Subsídios para o
Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
Texto da Lição: Daniel 9.20-27
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:.
1. Conhecer que Daniel compreendeu o futuro de Israel após estudar as profecias de
Jeremias.
2. Compreender as setenta semanas profetizadas no livro de Daniel.
3. Saber os propósitos da septuagésima semana.
CONSIDERAÇÕES
Narra os vers. 1 e 2 do nono
capítulo de Daniel, que no primeiro ano de Dario, filho de Assuero, da linhagem
dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus,
no primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi, pelos livros, que o
número dos anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de
durar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos.
O ano dessa visão foi o primeiro ano de Dario, o medo por volta de 538
a.C., e Daniel entendeu, pelos livros, que os anos das assolações de Jerusalém
estavam para cumprir-se.
Para obter esse entendimento, ele não se baseou em apenas um livro, mas
“em livros”. Esses livro são Jeremias e
Isaias.
Os versículos de Jeremias nos quais se baseou são os seguintes: “Toda esta terra virá a ser um deserto e um
espanto; estas nações servirão ao rei de Babilônia setenta anos.
Acontecerá porém,
que, quando se cumprirem os setenta anos, castigarei a iniquidade do rei de
Babilônia e a desta nação, diz o Senhor, como também a da terra dos caldeus;
farei deles ruínas perpétuas” (Jr 25.11,12).
“Assim diz o Senhor: logo que se
cumprirem para Babilônia setenta anos atentarei para vós outros e cumprirei
para convosco a minha boa palavra, tornando a trazer-vos para este lugar”
(Jr 29.10).
Daniel teve esse entendimento dois anos antes de Ciro decretar o retorno
dos cativos a Jerusalém, a fim de reedificarem o templo (536 a.C.).
Ao buscar as escrituras, e ao ler Isaias capítulos 41 a 45, Daniel
entendeu que Ciro, rei da Pérsia, era servo do Senhor e que seria usado por Ele
para libertar os cativos e reedificar o templo (Is 41.2,25; 42.1a; 44.26-28;
45.1-7; 13,14).
Acredita-se que Ciro tomou conhecimento dessas escrituras por meio de
Daniel, o que deve tê-lo impressionado muito, pois ele é chamado pelo Senhor
por nome, algo registrado cento e sessenta anos antes.
Isso deve tê-lo levado a decretar a libertação e o retorno dos judeus a
Jerusalém a fim de reedificarem o templo (Ed 1).
Daniel intercede a
Deus pelo seu povo (Dn 9.3-19) - Ao obter esse entendimento, Daniel, antes de qualquer
coisa, orou ao Senhor (Dn 9.3-19).
Deus atende a oração dos justos (Tg 5.16). Daniel era um justo.
Ele viu que os setenta anos estavam-se cumprindo. Era tempo de os
israelitas voltarem para reedificar o templo.
Mas ainda estavam em cativeiro; por isso Daniel precisava orar de tal
maneira que levasse Deus a agir em favor do povo.
“Voltei o meu rosto ao Senhor Deus,
para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco, e cinza” (Dn
9.3).
Daniel jejuou com pano de saco e cinzas. O jejum denota um encargo muito
pesado, e o pano de saco e cinzas denotam um arrependimento cabal.
Daniel confessou
seus pecados. “Orei ao Senhor meu Deus,
confessei, e disse...” (v.4a).
Ao orarmos,
primeiro devemos esvaziar-nos de todas as coisas negativas e encher-nos do
espírito. Então Deus atenderá as palavras que falarmos. Essa foi a atitude de
Daniel:
“Ah! Senhor! Deus grande e temível, que
guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos; temos pecado e cometido
iniquidades, procedemos perversamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus
mandamentos e dos teus juízos; e não demos ouvidos
aos teus servos, os profetas que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos
príncipes e nossos pais, como também a todo o povo da terra” (vs.4b-6).
O povo cometeu
pecado por não atentar às palavras dos profetas. Daniel reconheceu isso, e em
nome do povo pediu perdão a Deus. “A ti,
ó Senhor, pertence a justiça mas a nós o corar de vergonha, como hoje se vê; a
nós, os homens de Judá, os moradores
de Jerusalém, todo o Israel, quer os de perto, quer
os de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas
transgressões que cometeram contra ti. Ó
Senhor, a nós pertence o corar de vergonha, aos
nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque temos pecado contra
ti” (vs, 7,8).
Daniel orou pelo
povo e pelos líderes. Por causa da
desobediência do povo de Israel, Deus permitiu que o exército de Babilônia viesse
para castigá-los.
Antes que Daniel
pedisse para Deus fazer qualquer coisa, em primeiro lugar confessou os pecados
do povo.
“.......Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e
ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é
chamada pelo teu nome, porque não lançamos
as nossas súplicas perante a tua face fiados em
nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.
Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor
atende-nos e age; não te retardes, por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a
tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome” (vs. 16-19).
Para que as nossas
orações sejam atendidas e tenham eficácia, precisamos primeiramente confessar
os nossos pecados. No vs 20 vemos algo precioso que nos
serve de exemplo e
orientação. Daniel confessou primeiramente o seu pecado, e, depois, os pecados
do seu povo Israel; ele não orou pelos seus próprios interesses, mas orou pelo
monte santo de Deus.
Deus revela o futuro do seu povo (Dn 9.24-27) – Daniel orava ainda,
quando chegou Gabriel, o mensageiro de Deus, que ele já conhecia de ocasião
anterior (Dn 8.16), para
instruí-lo acerca
dos acontecimentos que haviam de vir sobre o seu povo e sobre a sua santa
cidade de Jerusalém.
A profecia das “setenta semanas”, das quais falam os vs
24 a 27 de Daniel, constitui-se numa das passagens mais difíceis da Bíblia.
Estes 4 versículos
contêm um esboço profético de todo plano de Deus para com Israel desde o fim do
cativeiro babilônico até o início do reino milenar de nosso Senhor Jesus
Cristo.
Estas semanas são semanas de anos e não de dias (Gn
29.18,27; Nm 14.33,34).
As setenta semanas
de Daniel são divididas em 3 períodos
distintos:
1. Sete semanas de anos ou 49 anos.
2. Sessenta e duas semanas de anos ou 434
anos perfazendo um total de 483 anos.
3. Uma semana de anos ou 7 anos perfazendo
um total de 490 anos.
No final destas
setenta semanas de anos, seis coisas deveriam estar realizadas:
1.
Fazer cessar a transgressão;
2.
Dar fim aos pecados;
3.
Expiar a iniquidade;
4.
Trazer a justiça eterna;
5.
Selar a visão e a profecia;
6.
Ungir o Santo dos Santos.
O início das
sessenta e nove semanas: - Foi dito a Daniel que esse período de 490 anos,
estava determinado sobre o seu povo e sobre a sua santa cidade de Jerusalém (Dn
9.24).
São mencionados
dois príncipes diferentes, que não devem ser confundidos: o primeiro é chamado
“Ungido” (Messias), o príncipe (Dn 9.25). O segundo é designado “o príncipe que
há de vir” (Dn 9.26).
O começo de todo o
período das setenta semanas é claramente fixado desde “a saída da ordem para
restaurar e para reedificar Jerusalém”,
contando a partir
daí as sete semanas de anos.
Esta ordem sem
dúvida, foi dada pelo rei Artaxerxes no vigésimo ano do seu reinado, ou seja,
no ano de 445 a.C., (Ne 2.1-5-8).
Aqui temos pela
primeira vez o consentimento oficial para a reconstrução da capital da Judéia.
Os vs. 25 e 26 do
cap. 9 de Daniel, dizem que transcorreriam sete semanas, isto é, 49 anos desde
a ordem para restaurar e edificar Jerusalém até o término da reedificação,
e 62 semanas, ou
seja, 434 anos desde o término da reedificação de Jerusalém até o Messias, isto
é, até Cristo ser morto.
Portanto, o
intervalo desde a ordem para reedificar Jerusalém até a crucificação de Cristo,
é de 69 semanas, que correspondem a 483 anos cumprindo-se a profecia de
Zacarias sobre a
entrada triunfal de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho (Zc 9.9; Lc
19.28-44).
Então, depois das
69 semanas “o Messias, o Príncipe” será “morto” e Jerusalém será destruída
novamente pelo povo do outro príncipe que há de vir (Dn 9.26).
Após esses dois
importantes acontecimentos chegamos a septuagésima semana cujo início será
marcado pelo estabelecimento de uma firme aliança ou tratado
entre “o príncipe
que há de vir” e a nação judia, por um período de uma semana (Dn 9.27).
Em meio a
septuagésima semana, “o príncipe que há de vir” rompe o seu tratado, fará
cessar o sacrifício judeu e lançará esse povo num período de ira e desolação como nunca houve desde os dias
da antiguidade (Jr 30.6,7).
Os propósitos da septuagésima semana
(Dn 9.27) – Existe um espaço
entre a sexagésima nona e septuagésima semana que é o tempo da graça, a era da
igreja,
que vai de
Pentecostes até o arrebatamento da igreja e início da grande tribulação com o
aparecimento do “príncipe que há de vir”.
Esse príncipe é
identificado como o “pequeno chifre” (Dn 7.19-25), também identificado como “o
rei feroz de cara” (Dn 8.23),
“o rei que fará
segundo a sua vontade” (Dn 11.36), como “o homem da iniquidade” (II Ts 2.4-10),
e como “a besta que subiu do mar” (Ap 13.1-10).
Visto que todas as
alianças feitas por Deus com Israel são eternas, o Messias não pode ser aquele
que fará uma aliança temporária.
Essa aliança fará
com que muitos em Israel acreditem que o homem da iniquidade é o próprio Deus
(Jo 5.43; II Ts 2.6).
É a proclamação
dessa falsa aliança que marcará o início da septuagésima semana.
O fim desse período
de sete anos trará ao fim a série das setenta semanas e introduzirá Israel nas
grandes bênçãos prometidas por Deus ao seu povo.
Consultas: Lições Bíblicas
EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
CABRAL. Elienai. Integridade Moral e Espiritual – O legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. RJaneiro, 2014. CPAD
BALDWIN, Joyce C. Daniel – Introdução e Comentário. SPaulo, 2008. Ed.
Vida Nova
GRONINGEN, Gerad Van. Revelação Messiânica no AT. SPaulo, 2003. Editora
Cultura Cristã
YULAM, Dong. Daniel – O Destino do Governo humano na Economia de Deus.
SPaulo, 1993 – Edit. Árvore da Vida
Bíblia de Estudo
Cronológico. SPaulo. Editora Vida
LAHAYE, Tim.
Enciclopédia Popular de Profecias Bíblicas. RJaneiro, 2010. CPAD
DAYER, Charles H. O
Ressurgimento da Babilônia – Sinal do Final dos Tempos. SPaulo, 1995. Editora
Unilit.
LAHAYE, Tim. Bíblia de
Estudo Profética – Editora Hagnus
SCOFIELD. Bíblia de
Estudo
WALVOORD. John F.Todas
as Profecias da Bíblia. SPaulo, 2012 – Edit. Vida
TOGNINO, Enéas. O
Arrebatamento da Igreja. SPaulo, 1970. Edições Enéas Tognino.
GILBERTO Antonio. Daniel
e Apocalipse. RJaneiro, 2001 - CPAD
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