Subsídios para o
Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
Texto da Lição: Daniel 7.3-8; 13,14
I - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:.
1. Descrever e Explicar a visão dos quatro animais
2. Identificar o clímax da visão do profeta.
3. Compreender a volta de Jesus à luz do capítulo sete de Daniel.
CONSIDERAÇÕES
Os estudiosos do livro de Daniel dividem o livro em duas partes:
histórica e profética.
Os capítulos 1 a 6 são identificados como históricos, mesmo contendo uma
parte profética no capítulo 2.
Os capítulos 7 a 12 são tratados como proféticos. É interessante notar
que os acontecimentos dos capítulos 7 e 8 antecedem os descritos nos capítulos
5 e 6.
No capítulo 6, Daniel já passava dos 80 anos de idade e no capítulo 7
ele tinha mais ou menos 70 anos.
Quando Daniel organizou o seu livro tratando das interpretações dos
sonhos dos capítulos 2 e 6, e as visões que ele recebeu de Deus as separou da
parte histórica.
No capítulo 7, inicia-se, essencialmente, a parte profética do livro de
Daniel, o verdadeiro apocalipse do AT.
Esse capítulo 7, com a sua visão dos impérios mundiais, é paralelo com o
capítulo 2 que tem os sonhos de Nabucodonosor.
O capítulo 2 apresenta 4 impérios representados por 4 figuras do mundo
material.
A visão do capítulo 2, foi dada a um rei pagão, e a visão do capítulo 7
foi dada a um servo de Deus, o profeta Daniel.
A Nabucodonosor a visão revela o lado político e material dos impérios,
representados na figura da grande estátua.
A Daniel, Deus revelou o lado moral e espiritual desses impérios
representados pelas figuras dos 4 animais.
Os fatos são os mesmos, mas o objetivo das duas visões diferem nas
finalidades.
Deus mostra a decadência desses impérios e o surgimento do reino eterno do
Messias.
Igualmente, os acontecimentos preditos e profetizados nos capítulos 7 a
12, se darão em sequência cronológica.
As duas primeiras visões dos capítulos 7 e 8 se deram antes da festa de
Belsazar, descrita no capítulo 5.
Porém, a visão do capítulo 9 precedeu à experiência de Daniel na cova
dos leões no capítulo 6.
Já, a quarta visão de Daniel, capítulos 10 a 1 2, se deu no “ano terceiro de Ciro, rei da Pérsia” (Dn
10.1).
A visão dos quatro
animais – Durante o primeiro
ano do reinado de Belsazar, Deus revelou a Daniel um outro resumo dos impérios
mundiais que estavam por vir.
Por meio de um sonho e visões noturnas, Daniel viu o mar revolto
(representando os povos da terra). Dele, subiam 4 grandes animais “diferentes
um dos outros” (Dn 7.2,3).
Os animais eram um leão, um urso, um leopardo e um outro não definido,
que era “terrível, espantoso e sobremodo forte” (Dn 7.7).
Sobrepondo-se à profecia da estátua no sonho de Nabucodonosor, os
animais representavam a Babilônia (o leão); a Medo-Pérsia (o urso); o leopardo a
Grécia com seus 4 generais, que dividiram o reino de Alexandre, o Grande, logo
após a sua morte; e Roma (o quarto animal).
O primeiro animal que Daniel viu foi um leão com asas
de águia (Dn 7.4a). Esse era exatamente o símbolo usado no escudo de armas do
império babilônico, o qual foi o primeiro império mundial profetizado por
Daniel de 612 – 539 a.C. Portanto, esse animal se refere a Babilônia e ao seu
fundador e rei, Nabucodonosor, que corresponde a cabeça de ouro da grande
imagem do capítulo 2.
“Enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas” (Dn 7.4b).
No começo, o império babilônio, podia locomover-se por todos os lados,
com as asas, conquistando a Assíria, o Egito e a Palestina. Mas no final,
foram-lhe arrancadas as asas, perdendo, portanto, a sua mobilidade.
Isso ocorreu a Nabucodonosor no capítulo 4, quando foi julgado por Deus
por causa do seu orgulho, e tornou-se semelhante a um animal do campo.
“Foi levantado da terra, e posto em dois pés como homem; e lhe foi dada
mente de homem” (D, 7.4c).
Isso se refere a quando se cumpriu o tempo de sua punição, e ele se
humilhou e reconheceu o domínio do Deus Altíssimo e foi-lhe restaurado
novamente o reino.
O segundo animal: um urso. “Continuei olhando, e eis
aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou sobre um dos
seus lados; na boca, entre os dentes, trazia 3 costelas; e lhes diziam:
Levanta-te, devora muita carne” (Dn 7.5).
O urso é um animal cruel que mata e despedaça.
Ele representa o império Medo-Persa, que corresponde ao peito e aos
braços de prata da grande imagem do capítulo 2.
As 3 costelas que o urso trazia na boca, entre os dentes, representam 3
reinos: A Lídia, a Babilônia e o Egito.
A Pérsia – potência mundial: 539 – 333 a.C., é o segundo império mundial
profetizado por Daniel.
O terceiro animal representa a Grécia – potência mundial:
333 – 63 a.C. Depois disto, continuei olhando, e eis aqui outro, semelhante a
um leopardo; tinha nas costas 4 asas de ave; tinha também este animal 4
cabeças, e foi lhe dado domínio (Dn 7.6).
O leopardo é um animal feroz e cruel, muito veloz e ágil. Representa o
império grego macedônio de Alexandre o Grande, e corresponde ao ventre e aos
quadris de bronze da grande imagem do capítulo 2.
Alexandre se movia velozmente como um leopardo, conquistando em apenas 3
anos a Ásia Menor, a Mesopotâmia, a Medo-Pérsia, o Egito e a Índia.
Essa velocidade era-lhe conferida pelas suas “quatro asas”, que
representam seus 4 generais.
Aos vinte anos, Alexandre já era um grande general. Morreu quando estava
no auge da sua glória, aos 33 anos de idade.
Os quatro generais, Casandro, Pitolomeu, Lisímaco e Seleuco, dividiram o
império em 4 reinos.
O quarto animal representa Roma, potência mundial de
63 a.C. – 476 d.C. Este animal simboliza a Besta
revelada em Ap.13.
Nele vemos um animal espantoso, terrível e sobremodo forte, símbolo do
império romano (Dn 7.7).
O que caracteriza esse quarto animal é sua força e poder, ou seja, sua
capacidade de destruir.
Tinha grandes dentes de ferro; devorava e fazia em pedaços, pisava aos
pés o que sobejava.
Essas características sugerem a força e a insensibilidade com suas
vítimas. Esse quarto animal tem 10 chifres que são identificados como 10 reis
(Dn 7.24).
Ele é uma descrição do império romano.
Em 241 a.C., os romanos derrotaram os cartagineses e ocuparam a ilha da Cecília.
Em 218 a. C., as legiões romanas fizeram sua entrada na Espanha. Em 202
a. C., os romanos conquistaram Cartago.
Em 146 a.C., eles tomaram a cidade de Corinto. Em 66 a.C., Pompeu ocupou
a Palestina. Em 30 a. C., Marco Antônio incorporou o Egito ao território
romano.
Assim, antes do nascimento de Cristo os romanos tinham praticamente o
controle do mundo conhecido.
O império romano experimentou séculos de glória e esplendor. Mas em 476
d. C., os bárbaros puseram fim ao império romano no Ocidente, e, em 1.453 d.C.,
os turcos ocuparam a cidade de Constantinopla, pondo fim ao império romano no
Oriente.
Esse quarto reino é diferente dos 3 primeiros (Dn 7.23). Os 3 foram
absorvidos um pelo outro, mas o 4º. império será destruído por intervenção
divina.
“A pedra cortada sem auxílio de mão”. O reino de Cristo será
estabelecido sobre toda a terra.
O clímax da visão
profética - Um importante e
novo elemento foi acrescentado nesta revelação.
A Daniel foi concedida a visão celestial do Filho do Homem, perante o
tremendo e resplandecente trono de Deus, o Todo-poderoso, o Ancião de Dias (Dn
7.9-14).
Durante suas palavras no cenáculo, o Senhor Jesus disse aos seus
discípulos que ele (o Filho do Homem) retornaria no seio de seu pai celestial
que o havia enviado para morrer pela humanidade (Jo 14.1-6; 28; 16.28).
Na verdade, sua volta para a glória foi testemunhada por aqueles fiéis
discípulos.
Os anjos lhes disseram: “esse Jesus que dentre vós foi assunto aos céus
virá do modo como o vistes subir” (At 1.11).
Daniel pode ter testemunhado a ascensão do Senhor e sua entrada diante
do trono de Deus, depois de morrer pelos pecados da humanidade.
Daniel viu: “[... eis que vinha com as nuvens dos céus, um como Filho do
Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele” (Dn 7.13).
Tanto a divindade como a humanidade de Cristo são vistas nas palavras que o
identificam.
Era o Filho de Deus (Sl 2.7) e o Filho do Homem que havia sido
profetizado.
Ser chamado de Filho do Homem, mostra que Cristo não era apenas uma
divindade, mas também um ser humano (Jo 10.30; 1.1-3).
Ao Filho do homem, foi lhe dado domínio, e glória, e o reino. Para que
povos, nações e homens de todas as línguas o servissem;
o seu domínio é domínio eterno que não passará. E o seu reino jamais
será destruído (Dn
7.14).
Trata-se, na verdade, de um 5º. reino, cuja duração será de 1.000 anos
na história da terra (Ap 20.4-9).
Esse reino prosseguirá pela eternidade com a Nova Jerusalém e Novos Céus
e Nova Terra onde habita a justiça (Ap 21 – 22 ).
Neste reino, o Messias, o Altíssimo reinará (Dn 7.18,22,25,27). “O
reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo céu serão dados ao
povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os
domínios o servirão e lhe obedecerão” (Dn 7.27).
A vinda do Filho do
Homem – No sonho
profético descrito em Dn 7, uma 11ª. ponta nascia na cabeça do quarto animal e
arrancava 3 das 10 pontas existentes ali (Dn 7.8).
O vers. 24 fornece a interpretação da imagem, indicando que algum tempo
depois do estabelecimento do futuro império romano revivido em 10 divisões, um
décimo primeiro governante subirá ao poder enquanto os 10 governantes regionais
estiverem governando conjuntamente.
O novo governante derrotará 3 destes governantes originais.
Isto significa que ele ganhará imediatamente a posição dominante de
autoridade sobre o império e, em essência, se tornará o seu imperador.
Daniel 7 e outras passagens proféticas mostram que esse governante agora
chamado de Anticristo será um ditador absoluto, arrogante e blasfemo, durante
os sete últimos anos anteriores à Segunda Vinda de Cristo à terra.
Na metade deste período, ele se estabelecerá
como deus em um novo templo em Jerusalém (Dn 9.27; 11.36,37; 2ts 2.3,4).
Então perseguirá severamente a Israel e aqueles que se recusarem a
adorá-lo (Dn 7.21,25; 9.27; Ap 13.4-8; 20.4).
O seu objetivo será trazer todo o mundo sob o seu governo, em favor do
seu mestre, Satanás (Dn 11.38-45; Ap 13.1-8; 16.13-16; 19.19).
Compreendendo o
número 10 – A Bíblia afirma
de forma constante que o futuro império romano revivido consistirá em 10
divisões (Dn 7.7; 20.24; Ap 13.1; 17.3,7,12,16).
Diferentemente, a União Europeia é compostas por mais de 10 nações.
Considerando isto, como tal organização poderá cumprir a revelação bíblica a
respeito de um futuro império romano revivido?
Uma solução é que algumas nações deixem o grupo. Uma segunda solução
pode ser encontrada no crescente foco da Europa nas regiões, e não em nações
separadas.
Em outras palavras, pode ser que o número “10” bíblico seja uma referência
a 10 regiões e não a 10 nações. Somente o tempo poderá dizer.
Consultas: Lições Bíblicas
EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
CABRAL. Elienai. Integridade Moral e Espiritual – O legado do Livro de
Daniel para a Igreja Hoje. RJaneiro, 2014. CPAD
BALDWIN, Joyce C. Daniel – Introdução e Comentário. SPaulo, 2008. Ed.
Vida Nova
GRONINGEN, Gerad Van. Revelação Messiânica no AT. SPaulo, 2003. Editora
Cultura Cristã
YULAM, Dong. Daniel – O Destino do Governo humano na Economia de Deus.
SPaulo, 1993 – Edit. Árvore da Vida
Bíblia de Estudo
Cronológico. SPaulo. Editora Vida
LAHAYE, Tim. Enciclopédia
Popular de Profecias Bíblicas. RJaneiro, 2010. CPAD
WALVOORD. John F.Todas
as Profecias da Bíblia. SPaulo, 2012 – Edit. Vida
TOGNINO, Enéas. O
Arrebatamento da Igreja. SPaulo, 1970. Edições Enéas Tognino.
GILBERTO Antonio.
Daniel e Apocalipse. RJaneiro, 2001 - CPAD
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