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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A Mulher Virtuosa - Lição 08 – 4º. Tri EBD CPAD - 24.11.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Provérbios 31.10-21, 23-29      
      
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Conhecer a mulher virtuosa como esposa e mãe.
  2. Compreender a mulher virtuosa como trabalhadora e empreendedora.
  3. Aprender com o testemunho da mulher virtuosa como serva de Deus.

II  - INTRODUÇÃO: “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea. Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves dos céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles.
Deu nome o homem a todos os animais domésticos, as aves dos céus e a todos os animais selváticos; para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea. Então, o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu, tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne.
E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-se numa mulher e lha trouxe. E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam” (Gn 2.18-25).  
Deus providenciou satisfação intelectual e labor físico para Adão em seu jardim paradisíaco, quando ordenou que classificasse e categorizasse o sistema da fauna e flora do jardim. Adão tinha muito trabalho com que se ocupar. Além disso, tinha um perfeito relacionamento com Deus, e ali Deus andava e comungava com Adão. Havia plena satisfação espiritual.
A única coisa que faltava para Adão no belo habitat que Deus havia criado para ele foi algo que o próprio Deus providenciou. “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”. Afinal de contas, Deus é sapientíssimo, nada escapa ao seu conhecimento. Deus conhecia as carências físicas e afetivas de sua principal criatura.
Deus havia formado Adão com um corpo e uma alma. Essas duas partes constitutivas da sua humanidade tinham necessidades. Portanto, sabedor dessas carências, trouxe uma esposa para ele. Deus sabia que uma vida isolada para Adão certamente não seria bom para ele. A ajuda de Deus era a mais importante e indispensável, mas não preenchia  as carências que o próprio Deus via em Adão.
Embora muito útil, belos e agradáveis, no entanto, os animais não o complementavam. Deus os tinha trazido a Adão (Gn 2.19), mas nenhum deles poderia preencher uma necessidade que o próprio Criador viu nele. A criatura auxiliadora de que tanto Adão precisava deveria ser igual a ele, possuir a mesma natureza que ele.
III – DESENVOLVIMENTO
1. A mulher virtuosa como esposa – Acerca da mulher virtuosa, Provérbios 31.11 (ARA) diz: “O coração do seu marido confia nela, e não haverá falta de ganho”. Um dos pilares de todo relacionamento duradouro é a confiança. Sem confiança não existe casamento equilibrado. O texto de Provérbios destaca que o marido da mulher virtuosa confia nela.
Observamos que o vocábulo hebraico batach, traduzido como confiar mantém o significado de sentir-se seguro, estar despreocupado. A prática pastoral tem mostrado que um dos grandes problemas enfrentados pelos casais está na falta de confiança por parte dos cônjuges. Em muitos casos trata-se apenas de um ciúme possessivo, mas em outros percebe-se que um dos cônjuges permitiu que intrusões externos provocasse esse sentimento. O que deve ser dito é que os cônjuges sejam sinceros um com o outro e não admitir que se criem situações que provoquem desconfiança no outro.
O melhor é detectar o problema ainda no início e pedir ajuda ao parceiro. Geralmente as mulheres são mais sensíveis no relacionamento e percebem quando há algum elemento ameaçando ao relacionamento. Nesse caso elas dão o alerta.
A escritora Cristiane Cardoso em seu livro A Mulher ‘V” – moderna á moda antiga, comentando sobre a mulher virtuosa de Provérbios 31, destaca: O marido da mulher “V” confia nela porque ele sabe que pode confiar. Uma mulher confiável não precisa convencer as pessoas de que podem confiar nela; o seu comportamento diário diz praticamente tudo.
Podemos ser capaz de dizer se uma pessoa é madura ou não apenas pelo seu jeito de falar. Ela tem segurança para olhar nos  olhos do outro enquanto fala. Pode até ser tímida, mas sempre faz aquilo que precisa ser feito; é responsável com os seus afazeres.
É por isso que a Mulher “V” não tem necessidade de coisa alguma, e nem deixa que sua família tenha. Ela pensa em si e na sua família como se fossem um só. Se a sua família está enfrentando dificuldades financeiras, ela não fica apenas esperando que as coisas melhorem – ela providencia para a sua família.
Os planos, desejos e a própria vida da mulher virtuosa não são a sua prioridade. E, por causa disso, seu marido confia nela. Ele se sente seguro por estarem ambos no mesmo barco e por ele estar não remando sozinho. Sua esposa não apenas põe as necessidades de sua famíla em primeiro lugar como economiza – o que, para muitas mulheres, é coisa do outro mundo.
O texto de Pv 28.29 diz: “Seu marido a louva, dizendo: Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas”. A psicologia vai nos mostrar que homens e mulheres são diferentes não apenas quanto ao corpo, mas também na personalidade.
Por isso enquanto as necessidades amorosas primordiais das mulheres são carinho, compreensão, respeito, devoção e validação; os homens  sentem necessidade de confiança, aceitação, apreço, admiração, aprovação e encorajamento. A exposição acima revela que a mulher é bem diferente do homem em seu lado emocional. Ela precisa de afeto, amor, compreensão e carinho (1Pe 3.7).
2. A mulher virtuosa como mãe – A mulher tem sua participação na criação de valores dos filhos, mas essa missão não é somente dela. Educar tomando por base os valores é uma missão do casal. Em seu livro Quem Ama Educa, o psiquiatra e educador Içami Tiba escreve sobre a “missão ética” que o casal tem em relação aos filhos:
“Quando o filho não respeita os pais e estes nada fazem, ele se sente autorizado a desrespeitá-los. Isso dá poder ao filho, desencadeando a inversão de valores. Quando os pais fazem, mesmo por amor, os deveres do filho, são antiéticos. Quem está sendo enganado? Quem é o principal prejudicado?
Quando os pais arrumam a bagunça do filho, estão criando um folgado. Não é ético ser folgado, porque sempre há alguém sufocado debaixo dele. Se o filho joga lixo no chão e a casa está limpa, o sufocado pegou esse lixo por ele.
Falar da mãe ou do pai ausente, além de não agradar à criança, é prejudicial à educação ética porque gera insegurança e consequentes danos à autoestima. Além disso prejudica a educação da criança, que absorve esse costume do “como somos”. Lembremo-nos de que quem fala mal de um para outro, quando encontra um terceiro pode também falar mal do outro.
Não devemos mentir ou dar desculpas esfarrapadas na frente da criança e muito menos pedir-lhe ajuda para esse fim. Assim evita-se a criação de um mentiroso, um dos primeiros estágios da delinquência”.
3. A mulher virtuosa como trabalhadora – A mulher que Deus descreve em Provérbios 31.15, como observa Jaime Kemp, tinha serva. Certamente não há nada de errado em recebermos ajuda de uma pessoa. Porém, observe que ela não deixava de se envolver com o bom andamento da casa – ela controlava as atividades e a atmosfera do seu lar. Àquelas que têm alguém que a ajuda em casa, devem ter cuidado para que isso não se torne uma tentação, uma porta aberta para fugir das obrigações e dos  cuidados com a casa e os filhos deixando-os nas mãos de outras pessoas.
A mulher virtuosa deve aproveitar a ajuda que recebe para fazer coisas especiais para a própria família, para estar disponível quando os filhos precisarem dela, bem como para procurar meios criativos para ajudar seus maridos.
Por outro lado, Lawrence Richards ao comentar sobre a capacidade empreendedora da Mulher Virtuosa destaca que: O que é surpreendente sobre a descrição de Provérbios 31 é o fato de contradizer tão vigorosamente a opinião de alguns cristãos de que uma boa esposa deve ficar em casa, ter bebês e se ocupar do trabalho de casa.
Pv 31 nos mostra uma mulher do AT que é, na verdade, uma mulher de negócios, que usava ao máximo os seus talentos e as suas capacidades e realizava o mesmo tipo de tarefas que os homens daquela sociedade realizavam.
A Mulher Virtuosa do AT não é a mulher silenciosa e subserviente que tantos cristãos imaginam, mas uma mulher decidida e realizada, cujo sucesso a revestiu “de força e glória” e que se sabe que fala “com sabedoria” pois “a lei da beneficência está na sua língua”.
Em seu comentário do livro de Provérbios, Antonio N. Mesquita destaca: Parece que o marido dessa mulher ocupava um lugar destacado junto às portas da cidade, onde eram decididos os assuntos menos grave entre o povo. Os maiores eram levados ao rei.
Esse marido é estimado entre os juízes, pois uma mulher assim honra o seu marido em qualquer posição social. Era costume primitivo entre os orientais assentarem-se os homens de respeitabilidade à porta da entrada das cidades e ali eram decididas queixas de uns contra os outros. Foi á porta da cidade que os anjos encontraram Ló (Gn 19.1).
4. A mulher virtuosa como serva de Deus – Comentando os versículos 30 e 31 do livro de Provérbios, o expositor bíblico William MacDonald destaca: Aqui o autor concorda com a afirmação do marido. De fato, algumas mulheres são graciosas, porém não têm sabedoria; são formosas, porém insensíveis; “mas a mulher que teme ao Senhor”; conforme a descrição acima, será reconhecida publicamente por sua diligência, seu caráter nobre e suas surpreendentes realizações.
É bastante adequado e digno de nota que Provérbios termine exaltando a mulher idônea. Três mulheres se destacaram nesse livro: a personificação da sabedoria e seu convite para o banquete, a mulher imoral ou prostituta e, por fim, a mulher virtuosa (ou esposa exemplar).
Em seu comentário de Provérbios 31, o expositor bíblico F.B. Mayer concluiu: A mulher ideal aqui retratada, é uma esposa. Não somente quando chega á sua casa, ainda recém-casada, na glória e beleza da mocidade, não somente quando sua beleza feminina prova a admiração deles, mas, muito depois e até ao fim da vida ela lhe faz bem.
Ela está sempre atarefada. É econômica na administração dos rendimentos dele. Se ele traz o dinheiro para ela, gasta-o economicamente visando o bem estar de ambos. É no lar que o homem acumula forças para sua vida pública. No lar, a mulher lhe comunica a inspiração e a força que o fazem “estimado entre os juízes”.
Seu segredo: discreta lealdade, sabedoria e economia inspiram crescente aprofundamento e apreciação, de modo que o homem que na primavera a escolheu dirá dela entre os flocos de neve da velhice: “Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas”.
IV – CONCLUSÃO: “Enganosa é a graça e vã a formosura” (Pv 31.30). A formosura por muitas vezes engana. Rebrilha em alguém e obtém vantagens para si mesma. Por muitas vezes é enganadora, insincera, calculista. O autor sacro de Provérbios falava do famoso encanto feminino, sobre o qual todos nós bem sabemos.
O valor de uma mulher não está em sua influência psicológica nem reside em sua beleza física, tão agradável, mas, afinal, algo vão, por não ser uma qualidade real e duradoura. Tanto o encanto como a beleza física são valores transitórios e, mesmo enquanto existem, não são valores autênticos. Ambas as coisas afagam o orgulho, a indolência a concupiscência e o mau temperamento. Em contraste com aqueles valores encantadores mais duvidosos, está o verdadeiro valor “o temor do Senhor”; isso é o que realmente vale para um homem ou uma mulher. O homem ou a mulher que possuem sabedoria são  elogiados tanto pelos homens como por Deus.
A mulher que a possui tem favor e beleza duradouros, verdadeira fé e graça, harmonias e simetrias da alma. Ela merece louvor permanente e é dotada de beleza imorredoura. Os olhos de Deus estão sobre ela, comunicando-lhe Sua graça.
Em um mundo onde os valores estéticos são mais importantes do que os éticos, as virtudes acabam sendo ignoradas. Tal inversão de valores produz consequências danosas à sociedade e principalmente á famíla. Mas a mulher virtuosa preserva o seu lar através de suas singulares virtudes espirituais e morais. Por isso ela é honrada por todos.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. José Gonçalves).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
READMACHER. Early D. O Novo Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
CHAFER. Teologia Sistemática – Vls. 1,2 – São Paulo, 2008. 2ª. Edição -Editora Hagnus. R, Early D.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora Hagnos.
GONÇALVES, José. Sábios conselhos para um viver vitorioso – Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Rio de janeiro, 2013, 1ª. Edição
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.4.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. V.5.
CAMPOS, Heber Carlos de. O Habitat Humano – O paraíso criado – Estudos de Antropologia Bíblica. São Paulo 2011. Editora Hagnos.
GRONIGEN. Gerard Van. Criação e Consumação. Volume III – O Reino, A Aliança e o Mediador. São Paulo, 2008. Editora Cultura Cristã.
LAN, Dong Yu. Cântico dos Cânticos – Os oito estágios do crescimento espiritual. São Paulo, 1996. Editora Árvore da Vida.

Bíblias de Estudo Almeida.- Bíblia de Estudo de Genebra.

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