Subsídios para o
Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
Texto da Lição: Daniel 8.1,3-11
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:.
1. Conhecer os símbolos proféticos do carneiro e do bode.
2. Identificar a visão do chifre pequeno.
3. Compreender o período do tempo do fim.
CONSIDERAÇÕES
O capítulo 8 de Daniel é paralelo aos capítulos 2 e 7. A visão que
Daniel teve, contudo, não é um sonho como o que foi registrado no capítulo 7.
Daniel foi transportado em espírito até Susã, e através do tempo. O profeta
nos revela o marco histórico em que ocorreu a visão:
No terceiro ano do rei Belsazar; que estava em Babilônia, Deus transportou
a Daniel, em espírito até Susã, capital do reino da província de Elão e junto
ao rio Ulaí.
Susã era uma cidade importante mesmo depois da queda da Babilônia, uma
espécie de residência de verão onde os reis medo-persas residiam por
aproximadamente 3 meses durante o ano.
Neste capítulo, Deus mostra a Daniel, a queda dos dois último impérios,
o medo-persa e o grego, representado pelas figuras de outros animais: Um bode e
um carneiro.
Os mesmos impérios tratados no capítulo 7 e representados pelo urso (Dn
7.5) e pelo leopardo (Dn 7.6) ganham um sentido especial e particular no
capítulo 8.
Os 2 outros animais, com características especiais eram um carneiro (Dn
8.3,4) e um bode (Dn 8.5-9).
Ambos eram animais poderosos, mas foram destruídos, porque ninguém pode
prevalecer contra o cetro de Deus.
Neste capítulo, Deus revela a Daniel as características dos 2 impérios,
o medo-persa e o grego, representados por 2 animais, “o carneiro e o bode”.
Os elementos históricos da profecia tiveram seu cumprimento no passado;
porém, algumas características desses 2 impérios personificam o futuro de
Israel e o que acontecerá no “tempo do fim” (Dn 8.19).
A visão do carneiro
e do bode (Dn 8.3-5) – A
visão do surgimento de um rei que é o protótipo do Anticristo escatológico, o
pequeno chifre.
Esse pequeno chifre do capítulo 8 é diferente do pequeno
chifre do capítulo 7.
O capítulo 7 fala do Anticristo escatológico, que emerge do quarto reino
(o império romano).
O pequeno chifre do capítulo 8 emerge dos 4 reis oriundos da queda do
grande rei grego, Alexandre magno. Este pequeno chifre é o maior protótipo do
Anticristo escatológico.
Daniel ficou amedrontado e prostrado diante da visão de Gabriel, o
agente de Deus que lhe revelou a interpretação da visão (Dn 8.17).
Ele caiu sem sentidos, de rosto em terra, quando Gabriel falou com ele.
Daniel ficou fraco e enfermo diante dos fatos futuros que haviam de vir.
Essa visão prova que Deus é quem dirige a história. Daniel descreve o
carneiro de 3 maneiras distintas.
Em primeiro lugar, fala que ele tem 2 chifres (Dn 8.3,20). Essa é uma
descrição do império medo-persa que se levantaria para conquistar a Babilônia.
Na mesma noite em que o rei Belsazar fazia uma festa e profanava os
vasos do templo, a Babilônia caiu nas mãos dos medo-persas.
O carneiro persa derrotou o império babilônico e tornou-se o senhor do
mundo. O chifre mais alto é uma descrição do poder prevalecente dos persas na
liderança do império.
Ciro, o persa tomou
o lugar de Dario, o medo. Ciro tomou o controle da Média. Assim, se cumpriu a profecia.
O carneiro persa derrotou a Babilônia e, por algum tempo, tornou-se senhor
do mundo.
Daniel viu sua ascensão e queda, 210 anos antes dos acontecimentos.
Em segundo lugar, Daniel diz que o carneiro é irresistível (Dn 8.3,4). A
união dos medos e dos persas em um só império criou um exército poderoso que
conquistou territórios:
Para o oeste, Babilônia, Síria e Ásia Menor, ao norte (Armênia) e ao sul
(Egito e Etiópia).
Nenhum exército existente naquela época tinha a força e a capacidade
necessárias para conter a força e o avanço dos medo-persas.
Em terceiro lugar, Daniel diz que o carneiro engrandeceu-se (Dn 8.4).
Nenhum exército naqueles dias podia resistir ou deter o avanço do reino
medo-persa.
Isso levou esse reino a tornar-se opulento, poderoso e cheio de soberba.
Por isso, engrandeceu-se, e nisto está a gênese de sua queda.
A visão do bode (Dn 8.5-8,21) – O bode é uma
descrição profética acerca de um dos maiores líderes político e militar da
história da humanidade – Alexandre Magno, filho de Filipe II, da Macedônia.
Daniel vê 4 fatos a seu respeito. Em primeiro lugar, fala da rapidez de suas
conquistas (Dn 8.5,21).
Esse bode representa o império grego. As conquistas de Alexandre foram
extensas e raras.
Segundo os historiadores, em apenas 13 anos, Alexandre conquistou todo o
mundo conhecido do seu tempo.
O império medo-persa foi desmantelado, dando lugar ao império grego.
Em 334 a.C., Alexandre cruzou o estreito de Dardanelos e derrotou os
sátrapas.
Pouco tempo depois, venceu Dario III, na batalha de Issos, em 333 a.C.
Em 331, venceu o grosso das forças medo-persas na batalha de Gaugamela.
Em segundo lugar, Daniel fala do poder deste líder (Dn 8.5).
Alexandre é descrito como o chifre notável. Foi um líder forte, ousado e
guerreiro.
Era um homem irresistível, um líder carismático, com punho de aço.
Em terceiro lugar, Daniel fala dos triunfos de Alexandre sobre o império
medo-persa (Dn 8.6,7).
O poderio e a força de Alexandre
são descritos na maneira como enfrentou o carneiro.
Primeiro, feri-o; segundo, quebra seus 2 chifre; terceiro, derruba-o na
terra e quarto pisoteia-o.
Em último lugar, Daniel fala do engrandecimento e queda de Alexandre e
seu reino (Dn 8.8).
“O engrandecimento de um império é ao mesmo tempo prelúdio de sua queda
e decadência.
Quanto mais se aproxima do auge de seu poder, tanto mais está perto
também de seu fim”.
O império grego-macedônio não foi uma exceção. O versículo 8 profetiza a
morte inesperada de Alexandre na Babilônia em 323 a. C., exatamente quando ele
queria reconstruir a cidade da Babilônia, contra a palavra profética de que a
cidade jamais seria reconstruída.
Com sua morte, o império grego foi dividido em 4 partes entre seus 4
generais legionais que se tornaram reis: A Cassandro, coube a Macedônia e a
Grécia no ocidente.
A Lísímaco, coube a Trácia e a Bitínia, no norte. A Ptolomeu, coube a Palestina,
a Arábia e o Egito, no sul.
A Selêuco, coube a Síria e a Babilônia ao oriente. Após a morte de
Alexandre e a divisão de seu reino entre esses 4 generais (Dn 8.22), o grande
império grego desintegrou-se e enfraqueceu-se.
A profecia de Alexandre cumpriu-se literalmente, conforme a visão dada a
Daniel, no ano 63. A.C.
Todos os vestígios do império grego caíram sobre o domínio do império
romano.
O chifre pequeno (Dn 8.8,9,22) – Daniel fala sobre um
pequeno chifre diferente daquele descrito no capítulo 7.
Esse pequeno chifre é apenas um protótipo daquele. Em primeiro lugar, Daniel
fala sobre sua procedência.
O pequeno chifre do capítulo 8.9 não deve ser confundido com o pequeno
chifre do cap. 7.8.
A origem do pequeno chifre do cap. 7.8 é o quarto império (o império
romano).
A origem do pequeno chifre do cap. 8.9 é o bode, o terceiro reino (o
império grego).
O pequeno chifre do cap. 8, é um personagem futuro e profético para Daniel;
mas para nós, é um personagem do passado, enquanto o pequeno chifre do cap.7.8
é um personagem escatológico para Daniele para nós.
O pequeno chifre de Daniel 8.9 é o principal percursor do Anticristo
escatológico.
Principal, porque muitos Antricristo precursores do Anticristo escatológico
já passaram pelo mundo (Todo aquele que nega a Cristo, ou que ele veio em
carne, pode ser considerado de Anticristo. 1Jo 2.18,22).
Mas nenhum reuniu em si tantas características como esse de Daniel 8.9.
Antíoco Epifânio: O
protótipo do Anticristo – Esse pequeno chifre do cap.8 é o rei Selêucida, Antíoco IV, chamado
de Antíoco Epifânio, que reinou na Síria entre 175 e 163 a.C.
O Anticristo escatológico imporá uma única reunião em seu reino e
perseguirá e matará todos os que não o adorarem (Ap 23.12,15).
Ele se levantará em tempo de grande apostasia, como a apostasia do
período do fim (2 Ts 2.3,4. E abrirá a porta para o Anticristo.
Esse rei Seulêcia, foi um feroz perseguidor dos judeus (Dn 8.4), porque
os fiéis judeus do seu tempo não se prostraram diante de seus ídolos, por isso
fora duramente perseguidos.
Calcula-se que 100.000 judeus foram mortos por Antíoco Epifânio.
O Anticristo escatológico também será implacável na sua perseguição aos
cristãos (Ap 3.15-17).
O maior engano do fim dos tempos envolverá o culto mundial ao
Anticristo. Mas o
Anticristo não subirá ao poder sozinho. Seu sucesso resultará do engano
espiritual mundial provocado pelo falso profeta.
A capacidade que esse profeta tem de operar sinais milagrosos o
capacitará a convencer o público mundial de que o Anticristo é o líder mundial
pelo qual todos procuram.
Quando nos altos círculo políticos mundial se diz de alguém: “Esse é o Cara”,
está se fazendo referência ao poder do Anticristo – “Aquele que todos esperam”.
Ap 13, apresenta 10 características identificadoras do falso profeta:
1.
Ele surge da terra (Ap 13.11).
2.
Controla assuntos religiosos (Ap 13.11).
3.
É motivado por Satanás (Ap 13.11).
4.
Promove o culto à Besta (Anticristo) (Ap 13.12).
5.
Opera sinais e milagres (Ap 13.11).
6.
Engana ao mundo todo (Ap 13.14).
7.
Dá poder à imagem da Besta (Ap 13.15).
8.
Mata todos que se recusam a adorar (Ap 13.15).
9.
Controla todo o comércio a nível
mundial e local (Ap 13.17).
10.
Controla as marcas da Besta (Ap 13.17,18).
Consultas: Lições Bíblicas
EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
CABRAL. Elienai. Integridade Moral e Espiritual – O legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. RJaneiro, 2014. CPAD
BALDWIN, Joyce C. Daniel – Introdução e Comentário. SPaulo, 2008. Ed.
Vida Nova
GRONINGEN, Gerad Van. Revelação Messiânica no AT. SPaulo, 2003. Editora
Cultura Cristã
YULAM, Dong. Daniel – O Destino do Governo humano na Economia de Deus.
SPaulo, 1993 – Edit. Árvore da Vida
Bíblia de Estudo
Cronológico. SPaulo. Editora Vida
LAHAYE, Tim.
Enciclopédia Popular de Profecias Bíblicas. RJaneiro, 2010. CPAD
DAYER, Charles H. O
Ressurgimento da Babilônia – Sinal do Final dos Tempos. SPaulo, 1995. Editora
Unilit.
LAHAYE, Tim. Bíblia de
Estudo Profética – Editora Hagnus
SCOFIELD. Bíblia de Estudo
WALVOORD. John F.Todas
as Profecias da Bíblia. SPaulo, 2012 – Edit. Vida
TOGNINO, Enéas. O
Arrebatamento da Igreja. SPaulo, 1970. Edições Enéas Tognino.
GILBERTO Antonio.
Daniel e Apocalipse. RJaneiro, 2001 - CPAD
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