Escrito por Pr. João
Barbosa da Silva
Texto Bíblico: Mt 6.25-34
Reflexão: “Olhai
para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e o
vosso Pai Celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?” (Mt
6.25)
Introdução: A Bíblia Sagrada nos mostra como Jesus tratou as questões das riquezas e
da ansiedade, que é a fonte do problema do viver humano.
O mundo está envolto na
ansiedade. No texto em apreciação Jesus ensina:
Desenvolvimento: “Por
isso, vos digo; não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de
comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis
de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que a
vestimenta?
Olhai para as aves do céu, que não semeiam,
nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai Celestial as alimenta. Não
tendes vós muito mais valor do que elas?
E qual de vós poderá, com todos os seus
cuidados, acrescentar um côvado à sua
estatura?
E quanto ao vestuário, porque andais
solícitos?
Olhai para os lírios do campo como eles
crescem; não trabalham nem fiam.
E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda
sua glória, se vestiu como qualquer deles.
Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que
hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós,
homens de pequena fé?
Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que
comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos?” (Mt 6. 25-31).
Compreenda-se que Jesus não
está dizendo que é errado o cristão tomar providências para suprir suas futuras
necessidades materiais, porém mostra com muita propriedade como deve ser o nosso
comportamento (2Co 12.14).
O que ele realmente reprova
aqui é a ansiedade ou a preocupação angustiosa da pessoa, revelando sua falta
de fé no cuidado e no amor paternais de Deus. O apóstolo Pedro ensinou-nos a
lançar sobre o Senhor toda a nossa ansiedade, lembrando-nos que Ele tem cuidado
de nós (1Pe 5.7).
Ao focar as ervas do campo,
Jesus confirma a promessa de Deus a todos os seus filhos nesta era da vida que
nos proporciona tantas aflições e incertezas.
Deus prometeu tomar as
providências pelo nosso alimento, vestuário e demais necessidades.
Não precisamos preocupar-nos
nesse sentido, mas fazer a nossa parte, viver para Deus e deixá-lo reinar em
nossa vida – “Mas buscai primeiro o Reino
de Deus, e a sua justiça e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt
6.33).
Aqueles que seguem a Cristo
são conclamados a buscar acima de tudo o mais, o Reino de Deus e a sua justiça.
O verbo “buscar” subentende estar continuamente ocupado na busca de alguma
coisa ou fazendo um esforço vigoroso e diligente para obter algo (Mt 13.45).
Cristo menciona dois objetos
da nossa busca:
1.
“O Reino de Deus” – Devemos buscar diligentemente a demonstração da
soberania e do poder de Deus em nossa vida e em nossas reuniões.
Devemos orar para que o Reino
de Deus se manifeste no grandioso poder do Espírito Santo para salvar
pecadores, para destruir a influência demoníaca, para curar os enfermos e para
engrandecer o nome do Senhor Jesus.
2. “A sua justiça” – Com a ajuda do Espírito
Santo, devemos procurar obedecer os mandamentos de Cristo, ter a sua justiça,
permanecer separados do mundo e, demonstrar o seu amor para com todos, como
exorta o apóstolo Paulo aos Fp 2.12,13.
“De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na
minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a
vossa salvação com temor e tremor. Porque Deus é o que opera em vós tanto o
querer como o efetuar; segundo a sua boa vontade”.
Em Mt 6.19-21, Jesus também nos ensina como deve ser o nosso comportamento
em relação às riquezas – Não ajunteis
tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões
minam e roubam.
Mas ajuntai tesouros no céu,
onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem
roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”.
O homem que
cuida das coisas espirituais procura apenas um tesouro, isto é, o tesouro dos
céus. Também busca conservar uma boa visão – a visão espiritual, a visão do
Reino de Deus. É totalmente impossível alguém que tenha visão dupla, querendo
servir a dois senhores ter a mesma fidelidade para com ambos.
“Ninguém pode servir a dois senhores, porque
ou há de odiar um e amar a outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro.
Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6.24). Essa fidelidade inclui
amor ou ódio da parte do homem.
A natureza
humana não é capaz de servir totalmente, com todas as forças, ao mesmo tempo ao
que é espiritual e ao que é carnal. O homem terá que escolher finalmente a que
senhor prefere. O verdadeiro serviço ao Senhor implica em amor a este, porque,
segunda as prerrogativas bíblicas, o verdadeiro serviço não pode ser prestado
sem o requisito do amor. A falta do amor subentende, por si mesma, a existência
de dois senhores.
Não é errado o
salvo tomar providências para suprir suas necessidades futuras, o que o Senhor
reprova é a ansiedade e a dedicação exclusiva às coisas terrenas (Mt 6.31-34).
A preocupação pode:
Prejudicar nossa
saúde;
Reduzir nossa
produtividade;
Afetar
negativamente todo o modo como tratamos os outros;
Diminuir nossa
confiança em Deus.
Ao orientar-nos
a buscar primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, Jesus está nos ensinando que
devemos priorizar Deus em nossa vida, de modo que nossos pensamentos e ações
estejam voltados para sua vontade e que sirvamos e obedeçamos a Deus em tudo.
A ansiedade
pelas coisas humanas leva o homem à ambição é à cobiça. Ambição é um exagerado
senso de superioridade pessoal, auto-estima desordenada, arrogância, altivez de
espírito e presunção.
Ambição e
orgulho andam juntos, são inseparáveis e suas origens vêm desde a rebelião na
vida angélica – “Como caíste do céu, ó
estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que
debilitavas as nações.
E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e,
acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação,
me assentarei, da banda dos lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens
e serei semelhante ao Altíssimo. E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais
profundo do abismo” (Is 14.12-15).
Davi rejeitava
toda forma de ambição e orgulho (Sl 131.1-3). A cobiça é um pecado grave por
ser um desejo desordenado por alguma coisa que é excessiva em seu grau ou um
desejo por aquilo que por direito é de outrem.
No sentido geral
cobiça significa todo desejo desordenado pelas posses mundanas tais como fama,
riquezas, posição social, superioridade, ganhos desonestos, honrarias, avareza
e amor incontrolável ao dinheiro.
Paulo compara a
cobiça com a idolatria – “Mortificai,
pois, os vossos membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o
apetite desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria” (Cl
3.5).
Em sua raiz a
cobiça traz muitas formas de pecado. Esta é a razão porque Jesus fez
advertências sérias acerca da cobiça, ao descrever a parábola do homem
insensato (Lc 12.13-21).
Conclusão: Nenhum empreendimento que compromete o bem-estar espiritual, a
integridade e a estabilidade da família deve merecer qualquer atenção do homem
ou da mulher cristãos.
O Senhor
perguntou ao rico insensato: “Louco, esta
noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado, para quem será?” (Lc
12.20).
Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 2º. Trimestre 2004
COELHO,
Alexandre e DANIEL, Silas. Vencendo as Aflições da Vida. CPAD – Rio de Janeiro,
2012.
Bíblia
de Estudo Pentecostal – CPAD
CHAMPLIN.
R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
CHAMPLIN.
R. N. O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO. Editora Hagnos.
ALEXANDER,
T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida.
DAVIS, John. Novo Dicionário da Bíblia –
Ampliado e Atualizado. Editora Hagnos.
CHAMPLIN, R. N e BENTES, M.J. Ph.D.
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
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