenso ao mesmo tempo, quando só um deles deveriam tê-lo feito.

3. Não tinham o direito de oferecer incenso, pois essa tarefa competia ao sumo sacerdote (Lv 16.12,13; Nm 7.11).

4. Ofereceram incenso em uma hora não-autorizada, estando isso limitado aos sacrifícios da manhã e da tarde (Ex 30.7-9).

5. Encheram seus incensários com fogo comum, e não com fogo tirado do altar, o único que podia ser usado com esse propósito (Lv 9.24; 16.12). O fogo sobre o altar tinha descido da parte de Deus e era mantido aceso mediante a regra das chamas perpétuas (Lv 6.12,13; Ap 8.5).

6. Beberam muito vinho e prestaram embriagados o seu serviço desautorizado conforme tradição judaica. Uma tradição caudaica palestina confirmam essa tradição.

7. Prepararam (literalmente, “fogo profano”), de acordo com as intrincadas regras para seus ingredientes e fabrico, segundo se vê em Ex 30. 34-38. Alguns eruditos supõem que fogo estranho  indica incenso.

Pode-se dizer com justiça que pelo menos parte dos itens mencionados desses sete pontos era conhecida dos filhos de Arão tornando-os culpados de pecado de presunção, ainda que parte das instruções possam ter sido dadas mais tarde.

Portanto, parte desse pecado consistiu em que os filhos de Arão agiram sem buscar a orientação divina. Fogo estranho portanto, passou a indicar com o tempo aquele fervor, zelo, sistema religioso e práticas mistas e religiosas que são estranhas ao cristianismo bíblico (Mt 7.21).

Os dois filhos de Arão não agiram às cegas, ou, então, deveriam ter esperado por maiores instruções. Eles pecaram por presunção. O mais provável é que ambos estivessem bem informados e deveriam ter esperado por maiores. Cumprir a vontade de Deus da maneira certa e no tempo certo é uma questão de sabedoria e seriedade.

Consultas:
ANDRADE, Claudionor de.Comentarista da Lição Bíblica do 3º. Trimestre.  Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico.
ANDRADE, Claudionor de.  Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. CPAD. Rio de Janeiro, 2018
WICLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD Rio de Janeiro, 2016.
DOCKERY, David S. Manual Bíblico Vida Nova. Editora Vida Nova. São Paulo 2001
DAVIS John. Novo Dicionário da Bíblia. Editora Hagnus. São Paulo 2008
Bíblia de Jerusalém. Editora Paulus, 2013
CHAPLIN. R.N. Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Vl 1. Editora Hagnus. São Paulo, 2010
ADMACHER. Early D.O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento. com recursos adicionais. Editora C Gospel. Rio de Janeiro 2010
ADMACHER. Early D.O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento. com recursos adicionais. Editora C Gospel. Rio de Janeiro 2010

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