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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O Homem Vestido de Linho – Lição 11 – EBD CPAD – 4º. Tri 14.12.14

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Daniel 10.1-6, 9, 10, 14

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:.
1.    Discorrer sobre a visão celestial de Daniel.
2.    Explicar o significado do homem vestido de linho.
3.    Saber que os anjos de Deus são seres espirituais ajudadores.

 CONSIDERAÇÕES
A Daniel foi revelada coisas extrtaordinárias acerca do seu povo e acerca de coisas futuras, não apenas concernetes a Israel, mas abrangente a todo o mundo, inclusive à igreja.

Uma visão celestial (Dn 10.1-3) - O décimo capítulo de Daniel desperta curiosidade porque apresenta uma figura que revela alguém singular, diferente de todas as figuras

de linguagem que ilustra o próprio Deus e, que, de forma teofânica, indica a Pessoa de Jesus Cristo.

Era, de fato, a revelação do Cristo pré-encarnado, que corresponde com a visão de
Ezequiel (Ez 1.26) e depois, no Novo Testamento com o Apocalipse de João (Ap 1.12-20).

Em todo este capítulo, “o homem vestido de linho” é o personagem central das revelações feitas a Daniel.

E levantei os meus olhos, e olhei, e vi um homem vestido de linho, e os seus lombos, cingidos com ouro fino de Ufaz” (Dn 10.5).

Logo, o capítulo 10 se constitui, de fato, numa preparação para a revelação que Deus queria dar a Daniel.

Nesse momento da vida de Daniel, quando já vivia a mais de 90 anos, mesmo estando exilado e servindo a reis pagãos, ele não se descuidou de sua vida de jejum e oração,

não se deixando abater por sua melancolia. Daniel tinha certeza de que no tempo certo Deus concretizaria seus desígnios e que o plano de Deus para o seu povo não havia findado.

Como homem de oração, Daniel sentiu o peso da tristeza acerca da revelação das últimas coisas.

Indiscutivelmente, Daniel é um dos modelos de vida devocional mais importante da Bíblia.

Ele soube conciliar sua atividade palaciana com a sua vida devocional. Era o seu quarto de dormir o seu altar de adoração e serviço a Deus, através da oração.

Foi desse modo que ele teve as grandes revelações dos desígnios de Deus para o seu povo.

A visão do homem vestido de linho (Dn 10.4,5) - A visão de Daniel acerca do homem vestido de linho é semelhante a que o apóstolo João teve na ilha de Patmos e com a do profeta Ezequiel.

Tanto João como Ezequiel tiveram a mesma reação diante de tal visão: desfaleceram.
Eles não encontraram força para ficar de pé (Dn 10.8; Ap 1.17).

Estava Daniel à margem do grande rio Hidequel (Dn 10,4). Na verdade esse rio é o mesmo rio Tigre.

É um rio que nasce nas montanhas da Armênia e atravessa a planície da Mesopotâmia, por mais de 1.800 kms e, depois se junta ao rio Eufrates desaguando no Golfo Pérsico.

É importante notar que Daniel não fora arrebatado em espírito para ver a grande visão, mas ele estava, literalmente naquele local “à borda do rio” acompanhado de alguns homens.

Estes homens não viram a visão, apenas ficaram assustados com o ambiente e fugiram porque notaram que estava acontecendo algo extraordinário (Dn 10.7)

A Daniel foi dada a visão e a mais ninguém. O versículo 5 confirma dizendo: “E levantei os meus olhos, e olhei.....”

“....e eis um homem vestido de linho”. Deus sempre utilizou figuras de linguagem que pudessem aclarar suas revelações.

O “homem vestido de linho” que lhe aparecera era literal, ainda que de forma magnífica e angelical.

Segundo alguns estudiosos, esse “homem” pode ser uma aparição teofânica do próprio Cristo, cuja descrição pode ser comparada  à visão que João apóstolo, teve na Ilha de Patmos (Ao 1.13-12).

Ora, uma teofania significa Deus manifestando-se, tomando formas distintas, para falar com o homem.

Na Bíblia, temos teofanias (manifestações de Deus) e temos angelofonias (manifestações angelciais).

Geralmente essas manifestações são com formas humanas. No caso da experiência de Daniel, quem poderia ser: um anjo ou o próprio Deus?

Alguns exegetas não veem o “homem vestido de linho” como uma teofania, mas insistem em que o personagem é um ser angelical.

Porém, o contexto bíblico fortalece a ideia de que seja, de fato, o próprio Deus manifestando-se de modo pessoal e visível como “um homem” a Daniel.

Daniel é confortado por um anjo (Dn 10.1-12) – A visão estrondosa e magnífica que Daniel teve do homem vestido de linho, provocou-lhe um efeito extraordinário.

Ele não teve forças físicas para se manter de pé e caiu adormecido pela glória “do homem vestido de linho”.

Daniel foi tocado pelo anjo. “...me tocou os lábios” (Dn 10.16). Daniel tinha caído por terra por não ter tido condições físicas e emocionais de suportar toda aquela revelação.

Ficou sem fala, mas ao ser tocado nos lábios, abriu a boca e começou a falar, à semelhança do que aconteceu com o profeta Isaias (Is 6.7).

A mesma experiência que João teve na Ilha de Patmos com a visão do Cristo glorificado (Ap 1.17,18) foi experimentada por Daniel junto ao rio Hidekel, ou seja o rio Tigre.

A visão de João, o apóstolo, na Ilha de Patmos se ajusta perfeitamente com as características desse “homem” que apareceu a Daniel.

Não devemos forçar uma interpretação, mas o contexto contribui para que creiamos que esse “homem” especial não podia ser outro senão Jesus Cristo, a segunda Pessoa da Trindade.

Ele estava vestido de “linho”, um tecido utilizado especialmente na roupagem dos sacerdotes segundo a liturgia hebraica e significa santidade, pureza e justiça.

Em Ap 1.13, o Senhor Jesus aparece em visão a João, na Ilha de Patmos, vestido de glória e majestade, e diz que, “um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa cumprida”.

Daniel reergueu-se de seu desmaio e foi confortado por um anjo da parte de Deus depois da grande peleja que houve no céu entre os comandados de Satanás e os anjos

de Deus, naqueles 21 dias de oração do grande servo de Deus. O anjo falou-lhe que era muito amado (Dn 10.12) por Deus.

Os anjos são uma realidade espiritual (Dn 10.5,6,13,20) – A realidade dos anjos é indiscutível. Eles não são meras figuras de retórica, nem são invencionices de homens.

Eles são seres pessoais criados por Deus. Anjos e homens são criações distintas de Deus.

Ambos são seres pessoais, diferenciados nas finalidades da criação. Os anjos são criados como espíritos sem a capacidade pró criativa que Deus deu aos homes (Lc 20.36; Hb 1.14; Sl 148.5).

Serviços prestados pelos anjos: na criação dos anjos o Criador os classificou em categorias especiais de serviços (Cl 1.16).

Os anjos existem para cumprirem os interesses de Deus no universo. A carta aos Hebreus diz que os anjos são espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação (Hb 1.13,14).

Da mesma sorte, os espíritos que se rebelaram e acompanharam a Lúcifer na sua rebelião contra Deus, os quais denominamos como “anjos caídos” obedecem às ordens de seu chefe – Satanás (Is 14.12-15; Ap 12.7-12; Mt 25.41).

Eles são realidades invisíveis e muito atuante no mundo que se opõe contra a obra de Deus (Ef 2.2; 6.12; Cl 1.13,16).
Neste capítulo nos deparamos com duas categorias de seres angelicais.

Os anjos da parte de Deus (anjos eleitos), e os anjos da parte de Satanás (anjos decaídos).

Os anjos da parte de Satanás são identificados na Bíblia como “espíritos maus”, “demônios”, e que, na realidade, são considerados os anjos caídos da presença de Deus e que seguiram a Lúcifer.

Eles obedecem ao comando de seu chefe que é o Diabo. Neste capítulo, eles aparecem com funções de liderança opositora aos interesses de Deus contra Israel (vs 13,20).

Eles podem tomar forma diferente no mundo físico sem ficarem retidos a essas formas porque são seres espirituais.

Deus não os criou como demônios ou maus. Todas as milícias angelicais foram criadas para a glória de Deus (Jó 38.6,7).

Foram criados seres morais e livres. Porém, a Bíblia fala de anjos que pecaram e não guardaram o seu principado tornando-se maus (2Pe 2.4; Jd 6; Jó 38.18-21).

Pelo fato de serem espíritos sem corpos materiais, eles podem tomar formas materiais representando figurativamente coisas ou pessoas, como é o caso dos anjos que representam “o príncipe do reino da Pérsia” e “o príncipe do reino da Grécia” (Dn 10. 13,20).

“O príncipe do reino da Pérsia” e “o príncipe do reino da Grécia” subtende-se que Satanás designou dois dos seus anjos para influenciarem os reis da Pérsia e da Grécia e colocá-los contra o povo de Deus, Israel.

No contexto do conflito no céu do capítulo 10, estas figuras procuraram impedir e resistir ao anjo Gabriel, mensageiro de Deus que tinha resposta à oração de Daniel.

Deus enviou o arcanjo Miguel defensor dos interesses divinos para com Israel, a fim de possibilitar o cumprimento da missão do anjo Gabriel.

Satanás tem sua própria organização angelical e esse texto indica que ele estabelece categorias de comandos.

Em Dn 10.13,20, Satanás incumbe anjos perversos com poder delegado para agir contra as nações do mundo.

São espíritos que assumem territórios, e alguns teólogos interpretam esta ação demoníaca como ação de “espíritos territoriais”, que exploram culturas e crendices para aprisionamento de corações contra a possibilidade de conhecerem o Deus verdadeiro.

Segundo Paulo em sua carta aos Efésios cap. 6, esses espíritos atuam nas regiões celestiais para resistirem e criarem obstáculos à obra de Deus e à realização da sua vontade.

Os príncipes citados em Dn 10.13, 20, não são os reis da Pérsia e da Grécia, mas são figuras metafórica de dois seres angelicais demoníacos designados pelo Diabo para atuarem sobre os reinos da Pérsia e da Grécia.

O anjo Gabriel declarou que a resistência de Satanás viria também por parte do “príncipe da Grécia” na sua volta à presença de Deus.

Esses dois príncipes terrenos representavam neste conflito dois espíritos da parte do Diabo que atuavam sobre aquelas nações, são os chamados espíritos territoriais.

É interessante notar que o “homem vestido de linho” que falava com Daniel declarou que Miguel, o anjo de Deus, era o “príncipe” de Israel, para defender e proteger os interesses de Deus na vida desse povo (Dn 12.1).

O anjo Gabriel que trouxe a resposta de Deus, disse a Daniel que havia sido retido no céu por 21 dias, com a resposta de Deus, às suas petições.

Esses dois príncipes das milícias satânicas: “O príncipe do reino da Pérsia” e “o príncipe do reino da Grécia” (Dn 10,13,20) que tentaram impedir que Gabriel trouxessem a

resposta, eram, na verdade, figuras desses príncipes satânicos que operam pelo poder do Diabo, de forma organizada sobre as nações do mundo.



Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
CABRAL. Elienai. Integridade Moral e Espiritual – O legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. RJaneiro, 2014. CPAD
BALDWIN, Joyce C. Daniel – Introdução e Comentário. SPaulo, 2008. Ed. Vida Nova
GRONINGEN, Gerad Van. Revelação Messiânica no AT. SPaulo, 2003. Editora Cultura Cristã
YULAM, Dong. Daniel – O Destino do Governo humano na Economia de Deus. SPaulo, 1993 – Edit. Árvore da Vida
Bíblia de Estudo Cronológico. SPaulo. Editora Vida
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecias Bíblicas. RJaneiro, 2010. CPAD
DAYER, Charles H. O Ressurgimento da Babilônia – Sinal do Final dos Tempos. SPaulo, 1995. Editora Unilit.
LAHAYE, Tim. Bíblia de Estudo Profética – Editora Hagnus
SCOFIELD. Bíblia de Estudo
WALVOORD. John F.Todas as Profecias da Bíblia. SPaulo, 2012 – Edit. Vida
TOGNINO, Enéas. O Arrebatamento da Igreja. SPaulo, 1970. Edições Enéas Tognino.

GILBERTO Antonio. Daniel e Apocalipse. RJaneiro, 2001 - CPAD

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