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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A Celebração da Primeira Páscoa - Lição 04 – 1º. Tri EBD CPAD - 26.01.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Êxodo 12.1-11     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1.   Analisar o significado da Páscoa para os israelitas, egípcios e para o cristão.
2.   Saber quais eram os elementos principais da Páscoa.
3.   Conscientizar-se de que Cristo é a nossa Páscoa.

II  - CONTEXTUALIZAÇÃO
Com os lombos cingidos, sapatos nos pés, e cajado à mão, o povo de Israel permaneceram em pé, silencioso, com respeitoso temor, aguardando o mandado real que lhes ordenaria sair do Egito. Antes que a manhã raiasse, estariam em caminho.
Durante as pragas, quando a manifestação do poder de Deus ascendera a fé no coração dos escravos israelitas, e lançara o terror no coração de seus opressores, os israelitas haviam-se gradualmente reunidos em Gósen.
E, apesar da precipitação da sua fuga, algumas disposições já haviam sido tomadas para necessária organização e direção das multidões em movimento, sendo estas divididas em grupos, sob dirigentes designados para isso.
Assim, partiram os filhos de Israel de Ramessés para Sucote, coisa de seiscentos mil de pé, somente de varões, sem contar os meninos. E subiu também com eles uma mistura de gente e ovelhas, e vacas, uma grande multidão de gado.
E cozeram bolos asmos da massa que levaram do Egito, porque não se tinha levedado, porquanto foram lançados do Egito; e não se puderam deter nem prepararam comida. O tempo que os filhos de Israel habitaram o Egito foi de 430 anos” (Ex 12.37-40).
Nesta multidão havia não somente os que eram movidos pela fé no Deus de Israel, mas também um número muito maior dos que desejavam escapar das pragas, ou que seguiam o andar das multidões em movimento, meramente levados pela curiosidade. Essa mistura de gente é uma classe que a Biblia chama de vulgo.
O povo levou também consigo, ovelhas e vacas e uma grande multidão de gado. Antes de deixar a terra do Egito, por instrução de Moisés, o povo exigiu uma recompensa pelo seu trabalho que não fora pago; e os egípcios estavam por demais desejosos de se livrarem da presença dos israelitas.
Eles sairam do cativeiro, carregados dos despojos de seus opressores (Ex 3.21,22; 11.2,3; 12.35,36). Para se cumprir a palavra do Senhor a Abraão que quando saíssem da escravidão, sairiam com grandes fazendas (Gn 15.13,14).
Os quatrocentos anos haviam se cumprido. “E aconteceu naquele mesmo dia que o Senhor tirou os filhos de Israel da terra do Egito, segundo os seus exércitos” (Ex 12.40,41,51; 13.19).
Ao sairem do Egito os israelitas levaram consigo um precioso legado, os ossos de José, que tanto tempo esperaram o cumprimento da promessa de Deus, e que durante os anos tenebrosos do cativeiro, havia sido uma lembrança para o livramento de Israel.


Cronologia dos Patriarcas
Ano
Evento
2.166 a.C
Nascimento de Abraão (Gn 11.26)
2.066 a.C
Nascimento de Isaque (Gn 21.5)
2.006 a.C
Nascimento de Jacó (Gn 25.26)
1.991 a.C
Morte de Abraão aos 175 anos de idade (Gn 25.7)
1.915 a.C
Nascimento de José (Gn 30.23-24)
1.898 a.C
José é vendido ao Egito, com 17 anos (Gn 37.2-28)
1.886 a.C
Morte de Isaque, aos 180 anos (Gn 35.28)
1.876 a.C
Jacó muda-se para o Egito, aos 130 anos – José estava com 39 anos de idade (Gn 47.9)
1.859 a.C
Jacó morre aos 147 anos – 17 anos depois de entrar na terra do Egito (Gn 47.28)
1.805 a.C
José morre no Egito, aos 110 anos de idade (Gn 50.26)

Da descida de Jacó para o Egito em 1.876. a.C, até a saída dos filhos de Israel do Egito sob a liderança de Moisés em 1.446 a.C., temos a contagem exata de tempo em que os filhos de Israel permaneceram no Egito – 430 anos (Ex 12.40).
Obs: As datas cronológicas variam de acordo com os cálculos dos eruditos que as consideram de acordo com a forma de datação do tempo, considerando que só no século VI da Era Cristã, um abade chamado Dionísio Exíguo, procurou corrigir algumas distorções do tempo a fim de estabelecer com exatidão a data do nascimento de Cristo.
Sabe-se porém, que aquele abade deixou muitas falhas nos seus cálculos cronológicos. Embora, muitos outros eruditos tenham procurado encontrar a data exata do nascimento de Cristo, a fim de poder datar com exatidão os anos. Contudo, existem divergências que podem variar em até 200 anos.

 III – DESENVOLVIMENTO
1. A Páscoa – Após o derramamento da nona praga – a das trevas (Ex 10.21-23), Moisés tinha sido proibido, sob pena de morte, a aparecer outra vez perante Faraó; mas uma última mensagem da parte de Deus deveria ser proferida ao rebelde monarca, e novamente Moisés veio perante ele, com o terrível anúncio:

Assim o Senhor tem dito: À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito; e todo o primigênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que se assenta com ele sobre o seu trono, até o primogênito da serva que está detrás da mó, e todo primogênito dos animais.

E haverá grande clamor em toda a terra do Egito, qual nunca houve semelhante e nunca haverá; mas contra todos os filhos de Israel nem ainda um cão moverá a sua língua, desde os homens até aos animais, para que saibais que o Senhor fez diferença entre os egípcios e os israelitas.

Então, todos estes teus servos descerão a mim, e se inclinarão diante de mim, dizendo: sai tu, e todo o povo que te segue as pisadas; e depois eu sairei (Ex 11.4-8).

Antes da execução desta sentença, o Senhor por meio de Moisés deu instruções aos filhos de Israel relativas á partida do Egito, e especialmente para sua preservação no juízo por vir. Cada família, sozinha ou ligada com outra, deveria matar um cordeiro ou cabrito “sem mácula”, e com um molho de isôpo espargir seu sangue “em ambas as ombreiras, e na verga da porta da casa, para que o anjo destruidor, vindo à meia-noite, não entrasse naquela habitação.

Deveriam comer a carne, assada, com pães asmos e ervas amargosas, à noite, conforme disse Moisés, com “os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão: e o comereis apressadamente: esta é a Páscoa do Senhor” (Ex 12.1-28).

Para os egípcios a Páscoa significou o juízo divino final sobre o Egito, Faraó e todos os deuses cultuados ali. Ela foi um duro julgamento de Deus para com as atrocidades cometidas pelos egípcios contra os meninos hebreus (Ex 1.15-17). Muito antes de qualquer praga cair sobre o Egito, Deus já havia advertido Faraó que mataria o seu filho primogênito caso ele não deixasse Israel sair (Ex 4.22,23).

Faraó resistiu deixar o povo sair até que finalmente veio o juízo de Deus sobre o Egito. E enquanto havia choro nas casa egípcias, nas casas dos judeus havia alegria e esperança. O Egito, a escravidão e Faraó ficariam para trás. Os israelitas teriam sua própria terra e não seriam escravos de ninguém.

Se para os egípcios a noite da Páscoa foi uma noite de desgraça, para os israelitas, a noite era de expectativa em relação ao que Deus dissera por intermédio de Moisés, com respeito a todo o processo apressado de celebração da Páscoa na noite de deixarem o Egito. Para os israelitas a Páscoa era a passagem para a liberdade, uma vida vitoriosa e abundante (Jo 10.10).

Para nós, cristãos, a Páscoa é a passagem da morte dos nossos pecados para a vida de santidade em Cristo – “.....porque Cristo é a nossa Páscoa” (1Co 5.7c). No Egito um cordeiro foi imolado para cada família. Na cruz morreu o Filho de Deus pelo mundo inteiro (Jo 3.16). Foi para isto que Cristo veio ao mundo, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, para nos libertar do jugo do pecado.

2. Os elementos da Páscoa – 1º. O pão: Deveria ser assado sem fermento, pois não havia tempo para que o pão pudesse crescer (Ex 12.8; 11, 34-36). 2º. As ervas amargas: Simbolizavam toda amargura e aflição enfrentadas no cativeiro – 430 anos. 3. O cordeiro:

Um cordeiro sem defeito deveria ser morto e o sangue derramado nos umbrais das portas. O sangue era uma  proteção e um  símbolo da obediência. A desobediência seria paga com a morte. O cordeiro da Páscoa judaica era uma representação do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).

3. Cristo nossa Páscoa – No Egito, a morte do cordeiro e o seu sangue derramado sobre as vergas das portas só substituía o primogênito dos israelitas, mas o sangue de Jesus, o nosso cordeiro pascal – derramado na cruz do Calvário, proveu salvação não apenas dos judeus, mas também dos gentios – todos nós.

Ao imolar o cordeiro pascal, o sangue era derramado em uma bacia (Ex 12.22). O sangue do cordeiro na bacia era um “tipo” da graça de Deus para com cada israelita. Molhar o isôpo com o sangue do cordeiro da bacia e levar ás vergas e umbrais das portas era lançar mão da graça de Deus disponível à cada israelita. Doutra sorte seria mortos. De igual modo hoje, a morte de nosso Senhor Jesus Cristo é a graça de Deus dispensada para cada pecador, cabe a este aceitar o sacrifício de Cristo para o seu livramento da morte eterna. E assim cumprir-se-á o que diz o apóstolo: “Porque a graça se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11) – “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie (Ef 8.9).

O sacrifício de Cristo substituiu a humanidade desviada de Deus (Rm 3.12,23).  “.....porque Cristo é a nossa Páscoa” (1Co 5.7c). A morte de Cristo ocorreu exatamente no período da Páscoa, que sempre foi considerada pelos primeiros cristãos um evento capital, e daí por diante, durante todo o cristianismo. A Páscoa deu origem à nação israelita.

Cristo, portanto, comeu a última refeição pascal e antes de sua morte instituiu a Santa Ceia – Encontramos em Lc 22.14-18 a refeição onde Jesus comeu a Páscoa com os seus discípulos e a partir dos vs. 19-22, Jesus institui a Santa Ceia.

A Santa Ceia e o Batismo são os dois únicos sacramentos outorgados pelo Senhor Jesus Cristo à sua Igreja. A antiga aliança feita por Deus com o povo de Israel era marcada pelos símbolos da Circuncisão e da Páscoa. O Batismo substitui a Circuncisão e a Santa Ceia substitui a Páscoa para o cristão.

IV – CONCLUSÃO:

A Páscoa era tanto comemorativa como típica, apontando não somente para o livramento do Egito, mas, no futuro, para o maior livramento que Cristo cumpriria libertando o seu povo do cativeiro do pecado. O cordeiro pascal representa em tipologia bíblica o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Diz o apóstolo Paulo, Cristo, nossa Páscoa foi sacrificado por nós.

Não bastava que o cordeiro pascal, fosse morto. Seu sangue devia ser aspergido nas ombreiras e nas vergas das portas da casa de cada israelita que estava em Gósen. Eles não eram obrigados a fechar a porta, mas não poderia estar do lado de fóra da casa.

Pois o sangue do cordeiro era derramado em uma bacia e com o hissôpo o sangue era tirado da bacia e aspergido nas umbreiras e vergas das portas por fora, garantindo assim a proteção de todos os que estavam na casa, o livramento pelo sangue do cordeiro pascal, que em tipologia bíblica, era um “tipo” do cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

O cordeiro devia ser preparado em seu todo, não lhe sendo quebrado nenhum osso; assim, osso algum seria quebrado do Cordeiro de Deus que por nós devia morrer (Ex 12.46; jo 19.36).

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986 – 2ª.Edição. JUERP
SOARES, Antonio Ribeiro. A Santa Ceia. São Paulo, 2005 – 1ª. dição - Editora SOCEP
O Catecismo Maior de Westminster. São Paulo, 2002 – 12ª. Edição – Editora Cultura Cristã
GRONINGEN. Gerard van. Revelação Messiãnica no Antigo Testamento – A origem divina do conceito messiânico e o seu desdobramento progressivo. São Paulo, 1995. Editora Cultura Cristã.
KUYPER. Abraham. A Obra do espírito Santo – O Espírito Santo em ação na Igreja e no Indivíduo – São Paulo 2000. Editora Cultura Cristã.
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus

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