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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A Perda dos Bens Terrenos - Lição 10 - 3º. Tri. 2012 - EBD CPAD - 02.09.12


  Texto da Lição: Jó 1.13-21
                          

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Descrever as perdas humanas de Jó.
  2. Elencar as perdas de ordem material, afetiva e espiritual de Jó.
  3. Conscientizar-se que mesmo nas perdas, podemos desfrutar do amor divino.
                                  Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
            http://nasendadacruz.blogspot.com
Celebrando a Vida e presenteando pessoas que ama
Nós como seres mortais, exageramos a importância das coisas temporais e transitórias desta vida. Pode haver desígnio ou não nessas coisas; mas elas duram por algum tempo, e logo se acabam. 

Na Bíblia encontramos a história de vida, ou seja, o currículo notável de um excelente homem chamado Jó – conforme descreve Charles R. Swindoll em sua Série Heróis da Fé, ao escrever sobre Jó: “Um homem de tolerância heróica”.

Supõe-se que Jó foi uma personagem histórica que passou por experiências incomuns. Ele, talvez, fosse um xeique que viveu próximo ao deserto da Arábia – o homem mais rico e sábio do Oriente, viveu em uma época similar à dos patriarcas hebreus. Suas riquezas aquilatadas sob forma de gado parece-nos refletir que tinha uma vida nômade, havendo vivido algum tempo antes de Abraão.

Jó, conforme podemos ver, podia se tornar nosso herói da perseverança, mas precisamos lembrar que ele não é um super-homem, mas, simplesmente – um homem. Esse homem que habitava na terra de Uz, era reto e íntegro (Jó 1.1).
Isto não significa ter sido Jó um símbolo de perfeição.

Significa no entanto, que ele não fazia concessões a erros morais. Jó foi um homem acima do seu tempo no sentido espiritual, ético, intelectual e moral. Altamente respeitável (Jó 29.7-11); sábio conselheiro (Jó 29.21-24); empregador honesto (Jó 31.13-15, 38, 39); hospitaleiro e generoso (Jó 31.16-21, 32); e fazendeiro próspero (Jó 31.38-40); era um homem sincero, sem máscaras, sem fingimento (Jó 1.8; 1Tm 6.11; 1Pd 2.1; 2Co 3.18).

Seus negócios eram feitos de forma íntegra, bem como cumpria sua palavra e tratava os outros justamente, por isso era grandemente respeitado pelos que o rodeavam quer na família ou fora da família. Homem reto e imparcial, não comprava as pessoas nem se vendia aos ricos e poderosos do seu tempo.

Sobretudo, Jó era um homem que temia a Deus e se desviava do mal. Deus o chamava de meu servo Jó. Poucos homens alcançaram uma condição tão elevada quanto Jó e permaneceram humildes e fiéis a Deus.

Em sua grande sabedoria foi o primeiro homem que falou de onde procede o frio e de onde sopra o vento (Jó 37.9); falou do fenômeno das nuvens que retém as águas para que possa chover sobre a terra (Jó 26.8). Descreveu também o fenômeno dos raios e suas faíscas precursoras (Jó 28.26).

Foi Jó quem primeiro entendeu que o ar tinha peso (Jó 28.25); declarou que a Terra está suspensa sobre o nada (Jó 26.7). Somente outros dois homens foram comparados a Jó – Noé e Daniel (Jó 19.25-27; 1Pd 10,11).

Deus cuidava de Jó com tanto empenho que se revelou pessoalmente a ele, e com ele compartilhou a visão de suas responsabilidades cósmicas. Um Deus que confessa sua preocupação com o homem é um Deus que está profundamente envolvido no destino humano. De alguma maneira, em algum lugar, Deus está no seu trono, e tudo corre bem no mundo, a despeito de teimosas evidências humanas em contrário.

Além de muitas riquezas, somente de ovelhas Jó possuía um significativo número de 7.000, o que lhe proporcionava uma grande mobilidade financeira, pois, parte da lã dos animais era vendida e tudo que sobrava podia ser transformado em roupas para aquecer nos dias invernosos. Mas Jó possuía ainda 3.000 camelos, 1000 bois e 500 jumentas, cujo leite era uma das iguarias da época.

Ao todo, Jó possuía um total de 11.500 animais domesticados, divididos naqueles tipos de animais que os homens ricos precisavam: animais de trabalho, animais que serviam de alimentação e animais de transporte. Tal riqueza capacitava-o a ter uma casa muito grande, vastas propriedades e uma abundância de escravos, que mantinham todas as suas posses em boa ordem. Ele era o maior homem de sua área e desfrutava de poder político e favor entre seus vizinhos.

Jó era agraciado por uma numerosa prole, possuindo uma boa esposa, sete filhos e três filhas. Eles formavam uma unidade familiar feliz, livre de preocupações, seja no campo econômico, seja no campo da saúde, seja em qualquer outro campo da vida diária – “Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre seu galardão” (Sl 127.3).

Jó era um homem profundamente zeloso e de muita sensibilidade para as coisas espirituais não somente no trato com Deus em relação à sua vida, mas também na vida dos seus filhos. Embora possuidor de uma família abastada, alegre e feliz, Jó não se descuidava dos seus filhos, que já adultos viviam a banquetear-se cada um  por sua vez, comendo e bebendo uns em casas dos outros.
Assim, decorrido o último dia dos banquetes, Jó chamava a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: Talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em seu coração (Jó 1.4,5). Jó fazia isso continuamente, pois como um verdadeiro sacerdote do lar, levantava-se todas as madrugadas para orar pelos seus filhos e filhas.

Jó era elogiado pelos homens, e também foi elogiado por Deus. O Adversário (Satanás) em suas andanças pela terra, havia observado Jó, aquele grande homem, mas não demonstrou respeito por ele e duvidou da autenticidade de sua espiritualidade, questionando a avaliação feita por Deus.

Satanás reagiu ante a declaração de Deus – E disse o Senhor a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó?  (Jó 1.8). Satanás vagueava pela terra, tal qual uma espécie de vagabundo e cínico espiritual, observando o que faziam os homens, talvez interferindo aqui e ali. Entre muitas loucuras que os homens faziam na terra, deve ter visto pelo menos uma grande exceção no caso de Jó.

Satanás irritou-se com o santo e iminente Jó, pois julgava que ele tivesse uma piedade falsa e pretensiosa, a qual cairia por terra diante da mais leve provocação. Satanás estava ansioso para provar que a sua avaliação do caráter de Jó era a que estava certa, e não a de Yahweh.

Assim, Satanás questionou Deus sobre qual homem vivo não louvaria a Deus se gozasse das mesmas condições de Jó? Satanás manifestou a pior forma de ceticismo e demonstrou incredulidade pela bondade humana.

Ele levantou a questão da motivação à espiritualidade de Jó. Satanás não negou que, aparentemente, Jó era um modelo de piedade. Mas acreditava que nele nada restaria de piedoso, caso todas as bênçãos materiais concedidas por Deus lhe fossem removidas.

O papel de Satanás como adversário dos justos é mais demonstrado no livro de Jó, que em qualquer outro livro do Antigo Testamento. Entre as dezenove referências nominais a Satanás no Antigo Testamento, catorze ocorrem no livro de Jó.

De Satanás emanam, em muitos casos, as doenças, a perda dos bens, a desobediência e a violência (Jó 1.11-22; 2.4-7). Contudo, ele somente age com a permissão divina – “E disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão....” (Jó 1.12-19).

E, quando Deus lhe permite executar os seus planos perversos, é somente como instrumento para executar seus projetos divinos. No caso de Jó, todos os esforços de Satanás para induzir o patriarca a pecar, foram vãos, apenas deram como resultado a formação do seu caráter e o aperfeiçoamento da fé em Deus (Jó 42.5).

Deus permitiu a Satanás destruir os bens e a família de Jó; porém Ele fixou um limite até onde Satanás podia ir e não lhe concedeu o poder de morte sobre Jó. Satanás lançou tempestade e pessoas violentas contra Jó.

Porém Jó reagiu às fatalidades que lhe aconteceram, com intensa aflição; mas também, com humildade, submeteu-se a Deus e continuou a adorá-lo em meio à mais severa adversidade.

Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra e adorou, e disse: Nu sai do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor”. Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma (Jó 1.21; 2.10).

Por duas vezes, Satanás põe em dúvida a fidelidade de Jó, alegando que ele era temente a Deus, por causa dos benefícios recebidos dele (Jó 1.11; 2.4,5). Com isto Satanás quis afirmar que o amor que Jó tinha a Deus não era sincero e que Jó era um homem egoísta que adorava a Deus somente para tirar proveito disso.

Além disso, Satanás acusou Deus de ingênuidade, pois se deixara enganar, obtendo assim a devoção de Jó em troca das bênçãos que lhe dispensava (Jó 1.9,10). Dessa forma quis deixar implícito que se Deus deixasse de proteger Jó e retirasse-lhe as riquezas, a saúde, a família e tudo que lhe trazia segurança e felicidade, Jó passaria a blasfemar dele na sua face (Jó 1.11; 2,5).

Mas Jó conseguiu deixar Satanás envergonhado, depois de várias tentativas para conduzir o patriarca ao pecado de blasfêmia. Em primeiro lugar com a permissão de Deus tomou tudo quanto Jó possuía, depois, também com a permissão de Deus tirou a sua saúde e pôs-lhe uma chaga maligna. Entretanto, mesmo assim Jó não foi vencido, pois não blasfemou (Jó 1.22).

Decepcionado e envergonhado, Satanás concluiu que tudo que fizera contra Jó foi inútil, pois Jó venceu não somente as provações e tentações, mas venceu o próprio Adversário – Satanás, que desistiu e fugindo de Jó, não voltou mais a Deus para  fazer acusações a Jó (Tg 4.7; 1Pd 5.8,9).

Ao saberem as adversidades de Jó, Elifaz, Bildade e Zofar – três dos amigos de Jó vieram solidarizar-se com ele e confortá-lo. Os consoladores de Jó, no entanto, eram apenas atormentadores, não podiam perceber outra coisa além de uma retribuição divina regular, precisa e previsível.

Para eles Jó estava sofrendo porque merecia tal coisa, e fizeram um esforço incalculável para ajudar Jó, procurando reconhecer algum pecado grave, o que, segundo pensavam, fatalmente mostraria ser a verdade, da capa de justiça com que Jó se vestia. Por fim, Deus os repreendeu pelo seu erro (Jó 42.7).

Zofar, um dos três amigos molestos de Jó, cujo nome significa peludo e áspero, foi o mais impetuosos dos três amigos, pois acusou a Jó de dizer palavras vazias (Jó 11.2,3), bem como de estar sofrendo o que suas más ações mereciam (Jó 20.4,5,29).

 A vida cristã é comparada a uma guerra – Assim escreveu Paulo a Timóteo: “Sofre comigo as aflições como um bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar aquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente (2Tm 2.3-5).

E aos irmãos de Éfeso, Paulo exorta aos irmãos estar munidos das armaduras de Deus para poder estar firmes contra as astutas ciladas do Diabo (Ef 6.10-18). Nesta guerra cada crente deve estar muito bem preparado e guerrear contra o reino das trevas, pois Satanás está disposto a fazer-nos pecar contra Deus para levar-nos a viver segundo o sistema desse mundo vil deixando de ser fiéis a Deus (2 Co 11.3).

Todos nós estamos sujeitos á acusações, até mesmo daqueles que se dizem nossos amigos (Jó 16.20). Enquanto estivermos na terra estaremos sujeitos a muitas provações e tentações, bem como muitos conflitos com o adversário de nossas almas. O Senhor Jesus, porém, nos consola – “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz: no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16.33).

Mas podemos estar certos de que nada poderá nos acontecer sem a devida permissão de Deus, e que todas as investidas de Satanás contra nós poderão tornar-se em um meio de provarmos a nossa fidelidade a Deus.

Mesmo nas perdas, podemos desfrutar do amor divino. Um indivíduo pode lançar-se nos braços da graça, do amor e do poder de Deus, sofrendo no escuro, escudado exclusivamente em sua fé.

Há profundezas da fé que os justos podem obter, e que lhe conferem coragem para enfrentar seus sofrimentos, sem duvidarem da providência e dos desígnios de Deus. Um homem, mediante a sua fé, impõe-se à sua situação adversa, obtendo nisso razão para prosseguir, significado, desígnio e esperança.

Apesar de, talvez, não sabermos qual a razão de nossos sofrimentos, pelo menos tomamos consciência da bondade e da providência permanentes de Deus, o qual permite todas essas coisas, e assim podemos descansar no Senhor.

Jesus falou de Deus como um Pai. Disse Ele: “Qual dentre vós é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente ?” (Mt 7.9,10).

Podemos perder tudo nessa vida – casa, dinheiro, emprego, excelentes oportunidades, relacionamentos, pai, mãe, filho, filha, esposo, esposa e, até mesmo, a própria saúde. Mas apesar de todos os infortúnios, devemos continuar crendo no Evangelho de Cristo, pois Ele é o nosso baluarte e fotaleza.

Nele, as perdas redundam em ganhos eternos conforme o profeta Habacuque declarou: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveirta minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas; todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação. Jeová, o Senhor é minha força” (Hc 3.17-19a).





Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Eliezer de Lira e Silva).
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da Vida. CPAD – Rio de Janeiro, 2012.

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º. Trimestre 2003

CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.

ALEXANDER, T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. Editora Hagnos.
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos
RICHARDS, Laurence. Comentário Bíblico do Professor – Editora Vida.
SWINDOLL, Charles R. Série Heróis da Fé. Jó – Um Homem de Tolerância Heroica. Editora Mundo Cristão. São Paulo, 2004.
COELHO, Alexander e DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da Vida. CPAD-2012.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

A Mordomia Cristã das Finanças - Estudo Bíblico


Escrito por Laudicéa Barboza
Consultor Teológico: Pr. João Barbosa da Silva
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                                Texto Bíblico: 2 Re 12.4-15                            
Em família celebrando 68 anos do Pr. João Barbosa
ANO 2011
Reflexão: “Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos”. (Ageu 2.8)

Introdução: A mordomia do Evangelho em seus vários ramos inclui a mordomia do dinheiro porque tudo que o homem tem, seja prata ou ouro, tudo pertence a Deus (Ag 2.8).

O que fazemos com o nosso dinheiro mostra a nossa mordomia na prática. O verdadeiro cristão deve ter critérios para administrar não somente o dinheiro pessoal como o dinheiro público.

Desenvolvimento:
Quem conhece o Evangelho entende que a pregação do Evangelho visa o homem na sua totalidade, incluindo a administração do seu dinheiro, do seu tempo e da própria vida.

Mordomia vem da palavra grega “oikonomia” que em português significa “economia”, isto é, utilização responsável dos recursos que o Senhor colocar em nossas mãos incluindo talentos naturais, espirituais, bem como nossos haveres materiais. Existe uma relação vital entre a vida material e a espiritual do crente.

O rei Davi entendia que não devia oferecer nada a Deus que não tivesse lhe custado coisa alguma. Em outras palavras Davi compreendia que tudo que ele possuía vinha de Deus, e portanto, só podia oferecer-lhe o que lhe tivesse sido dado por Deus.

Quando Davi quis comprar a eira de Araúna a fim de edificar um altar ao Senhor para que o castigo cessasse sobre o povo de Israel; Araúna simplesmente se dispôs a vender a eira por qualquer preço que o rei oferecesse e ainda trouxe todo o material necessário para o sacrifício.

Porém Davi não aceitou a oferta e pagou muito bem não somente o terreno mas todo o material oferecido, pagando 680 ciclos de ouro, ou seja, cerca de 6,81 gramas de ouro. E isso dá à propriedade considerável valor. Ele deu a Araúna o que ele merecia (2 Sm 24.24).

De igual modo procedeu Abraão no dia em que sua esposa Sara, morreu em Quiriate-Arba, que é Hebrom, na terra de Canaã, quando Abraão chorou e lamentou por ela. “Depois, se levantou Abraão de diante do seu morto e falou aos filhos de Hete, dizendo:
Estrangeiro e peregrino sou entre vós; dai-me possessão da sepultura convosco, para que eu sepulte o meu morto de diante da minha face; e responderam os filhos de Hete a Abraão dizendo-lhe:

Ouve-nos, meu Senhor: príncipe de Deus és no meio de nós; enterra o teu morto na mais escolhida de nossas sepulturas; nenhum de nós te vedará a sua sepultura, para enterrares o teu morto;

Então, se levantou Abraão e inclinou-se diante do povo da terra, diante dos filhos de Hete. E falou com eles dizendo; Se é de vossa vontade que eu sepulte o meu morto de diante da minha face, ouvi-me e falai por mim a Efrom, filho de Zoar. Que ele me dê a cova de Macpela, que tem no fim do seu campo; que ma dê pelo devido preço em posse de sepulcro no meio de vós”. (Gn 23.1-9).

E respondeu Efrom a Abraão dizendo-lhe:
Meu senhor; ouve-me: a terra é de quatrocentos ciclos de prata; que é isto entre mim e ti? Sepulta o teu morto. E Abraão deu ouvidos a Efrom e Abrarão pesou a Efrom a prata de que tinha falado aos ouvidos dos filhos de Hete, quatrocentos ciclos de prata, correntes entre mercadores.

Assim, o campo de Efrom, que estava em Macpela, em frente de Manre, o campo e a cova que nele estava e todo o arvoredo que no campo havia, que estava em todo o seu contorno ao redor, se confirmaram a Abraão em possessão diante dos filhos de Hete, de todos que entravam pela porta de sua cidade. E depois, sepultou Abraão a Sara, sua mulher, na cova do campo de Hebrom, na terra de Canaã” (Gn 23.14-19).


Ao chegar o tempo de os filhos de Israel deixar o Egito, no primeiro encontro de Moisés com o povo, depois de sua chegada de Midiã, ele transmitiu para o povo uma palavra da parte de Deus de acordo com sua promessa feita a Abraão.

“E eu darei graça a esse povo aos olhos dos egípcios; e acontecerá que, quando sairdes não saireis vazios, porque cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda vasos de prata, e vasos de ouro, e vestes, os quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; e despojareis ao Egito” (Ex 3.21,22).

E fizeram os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés e pediram aos egípcios vasos de prata, e vasos de ouro, e vestes. E o Senhor deu graça ao povo em os olhos dos egípcios, e estes emprestavam-lhes, e eles despojavam os egípcios” (Ex 12.35,36).

Mais à frente, encontramos Deus pedindo de volta ao povo parte daquela fortuna que eles haviam adquirido na saída do Egito, por ocasião da construção do Tabernáculo com todos os seus filatérios. “Então toda congregação dos filhos de Israel saiu de diante de Moisés e todo o homem a quem o seu coração se moveu e todo aquele cujo espírito voluntariamente, o impeliu, e trouxeram a oferta alçada ao Senhor para a obra da tenda da congregação  e para todo o seu serviço e para as vestes santas” (Ex 35.20,21).

E o povo trouxe muito mais do que bastava para o serviço da obra do Senhor, de forma tal que sobejava sobremaneira que os sábios que trabalhavam na construção pediram que parassem de trazer ofertas. (Ex 36.4-7). Isto nos mostra que tudo que temos pertence a Deus, portanto, devemos saber como administrar.

Paulo ao escrever sua segunda carta a Timóteo diz: “O amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmo com muitas dores” (1Tm 6.10).

O jovem rei Joás nos dá um grandioso exemplo de como se deve administrar as finanças para o crescimento da obra de Deus. Ele entendia que o primeiro lugar deve ser a preocupação em dar o melhor para Deus, seja com relação às coisas espirituais ou materiais (2 Re 12.4-15).

O apóstolo Paulo exortava às igrejas, para que aqueles que cuidavam da doutrina, dessem tempo integral à pregação do Evangelho e ao ensino da Palavra e que tivessem seu sustento custeado pela igreja (1Tm 5.17,18).

No encontro com o jovem rico, o Senhor Jesus mostra que aquele homem tinha o seu coração voltado para o dinheiro e não tinha condições de servir a Deus (Mt 19.21-23).

Deus condena a avareza. Por isso o apóstolo Paulo advertiu aos irmãos em sua 1ª. Carta à Igreja de Corinto, “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus” (1 Co 6.10).

O vocábulo avareza (do latim avaritia) é um dos sete pecados capitais, um sinônimo de ganância, e é descrito como o apego excessivo e descontrolado pelos bens materiais e pelo dinheiro, priorizando-os acima de tudo.

É comum confundir esse pecado com sovinice, (pão-duro), porque a palavra Avareza em português é usada mais comumente como sinônimo de sovinice do que de ganância. Mas no Latim, a palavra avaritia, é usada mais comumente como sinônimo de ganância.

Conclusão: No Cristianismo a avareza é a vontade exagerada de possuir qualquer coisa, mais caracteristicamente, é um desejo descontrolado, uma cobiça por bens materiais e dinheiro. Mas existe também avareza por informação, poder, status ou por indivíduos, por exemplo.

O avarento prefere os bens materiais ao convívio com Deus. Neste sentido, o pecado da avareza conduz à idolatria, que significa tratar algo, que não é Deus, como se fosse Deus.

Para o ávaro, os bens materiais deixam de ser um meio para aquisição de bens e serviços e para a satisfação das necessidades, mas um fim em si. A avareza opõe-se à virtude da generosidade.  

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2003
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da Vida. CPAD – Rio de Janeiro, 2012.

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.

ALEXANDER, T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida.

DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. Editora Hagnos.
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
Wikpédia – A Enciclopédia Lvre
WHITE, Ellen. Patriarcas e Profetas. CPAD – S.Paulo – 1976.
ANGUS, Joseph. História, Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos – S.Paulo – 2003.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A Ansiedade pelas Coisas Terrenas - Resenha Crítica:


   Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
 Texto Bíblico: Mt 6.25-34
                            
Reflexão: “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e o vosso Pai Celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?” (Mt 6.25)

Introdução: A Bíblia Sagrada nos mostra como Jesus tratou as questões das riquezas e da ansiedade, que é a fonte do problema do viver humano.
O mundo está envolto na ansiedade. No texto em apreciação Jesus ensina:
 Desenvolvimento: “Por isso, vos digo; não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que a vestimenta?

Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai Celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?

E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à  sua estatura?

E quanto ao vestuário, porque andais solícitos?
Olhai para os lírios do campo como eles crescem; não trabalham nem fiam.
E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda sua glória, se vestiu como qualquer deles.

Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé?
Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos?” (Mt 6. 25-31).

Compreenda-se que Jesus não está dizendo que é errado o cristão tomar providências para suprir suas futuras necessidades materiais, porém mostra com muita propriedade como deve ser o nosso comportamento (2Co 12.14).

O que ele realmente reprova aqui é a ansiedade ou a preocupação angustiosa da pessoa, revelando sua falta de fé no cuidado e no amor paternais de Deus. O apóstolo Pedro ensinou-nos a lançar sobre o Senhor toda a nossa ansiedade, lembrando-nos que Ele tem cuidado de nós (1Pe 5.7).

Ao focar as ervas do campo, Jesus confirma a promessa de Deus a todos os seus filhos nesta era da vida que nos proporciona tantas aflições e incertezas.

Deus prometeu tomar as providências pelo nosso alimento, vestuário e demais necessidades.

Não precisamos preocupar-nos nesse sentido, mas fazer a nossa parte, viver para Deus e deixá-lo reinar em nossa vida – “Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).

Aqueles que seguem a Cristo são conclamados a buscar acima de tudo o mais, o Reino de Deus e a sua justiça. O verbo “buscar” subentende estar continuamente ocupado na busca de alguma coisa ou fazendo um esforço vigoroso e diligente para obter algo (Mt 13.45).

Cristo menciona dois objetos da nossa busca:
1.    “O Reino de Deus” – Devemos buscar diligentemente a demonstração da soberania e do poder de Deus em nossa vida e em nossas reuniões.

Devemos orar para que o Reino de Deus se manifeste no grandioso poder do Espírito Santo para salvar pecadores, para destruir a influência demoníaca, para curar os enfermos e para engrandecer o nome do Senhor Jesus.

2.    “A sua justiça” – Com a ajuda do Espírito Santo, devemos procurar obedecer os mandamentos de Cristo, ter a sua justiça, permanecer separados do mundo e, demonstrar o seu amor para com todos, como exorta o apóstolo Paulo aos Fp 2.12,13.

De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor. Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar; segundo a sua boa vontade”.

Em Mt 6.19-21, Jesus também nos ensina como deve ser o nosso comportamento em relação às riquezas – Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam.

Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”.

O homem que cuida das coisas espirituais procura apenas um tesouro, isto é, o tesouro dos céus. Também busca conservar uma boa visão – a visão espiritual, a visão do Reino de Deus. É totalmente impossível alguém que tenha visão dupla, querendo servir a dois senhores ter a mesma fidelidade para com ambos.

Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar a outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6.24). Essa fidelidade inclui amor ou ódio da parte do homem.

A natureza humana não é capaz de servir totalmente, com todas as forças, ao mesmo tempo ao que é espiritual e ao que é carnal. O homem terá que escolher finalmente a que senhor prefere. O verdadeiro serviço ao Senhor implica em amor a este, porque, segunda as prerrogativas bíblicas, o verdadeiro serviço não pode ser prestado sem o requisito do amor. A falta do amor subentende, por si mesma, a existência de dois senhores.

Não é errado o salvo tomar providências para suprir suas necessidades futuras, o que o Senhor reprova é a ansiedade e a dedicação exclusiva às coisas terrenas (Mt 6.31-34).
A preocupação pode:
Prejudicar nossa saúde;
Reduzir nossa produtividade;
Afetar negativamente todo o modo como tratamos os outros;
Diminuir nossa confiança em Deus.

Ao orientar-nos a buscar primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, Jesus está nos ensinando que devemos priorizar Deus em nossa vida, de modo que nossos pensamentos e ações estejam voltados para sua vontade e que sirvamos e obedeçamos a Deus em tudo.

A ansiedade pelas coisas humanas leva o homem à ambição é à cobiça. Ambição é um exagerado senso de superioridade pessoal, auto-estima desordenada, arrogância, altivez de espírito e presunção.

Ambição e orgulho andam juntos, são inseparáveis e suas origens vêm desde a rebelião na vida angélica – “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações.

E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda dos lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo” (Is 14.12-15).

Davi rejeitava toda forma de ambição e orgulho (Sl 131.1-3). A cobiça é um pecado grave por ser um desejo desordenado por alguma coisa que é excessiva em seu grau ou um desejo por aquilo que por direito é de outrem.

No sentido geral cobiça significa todo desejo desordenado pelas posses mundanas tais como fama, riquezas, posição social, superioridade, ganhos desonestos, honrarias, avareza e amor incontrolável ao dinheiro.

Paulo compara a cobiça com a idolatria – “Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria” (Cl 3.5).

Em sua raiz a cobiça traz muitas formas de pecado. Esta é a razão porque Jesus fez advertências sérias acerca da cobiça, ao descrever a parábola do homem insensato (Lc 12.13-21).

Conclusão: Nenhum empreendimento que compromete o bem-estar espiritual, a integridade e a estabilidade da família deve merecer qualquer atenção do homem ou da mulher cristãos.
O Senhor perguntou ao rico insensato: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado, para quem será?” (Lc 12.20).

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 2º. Trimestre 2004
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da Vida. CPAD – Rio de Janeiro, 2012.

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD

CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.

CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.

ALEXANDER, T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida.

DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. Editora Hagnos.
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.

sábado, 25 de agosto de 2012

A Angústia das Dívidas - Lição 09 - 3º. Tri. 2012 - EBD CPAD - 26.08.12


Texto da Lição: 1Timóteo 6.7-12
Esboço: Escrito por Pr. João Barbosa da Silva
            http://nasendadacruz.blogspot.com                          

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
EBD Templo Central em Abreu e Lima COMADALPE
 Celebrando a Ceia comemorativa ao Centenário das
Assembléias de Deus no Brasil - Ano 2011
  1. Compreender quem é o dono do nosso dinheiro.
  2. Discutir a respeito dos efeitos materiais do consumismo e das dívidas.
  3. Saber que é possível livrar-se das dívidas com sabedoria e planejamento.
As dívidas são, geralmente, originadas do mau uso das nossas finanças. Embora alguém possa de vez em quando se encontrar mergulhado em dívidas por situações completamente alheias ao seu querer, apesar de tudo isso, não deixa de ser o resultado de má condução dos recursos pessoais ou familiares.

A respeito do gasto abusivo e desnecessário o livro de Provérbios adverte: “Tesouro desejável e azeite há na casa do sábio, mas o homem insensato o devora” (Pv 20.22).

A Bíblia é clara quanto ás dívidas e situações de pobreza, afirmando não serem necessariamente correspondente à falhas pessoais e pecado – “Pois nunca cessará o pobre do meio da terra; pelo que te ordeno, dizendo: livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado e para o teu pobre na tua terra” (Dt 15.11).

Um contexto de guerra, uma doença que pode consumir todo o equilíbrio financeiro de uma pessoa ou família e até mesmo uma catástrofe natural como podemos acompanhar nesses últimos tempos, pode levar ao endividamento ou á situação de pobreza de forma indesejável.

No entanto, muitos entram em tal calabouço por vivenciarem comportamentos pecaminosos como jogos de azar, vícios como alcoolismo, prostituição e procedimentos indesejáveis diversos que o mundo invisível vai manifestando àqueles que não conhecem a Cristo.

A Bíblia adverte para o resultado desses incautos: “Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne. Porque o beberrão e o comilão cairão em pobreza; e a sonolência faz trazer as vestes rotas” (Pv 23.20-21).

Em Mateus 6.19.34, Jesus ensina sobre como o cristão deve lidar com o dinheiro e acerca das solicitudes da vida, e enfatiza que o dinheiro deve ser o nosso servo e não o nosso senhor. Salomão, o homem mais rico de todos os tempos, deixou bem evidente que o poder, a riqueza, a glória humana e os prazeres desta vida não são eficazes para satisfazer a alma. A Bíblia afirma ser o amor ao dinheiro a raiz de todos os males (1Tm 6.10).

Mt 16.26 faz um questionamento forte e de grande relevância: “Pois que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Não devemos por a nossa confiança nos bens materiais para não sermos consumidos por ele. O tesouro que devemos considerar mais importante deve ser as riquezas e os valores espirituais.

Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam.
Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6.19,20).

A palavra riqueza, corresponde a Mamon, um termo aramaico significando dinheiro ou outros bens terrenos valiosos. Jesus deixou bem claro que uma pessoa não pode ao mesmo tempo servir a Deus e às riquezas (Mt 6.24).

Servir as riquezas é dar-lhe um valor tão alto que:
  1. Colocamos nela nossa confiança e fé.
  2. Esperamos da parte dela nossa segurança máxima e felicidade.
  3. Confiamos que ela garantirá o nosso futuro.
  4. A buscamos mais do que o reino de Deus e a sua justiça.
Acumular riquezas é um trabalho tão envolvente, que logo passa a controlar a mente e a vida da pessoa, até que a glória de Deus deixa de ser a primazia em seu ser (Lc 16.13).

A Bíblia também nos mostra que não é somente o rico que pode ter Mamon como o seu deus, mas até mesmo o pobre, que nem sabe de onde virá a próxima refeição. Mostra assim que a ansiedade é uma forma de adoração a Mamon, porque demonstra a falta de confiança em Deus.

Aquele que se deixa vencer pelas ansiedades demonstra que está servindo a dois senhores, e essa idéia mostra não só o poder desse deus do dinheiro, mas também a sua adoração quase universal, chegando ao cúmulo de roubar o Deus verdadeiro. Mamon é sem dúvida um agente especial de Satanás, sendo o segundo em poder e soberania no mundo das más influências.

Ao tomar essa atitude o homem torna-se discípulo de Mamon e consequentemente não pode também ser discípulo do reino, porquanto já perdeu a confiança no verdadeiro Deus. Mt 6.26 nos fornece muitas razões porque não devemos fazer da ansiedade um deus – “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas?”

Se quisermos ser bem sucedidos financeiramente, priorizemos o reino de Deus, conforme descrito em (Mt 6.33). Se formos fiéis na entrega dos dízimos e ofertas, fazendo uso do nosso dinheiro com sabedoria veremos a bênção do Senhor sobre nossas finanças.

“Trazei todos os dízimos á casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.

E por causa de vós repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será estéril, diz o Senhor dos Exércitos”(Ml 3.10,11).

A décima parte do nosso salário não nos pertence, pois é do Senhor. As bênçãos que acompanham a fidelidade na contribuição financeira virão tanto nesta vida como na do porvir. O Senhor promete a todos aqueles que o honrarem e o temerem, conservar um registro permanente no céu, concernente á vida fiel diante dele.

Isto vem a significar que Deus observa e anota nossa fidelidade e o amor que lhe dedicamos. Quando comparecermos diante de sua presença, Ele há de se lembrar de nossa fiel dedicação, e nos trará como seus filhos.

 “Então aqueles que temem ao Senhor falam cada um com o seu companheiro; e o Senhor atenta e ouve; e há um memorial escrito diante dele, para os que temem ao Senhor e para os se lembram do seu nome.

E eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos, naquele dia que farei, serão para mim particular tesouro; poupá-los-ei  como um homem poupa a seu filho que o serve” (Ml 3.16,17).

O consumismo é um dos males de nossos dias. Quanto mais infeliz e insatisfeita é a pessoa consigo mesma e com a vida mais suscetível se torna aos apelos consumistas. A Bíblia se opõe a tal estilo doentio de vida e nos apresenta conselhos e diretrizes para não sermos tragados pelos seus terríveis efeitos: frustrações e em geral desespero.

O apóstolo Paulo assim se expressa: “Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém,  sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes”. (1Tm 6.7.8).

Mediante os apelos consumistas da mídia, urge que mudemos a nossa ótica e perspectiva de vida, passando a nos alimentar da Palavra de Deus e cultivando a nossa comunhão com Ele todos os dias para que não percamos a sensibilidade e o discernimento espirituais ao darmos lugar ao espírito de materialismo de nossos dias.

É possível livrar-se das dívidas com sabedoria e planejamento. Se queremos evitar dívidas, é preciso, antes de tudo, estabelecermos uma hierarquia clara do que é ou não é tão importante adquirir. Valorizar o prioritário para a nossa vida e nunca o supérfluo, adquirindo as coisas que realmente precisamos e não bens apenas para a nossa ostentação.

Uma coisa que não podemos deixar de lado é evitar o desperdício. Há duas formas de evitá-lo. Em primeiro lugar usufruir sempre daquilo que está á nossa disposição e em segundo lugar ter o cuidado de não usar de forma errônea.

Ao multiplicar os pães e peixes Jesus nos deu uma grandiosa lição de economia quando ordenou que os seus discípulos recolhessem o que sobrou para que nada se perdesse, além de deixar garantida uma próxima refeição (Jo 6.12).

Sobretudo devemos ser previdentes. Jesus assim falou: “Pois, qual de vós querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que o acabar?
Para que não aconteça que, depois, de haver posto os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele” (Lc 14.28,29).

Na passagem citada Jesus está se referindo à vida cristã, no entanto, com nossas finanças não pode ser diferente. Antes de qualquer comprometimento financeiro devemos avaliar as reais possibilidades para não sermos pegos de surpresa no meio do processo.

Poupar é a mais inteligente das atitudes quanto ao uso do dinheiro, sabemos que eventualidades sempre surgem e precisamos estar preparados. Sendo nós mordomos de tudo que Deus nos deu devemos viver uma vida financeira sensata e precavida, usando de forma correta tudo o que Ele graciosamente colocou em nossas mãos. “Pois, qual de vós querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que o acabar? (Lc 4.28).

Sejamos portanto sábios, e administremos o nosso dinheiro como um bom despenseiro de Deus.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2012 – (Comentarista: Eliezer de Lira e Silva).
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da Vida. CPAD – Rio de Janeiro, 2012.

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.

ALEXANDER, T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida.

DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia – Ampliado e Atualizado. Editora Hagnos.
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.