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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Subsídios para a Lição 010 - OFERTAS PACÍFICAS PARA UM DEUS DE PAZ - 02.09.2018


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 010 - OFERTAS PACÍFICAS PARA UM DEUS DE PAZ - 02.09.2018
Texto Bíblico: Levítico 7.11-21
Por: Pr. João Barbosa

Qualquer israelita podia apresentar uma oferta pacífica além dos sacrifícios feitos para expiação e a consagração, visto tratar-se de uma oferta voluntária. Algumas qualificações para os animais sacrificiais eram menos exigentes.

Eram permitidos animais machos e fêmeas (Lv 3.1,6). O animal era abatido à entrada do átrio externo. (Lv 3.1,2,7,8,12,13). E seu sangue era aspergido sobre o altar (Lv 3.2,8,13). As entranhas eram inteiramente             queimadas.

O sacerdote podia levar o peito e comê-lo com sua família num lugar limpo. Antes de toma-lo para si, o sacerdote tinha de reconhecê-lo como oferta levantada. O sacerdote tinha que levantar para o alto a porção dele para deixar claro que era do Senhor (Lv 7.34; Ex 29.27,28).

Depois ele tinha que agitá-la como oferta movida para simbolizar que era do Senhor, e que era pela provisão divina que viria pertencer ao sacerdote como alimento. O ofertante também podia apresentar bolos como pães asmos como parte da oferta de ações de graças (Lv 7.12).

A oferta de ações de graças é geralmente considerada como um sinônimo da oferta pacífica. O sacerdote também tinha licença de tomar um dos bolos asmos, movê-lo como oferta movida e consumi-lo.

A última etapa da oferta pacífica era a refeição comunitária, onde o ofertante e sua família desfrutavam daquelas partes da oferta que não tinham sido queimadas nem levadas pelo sacerdote (Lv 7.15-17).

As regras rigorosas estipulavam que elas deviam ser comidas por pessoas ritualmente puras, em um lugar ritualmente puro perto do santuário, e declaravam qual era o período de tempo durante o qual o alimento podia ser desfrutado.

Regularmente, a oferta pacífica era feita durante a Festa das Semanas (Lv 23.19,20), como símbolo de gratidão a Deus. Era associada ao voto do nazireado (Nm 6.17-20) e à ordenação de um sacerdote (Ex 29.19-34; Lv 8.22-32).

Frequentemente era feita uma oferta pacífica durante ou depois de períodos de perigos, adversidades ou renovação espiritual da nação, tais como guerra, fome, pestilência, dedicação do templo e reformas.

Ofertas voluntárias – Essas ofertas incluíam as dádivas apresentadas para cumprir um voto: ofertas votivas ou “voto”,  (Lv 7.16,17; 22.21; 27; Nm 6.21; 15.3-16; 30.11). O voto era feito como parte de um pedido a Deus, e depois pago quando o pedido era concedido como no caso de Jacó (Gn 28.20-21; 35.1-3).

No caso de Ana (1Sm 1.11; 24-28).
No caso de Davi, rei de Israel (Sl 22.15; 56.12; 61.5; 8).

Ou podia ser uma resposta voluntária à bondade de Deus. O cumprimento desse último voto coincide com a oferta de ações de graças (Lv 7.12,13,15;22.29; 2Cr 33.16; Sl 50.14.23; 116.17;).

Outro tipo de oferta voluntária (Ex 35.27-29; 36.3; Lv 7.16; Nm 15.3; Dt 12.7; 16.10; 23.23; Ez 46.12). Por causa da natureza espontânea da oferta voluntária, um boi ou um carneiro desproporcionado era aceitável (Lv 22.23).

Quando o piedoso israelita trazia ao Senhor uma oferta pacífica, estava demonstrando ali, diante do altar, por intermédio de gestos e ações dramáticas, a graça que inundava a sua alma. O ofertório era a expressão máxima exteriorizada ali perante a congregação de Israel: os favores imerecidos de Deus.

E se tantas bênçãos tinha recebido de Deus, porque não oferecer ao Senhor uma oferta de paz? Em sua saudação às igrejas, Paulo saudava com ofertas de paz (Rm 1.7; 1Co 1.3; Ef 1.2).

Graça e paz, a comunidade dos sacrifícios de louvores – Em suas epístolas, Paulo saudava as igrejas com uma fórmula que, embora provinda do grego e do hebraico, expressava a plenitude do evangelho: graça e paz (Rm 1.7; 1C0 1.3; Ef 1.2).

Ao dirigir-se aos santos com uma expressão tão profunda e significativa o apóstolo conscientizava-os de que eles se constituaim na comunidade de sacrifícios de louvores e paz com excelência: a obra da graça.

Mesmo sem a beleza da liturgia e do cerimonialismo levíticos, não deixavam eles de expressar toda formosura da vida cristã. O que é o sacrifício de louvor? Atentemos às palavras do autos da epístola aos Hebreus: “Por meio de Jesus Cristo, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto dos lábios que professam o seu nome (Hb 3.15).

Nessa exortação, distinguimos a diferenca entre o sacrifício de louvor do antigo e do N.T. O primeiro era gestual e dramático; o segundo é oral e marcado por amorosas proposições. O primeiro dependia de um altar; o segundo tem como altar o próprio adorador que sotereologicamente, é o templo do Espírito Santo.

Na antiga aliança, o crente dependia de um lugar específico para oferecer sua oferenda ao Senhor, já na economia do NT os discípulos de Jesus é instado a demonstrar o seu culto racional em todos os tempos e lugares; ele é o altar do santuário (1Co 3.16; Rm 12.1).

A excelência da oferta pacífica – Os dois sacrifícios da história sagrada são holocausto e oferta pacífica. A voluntariedade da oferta pacífica visivelmente demonstra no livro de Levítico (Lv 7.12), essa oferta para ser caracterizada como tal, deveria ser oferecida junto com ações de graças; nenhuma petição era admitida.

Naquela ocasião o israelita tinha como único objetivo agradecer e adorar ao Senhor por tudo que Deus tinha operado em sua vida. No livro dos Salmos as ofertas pacíficas são manifestas em louvores a Deus pelas suas benignidades (Sl 106.1; 118; 136).

Na economia do NT somos instados a oferecer a Deus ações de graças em todo tempo (1Ts 5.18). Paulo entendia que se assim fizéssemos nunca perderíamos a comunhão com Deus, com os irmãos e com Cristo (Cl 3.15).

Existiam três tipos de ofertas pacíficas: 1. Ações de graças –quando o ofertante agradecia ao Senhor por algum favor alcançado. Nessa ocasião o crente hebreu oferecia ao Senhor bolos e coscorões asmos amassados com azeite.

Os bolos, feitos da flor de farinha, tinham de ser fritos (Lv 7.12-15). A carne, que acompanhava o sacrifício pacífico, devia ser consumida no mesmo dia (Lv 7.15).
Os produtos trazidos a Deus eram acompanhados de louvores (Hb 13.15). Tanto ontem quanto hoje, somos instados a louvar e enaltecer continuamente ao Senhor.

2. Voto – Quando o crente hebreu estava em grandes angústias e dificuldades faziam votos ao Senhor prometendo-lhe oferta pacífica (Gn 28.20; 1Sm 1.11). Neste caso específico o sacrifício poderia ser comido tanto no mesmo dia quanto no dia seguinte.
( Lv 7.15,16;).

No terceiro dia nada dele podia ser ingerido. O voto, por ser uma ação voluntária, requeria igualmente uma atitude voluntária. Que o ofertante participasse das ofertas com alegria e regozijo.

3. Oferta movida – Na última etapa, o adorador entregava a oferta pacífica ao sacerdote que, seguindo o manual levítico, aspergia o sangue do sacrifício sobre o altar. Em seguida queimava a gordura do animal (Lv 7.30).

O peito era entregue a Arão e a seus filhos. Num último ato, o sacerdote movia a parte mais excelente da oferenda perante o altar: o peito e a coxa (Lv 7.31-35).

Os obetivos das ofertas pacíficas eram dois: Aprofundar a comunhão entre Deus e o crente e levar o ofertante a reconhecer que tudo quanto temos vem do Senhor, porque dele é a terra e a sua plenitude (Sl 24.1).

Davi rei de Israel foi o homem que em todo Israel, mais sacrifício pacífico apresentou ao Senhor (Sl 22.25; 56.12; 61.5,8). Os seus cânticos em si mesmo, já são um sacrifício de louvor e paz ao Deus de Abraão.

Sacrifícios e ofertas no NT – Jesus foi para o templo na Páscoa e participou da refeição pascal. Ordenou que os leprosos fossem aos sacerdotes para se submeterem à purificação ritual e levar as ofertas exigidas pela lei (Mt 8.4; Lc17.14).

No Sermão da Montanha nosso Senhor não rejeitou as ofertas sacrificiais, mas ressaltou que as pessoas deveriam ir primeiro reconciliar-se com os seus irmão antes de poder se reconciliar com Deus (Mt 5.23,24).

Depois da crucificação e da ascenção de Jesus, os apóstolos aplicavam a linguagem veterotestamentária do sacrifício e da expiação ao sacrifício de Jesus (Rm 3.25; 8.3).

A epístola aos Hebreus demonstra em especial como o sistema sacrificial do NT é cumprido por Jesus, como sumo sacerdote da nova aliança, por cujo sangue todos os pecados podem ser expiados, e por quem o cristão pode ser fortalecido para realizar as obras que agradem a Deus (Hb 13.20,21).

Paulo, da mesma maneira, exortava os cristãos em Roma a se oferecerem como sacrifício vivo a Deus, como oferta dedicatória (Rm 12.1,2).

Consultas:
ANDRADE, Claudionor de.Comentarista da Lição Bíblica do 3º. Trimestre.  Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico.
ANDRADE, Claudionor de.  Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. CPAD. Rio de Janeiro, 2018
WICLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD Rio de Janeiro, 2016.
VINE. W. E. Dicionário Bíblico. CPAD. Rio de Janeiro, 2010
ALEXANDER T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida. São Paulo, 2009
PEARLMAN Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Editora Dois Irmãos Ltda. Rio de Janeiro, 1963
ELWELL Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Editora Vida Nova, São Paulo, 2009
BROWN. Raymond E. Comentário Bíblico São Gerônimo – Antigo Testamento. Academia Cristã Ltda – Paullus. São Paulo 2007
História Doutrina e Interpretação da Bíblia. Editora Hagnos. São Paulo, 2008
CHAPLIN. R.N. Antigo Testamento Interpretado – V7. Dicionário. Editora Hagnus. São Paulo, 2010


quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Lição 09 - JESUS O HOLOCAUSTO PERFEITO - 26.08.2018


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 09 - JESUS O HOLOCAUSTO PERFEITO - 26.08.2018
Texto Bíblico: Levítico 1.1-9
Por: Pr. João Barbosa


Depois da confusão das línguas em Gn 11.1-9, os descendentes de Noé espalharam-se por todas as partes, levando consigo o verdadeiro conhecimento de Deus, porque até então não havia registro de idolatria. O que ocorreu no transcurso do tempo é brevemente descrito por Paulo em sua carta ao Romanos 1.19-32.

As nações se afastaram da adoração pura de Deus e cedo perderam de vista sua gloriosa divindade. O resultado foi a cegueira espiritual. Em lugar de virem a Deus através dos corpos celestes, começaram a adorar esses corpos como se fosse Deus;  como nos mostra o Salmo 19.1-6 e Sl 105, onde diz que a natureza expressa a presença de um Deus Criador.

Em vez de reconhecer que o homem  foi feito à imagem de Deus, começaram a fazer um Deus da imagem do homem. Desse modo a cegueira espiritual conduziu à idolatria.

A idolatria não era meramente uma questão intelectual; a adoração da natureza, que é a base da maioria das religiões pagãs, conduziu o homem a deificar (fazer deuses) de suas próprias concupiscências, e o resultado foi a corrupção moral.

Todavia, apesar dessa perversão, a adoração do homem tinha leves indícios os quais indicavam que houve um tempo quando ele melhor entendiam as coisas. Através da idolatria do Egito, da Índia dos Persas e da China,  descobre-se uma crença em um Deus verdadeiro.

Quando a escuridão espiritual cobriu as nações, como a corrupção moral havia coberto o mundo antediluviano, Deus começou de novo com Abraão, assim como havia feito anteriormente com Noé.
O plano de Deus era fazer de Abraão o pai de uma nação que restauraria o mundo à luz do conhecimento e da glória de Deus. No monte Sinai, Israel foi separado por Deus das demais nações para ser um povo santo.

E para dirigi-los na vida de santidade, Deus lhes deu um código de leis que governaria a sua vida moral, nacional e religiosa. Entre essas estavam as leis dos sacrifícios (Lv 1 – 7), as quais ensinavam à nação de Israel a maneira correta de aproximar-se de Deus e adorá-lo.

As nações tinham uma adoração pervertida; Deus restaurou em Israel a adoração pura e verdadeira.  Os sacrifícios mosaicos eram meios pelos quais os israelitas rendiam ao seu Criador a primeira obrigação do homem, a saber, a adoração.

Os mesmos eram oferecidos com o objetivo de alcançar comunhão com Deus, e remover todos os obstáculos que impediam essa comunhão. Em Lv de 1-7, encontramos pelo menos sete ofertas. Ofertas pelo pecado, ofertas por transgressões, ofertas queimadas, ofertas de paz, oferta de cereais e de líquidos derramados, ofertas de levantamento e de acenios e ofertas de cinzas da novilha vermelha.

Observamos que Levítico mostra sete tipos de ofertas diferentes e nove ocasiões ou momentos como esses sacrifícios deveriam ser apresentados.

1. Diariamente pela manhã e à tarde (Nm 28.3-8).
2. Aos sábados (Nm 28.9-10; Lv 24.8).
3. Na Lua Nova (Nm 28.11-15).
4. Na Festa das Trombetas (Nm 29.1-6).
5. Na Páscoa (Ex 12.1).
6. Na Festa dos Pães Asmos (Nm 28.17-24).
7. No Pentecoste (Nm 28.27-31; Lv 23.16-20).
8. No Dia da Expiação (Lv 16.3; Nm 29.7-11).
9. Na Festa dos Tabernáculos (Nm 29.13).

Os mesmos eram oferecidos com o objetivo de alcançar comunhão com Deus, e remover todos os obstáculos que impediam essa comunhão.

Por exemplo, se o israelita pecasse e dessa maneira pereturbasse a relação entre ele e Deus, então traria a Deus uma oferta pelo pecado – o sacrifício de expiação.

Ou, se um israelita tivesse ofendido ao seu próximo e essa ofensa perturbasse sua relação com Deus então ele traria uma oferta pela culpa – o sacrifício de restituição (Lv 6.1-7).

Depois que o israelita estava bem com Deus e com os homens e desejava consagrar-se plenamente ao Senhor, então trazia a Deus uma oferta queimada (holocausto), o maior e mais sublime de todas as ofertas que eram oferecidas a Deus – o sacrifício de adoração (Lv 1).

Estava então o crente israelita pronto para desfrutar de uma feliz comunhão com Deus que o havia perdoado e aceito; portanto, ele apresentava uma oferenda de paz – o sacrifício de comunhão (Lv 3).

O holocausto era oferecido quando o adorador sentia necessidade de se aproximar de Deus visto que ele estava bem com os homens. Holocausto era uma oferta queimada por inteiro.

Essa palavra vem de holos, inteiro e kautos, adjetivo verbal de “kaiõ” que significa queimar. Ou seja, a vítima era totalmente queimada como em Ex 30.20; Lv 5.12; 23.8, 25, 27.

É usado em Mc 12.33 por um escriba que procurava questionar o Senhor Jesus sobre o primeiro mandamento da lei. Ocorre também em Hb 10.6,8.

O propósito desses sacrifícios cruentos cumpre-se em Cristo, o sacrifício perfeito. Sua morte é descrita como morte pelo pecado, como ato de levar o pecado (2Co 5.21).

Deus fez da pessoa de Cristo uma oferta pela culpa do pecado. Essa é a tradução literal de Is 53.10; ela pagou a dívida que não podíamos pagar, e apagou o passado que não podíamos desfazer.

Cristo é a nossa oferta queimada (holocausto), porque sua morte é exposta como um ato de perfeito oferecimento próprio (Hb 9.15; Ef 5.2). Ele é a nossa oferta de paz porque ele mesmo descreveu sua morte como um meio para se participar tendo comunhão com a vida divina (Jo 6.53,56; Lv 7.15,20).

A eficácia do sacrifício – Até que ponto os sacrifícios do VT foram eficazes? Eles asseguravam realmente o perdão e a pureza? Que benefícios assegurava para o ofertante?

Essas perguntas são de verdadeira importância, porque, comparando e contrastando os sacrifícios levíticos com o sacrifício de Cristo, compreenderemos melhor a eficácia e a finalidade do sacrifício de Cristo na cruz do Calvário.

O velho concerto era bom, na medida de sua finalidade e para o seu determinado propósito ao qual foi constituído; mas o novo concerto é melhor. Os sacrifícios do VT eram bons, se não fossem no sentido de terem cumprido um determinado propósito incluído no plano divino.

Isto é, que aqueles do povo de Jeová que houvessem pecado contra ele pudessem voltar ao estado da graça, serem reconciliados e continuarem no gozo de comunhão com ele.

Quando um crente israelita havia fielmente cumprido as condições, então podia descansar sobre a promessa; como está escrito “O sacerdote por ele fará expiação do seu pecado e lhe será perdoado” (Lv 4.26).

Quando um israelita esclarecido trazia uma oferta estava ele cônscio de duas coisas: Primeira, que o arrependimento em si não era o suficiente; era indispensável uma transação visível que indicasse o fato de ser removido o pecado (Hb 9.22).

Mas por outro lado, ele aprendia com os profetas que o ritual sem a correta disposição interna do coração também era mera formalidade sem valor.

O ato de sacrifício devia ser a expressão externa dos sacrifícios internos de louvor, oração, justiça e obediência – os sacrifícios do coração quebrantado e contrito (Sl 26.6; 50.12-14; 4.5; 51.16; Pv 21.3; Am 5.21-24; Mq 6;6-8; Is 1.11-17).

“O sacrifício (oferta de sangue) dos ímpios é abominação ao Senhor”, declarou Salomão (Pv 15.8). Os escritores inspirados, em termos claros, externaram o fato de que as “emoções ritualistas não acompanhadas de emoções de justiça eram devoções inaceitáveis”.

O sacrifício único do NT é melhor. Embora reconhecessem a divina ordenação dos sacrifícios de animais, os israelitas esclarecidos certamente compreendiam que esses sacrifícios de animais não podiam ser o meio perfeito de expiação.

1. Havia grande disparidade entre um irracional e irresponsável e o homem feito à imagem de Deus. Era evidente que o animal não constituía sacrifício inteligente e voluntário. Não havia nenhuma comunhão entre o ofertante e a vítima.

Era evidente que o sacrifício do animal não podia comparar-se em valor à alma humana, e nem tampouco exercer qualquer poder sobre o homem interior.

Nada havia no sangue da criatrura irracional que efetuasse a redenção espiritual da alma, a qual somente seria possível pela oferta de uma vida humana perfeita.

O escritor inspirado externou o que certamente foi a conclusão, a qual chegaram muitos crentes do VT quando disse: “porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados” (Hb 10.4).

Quando muito, os sacrifícios eram meios temporários e imperfeitos de cobrir o pecado até que viesse uma redenção mais perfeita. A lei levou o povo à convicção dos pecados (Rm 3.20), e os sacrifícios tornaram inoperantes esses pecados de forma que não poderiam provocar a ira divina.

2. Os sacrifícios de animais são descritos como “ordenanças carnais”, isto é, são ritos que removeram contaminações do corpo, e expiaram atos externos do pecado (Hb 9.10).
Mas, em si, nenhuma virtude espiritual possuía “o sangue dos toros e bodes, santifica quanto a purificação da carne” (Hb 9.3); fizeram expiação pelas contaminações que excluíam um israelita da comunhão da congregação de Israel.

Exemplo, se a pessoa se contaminasse fisicamente seria considerada imunda e cortada da congregação de Israel até que se purificasse e oferecesse sacrifício (Lv 5.1,6), ou se ofendesse materialmente seu próximo; estaria sob a condenação até que trouxesse uma oferta pelo pecado (Lv 6.1-7).

No primeiro caso o sacrifício purificava a contaminação carnal; no segundo caso o sacrifício fazia expiação pelo ato externo mais não mudava o coração. O próprio Davi reconheceu que estava preso por uma depravação da qual os sacrifícios de animais não o podiam libertar (Sl 51.16,17).

Em 1Sm 3.14, Deus diz acerca da casa de Eli: “Portanto, jurei à casa de Eli que nunca lhe será expiada a iniquidade, nem com sacrifícios nem com ofertas de manjares”.

Davi orou a Deus pedindo renovação espiritual, porque reconhecia que os sacrifícios de animais não podiam proporcionar (Sl 51.6-10).

3. A repetição dos sacrifícios de animais denunciam a sua imperfeição; não podiam aperfeiçoar o adorador (Hb 10.1,2). Isto é, não podia dar-lhe uma posição ou relação perfeita perante Deus, sobre a qual pudesse edificar a estrutura do seu caráter. Não podia experimentar uma vez para sempre uma transformação espiritual que seria o início de uma nova vida.

4. Os sacrifícios de animais eram oferecidos por sacerdotes imperfeitos; a imperfeição de seu ministério era indicada pelo fato de que não podiam entrar qualquer hora no santo dos santos e, portanto, não podiam conduzir o adorador diretamente á divina presença.

“Dando nisto a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do santuário não estava descoberto” (Hb 9.8). O sacerdote não dispunha de nenhum sacrifício pelo qual pudesse conduzir o povo a uma experiência espiritual com Deus, e dessa forma tornar o adorador perfeito “quanto à consciência” (Hb 9.9).

Ao ser interpelado o israelita espiritual com respeito às suas esperanças de redenção, esse, à luz do mesmo discernimento que o fez perceber a imperfeição dos sacrifícios de animais, diria que a solução definitiva aguardava-se no futuro, e que a perfeita redenção estava em relação, de alguma maneira, com a ordem perfeita que se inauguraria com a vinda do Messias.

Essa revelação foi concedida a Jeremias. Esse profeta havia desanimado de crer que o povo jamais seria capaz de guardar a lei; seu pecado fora escrito com pena de ferro (Jr 17.1), seu coração era enganoso e mau em extremo (Jr 17.9).

Não podiam mudar o coração como o etíope não podia mudar a cor da pele (Jr 19.23); tão calejados estavam e tão depravados eram que os próprios sacrifícios não lhes podiam valer.

De fato, haviam se esquecido do propósito primordial desses sacrícios. Do ponto de vista humano o povo não oferecia qualquer esperança, mas Deus confortou a Jeremias com a promessa da vinda de um tempo quando, sob uma nova aliança os corações do povo seriam transformados, quando então haveria uma perfeita remissão dos pecados.

Em Hb 10.17,18 encontramos a inspirada interpretação dessas ultimas palavras em que se concretizaria uma redenção perfeita através de um sacrifício perfeito que dava a entender que os sacrifícios de animais haviam de desaparecer (Hb 6.10).

Por meio desse sacrifício o homem desfruta duma experiência “uma vez para sempre” que dá uma aceitação perfeita perante Deus (Hb 10.11,12).

5. Resta uma questão a ser considerada. É certo que haviam pessoas verdadeiramente justificadas antes da obra expiatória de Cristo. Abraão foi justificado pela fé (Rm 4.23) e entrou no reino de Deus (MT 8.11;lc 16.22).

Moisés foi glorificado (Lc 9.30,31) e Enoque (Gn 5.24) e Elias (2Re 2.11) foram transladados. Com certeza houve muitas pessoas santas em Israel que alcançaram a estatura espiritual desses homens dignos.

Em que base então foram salvos esses santos homens e mulheres do VT? Foram salvos por antecipação do futuro sacrifício realizado. A prova dessa verdade encontra-se em Hb 9.15; Rm 3.25, que ensinava que a morte de Cristo era, em certo sentido retroativa e retrospectiva. Isto é, que tinha uma eficácia em relação ao passado.

Hb 9.15 sugere o seguinte pensamento: A velha aliança era impotente para prover uma redenção perfeita. Cristo completou essa aliança e inaugurou a nova aliança com a sua morte, a qual efetuou “a redenção das transgressões que estava debaixo do primeiro testamento”.

Isso significa, que Deus ao justificar os crentes do VT assim o fez em antecipação a obra de Cristo, “a crédito”, por assim dizer. Cristo pagou o preço total na cruz e apagou a dívida. Deus deu aos santos do VT uma posição, a qual a velha aliança não podia comprar, e, assim, o fez em vista duma aliança vindoura que podia efetuar.

Consultas:
ANDRADE, Claudionor de.Comentarista da Lição Bíblica do 3º. Trimestre.  Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico.
ANDRADE, Claudionor de.  Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. CPAD. Rio de Janeiro, 2018
WICLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD Rio de Janeiro, 2016.
VINE. W. E. Dicionário Bíblico. CPAD. Rio de Janeiro, 2010
ALEXANDER T. Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida. São Paulo, 2009
PEARLMAN Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Editora Dois Irmãos Ltda. Rio de Janeiro, 1963
CHAPLIN. R.N. Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Vl 1. Editora Hagnus. São Paulo, 2010

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Lição 08 - A SOBRIEDADE NA OBRA DE DEUS - 19.08.2018


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 08 - A SOBRIEDADE NA OBRA DE DEUS - 19.08.2018
Texto Bíblico: Levítico 10.8-11; 1Tm 3.1-3
Por: Pr. João Barbosa
  
O vinho na história sagrada – Nas sagradas Escrituras, o vinho, juntamente com o pão e o azeite, são vistos como bênção de Deus (Os 2.22). Aliás, o vinho era usado até mesmo como remédio (Lc 10.34).

No entanto, o seu mau uso levou homens santos a cometerem escândalos, torpeza e até crimes. Haja vista os casos de Noé, de Ló, e de Davi. Após o dilúvio, Noé voltou-se ao ofício de lavrador, e pôs-se a plantar uma vinha (Gn 9.20). E, após ter preparado o seu vinho bebeu-o até embriagar-se.

Já fora de si, desnudou-se expondo vergonhosamente a sua nudez (Gn 9.20-29). A intemperança do patriarca trouxe-lhe sérios problemas familiares, inclusive a perda da liderança da humanidade, transferida para o seu filho, Sem. Depois desse ato de Noé, Deus não voltou a tratar com ele, nada concernente ao plano divino para com a humanidade

O álcool foi capaz de transtornar até mesmo um dos três homens mais piedosos da história sagrada – Noé, Daniel e Jó (Ez 14.14). É por isso que devemos nos precaver dos efeitos do vinho (Pv  20.1; 23.31).

Em algumas culturas evangélicas, o vinho é usado livremente. Alguns o tomam com moderação. Outros, entretanto, descontrolam-se; embriagam-se; esborracham-se como filhos das trevas. Não bastasse os males espirituais, morais e éticos, há também os problemas físicos.

Seria bom que todo servo de Deus preferisse a cautela dos recabitas (Jr 35.1-19), à ousadia de certos obreiros que fundados numa certa liberdade cristã, acham que todas as coisas lhe são lícitas. Esquecendo-se de que nem todas nos convém (1 Co 6. 12,13). O homem de Deus não deve ser chegado ao vinho, nem mesmo de forma moderada.

A devassidão das filhas de Ló – Preocupadas com a descendência do pai, as filhas de Ló embebedaram-no em duas ocasiões (Gn 19.31,32). Em seguida, tiveram relações com o próprio pai, dando origem a dois povos iníquos - Moabe e Amom (Gn 19.33-38).

Quem se entrega ao vinho está sujeito às dissoluções (Ef 5.18). Um obreiro de Cristo jamais poderá encontrar-se em semelhante situação.

O vinho como instrumento de corrupção – Para encobrir o seu adultério com Bate-Seba, o rei Davi convocou Urias, que estava na frente de batalha, embriagou-o, e induzi-o a deitar-se com a esposa adúltera e já grávida (2Sm 11.13).

Se o seu plano houvesse dado certo, aquela criança ficaria na conta de Urias, o heteu. Tudo isto por causa do vinho.

O vinho no ofício divino – Por simbolizar as bênçãos de Deus o vinho foi usado no AT como oferenda ao Senhor e, no NT, serviu para simbolizar o sangue de Cristo. Todavia, a palavra de Deus faz sérias advertência quando ao seu uso.

No AT em sua oferta de manjares ao Senhor os israelitas fazia-lhe também uma libação (pouco de um liquido que se tem e se derrama em homenagem a uma divindade), de um quarto de um him de vinho – medida para líquidos mencionadas na Bíblia equivalente a seis litros e dois decilitros conforme Lv 13.13.

Nessa oferta, o adorador reconhecia que tudo quanto existe pertence ao Senhor. Em razão disso, deveria usar de forma santa e responsável tudo que Deus lhe deixou (Pv 20.1).

Quanto aos ministros do altar, eram severamente advertidos sobre o uso do vinho. Leia atentamente Lv 10.8-11, quando os filhos de Arão, Nadabe e Abiú ofereceram fogo estranho diante do altar.

O que levou o Senhor a falar a Arão dizendo: vinho ou bebida forte, tu e teus filhos contigo, não bebereis, quando entrades na tenda da congregação para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as gerações (Lv 10.8,9).

Alguns estudiosos acreditam que um dos motivos da morte de Nadabe e Abiú é que eles julgavam-se acima das recomendações e preceitos e abusavam do vinho e de bebida forte. E assim, adentraram ao santuário sem o fogo apropriado à queimação do incenso. Então Deus os matou diante do altar do incenço.

Tendo em vista os exemplos lamentáveis e vergonhosos da história sagrada, o NT faz-nos severas advertências quanto ao uso do vinho. Na igreja primitiva o candidato ao santo ministério, não podia ser um homem escravizado pelo vinho (1Tm 3.3,8; Tt 1.7).

O rebanho do Senhor não pode ser confiado a um homem que é dado ao vinho ou bebida forte (Pv 31.4). Os ministros do altar deve ser homens usados pelo Espírito Santo. No Dia de Pentecostes, o Espírito Santo foi poderosamente derramado sobre os discípulos (At 2.1-4).

E alguns pensaram que os discípulos estavam embriagados (At 2.13). Mas, após o sermão de Pedro, todos vieram a conscientizar-se de que eles falavam e operavam no poder de Deus (At 2.40,41).

Os apóstolos e todos os seguidores da igreja primitva, proclamavam o evangelho sempre na virtude do Espírito Santo (At 4.8,31; 7.55; 13.9).

O uso do vinho na Ceia do Senhor – Jesus não usou uma bebida fermentada ao instituir a Ceia do Senhor (Mt 26.26-29; Mc 14.22-25; Lc 22.17-20; 1Co 11.23-26). Esses dados nos leva a conclusão de que Jesus e seus discípulos beberam no ato da instituição da Santa Ceia suco de uva não fermentado.

Nem Lucas, nem qualquer outro escritor bíblico emprega a palavra “vinho”. (No grego oinos), no tocante à Ceia do Senhor. Os escritores dos três primeiros evangelhos empregam a expressão “fruto da vide” (Mt 26.29; Mc 14.25; Lc 12.18).

O vinho não fermentado é o único “fruto da vide”. Verdadeiramente natural, contendo aproximadamente vinte por cento de açúcar e nenhum álcool. A fermentação destrói boa parte do açúcar e altera aquilo que a videira produz.

O vinho fermentado não é produzido pela videira. Jesus instituiu a Ceia do Senhor quando ele e seus discípulos estavam celebrando a Páscoa. A lei da Páscoa em Ex 12.14-20, proibia, durante a semana daquele evento, a presença de seor – palavra hebraica para fermento ou qualquer agente fermentador (Ex 12.15).

Seor, no mundo antigo, era frequentemente obtido da espuma espessa da superfície do vinho quando em fermentação. Além disso, todo o hametz (qualquer coisa fermentada) era proibido (Ex 12.19; 13.7). Deus dera essas leis porque a fermentação simbolizava a corrupção e o pecado (Mt 16.6,12; 1Co 5.7,8).

Jesus, o Filho de Deus, cumpriu a lei em todas as suas exigências (Mt 5.17). Logo, teria também cumprido a lei de Deus para a Páscoa, e não teria usado vinho fermentado.

Um intenso debate tem atravessado os séculos entre os rabinos e estudiosos judaicos sobre a derivação ou não dos derivados fermentados da videira durante a Páscoa.

Aqueles que sustentam uma interpretação mais rigorosa e literal das escrituras hebraicas, especialmente Ex 13.7, declaram que nenhum vinho fermentado deveria ser usado nesta ocasião.

Certos documentos judaicos afirmam que o uso do vinho não fermentado na Páscoa era comum nos tempos do NT. Por exemplo: “segundo os evangelhos sinópticos”, parece que no entardecer da última semana da vida, Jesus entrou com seus discípulos em Jerusalém, para com eles comer a Páscoa na Cidade Santa.

Neste caso, o pão e o vinho do culto da Santa Ceia instituído naquela ocasião por ele, como memorial, seria o pão asmo e o vinho não fermentado do culto seder” – cerimonial realizado na primeira noite da Páscoa judaica em que se recorda a história do Êxodo e a libertação do povo de Israel.

No AT, bebidas fermentadas nunca deviam ser usadas na casa de Deus, e um sacerdote não podia chegar-se a Deus em adoração se tomasse bebida embriagante (Lv 10.9). Jesus Cristo foi o sumo sacerdote de Deus do Novo Concerto, e chegou-se a Deus em favor do seu povo (Hb 3.1;5.1-10).

O valor de um símbolo se determina pela sua capacidade de conceituar a realidade espiritual. Logo, assim como o pão representava o corpo de Cristo e tinha de ser pão asmo (sem a corrupção da fermentação), o fruto da vide, representando o sangue incorruptível de Cristo, seria melhor representado por suco de uva não fermentado (1Pe 1.18,19).

Uma vez que as Escrituras declaram explicitamente que o corpo e o sangue de Cristo não experimentaram corrupção (Sl 16.10; At 2.27; 13.37), esses dois elementos são corretamente simbolizados por aquilo que não é corrompido nem fermentado.

Paulo determinou que os crentes coríntios tirassem dentre eles o fermento espiritual, o agente fermentador “da maldade e da malícia” porque Cristo é a nossa Páscoa (1Co 5.6-8).

Seria contraditório usar na Ceia do Senhor, um símbolo de maldade, algo contendo levedura ou fermento, se considerarmos os objetivos dessa ordenança do Senhor, bem como as exigências bíblicas para dela participarmos.

A sobriedade e a temperança são virtudes que devem acompanhar os ministros do altar.


Consultas:
ANDRADE, Claudionor de.Comentarista da Lição Bíblica do 3º. Trimestre.  Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico.
ANDRADE, Claudionor de.  Adoração, Santidade e Serviço – Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. CPAD. Rio de Janeiro, 2018
WICLIFFE. Dicionário Bíblico. CPAD Rio de Janeiro, 2016.
DOCKERY, David S. Manual Bíblico Vida Nova. Editora Vida Nova. São Paulo 2001
DAVIS John. Novo Dicionário da Bíblia. Editora Hagnus. São Paulo 2008
Bíblia de Jerusalém. Editora Paulus, 2013
Bíblia de Estudo Pentencostal
CHAPLIN. R.N. Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Vl 1. Editora Hagnus. São Paulo, 2010
ADMACHER. Early D.O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento. com recursos adicionais. Editora C Gospel. Rio de Janeiro 2010
ADMACHER. Early D.O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento. com recursos adicionais. Editora C Gospel. Rio de Janeiro 2010