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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Cumprindo as Obrigações diante de Deus - Lição 10 – 4º. Tri EBD CPAD - 08.12.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Eclesiastes 5.1-5     
      
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.           Conceituar as obrigações de natureza político-social e religiosa.
2.           Explicar as obrigações ante a santidade de Deus (reverência e obediência).
3.           Compreender as obrigações frente a transcendência e a imanência de Deus.

II  - INTRODUÇÃO: Deus não limitou sua revelação às Escrituras Sagradas. Ele também se revelou, de forma geral, através da natureza (Rm 1.19,20; 2.12-14) em sua revelação que é tanto geral (Rm 1.19,20; 2.12-15), quanto especial (Rm 2.18; 3;2).
Deus tem revelado a si mesmo tanto na natureza (Sl 19.1-6 – revelação natural); quanto nas Escrituras Sagradas (Sl 19.1-14 – revelação especial).
A revelação geral de Deus contém mandamentos para todas as pessoas; e a revelação especial declara a vontade divina específica para os cristãos. Entretanto, nos dois  casos, a base da responsabilidade ética humana é a revelação divina.
Desconhecer a Deus como a fonte do dever moral não exime ninguém, nem mesmo o ateu de suas obrigações morais. Como disse Paulo: “Quando os gentios, que não têm lei, praticam as coisas da lei, por natureza, embora não tenham lei, tornam-se lei para si mesmos, demonstrando que o que a lei exige estar escrito no coração deles” (Rm 2.14.15).
Isso significa que mesmo que os incrédulos não tenham a lei moral em suas mentes, ainda assim eles a têm escritas em seus corações. Mesmo que não a conheçam de forma cognitiva eles a demonstram através de suas inclinações.
Além da revelação geral disponível a todas as pessoas responsáveis de forma moral e racional, Deus apresenta sua revelação especial por meio das Escrituras. Nós evangélicos cremos que as Escrituras é o único registro escrito infalível para o fundamento das decisões morais.
A Bíblia afirma ser a verdade escritural da parte de Deus (2Tm 3.16,17) e a revelação especial do mesmo caráter moral divino revelado na natureza e nos corações das pessoas.

III – DESENVOLVIMENTO
1 Obrigações e Devoções – A Escritura orienta-nos a priorizarmos o reino de Deus (Mt 6.33). Mas devemos ter o cuidado para não perdermos de vista a dimensão material da qual fazemos parte (Mt 22.21). Neste aspecto a obrigação ocorre no mesmo contexto da devoção. Eclesiastes mantém uma perspectiva – “Eu te digo: observa o mandamento do rei, e isso por causa do seu juramento feito a Deus” (Ec 8.2).
Há as autoridades constituídas, e como cidadãos, além de direitos, possuímos também deveres perante elas. São obrigações com as quais temos compromissos de cumprir. Por exemplo: precisamos pagar impostos (Rm 3.7), votar e ser votado, etc. Como cristãos não podemos nos eximir dessas obrigações ou deveres.
Se há obrigações político-social que são de natureza civil, por outro lado, há também as de natureza religiosa ou espiritual. Elas acontecem na dimensão do culto, da adoração e são de natureza mais devocional. A essência do culto é a adoração (Gn 22.5; Ex 20.5).
Salomão em Eclesiastes 5 está com isso em mente quando fala da casa de Deus como local de adoração. Como construtor do grande templo, Salomão sabia que aquela casa tinha como objetivo centralizar o culto a Deus e desta forma proporcionar um dos propósitos mais sublime do culto que é a adoração plena ao Senhor Deus do céu e da terra.
2. Obrigações ante a santidade de Deus – Todo culto possui seu ritual e sua liturgia. A propósito, a palavra liturgia aparece associada ao culto da igreja primitiva. Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Niger, Lúcio de Cirene, Manaém que fora criado com Herodes o tetrarca e Saulo.
E servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At 13.1,2). A palavra servindo (v.2), é a tradução do termo grego leitourgo de onde vem a palavra portuguesa liturgia. A liturgia portanto, também faz parte da adoração.
Salomão tinha conhecimento do que era o templo do Senhor. Daí a sua advertência: “Guarda o pé quando entrares na casa de Deus” (Ec 5.1). Isso implica em se desligar de tudo que é externo e voltar-se para tudo que é de Deus, comportando-se como um verdadeiro adorador (Jo 4.20-24).
Não façamos do culto um local para interesses pessoais. Nada pode interromper a pregação ou o ensino da Palavra de Deus – nada. O culto é um espaço reservado para adoração. É no culto onde prestamos nossa adoração e reverência a Deus.
A simples obediência a um conjunto de preceitos, normas e regras, sem atentar para os princípios que lhes dão fundamentação é puro legalismo.  No livro de Eclesiastes isto aparece de forma bem clara: “Guarda o teu pé quando entrares na casa de Deus”.
Chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolo, pois não sabem que fazem mal” (Ec 5.1). Deus não está interessado na observância do sacrifício em si, mas na obediência aos princípios que regulamentam a sua prática. Foi isto o que o profeta Samuel disse a Saul (Sm 15.22).
3. Obrigações frente a transcendência de Deus – Transcendência é uma palavra derivada do latim que significa sobrepassar. Usa-se na teologia para afirmar que mesmo que Deus esteja presente no mundo, Deus não é parte do mundo. Deus existe à parte e além da criação.
O apóstolo Paulo em sua 1ª. Carta a Timóteo descreve a transcendência de Deus; ao afirmar: “Aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a qual nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém” (1 Tm 6.16).
Estas palavras expressam a transcendência de Deus; que Deus é diferente e independente da sua criação – homens, anjos, espírito ou coisas físicas ou materiais (Ex 24.9-18; Is 6.1-3; 40.12-26; 55.8,9; Ez 1).
Deus jamais deve ser nivelado aos seres humanos, ou a qualquer outro ser que ele criou. Seu ser e sua existência pertencem a uma dimensão totalmente diferente. Ele habita numa esfera de vida perfeita e pura, em tudo acima da sua criação. Ele não é parte da sua criação nem sua criação é parte dele.
Além disso, os crentes não são Deus e nunca serão “deuses” como afirma o movimento da Nova Era. Sempre seremos seres limitados e dependentes de Deus. Mesmo no porvir continuaremos dependentes de Deus. Embora exista uma distância extrema entre Deus e toda criação, Deus também está presente e ativo em todo o mundo. Como afirma o apóstolo Paulo: “Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como também alguns de nossos poetas disseram: Pois somos também a sua geração” (At 17.28).
Ele vive e se manifesta entre os seus fiéis, que se arrependem de seus pecados e vivem pela fé em Cristo (Ex 33.17-23; Is 57.15; Mt 10.31; Rm 8.28).
4. Obrigação diante da imanência de Deus – Um dos atributos tradicionais de Deus,  que com frequência é contrastado e mantido em tensão com a transcendência indica a presença de Deus na criação, permeando e sustentando tudo quanto existe – “Ó Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas.
Tal é este vasto e espaçoso mar, onde se movem seres inumeráveis, animais pequenos e grandes. Ali passam os navios, e o leviatã que formaste para nele folgar. Todos esperam de ti que lhes dês o sustento em tempo oportuno.
Dando-lho tu, eles o recolhem; abres a tua mão, e enchem-se de bens. Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; Se lhes tiras a respiração, morrem e voltam ao próprio pó. Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra” (Sl 104.24-30).
Deus não apenas se faz presente, mas também prometeu nos abençoar atendendo nossas orações e realizando nossos desejos. Isso acontecerá quando orarmos de acordo com a sua vontade (Jr 29.12,13; Jo 14.13,14). Os judeus sabiam dessa verdade e por isso não somente oravam a Deus mas também se empenhavam através de votos (Nm 30.13.16; Dt 23.21-23).
Não há dúvida de que o livro de Eclesiastes tenha em mente essas passagens bíblicas quando adverte: “Quando a Deus fizeres algum voto não tardes em cumprí-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que votes e não cumpras” (EC 5.4,5).
Um voto é um juramento ou um compromisso de caráter religioso, e também uma transação qualquer entre o homem e Deus, de acordo com a qual  o indivíduo dedica a si mesmo ou o seu serviço ou alguma coisa valiosa a Deus. Essa era uma característica nas religiões antigas, e um frequente exercício religioso entre os israelitas.
IV – CONCLUSÃO: Deus instituiu o governo humano e ordenou aos cristãos que se “submetam” e obedeçam aos que estão em posição de autoridade, mesmo que eles sejam governantes perversos (Rm 13.1.2; Tt 13.1).
Pedro chega a dizer que nós devemos nos submeter a toda autoridade humana por causa do Senhor (1Pe 2.13). A tentativa feita por alguns de diferenciar submissão de obediência – reivindicando, assim, que o cristão precisa apenas se submeter, mas não obedecer ao governo – está errada por várias razões.
1º. Tal tentativa encontra-se em plena oposição ao espírito das passagens que instrui o cristão a ser obediente às leis do país onde se encontram.
2º. A passagem de 1Pedro exige submissão “a toda ordenança” e não, meramente, às consequências da desobediência as ordenanças.
3º. A palavra submissão, como usada no NT, implica obediência. Era por exemplo, o que se esperava de um escravo com relação ao seu senhor (Cl 3.22). Finalmente, as palavras submissão e obediência são usadas em paralelo em Tt 3.1. Desse modo, os cristãos são ensinados “a obedecer” as autoridades governamentais.

Indo um pouco mais adiante, há situações em que um governo ordena a um cristão que não pregue o evangelho (At 4 – 5), ou decreta a participação na idolatria (Dn 3), ou mesmo ordene o assassinato de vítimas inocentes (Ex 1). 

Nessas circunstâncias o governo não deve ser obedecido. Em cada um desses casos a obrigação moral de orar a Deus, pregar o evangelho e daí em diante, constitui-se em dever moral maior do que aqueles que ordenam obediência às autoridades.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
CHAFER. Teologia Sistemática – Vls. 1,2 – São Paulo, 2008. 2ª. Edição -Editora Hagnus. R, Early D.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.5.
GEISLEN. l. Norman. Ética Cristã – Opções e Questões Contemporâneas. São Paulo 2010 – Editora Vida Nova.
GONZALES, Justo. Breve Dicionário de Teologia. São Paulo, 2009 – Editora Hagnus.
ANGUS, Joseph. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia.  São Paulo, 2003 – Editora Hagnus
CAMPOS, Heber Carlos de. O Habitat Humano – O paraíso criado – Estudos de Antropologia Bíblica. São Paulo 2011. Editora Hagnos.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e Consumação. Volume III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008. Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos – Os oito estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da Vida.
Bíblias de Estudo Almeida.- Bíblia de Estudo de Genebra


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