Subsídios
para o Ensino da Lição: Pr. João
Barbosa
Texto da Lição: Eclesiastes 11.1-10
I -
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1. Saber como viver uma vida sem propósitos.
2. Decidir
viver uma vida dinâmica com fé e esperança.
3. Viver a vida com
responsabilidade diante de Deus e dos homens.
II -
INTRODUÇÃO: Atitude
é uma norma de procedimento que leva a um determinado comportamento. É a
concretização de uma intenção ou propósito. De
acordo com a psicologia, a atitude é comportamento habitual que se verifica em
circunstâncias diferentes.
As atitudes determinam a vida
anímica de cada indivíduo. As atitudes são patenteadas através das reações
repetidas de uma pessoa. Este termo tem particular aplicação no estudo do
caráter, como indicação inata ou adquirida, relativamente estável, para sentir
e atuar de uma forma determinada.
No contexto da
pedagogia, atitude é uma disposição subjacente que, com outras influências,
contribui para determinar uma variedade de comportamentos em relação a um
objeto ou a uma classe de objetos e que inclui a afirmação de convicções e de
sentimentos a seu respeito e a respeito de ações de atração ou de rejeição. A
formação de atitudes consideradas favoráveis ao equilíbrio do indivíduo e ao
desenvolvimento da sociedade é um dos objetivos da educação.
Na sociologia, atitude
consiste em um sistema de valores e crenças, com certa estabilidade no tempo,
de um indivíduo ou grupo que o predispõe a sentir e reagir de uma determinada
forma perante dados estímulos.
Tendo
em conta que a filosofia é o caminho de quem ama a sabedoria, uma atitude
filosófica significa não aceitar algo que é considerado como verdade absoluta
sem antes pensar sobre essa determinada "suposta verdade".
É ter
pensamento crítico e não se basear no senso comum, que muitas vezes pode levar
a enganos. (As considerações citadas acima foram extraídas através de pesquisa
no site http://www.significados.com.br).
No
início do texto bíblico em estudo o rei Salomão exorta seus leitores sobre a
necessidade de tomar uma atitude na vida e os convida a lançar o seu pão sobre
as águas. Lançar o pão sobre as águas é uma atitude que demonstra ser
condescendente com os pobres e com todos aqueles que sofrem de alguma
necessidade e precisam de ajuda.
Salomão
entendia que devíamos fazer alguma coisa e não apenas se contentar em contemplar
a miséria alheia. “Trazer o pão de longe
para alimentar os famintos” (Pv 31.14).
III – DESENVOLVIMENTO
1 Vivendo com propósito – O crente deve tomar uma atitude diante
da vida e suas circunstâncias vivendo com propósitos benéficos e generosos
entre os quais pode ser destacado o de lançar o seu pão sobre as águas (Ec
11.1).
“Lança o
teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás”. – No seu
comentário sobre Eclesiastes, Champlin assegura que a interpretação espiritual deste versículo é
contribuir para bons empreendimentos, tanto com dinheiro como com esforço
pessoal.
É ser generoso para com os que
padecem necessidade; é pagar salário descente aqueles que se dedicam no seu
trabalho. E então em harmonia com a lei moral da colheita segundo a semeadura,
a pessoa generosa receberá de volta ampla recompensa, novamente sobre a forma
de dinheiro ou outras coisas valiosas, especialmente as recompensas nos céus no
pós vida.
Essa é uma interpretação
cristã e espiritual que não deve ser esquecida, mas o sentido original quase
certamente era econômico, falando de um sábio investimento.
Um dos sentidos da palavra
hebraica traduzida por “pão” é o grão usado em
panificação. A referência aqui pode ser ao costume egípcio de espalhar
sementes ou grãos sobre as águas que inundavam suas terras anualmente, quando o
rio Nilo transbordava.
Parecia que aqueles grão
ficavam soterrados e esquecidos, mas no devido tempo surgia colheita. Podemos
aplicar este fato a nossa disposição de ser generosos e prestimosos (vv.2).
Devemos dar liberalmente, pois um dia, talvez, nós mesmos venhamos a enfrentar
uma grande necessidade (2Co 8.10-15).
2. Vivendo com dinamismo
– No livro de Provérbios
vimos que Salomão se valia com muita frequência de uma linguagem metafórica
para melhor compartilhar suas ideias. Percebemos isso porque ele usou o exemplo
do trabalho dinâmico das formigas para contrastar com a vida do preguiçoso (Pv
6.6).
No
livro de Eclesiastes encontramos Salomão usando esse mesmo recurso
metafórico ao afirmar: “Quem somente observa o vento nunca semeará,
e o que olha para as nuvens nunca segará” (Ec 11.4). Muitos intérpretes da
Bíblia observam que a ideia aqui é a de movimento e imprevisibilidade.
O
vento está se movimentando o tempo todo e as nuvens são imprevisíveis em seu
movimento. É uma metáfora da vida que está em constante movimento e que não
pode deixar de ser vivida por causa da sua imprevisibilidade. É o tempo
presente no qual se vive e que exige uma tomada de decisão diante dos desafios
que ele impõe.
Não
podemos ficar olhando para a vida e se queixar das coisas que acontecem sem
tomar nenhuma atitude frente aos seus desafios. Essa pessoa se assemelha aquele
que apenas fica a olhar o vento e as nuvens.
Talvez
para alguns a natureza não esteja cooperando como deveria, pois atrapalha a
agricultura; assim, eles deixam de trabalhar quando deveriam. Não se deve
esperar da natureza atos de perfeição.
O
trabalho contínuo e a espera pela cooperação da natureza são o melhor afazer. O
homem temeroso, que continua observando as nuvens e o vento, perderá sua
oportunidade. Este versículo encoraja os homens a entrar em ação, a despeito
das aparentes incoerências da natureza.
Se fizermos o que puder, certamente
Deus abençoará os nossos esforços. Independentemente do que aconteça, Deus
continua no controle das coisas. Ele decreta todas as regras, garante todas as
colheitas, bem como todas as falhas de safra.
Como
não sabemos o que ele tem garantido para cada um de nós, continuemos
trabalhando e esperando pelo melhor. Outro tanto se aplica a todos os
empreendimentos da vida humana, e não somente às atividades agrícolas.
3. Vivendo com fé e esperança
– “Pela manhã, semeia a tua semente e, à tarde, não retires a tua mão,
porque tu não sabes qual prosperará; se esta, se aquela ou se ambas igualmente
serão boas” (Ec 11.6).
O
sábio Salomão já havia orientado em Ec 11.1, o lançar agora ele pede o semear. A
metáfora tem por objetivo reforçar o que ele já dissera no início desse
capítulo usando a figura do agricultor para dar vida ao seu argumento.
Um
agricultor tem que ser ativo pela manhã e à noite, semeando e efetuando os atos
normais envolvido na agricultura. O que o agricultor fizer pode dar certo;
todas as suas esperanças podem estar de acordo com aquilo que Deus já
determinou, mas também pode discordar.
Ele
continua sempre trabalhando e esperando pelo melhor. O labor humano é vão
(vv.8; Ec 1.3), mas precisamos cumprir nossa parte, deixando todas as coisas
nas mãos de Deus. O destaque aqui é a arte de semear. Assim como é preciso
“lançar” também é necessário “semear”.
O
destaque aqui é a arte de semear. Lançar e semear requer ação, é preciso
plantar a semente, pois só colhe quem planta (2Co 9.6; Gl 6.7). Muitas vezes o
solo da vida é duro, seco e arenoso e por isso semear se torna um trabalho
árduo e difícil.
Muitos
desistem de semear porque as condições não são favoráveis. Desistem logo diante
das primeiras dificuldades que a vida lhes impõe. Embora ninguém possa
controlar o futuro é melhor se preparar para ele tão cuidadosamente quanto
possível.
Vimos
que podemos semear, mas não podemos fazer a semente germinar: “Não retires a mão, porque não sabes qual
prosperará; se esta, se aquela ou se ambas igualmente serão boas”. A
atividade de semear e plantar é uma operação de risco e exige fé de quem semeia
ou planta.
Pode
ser que a semente plantada não germine e tudo que o semeador semeou tenha sido
em vão. Mas esse risco ele precisa correr. Não há dúvida de que Salomão via a
vida como um grande campo e com ele uma grande variedade de solos.
Com
certeza havia muitos solos nos quais não fosse tão atrativo semear, mas o
agricultor só saberia se a semente germinaria se semeasse. O que dependeria
também do clima. Era, preciso fé, perseverança e esperança. Uma bela metáfora
da lei da semeadura espiritual.
De
nada adianta ficarmos observando o caos social e não tomarmos nenhuma atitude.
É preciso que façamos a nossa parte semeando a genuína palavra de Deus nesse
solo duro e pedregoso (Lc 8.5-15).
4. Vivendo com
responsabilidade – Fazer escolhas
responsáveis é uma séria admoestação de Salomão aos jovens em Ec 11.9, onde ele
os exorta a uma vida de propósitos, haja vista estarem no alvorecer da vida.
Salomão não nega o lado alegre
da vida: “Alegra-te, jovem, na tua
juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelo
caminhos que satisfaz o teu coração e agrada os teus olhos” (Ec 9.11).
O jovem é convidado a viver a
vida com intensidade e responsabilidade. Isso inclue fazer de Deus e das coisas
que o agradam o centro da satisfação de sua vida, pois tudo que Deus fez foi
para o nosso contentamento (1Tm 6.17).
Esse viver alegre , mas de
forma responsável tem uma razão de ser – nossas ações têm consequências. É isso
que o sábio diz: “Sabe, porém, que de todas estas coisas Deus pedirá contas.
Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a
juventude e a primavera da vida são vaidade” (Ec 11.9.10 – ARA) ”.
Viver a vida com intensidade
está longe do viver desregrado, onde é dado vasão aos instintos numa espécie
de “vale tudo”. É viver sabendo que nossas ações gerarão consequências.
Consequências estas que quem vive na primavera da vida não costuma se lembrar
nem medir. Devemos viver a vida para Deus e dessa forma não nos lamentaremos
quando chegar a velhice.
IV – CONCLUSÃO: Em Gálatas
6.7 encontramos a seguinte exortação do apóstolo Paulo: “Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo que o homem
semear isto também ceifará”. Ninguém zomba de Deus.
O
que uma pessoa plantar, é isso mesmo que colherá. Se plantar no terreno da sua
natureza humana, desse terreno colherá a morte. Porém, se plantar no terreno do
Espírito de Deus, desse terreno colherá a vida eterna. Deus falou por meio do
profeta Oséias:
“Preparemos campo para a lavoura, semeiem a
justiça e colham as bênçãos que o amor produzirá. Pois já é tempo de vocês se
voltarem para mim, o Senhor, e eu farei chover sobre vocês a chuva da salvação”
(Os 10.12 – NTLH).
Deus diz que sempre ceifamos o que semeamos.
Mesmo depois de sermos perdoados precisamos lidar com as consequências de
nossos atos.
Pode
levar tempo para que possamos terminar de sofrer as consequências negativas de
nossos pecados passados, mas isso não nos deve desencorajar.
Fazer
um inventário daqueles que nós machucamos é um passo em direção ao plantio de
boas sementes. No tempo certo veremos uma boa safra começando a crescer.
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º.
Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
READMACHER. Early D. O Novo
Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
CHAFER. Teologia Sistemática – Vls.
1,2 – São Paulo, 2008. 2ª. Edição -Editora Hagnus. R, Early D.
DAVIS, John. Novo Dicionário da
Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora
Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos
para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio
de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento
Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento
Interpretado Versículo por Versículo. V.5.
GEISLEN. l. Norman. Ética Cristã –
Opções e Questões Contemporâneas. São Paulo 2010 – Editora Vida Nova.
SPU4RGEON. C.H. Esboços Bíblicos de
Salmos. São Paulo, 2005 – Shedd Publicações.
Bíblias de Estudo Almeida.- Bíblia de
Estudo de Genebra
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