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domingo, 29 de dezembro de 2013

O livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no Egito - Lição 01 – 1º. Tri EBD CPAD - 05.01.2014
Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Êxodo 1.1-14     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1.   Ressaltar os aspectos principais do livro de Êxodo.
2.   Delinear os aspectos biográficos de Moisés.
3.   Saber que o zelo precipitado de Moisés e sua fuga não impediram os propósitos divinos em sua vida.

II  - CONTEXTUALIZAÇÃO
Jacó desceu ao Egito com sua família aos 130 anos de idade – “E trouxe José a Jacó, seu pai, e o pôs diante de Faraó; e Jacó abençoou Faraó. E Faraó disse a Jacó: Quantos são os dias dos anos de tua vida? E Jacó disse a Faraó: Os dias dos anos das minhas peregrinações são de 130 anos; poucos e maus foram os dias dos anos da minha vida e não chegaram aos dias dos anos da vida de meus pais, nos dias das suas peregrinações” (Gn 47.7-9).
José tinha então 39 anos de idade quando seu pai e seus irmãos chegaram ao Egito. E Jacó viveu depois que chegou ao Egito, 17 anos – “E Jacó viveu na terra do Egito dezessete anos; de sorte que os dias de Jacó, os anos da sua vida, foram cento e quarenta e sete anos” (Gn 47.28). E viveu José mais 54 anos depois da morte de Jacó.
O último versículo do livro de Gênesis informa-nos suscintamente que José morreu da idade de 110 anos (Gn 50.26). E antes de dar seu último suspiro José fez jurar aos filhos de Israel, dizendo: “Certamente, vos visitará Deus, e fareis transportar os meu ossos daqui”  (Gn 50.25; Ex 13.19; Js 24.32; Hb 11.22).
Quando a família de Abraão, Isaque e Jacó, que no tempo dos patriarcas já eram conhecidos como os hebreus, desceram ao Egito nos dias de José o rei ordenou que José os colocasse na terra de Gózen, ao oeste do delta do Nilo ao sul da cidade do Cairo.

Durante o reinado de Amenemés III, 1.850 a.C., os israelitas viveram um período de muita paz e prosperidade e mais ou menos antes de 1730 a.C., o Egito foi conquistado gradualmente por um outro povo e o país passou a ser governado por uma aristocracia estrangeira – os hicsos, um povo semita vindo da Ásia.

Gózen foi uma das primeiras áreas conquistadas e a escravidão foi imposta aos filhos de Israel. Mais tarde os hicsos foram derrotados pelos egípcios, mas as coisas não melhoraram para os filhos de Israel pois o povo havia crescido muito, e antes haviam estado muitos próximos dos reis hicsos – um povo asiático, do que dos egípcios.

 III – DESENVOLVIMENTO
1. O livro de Êxodo - O livro do Êxodo descreve o principal acontecimento histórico para os israelitas: Além de ser o criador de todo o universo e aquele que estabeleceu uma aliança com a família de Abraão, Deus, em Êxodo, emerge como libertador e salvador dos israelitas.

Ele os livrou da escravidão egípcia e, neste processo, moldou-os na qualidade de nação, como prometera a Abraão em Gn 12.1-3. Da mesma forma que uma criança, Israel “nasceu” como nação no Êxodo, cresceu e desenvolveu-se no deserto, e atingiu a fase adulta na Terra Prometida.

O livro registra a origem desse povo e pode ser considerada a Carta Patente Fundamental de Israel. Ao longo de toda esta obra dramática, Deus demonstrou seu poder e sua santidade por meio de sinais miraculosos e maravilhas. Por fim, por intermédio de Moisés no monte Sinai, o Senhor ensinou a seu povo como se tornar um reino de sacerdote e uma nação santa dedicada a servir-lhe e adorá-lo (Ex 19.6).

Êxodo foi escrito para que tivéssemos um registro histórico e permanente dos atos de Deus, pelos quais Israel foi liberto do Egito e organizado como sua nação escolhida. Através dos atos divinos, Israel recebeu a revelação escrita, do concerto entre Deus e aquela nação.

Êxodo também foi escrito como um elo extremamente importante da auto revelação geral e progressiva de Deus, tendo o seu ponto culminante na pessoa do Senhor Jesus Cristo no NT.

O livro de Êxodo começa com a descrição do sofrimento dos descendentes de Jacó no Egito, a saber: opressão, escravidão e infanticídio, e termina com a presença, o poder e a glória de Deus manifesto no Tabernáculo, no meio do seu povo já liberto, no deserto. O êxodo de Israel para fora do Egito, é declarado em todo o AT como a mais grandiosa experiência de redenção do velho concerto.

2. O nascimento de Moisés - Nos dias de Tutmés I, que foi o grande construtor do império egípcio, ele considerou a presença dos filhos de Israel que eram considerados como estrangeiros no Egito, uma ameaça à estabilidade da nação.

Então ordenou que as parteiras matassem os meninos recém-nascido dos hebreus. Quando isso não funcionou, o rei ordenou que os egípcios pegassem os meninos nascidos nas famílias hebréias e lançassem no rio Nilo. A situação tornou-se desesperadora para os filhos de Israel.

O menino Moisés nasceu em um momento de crueldade, sofrimento e desepero. Ele começou a viver numa época sombria, muito depois da meia noite... O dia mais negro da história do povo hebreu até então. Mesmo assim a vida continuou para o povo judeu.

Homens e mulheres se casavam, cuidavam de seus filhos e tentavam viver como família, mesmo debaixo da opressão e de brutalidade por parte dos egípcios. Nos primeiros versículos do cap.2 de Êxodo, lemos a respeito de um casamento celebrado  sobre essas condições difíceis: “Foi-se um homem da casa de Levi e casou com uma descendente de Levi. E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que era formoso, escondeu-o por três meses” (Ex 2.1,2).

Moisés tornou-se um grande homem de fé porque os pais de Moisés tinham fé. Eram levitas, isso significa que eles eram comprometidos com as coisas de Deus. Pois assim se expressa o escritor da carta aos Hebreus cap.11: “Pela fé Moisés, apenas nascido, foi ocultado por seus pais, durante três meses, porque viram que a criança era formosa; também não ficaram amedrontados pelo decreto do rei” (Hb 11.23).

Esse rei era Faraó, o governante avarento do Egito. Ficamos sabendo aqui que essa criança foi protegida durante três meses pela fé. Seus pais temiam mais o Deus dos céus do que um rei terreno, perverso e mau. Não deve ter sido fácil esconder um menino sadio. Mas, em vista de sua reverência a Deus e confiança no Senhor vivo, eles fizeram exatamente isso.

Embora o Êxodo não mencione, Moisés não era o primogênito, ele tinha uma irmã mais velha, Miriam – ainda menina, e um irmão mais velho chamado Arão. “Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou com betume e piche, e, pondo nele o menino, largou-o à beira do rio”  (Ex 2.3).

Com grande cuidado e ternura, Joquebede preparou uma substância parecida com betume, encontrada nas margens do Nilo, e cobriu as laterais de um pequeno cesto de junco, tornando-o impermeável. A mãe de Moisés provavelmente, entrou na água e prendeu o cesto num lugar especial.

Ela não o empurrou simplesmente na correnteza, mas colocou-o exatamente onde queria, Joquebede tinha um plano. Ela procurou preparar o melhor plano possível em meio àquelas terríveis circunstâncias, deixando os resultados finais para o Deus soberano.

É possível que Joquebede tivesse identificado certos hábitos na filha de Faraó, ela sabia que nun certo lugar, numa certa hora, a princesa ia banhar-se no rio. Pensou também que, se pusesse o cesto no lugar certo e na ocasião certa, a princesa e suas criadas o veriam, ou pelo menos ouviriam o choro do bebê. E foi exatamente isso que aconteceu. Joquebede retornou para sua casa e Miriam, ficou de longe, para observar o que lhe havia de suceder.

Desceu a filha de Faraó para banhar-se no rio, e as suas donzelas passeavam pela beira do rio (Ex 2.1,2).  Naquela conjuntura da história do Egito, duas filhas de Faraó reinavam por algum tempo como corregente sobre uma região do Nilo. Pode ser que Joquebede soubesse disso e tivesse colocado deliberadamente seu amado filho perto de uma dessas corregentes.

Joquebede esperava que a princesa, pessoa de grande influência visse a criancinha indefesa e se apiedasse dela. Os egípcios consideravam o Nilo um de seus deuses. Será que a princesa acreditaria que um de seus deuses trouxera o menino? Parece que Joquebede acreditava que sim. Mas como ter certeza? Só podia por seu filho e à si mesma à mercê de Deus. Não restava mais nada a fazer.

3. O zelo precipitado de Moisés e sua fuga – As Escrituras, dizem simplesmente que quando a princesa abriu  o cesto de jnunco e viu a criança, o menino chorava. A princesa teve compaixão do menino e disse: Este é menino dos hebreus. Tinha certeza que aquela criança era hebréia e que sua mãe não teve coragem de afogar o próprio filho.

Miriam irmã de Moisés sutilmente se aproximou. Eis o que a Bíblia diz: “Então disse sua irmã à filha de Faraó: Queres que eu vá chamar uma das hebréias que sirva de ama e te crie a criança?” (Ex 2.7). Miriam não contou a princesa que a ama hebréia era a própria mãe do bebê.

Possivelmente a menina havia sido treinada para que tudo pudesse parecer natural e espontâneo, era como se dissesse: Talvez eu possa arranjar alguém para ajudá-la, princesa. Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai, saiu a moça e chamou a mãe do menino. Então lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário.

A mulher lhe tomou o menino e o criou (Ex 2.9). Joquebede não só recuperou o filho da morte, como obteve sanção e proteção oficial da filha de Faraó, e também ganhou para criá-lo. As Escritura nos dizem: “Sendo o caminho dos homens agradáveis ao Senhor, este reconcilia com eles os seus inimigos” (Ex 2.1,2).

“A mulher tomou o menino, e o criou. Sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, da qual passou ele a ser filho. Esta lhe chamou Moises, e disse: Porque das águas o tirei”  (Ex 2.9,10). O pequeno Moisés ganhou não só seu próprio quarto, como também váriios outros aposentos.

Não aprendeu as lições escolares mais em casa, sob os cuidados de Joquebede, mas com os cultos tutores egípcios. Estes começaram a instruir o confuso rapazinho quanto ao protocolo, estilo de vida, e cultura egípcia. Ele teve de passar por todos os processos de reorientação para o trono.

Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios ” (At 7.22). O texto original diz: Em toda sabedoria do Egito”. Nos tempos de Moisés menino, as pessoas se referiam a um indvíduo brilhante “como tendo a sabedoria dos egípcios”. Embora educado no Egito, Moisés não se deixou absorver por  essa cultura.

Desde bem cedo, Moisés mostrou ser homem dotado de visão, espírito de sacrifício e determinação. Só um homem assim poderia livrar os israelitas do exílio do Egito. Ele observou a pesada servidão deles, e teve compaixão de seu povo. E, ao defender um compatriota hebreu, matou o egípcio atacante.

Além do trabalho pesado, os hebreus estavam sendo maltratados. Moisés observou isso, e seu coração voltou-se para o seu povo. Moisés ocultava as evidências de seu crime; mas a questão não terminou com o egípcio sepultado na areia. No dia seguinte, Moisés tentou interromper uma briga entre dois hebreus.

Mas acabou sabendo, da parte de um dos antagonistas, que seu ato homicida tinha sido visto e, sem dúvida, discutido entre os observadores. Isso significava que, em breve, a história inteira seria descoberta, e Moisés passaria  a ser caçado pela justiça de Faraó.

Este estaria agora ouvindo as notícias ou em breve as ouviria, de que Moisés matara um egípcio. Então mandaria matar Moisés. E assim Moisés fugiu para seu exílio de quarenta anos na terra de Midiã, o segundo grande círculo de sua vida.

IV – CONCLUSÃO:  Nas Escrituras Moisés é retratado como um ser plenamente humano, seu nascimento nada tem de especial, embora, as circunstâncias sejam raras. Quando recém-nascido, deveria ser posto à morte por ordem de Faraó (Ex 1.16.22; 2.1-3).

Providencialmente, foi resgatado e guardado em segurança dentro do próprio palácio de Faraó. Foi preparado para seu papel único na corte do Egito e também instruído para o papel que haveria de cumprir no deserto, na própria área onde deveria servir como agente de Deus em favor do seu povo. Seu chamado para o serviço não foi usual, mas o chamado foi real (Ex 3.4-12).

Depois Deus falou a Moisés numa sarça ardente, ele não era mais apenas um israelita ou um pastor a serviço de um midianita. Ele era um homem com um mandato divinamente atribuído. Ele tinha uma insigne missão e pôs-se imediatamente a cumprir as várias tarefas que constituiam essa missão. Moisés serviu como portador de Deus a Israel e a Faráo.




Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus
SWINDOLL. Charles R. – José – Um homem íntegro e indulgente. São Paulo, 2000. Editora Mundo Cristão

SWINDOLL. Charles R. – José – Um homem íntegro e indulgente. São Paulo, 2000. Editora Mundo Cristão

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