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domingo, 12 de janeiro de 2014

As pragas Divinas e as Propostas Ardilosas de Faraó- Lição 03 – 1º. Tri EBD CPAD - 19.01.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Êxodo 3.19,20; 7.4,5; 8.8,25; 10.8,11,24     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1.   Analisar as pragas deferidas e a primeira proposta de Faraó.
2.   Saber que assim como Faraó, Satanás não desiste facilmente.
3.   Discutir a proposta final de Faraó.

II  - CONTEXTUALIZAÇÃO
Em seu insondável conselho, o Senhor tinha, evidentemente, conduzido o mundo pagão daqueles dias a concentrar toda a sua sabedoria, poder, intelecto e sofisticação no limitado terrritório do Egito.
Ele próprio tinha levantado o Egito. Ele próprio tinha levantado suas grandes dinastias, e, por fim, levantado o Faraó, que, totalmente absorvido pela luxúria, poder e grande majestade do Egito, era a personificação de tudo o que o mundo poderia opor a Deus em um homem, e, portanto, um homem de pecado contra a majestade de Deus.
Esse altivo monarca encerrou Israel nos laços de morte, e com ele, a esperança dos pais, a preparação do Messias segundo a carne e a Igreja de Deus em seu estado patriarcal. Faraó deveria ter honrado e abençoado os filhos de Israel, mas, ao invés disso, ele os tratou cruelmente.
As ciências daqueles dias floresciam no Egito. Eventos históricos eram entalhados sobre pedras em hieróglifos e publicados sobre obeliscos e sarcófagos para a informação do público.
Dessa forma, o Egito não podia alegar ignorância quanto aos feitos de José no passado em pról daquela terra, e na corte real, José ainda era lembrado em algumas esferas palacianas como benfeitor do Egito, que o salvou da fome.
Portanto, mesmo séculos depois os egípcios não poderiam plenamente ter se esquecido daquele vice monarca hebreu. No entanto, Faraó tiranizava o povo e buscou até mesmo evitar o seu crescimento demográfico, ordenando a destruição de todas as crianças do sexo masculino (Ex 1.15-22).
Assim, Faraó ao escravizar Israel, representava a potência maligna que manteria Cristo em prisão. Por isso Deus disse: “Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu Filho” (Os 11.1; Mt 2.15; Ex 4.22).
Isso lança alguma luz sobre as intrigantes palavras: “Para isso te hei mantido” (Ex 9.16). O mundo não podia manifestar seu poder pecaminoso a não ser em um império grandioso e em manarcas individuais. Tal manifestação não era fortuita, mas uma necessidade lógica divinamente planejada, para que o poder divino pudesse triunfar sobre ele.
Por essa razão é repetido várias vezes: “O Senhor, porém, endureceu o coração de Faraó” (Ex 10.20). “Endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que Eu sou o Senhor” (Ex 14.4).
O Senhor endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, para que perseguisse os filhos de Israel” (Ex 14.8; 8.17). “Porque a Escritura diz a Faraó: para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra” (Rm 9.17).

 III – DESENVOLVIMENTO
1. As pragas enviadas e a primeira proposta de Faraó – As pragas enviadas sobre o Egito é  uma revelação do senhorio e do poder de Deus sobre as nações. As pragas são importantíssimas para a fé bíblica. A elas se apela em cada ação do cânon: Lei, profetas e Escritos. Por exemplo, elas constituem parte integrante do apelo de Moisés a Israel (Dt.4.34; 7.19; 11.3).

Os Salmos exalça as pragas do Egito e isto nos mínimos detalhes. O Salmo 78 recapitula os acontecimentos do êxodo e relaciona 7 das 10 pragas, omitindo apenas as pragas 4, 6 e 9 – os eventos concernentes às moscas, úlceras e trevas.

O Salmo 105 é o segundo de dois salmos que detalham historicamente as pragas, relacionando 8 das 10 e omitindo apenas as pragas 5 e 6 – os eventos das pragas nos animais e as úlceras. As pragas foram constantemente interpretadas como sinais e maravilhas e traduzidos como milagres na versão RSV.

As pragas testificam do poder e dos atos redentores do Senhor (Sl 78.42), da peculiaridade da ação do Senhor em favor de seu povo  (Dt.4.32). E apresentam uma evidência do triunfo do Senhor sobre Faraó e seus deuses, e sua subsequente capacidade de conquistar outras nações através da vitória de Israel (Dt.7.17; Js 2.8-11).

As pragas eram como evidência de que nada é difícil para o Senhor, nem mesmo a libertação das mãos de um rei opressor nacional (Jr 32.16). Assim sendo, as pragas foram acontecimentos mais do que importantes, associados com a saída de Israel do Egito.

Foram uma fonte contínua de confiança permanente das gerações sucessivas, na capacidade e no poder do Senhor, tanto para remir como para libertar.

Deus havia dito a Faraó, por meio de Moisés e Arão que deixasse seu povo ir embora daquela terra (Ex 6.10-12). Faraó portanto, fora advertido de que deveria libertar os israelitas, mas preferiu resistir à voz de  Deus. 

E, depois, foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto. Mas Faraó disse: Quem é o Senhor, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir Israel (Ex 5.1,2).

Do princípio ao fim, o coração de Faraó manteve-se aprisionado numa camada de indiferença.  É fato que, sob a pressão de sua corte, ele determinou dizendo: “Deixe o povo ir”. Mas o seu coração permaneceu inflexível até o final. Ele manteve sua obstinação.

Após ser castigado com a praga das águas do Nilo transformadas em sangue (Ex 7.15-19, 22,23), a praga das rãs, que cobriu toda a terra do Egito (Ex 8.2-6), a praga dos piolhos (Ex 8.16-19), Faraó continuava com o seu coração endurecido.

Mas, com a praga das moscas (Ex 8.20-24), Faraó decidiu chamar Moisés e Arão e fez-lhes a primeira proposta como negociação: “Ide e sacrificai ao vosso Deus nesta terra” (Ex 8.25). A terra seria a de Gósen, onde os israelitas viviam, eles não deveriam adorar fora daquele território.

A primeira proposta exigia que Israel cultuasse a Deus no próprio Egito, em meio aos falsos deuses, o que seria abominação para os egípcios, além de não atender a ordem de Deus que era tirar o povo do Egito. Moisés não poderia concordar e diante da resistência de Faráo novas pragas foram derramadas sobre o Egito.

 A proposta que Faraó fez a Moisés é o mesmo apelo que Satanás faz ao ego do homem. Ela é aparentemente boa, mas na realidade não passa de um engano. Ela é semelhante a proposta que o rei de Sodoma fez a Abraão, procurando ardilosamente enganá-lo depois da vitória sobre Anrafel –  rei de Sinar, Arioque – rei de Elasar, e Quedorlaomer – rei de Elão, e Tidal – rei de Goim; os reis confederados que tinham levado Ló, sobrinho de Abraão como escravo.

Abraão liderou essa guerra, mas o rei de Sodoma depois da vitória tentou tomar toda honra para si e enganar a Abraão, ao dizer-lhe: dá-me a mim as almas, e fica com a fazenda para ti (a prata, o ouro, etc).

Mas Abraão disse ao rei de Sodoma: Levantei a minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o possuidor dos céus e da terra, que não tomarei coisa alguma desde um fio até a correia de um sapato. Salvo o que os rapazes comeram. (Gn 14.1-4, 21-24).

Josué foi enganado com uma proposta semelhante a esta – a proposta dos gibeonitas (Js 9.1-19). As propostas de Faraó também podem ser comparadas às propostas que Satanás fez a Cristo – (Mt 4.3,4,6,8-10)

2. Faraó não desiste – No decorrer das negociações, mais três propostas foram feitas por Faraó (Ex 8.28; 10.7-24).

3. A proposta final de Faraó – A quarta e última proposta de Faraó veio depois da nona praga – a das trevas (Ex 10.21-23), em situação tão caótica para o Egito que o próprio Faraó procurou Moisés e fez sua proposta: “Ide, servi ao Senhor; somente fiquem vossas ovelhas e vossas  vacas” (v.24).

A ovelha e a vaca eram animais cerimonialmente “limpos” para oferendas de sacrifícios a Deus na época da Lei (1Pe 2.5; Hb 13.15,16). Sem ovelhas e sem vacas não haveria sacrifícios – não havendo portanto, entrega ao Senhor. Consequentemente, não houve aceitação de Moisés e Arão o que por intervenção de Deus mais uma vez Faraó tornou o seu coração endurecido. Moisés manteve a determinação de ir.

“E Faraó disse a Moisés : Vai-te de mim e guarda-te que não mais vejas o meu rosto; porque no dia em que vires o meu rosto morrerás. Disse Moisés: Bem disseste; eu nunca mais verei o teu rosto” (Ex 10.28,29).

Embora sabemos que depois da morte dos primogênitos dos egípcios entre os homens e os animais – a  10ª. praga, ambos voltaram a se encontrar e Faraó libertou Israel de forma incondicional após séculos de servidão (430 anos).

Linha do tempo: Cronologia em Êxodo
Obs: As datas citadas são aproximadas e podem de diferenciar de outras datas de acordo com a cronologia e a forma de datação dos anos. Vale salientar que os judeus não usam estas datas a.C. Eles determinam os anos por força de circunstância citando AEC –  “Antes da Era Comum” ou EC – “Era Comum”. Antes de Cristo e Depois de Cristo.

Ano
Eventos
1915 a.C
Nasce José – Jacó e Raquel são seus pais
1898 a.C
José é vendido como escravo
1876 a.C
Jacó e sua família mudam-se para o Egito e se estabelecem na terra de Gósen
1730 a.C
Começa o cativeiro dos israelitas no Egito – os hicsos começam a dominar o Egito
1527 a.C
Nasce Moisés e é escondido por três meses antes de ser lançado nas águas do Nilo
1446 a.C
Moisés lidera a saída dos israelitas no Egito depois da morte dos primogênitos. Os israelitas saem com grandes riquezas
1445 a.C
A Lei é outorgada por Deus no monte Sinai
1406 a.C
Acabam-se os 40 anos de peregrinação de Israel no deserto
1405 a.C
Conquista de Canaã


IV – CONCLUSÃO:
Demonstrativo das 10 pragas do Egito

                                                                 Primeiro Ciclo
Pragas
Advertências
Divindades atacadas
Reações
01 – O Nilo torna-se em sangue
(Ex 7.15-19)
Àpis (deus boi) e  Isis (deusa do Nilo)
Recusa de Faraó (Ex 7.22.23)
02 – Praga das rãs
(Ex 8.2-6)
Hequet – deusa do nascimento, que tinha a cabeça de rã
Promessas falsas (Ex 8.8)
03 – Praga dos piolhos
(Ex 8.16-19)
Set – deus do deserto
Recusa de Faraó (Ex 8.19)


                                                                 Segundo Ciclo
Pragas
Advertências
Divindades atacadas
Reações
04 – Praga das moscas
(Ex 8.20-24)
Rã (deus-sol) o Atchit, simbolizado pela mosca
Promessas falsas de  sacrifício (Ex 8.25)
05 – Morte do gado
(Ex 9.1-6)
Hactor (deusa com cabeça de vaca)
Recusa de Faraó (Ex 9.7)
06 – Praga das úlceras
(Ex 9.8-12)
Àpis (deus boi) e Sekhmet (deusa das doenças) e Sunu (deus da peste)
Recusa de Faraó (Ex 9.12)

                                                                Terceiro Ciclo
Pragas
Advertências
Divindades atacadas
Reações
07 – Praga da saraiva
(Ex 9.22-35)
Nut (deus-céu) e  Osiris (deus da agricultura)
Promessas falsas (Ex 9. 28,34,35)
08 – Praga dos gafanhotos
(Ex 10.3-13)
Nut (deus-céu) e  Osiris (deus da agricultura)
Promessas falsas – os homens podiam ir (Ex 10.7,
11)
09 – Praga das trevas
(Ex 10.21-29)
Rã (deus-sol) e Nut (deus-céu)
Promessa – vão as pessoas mas fiquem os animais (Ex 10.24)

                                                                 Juízo Definitivo
Pragas
Advertências
Divindades atacadas
Reações
10 – Morte dos Primogênitos
(Ex 11.4-8)
Min (deus da reprodução), Hequet (deusa do nascimento) e Isis (protetora das crianças)
Faraó ordena que o povo vá embora (Ex 12.31,32)

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal
BROADMAN. Comentário Bíblico –Vol.1 Gênesis-Êxodo. Rio de Janeiro, 1986 – 2ª.Edição. JUERP
GRONINGEN. Gerard van. Revelação Messiãnica no Antigo Testamento – A origem divina do conceito messiânico e o seu desdobramento progressivo. São Paulo, 1995. Editora Cultura Cristã.
KUYPER. Abraham. A Obra do espírito Santo – O Espírito Santo em ação na Igreja e no Indivíduo – São Paulo 2000. Editora Cultura Cristã.
VOS, Geehardus. Teologia Bíblica do Antigo e Novo Testamentos. – São Paulo 2010. Editora Cultura Cristã.
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus

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