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domingo, 15 de dezembro de 2013

A Ilusória Prosperidade dos Ímpios - Lição 11 – 4º. Tri EBD CPAD - 15.12.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Eclesiastes 9.1-6     
  
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.           Avaliar os paradoxos da vida.
2.           Conscientizar-se da imprevisibilidade da vida.
3.           Viver por um ideal legítimo.

II  - INTRODUÇÃO: Um problema inquietante é a prosperidade dos ímpios, pois embora Deus seja soberano e justo, os ímpios geralmente prosperam, enquanto quem serve a Deus parece sofrer mais.
No Salmo 73, o salmista Azafe, ficou desanimado ao comparar as suas aflições com a evidente e prosperidade e felicidade de muitos ímpios (vv. 2,3). Porém, Deus restaura a confiança do salmista nEle e nos seus caminhos, ao revelar o fim trágico dos ímpios e a verdadeira bênção dos justos (vv. 16-18).
“.........entendi eu o fim deles” (Sl 73.17) – Deus revela ao salmista o destino final dos ímpios. Isso coloca o seu problemas tanto na perspectiva da eternidade (vv. 17-20), como da suprema bem-aventurança do crente (vv. 25-28). No final, todos os justos serão felizes e vitoriosos com Deus ao passo que os ímpios perecerão.
Levando em conta a breve duração da nossa vida, se avaliarmos as coisas daqui, tão-somente da nossa perspectiva limitada, terrena e humana, é bem possível ficarmos desanimados e frustrados. Precisamos ter a palavra revelada de Deus e seu Espírito Santo, para completarmos a jornada da vida com fé e confiança na bondade e justiça de Deus.
Prosseguindo em sua leitura da vida dos ímpios e comparando com o sofrimento porque passa o justo, ele entrou no santuário de Deus e declarou acerca dos ímpios. “Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição (vv. 17,18).
No vv.23 o salmista assegura “Todavia, estou de contínuo contigo; tu me seguraste pela mão direita” Esta atitude do salmista leva ao triunfo da fé. Nesta vida, com tantos problemas, nosso supremo bem é a comunhão íntima com Deus (vv. 28). Não importa que o ímpio prospere; nossa riqueza, tesouro e vida é o próprio Deus.

III – DESENVOLVIMENTO
1 Os paradoxos da vida – Na arena da vida o justo sofre injustiças. O crente fiel e em comunhão com Deus deve estar consciente de que os revezes desta vida não são indicadores de julgamento divino sobre ele. Também não são provas de uma fé fraca (2Co 2.4; Cl 1.24; 2Tm 1.8).
Os maus prosperam em seus caminhos -  “Com efeito, Deus é bom para com Israel para com os de coração limpo. Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviasse os meus passos. Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos” (Sl 73.1-3).
Salomão também vivenciou essa mesma situação do salmista e afirmou: “tudo isto vi nos dias da minha vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há perversos que prolongam  os seus dias na sua perversidade” (Ec 7.15).
O que significa prosperar? Para respondermos a esta importante pergunta faz-se necessário esclarecermos alguns conceitos importantes. A razão para isto está na confusão que se faz com o conceito do que seja “prosperidade”. Para os neo pentecostais ser “próspero” significa “ter posses” e “bênçãos. Significa “sucesso”.
Partindo desse princípio, algumas anomalias teológicas passam a reger a vida do cristão. Neste contexto afirma o Pr. José Gonçalves no seu livro Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso, a ideia que tem de um pastor bem sucedido, por exemplo, é de alguém que está se “dando bem” ou que é possuidor de muitos bens.
Diante do exposto observamos que a Teologia da Cruz foi suplantada pelo desejo de consumo, onde o “ter” é mais importante do que o “ser”.  Fica, portanto, estabelecido que a espiritualidade de alguém não pode ser medida pelo que tem, mas pelo que é. A régua da eternidade nos medirá, diz o Pr.José Gonçalves, tomando por critério a fidelidade e não a prosperidade.
A prosperidade bíblica vem como resultado de um relacionamento sadio com Deus (SL 73.17,27,28), independente de alguém ter posses ou não. Os ímpios têm posses mas não têm prosperidade.
2. A realidade do presente e a incerteza do futuro – Há um princípio importantíssimo para entendermos a mensagem de Eclesiastes. Este princípio encontra-se nos capítulos 2.10; 3.22; 5.17-19; 9.9. Esta é a tua porção nesta vida debaixo do sol. É debaixo do sol que expressamos nossa existência e é debaixo do sol que constatamos nossa finitude.
A certeza da morte é uma verdade implacável, tanto para o piedoso como para o pecador. E a sentença já foi decretada por Deus e é para todos – “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo” (Hb 9.27).
Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: A todos sucede o mesmo; também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade, nele há desvarios enquanto vive. Depois, rumo aos mortos” (Ec 9.3).
Com a realidade da morte tão presente, o futuro parece incerto: “Porque tudo lhe está oculto no futuro” (Ec 1.1). “Se a nossa esperança se limitasse apenas a esta vida seríamos os mais miseráveis de todos os homens” (2 Co 15.19).
Podemos observar a forma como o sábio Salomão escreveu Eclesiastes levando em conta a perspectiva de todos aqueles que se encontram “debaixo do sol”. Salomão faz uma análise puramente existencial; limita-se em observar a vida do lado de cá da vida terrena e passageira e não do lado de lá – a vida eterna.
Somos seres de duas dimensões e trilhamos por destinos diferentes. Quem está do lado de lá (dimensão eterna), não participa das coisas de cá, do que é puramente existencial (dimensão terrena). Por isso, ele afirma; “Os mortos não sabem de coisa alguma” (Ec 9.5).
Não porque estão inconscientes, mas porque pertencem a uma outra dimensão. Pertencem a um outro mundo (Ap 6.9; 2Co 6.8), onde nem mesmo o sol será necessário: “A cidade não precisa de sol” (Ap 21.13; 22.5).
Em vez de negar a realidade de um outro mundo, onde a alma é imortal (Ec 9.5), confirma a sua trajetória nesta vida. É a revelação do NT quem jorrará mais luz sobre essa trajetória do lado de lá, a eternidade (Fp 1.23; Lc 16.19-31; 2Co 5.8; Ap 6.9). Em Lucas 16.19-31, Jesus conta exatamente a história do rico e Lázaro, que é uma história acerca dos que estão do lado de lá.
3. A imprevisibilidade da vida –  Salomão foi o homem que melhor compreendeu em detalhes, a imprevisibilidade da vida e suas contingências ao afirmar: “Voltei-me e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos valentes, a peleja, nem tampouco dos sábios, o pão, nem ainda dos prudentes, a riqueza, nem dos inteligentes o favor, mas que o tempo e a sorte pertencem a todos” (Ec 9.11).
A vida é imprevisível, porém plenamente contingencial. Ricos e pobres, brancos e negros, estão sujeitos ás suas vicissitudes. Terremotos, furacões, secas, desemprego, ocorrem não somente em países habitados por pecadores, mas também em países onde há crentes piedosos.
Com muita propriedade alguém já disse “A vida é incerta”. A imprecisão entre o que plantamos e o que colhemos pode transformar em fatalidade o que sempre pareceu sucesso. Quem se prepara estuda e se esforça, consegue sempre as melhores posições. Isso está certo? Nem sempre.
Diria o Eclesiastes: Mas não adianta nada se preparar, estudar e se esforçar! Sim, adianta bastante, mas não é suficiente para garantir o sucesso e o conforto merecido. Que o digam os professores universitários. Habitamos em um mundo caído. Todavia o Senhor se faz presente no meio das tempestades caídas (Sl 41.6; 91.15).
4. Vivendo por um ideal – As palavras de Salomão mostram uma cultura para a qual não existem mais ideais. “Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; veio contra ela um grande rei, sitiou-a e levantou contra ela grandes baluartes. Encontrou-se nela um homem pobre, porém sábio, que a livrou pela sua sabedoria; Contudo, ninguém se lembrou mais daquele pobre” (Ec 9.14,15).
O pobre agiu com sabedoria e idealismo, mais foi esquecido. Parece até mesmo que o sábio Salomão fazia uma leitura de nossa cultura e de nosso tempo. Nesse ponto, o livro de Eclesiastes demonstra ser mais atual do que imaginamos.
A nosso cultura contemporânea ou pós-moderna não tem mais ideais. Acerca dessa nossa geração afirmou o grande teólogo espanhol Antonio Cruz: “A nossa geração não se fundamenta mais em nada, visto não possuir certezas absolutas”. Os pós modernistas tornaram as pessoas individualistas e narcisistas, preocupadas consigo mesmo, e não com o outro.
Mesmo mostrando que as boas ações de alguém não tenham o merecido reconhecimento de outrem, Salomão cria que devemos viver por uma causa. “Então, disse eu: é a sabedoria do que a força, ainda que a sabedoria do pobre é desprezada e as suas palavras não são ouvidas.
As palavras dos sábios, ouvidas em silêncio, valem mais do que os gritos de quem governa entre os tolos. Melhor é a sabedoria do que as armas de guerra, mas um só pecador destrói muitas coisas boas” (Ec 9.16-18).
IV – CONCLUSÃO: Acreditar em valores morais e espirituais e procurar viver a altura deles em meio a uma sociedade relativista e vazia de idealismo não tem garantia nenhuma de algum reconhecimento.
Todavia ainda assim vale a pena viver por um ideal. Mais do que qualquer outro, o cristão sabe que nesta vida há causas pelas quais vale a pena lutar (Ef 3.14; At 20.24; 2Tm 20.27).
Debaixo do sol a vida se mostra como ela é. Às vezes parece totalmente sem sentido, e em muitas outras, cheia de paradoxo. Mas é a vida e precisa ser vivida. Salomão não somente observou essa dura realidade, mas também a experimentou. Para não cairmos em um pessimismo impiedoso e nem tampouco em um indiferentismo frio, devemos então viver a vida a partir da perspectiva da eternidade.
É a partir daí que tomaremos consciência de que há uma causa dignas pela qual lutar e assim evitaremos cair nas malhas do pessimismo.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
CHAFER. Teologia Sistemática – Vls. 1,2 – São Paulo, 2008. 2ª. Edição -Editora Hagnus. R, Early D.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.5.
GEISLEN. l. Norman. Ética Cristã – Opções e Questões Contemporâneas. São Paulo 2010 – Editora Vida Nova.
SPU4RGEON. C.H. Esboços Bíblicos de Salmos. São Paulo, 2005 – Shedd Publicações.

Bíblias de Estudo Almeida.- Bíblia de Estudo de Genebra

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