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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Um libertador para Israel - Lição 02 – 1º. Tri EBD CPAD - 12.01.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Êxodo 3.1-9     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1.   Compreender como se deu a chamada e o preparo de Moisés.
2.   Saber quais foram as desculpas apresentadas por Moisés ao Senhor.
3.   Analisar como foi a apresentação de Moisés a Faraó.

II  - CONTEXTUALIZAÇÃO
Nas Escrituras Moisés é retratado como um ser plenamente humano. Não é descrito como um ser mitológico; nem é deificado em sentido algum. Seu nascimento foi plenamente normal embora as circunstâncias sejam raras. Quando recém-nascido deveria ser posto à morte por ordem do Faraó (Ex 1.16.22; 2.1-3).
Providencialmente, foi resgatado e guardado em segurança no próprio palácio do Faraó. Foi preparado para o seu papel único na corte do Egito. Foi preparado para o papel que havia de cumprir no deserto onde deveria servir como agente de Deus em favor de seu povo.
Seu chamado para o serviço não foi usual, mas o chamado foi real (Ex 3.4-12). Depois que Deus falou a Moisés numa sarça ardente, ele não era mais apenas um israelita ou um pastor a serviço de um midianita. Ele era um homem com um mandato divinamente atribuído. Ele tinha uma insigne missão e pôs-se imediatamente a cumprir as várias tarefas que constituiam essa missão.
Moisés serviu como porta-voz de Deus a Israel e a Faraó. Suas palavras eram poderosas e efetivas. Israel foi libertado do cativeiro, do poder e da autoridade do Egito, e foi guiado ao monte Sinai, onde Deus revelou a lei (Ex 20.2-17).
Moisés organizou sob a direção de Deus, o ritual do culto, o sacerdócio (Ex 29.1,35-37; Lv 8.1-9,25) e a ordem do povo para o acampamento e para a marcha (Nm 2.2-34). Ele foi o agente por meio de quem foram supridos de água e alimento (Ex 16.6-15; 17.5-7). Ele foi o guia através do traiçoeiro deserto e ao longo das fronteiras de Edom (Nm 20.14-21) e Moabe (Nm 21.10-20; Jz 11.18) na rota à Terra Prometida.
Ele serviu como juiz e fundador de um sistema judicial para os israelitas (Ex 18.13-26). Em resumo, os últimos quatro livros do Pentateuco representam Moisés, o homem, providencialmente preparado para um serviço singular: ser o mediador de Israel diante de Deus.

 III – DESENVOLVIMENTO
1. Moisés – sua chamada e seu preparo – A situação do povo israelita havia chegado a um nível insuportável durante o período da ausência de Moisés. Quarenta anos antes, quando Moisés saiu do Egito e chegou nas fronteiras do império egípcio, na região da Palestina e na árida península do Sinai, onde vivia um grupo muito diverso de pessoas chamadas de midianitas, Moisés consentiu em morar na casa de um sacerdote de Midiã chamado Jetro ou Reuel, o qual deu a Moisés sua filha Zípora, por mulher. E se tornou pastor das ovelhas de seu sogro.

No Egito os israelitas clamavam, gemiam, se lamentavam e suspiravam debaixo da mão opressora do Faraó. Provavelmente, Tutmosis III, que morreu aproximadamente em 1.447 a.C. Isso significa que Moisés poderia retornar ao Egito. Com o falecimento do rei, as autoridades egípcias encerravam todas as acusações pendentes, mesmo em casos de crime capital (Ex 4.19). Deus tinha um plano de libertação para Israel e iria usar o homem chamado Moisés para libertar a Israel.

O primeiro grande ambiente pelo qual Moisés passou em sua vida, sem nenhuma dúvida, foi o lar em que foi criado por seus pais. Sua mãe Joquebede e seu pai Anrão lhe ensinou a respeito de Abraão, de Isaque, de Jacó, e também lhe falou acerca de José e do pedido que José fizera acerca dos seus ossos quando disse a seus irmãos: Certamente Deus vos visitará e fareis transportar os meus ossos daqui (Gn 50.25,26).

O segundo grande ambiente foi a corte do Faraó do Egito. Ali ele aprendeu o que o Egito tinha de melhor, sua tecnologia, as artes, e a guerra. Em sua vida acadêmica, diz o diácono Estevão, ele foi instruído em toda a ciência dos egípcios e foi entre os egípcios, varão poderoso em palavras e em obras (At 7.22).

O terceiro ambiente na vida de Moisés foi o lugar já descrito acima entre a fronteira do Egito e de Canaã ao pé do Sinai, na época conhecido como terra de Midiã, onde Moisés constituiu uma família com Zípora, filha de Reuel, sacerdote de Midiã.

Estes preparos envolveram um tempo de aproximadamente oitenta anos desde o nascimento de Moisés até então. Mesmo que ele não soubesse, Deus o estava preparando para uma grande missão – libertar o seu povo do cativeiro do Egito.

“E apascentava Moisés, o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto, e veio ao monte de Deus, a Orebe e apareceu-lhe o Anjo do Senhor, em uma chama de fogo; no meio de uma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. E Moisés disse: Agora me virarei para lá e verei esta grande visão, porque a sarsa se não queima.

E, vendo o Senhor que se virava para lá a ver, bradou Deus a ele no meio da sarça e disse: Moisés? Moisés? E ele disse: Eis-me aqui. E disse: Não te chegues para cá; tira os teus sapatos de teus pés; porque o lugar em que estás é terra santa. E disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. E Moisés cobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus” (Ex 3.1-6).

2. As desculpas de Moisés e a sua volta para o Egito – Após Deus se identificar a Moisés, Deus diz a Moisés que viu a aflição de seu povo  e que ia livrá-los, tirando-os da escravidão e levando-os a uma terra boa e próspera. “Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito” (Ex 3.10).

Então, Moisés disse a Deus: “Quem sou eu que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel? E Deus disse: Certamente Eu serei contigo; e isto te será por sinal de que Eu te enviei: Quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte” (Ex 3.11,12).

Moisés já tinha visto a sarça ardendo no deserto, já tinha ouvido a voz de Deus chamando-o para a grande missão de libertar o seu povo, mas não se considerava capacitado para desempenhar tão grande missão, mesmo Deus lhe garantindo que seria com ele.

Então, disse Moisés a Deus: Eis que quando vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direis? E disse Deus a Moisés: Eu Sou o que Sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós. E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é o meu nome eternamente, e este é o meu memorial de geração em geração” (Ex 3.3-15).

Deus ordena a Moisés que ao chegar de volta ao Egito, procurasse os anciãos de Israel e dissesse para eles que o Deus de nossos pais me apareceu no deserto e me ordenou que viesse falar com Faraó para que deixasse os filhos de Israel, irem caminho de três dias para sacrificar ao Senhor (Ex 3.16-18).

Então Moisés apresentou outra desculpa para não obedecer aquilo que Deus o estava ordenando. Os israelitas não acreditariam nele, e ainda diriam que Deus não haveria aparecido a Moisés. Deus respondeu a Moisés por meio de sinais. Moisés lançou no chão a vara com que apascentava as ovelhas de seu sogro, e ela se transformou em uma serpente.

Quando Moisés pegou a serpente pela cauda, a serpente novamente se transformou no cajado do pastor de ovelhas. O segundo sinal para que Deus convencesse Moisés e este pudesse convencer o povo foi “Disse mais o Senhor: mete agora a mão no peito. E, tirando-a, eis que sua mão estava leprosa, branca como a neve.

E disse: Torna a meter a mão no peito. E tornou a meter a mão no peito; depois, tirou-a do peito, e eis que se tornara como a sua outra carne, E acontecerá que, se eles te não crerem, nem ouvirem a voz do primeiro sinal, crerão na voz do derradeiro sinal;

e se acontecer que ainda não creiam a esses dois sinais, nem ouçam a tua voz, tomarás das águas do rio e as derramarás na terra seca. E as águas que tomarás do rio tornar-se-ão em sangue sobre a terra seca”  (Ex 4.6-9).

Deus disse a Moisés que fosse fazer o seu trabalho que ele o ensinaria como deveria falar (Ex 4.10-12). Moisés ainda relutou e sugeriu a Deus “Ah! Senhor! Envia aquele que hás de enviar, menos a mim”  (Ex 4.13). Mas Deus lhe respondeu dizendo: “Eis que te tenho posto por Deus sobre Faraó; e Arão, teu irmão, será o teu profeta” (Ex 7.1).

Assim, Moisés não tinha nenhuma alternativa a não ser obedecer a voz de Deus. Moisés tinha chegado ao seu limite, e não poderia mais protelar sua obediência a Deus e continuar dizendo: Não sei falar, sou pesado de língua, sou tímido.

O Senhor lhe disse que Arão seria um companheiro adequado para aquela missão e que ele falaria ao povo por Moisés. “Disse também o Senhor a Arão: Vai ao encontro de Moisés ao deserto. E ele foi, encontrou-o no monte de Deus e o beijou. E anunciou Moisés a Arão todas as palavras do Senhor, que o enviara, e todos os sinais que lhe mandara.

Então, foram Moisés e Arão e ajuntaram os anciãos dos filhos de Israel. E Arão falou todas as palavras que Deus falara a Moisés, e fez os sinais perante o povo. E o povo creu; e ouviram que o Senhor visitava os filhos de Israel e que via a sua aflição; e inclinaram-se e o adoraram”  (Ex 4.27-31).

3. Moisés se apresenta a Faraó – O encontro de Moisés com Faraó não foi nada animador. Podemos observar isto pela resposta que o rei deu a Moisés: “Quem é o Senhor, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tão pouco deixarei ir Israel”  (Ex 5.2).

O pensamento de Faraó era o seguinte: Se eu tenho tantos deuses aqui no Egito, porque devo obedecer a esse Deus estranho que quer tirar de mim essa mão de obra escrava? Deus já havia dito a Moisés que o diálogo com Faraó seria muito duro e que apenas pela forte mão de Deus os hebreus sairiam daquela terra.

Depois do encontro de Moisés com Faraó, os filhos de Israel sentiram-se prejudicados pela intervenção de Moisés junto a Faraó. Eles, não tinham conhecimento de que Moisés estava ali no Egito obedecendo a voz de Deus, e não era a vontade de Moisés que o sofrimento do povo aumentasse.

A promessa divina para com Israel não foi esquecida por Deus (Gn 15.13-15). Depois do encontro de Moisés e Arão com Faraó e das queixas dos hebreus, visto que Faraó mandou aumentar-lhes a carga de trabalho, o Senhor diz a Moisés: “Agora  verás o que hei de fazer a Faraó; porque, por mão poderosa, os deixará ir, sim, por mão poderosa, os lançará de sua terra” (Ex 6.1).

Observamos como Deus muitas vezes dá uma palavra em meio às adversidades e as correntes contrárias; e quando isto acontece. é o suficiente para termos a certeza de que ele está conosco e se permanecermos firmes no devido tempo, ele cumprirá com o que prometeu (2Tm 2.13).

 IV – CONCLUSÃO: As Escrituras indiscutivelmente ensinam que o endurecimento do coração do insensato é um ato divino e proposital (Rm 1.21-24). Isto fica bem evidente no encargo que Deus deu a Moisés com respeito ao rei do Egito; “Tu falarás tudo que eu te ordenar...

Eu, porém, endurecerei o coração de Faraó e multiplicarei na terra do Egito os meus sinais e as minhas maravilhas. Faraó não vos ouvirá; e eu porei a mão sobre o Egito e farei sair as minhas hostes, o meu povo, os filhos de Israel, da terra do Egito, com grandes manifestações de julgamento. Saberão os egípcios que Eu sou o Senhor” (Ex 7.2-5).

Antes disso, o Senhor tinha dito a Moisés: “Quando voltares ao Egito, vê que faças diante de Faraó, todos os milagres que te hei posto na mão; mas Eu lhe endurecerei o coração, para que não deixe ir o povo” (Ex 4.21).

A pessoa principal nas Escrituras, em quem esta verdade terrível obtém a revelação mais clara, é Faraó. Nós não sabemos dizer porque motivo isso aconteceu. Ao invés de olharmos com desprezo para ele, das alturas de nossa compaixão imaginária, devemos nos lembrar das palavras do apóstolo Paulo: “Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece-se a quem quer” (Rm 9.18).


Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal
GRONINGEN. Gerard van. Revelação Messiãnica no Antigo Testamento – A origem divina do conceito messiânico e o seu desdobramento progressivo. São Paulo, 1995. Editora Cultura Cristã.
KUYPER. Abraham. A Obra do espírito Santo – O Espírito Santo em ação na Igreja e no Indivíduo – São Paulo 2000. Editora Cultura Cristã.
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus

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