Subsídios para o
Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
Texto da Lição: Tiago 2.1-13
I - OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM:
- Destacar o ensino de Tiago de
que Deus não faz acepção de pessoas
- Apontar a escolha de Deus
pelos pobres aos olhos do mundo
- Distinguir a Lei Mosaica das
Leis Real e da Liberdade
CONSIDERAÇÕES
- Citações da
Bíblia Sagrada: Tradução King James Atualizada (KJA).
Todo os homens foram criados iguais. Não
trouxemos nada para este mundo e nada dele podemos levar. Diante de Deus, não
podemos nos gloriar de nossas posses ou realizações, pois tudo o que temos foi
dado por Deus, e Deus não mostra parcialidade (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; Cl
3.25; 1Pe 1.17).
Os cristãos sinceros que receberam a glória de
Cristo, quer dizer, foram abençoados com “a shekiná; a iluminação da glória de
Deus entre os seus”; devem receber todas as pessoas com carinho e respeito, sem
qualquer discriminação, preconceito ou favoritismo, pois Deus nosso Pai, recebe
todos os crentes como filhos.
A fé não faz acepção de pessoas - Por isso Tiago exortava os crentes da
diáspora com as seguintes palavras: Caros irmãos, como crestes em nosso
glorioso Senhor Jesus Cristo, não façais acepção de pessoas, tratando-as com
preconceito ou parcialidade.
Se, por assim dizer, entrar na vossa sinagoga,
algum homem com anéis de ouro nos dedos, trajando roupas caras, e, ao mesmo
tempo, entrar uma pessoa pobre, vestindo roupas velhas e sujas.
E tratardes com atenção especial ao homem bem
trajado e o honrardes dizendo: “Eis aqui um lugar digno da tua pessoa. Assenta,
pois”, mais disserdes ao pobre:
“Tu, podes ficar ali em pé” ou “assenta-te no
chão, próximo ao estrado onde ponho os meus pés”, não fizeste discriminação
preconceituosa e vos tornastes como juízes que usam critérios perversos? (Tg 2.1-4).
Nas sinagogas locais daquela época, escribas e
fariseus ocupavam os assentos mais importantes (Mt 23.6; Mc 12.39; Lc 11.43;
20.46). No ambiente retratado por Tiago o homem rico recebe uma recepção
calorosa e é levado para um bom assento. O homem pobre pode ficar em pé no
fundo da sala ou assentar-se no chão.
Ao invés de olhar para a incomparável glória
de Deus, os crentes estavam olhando fixamente para o resplendor de um anel de
ouro e trajes finos. Ao invés de honrar a Jesus Cristo, estavam horando com deferência
um homem rico e desprezando um pobre.
E, ao invés de aceitar a pessoa, tomando por
base sua fé em Cristo, estavam mostrando favoritismo baseado em aparência e
posição.
Não importa se Tiago cita, aqui, um incidente
que realmente aconteceu na igreja ou se ele cria um exemplo de algo que poderia
acontecer.
O que importa é que os crentes em Cristo devem
lançar fora o pecado da discriminação. Em resumo: “Não façam acepção de
pessoas” (Tg 2.1).
Deus escolheu os pobres aos olhos do mundo – Depois
do exemplo, Tiago volta-se para o princípio: “Ouvi, meus amados irmãos. Não
escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e
herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam?
Contudo, vós tendes desprezado o pobre. E não
são os ricos que vos oprimem? Não são eles que vos arrastam para os tribunais?
Não são os ricos que blasfemam o bom nome que sobre vós foi invocado?” (Tg
2.5-7).
Tiago faz uma pergunta que só pode ser
respondida na afirmativa. “Deus não escolheu àqueles que são pobres aos olhos
do mundo? É claro que sim.
As Escrituras ensinam claramente que, em sua
graça eletiva Deus não faz a escolha com base no mérito, mas no amor para com o
seu povo (Dt 7.7).
Deus dirige seu amor aos pobres e
necessitados, pois seus olhos estão sempre sobre eles (Jó 5.15,16, Sl 9.18;
12.5; Pv 22.22,23).
Isso não significa que todos os pobres estão
incluídos e que Deus escolheu somente os pobres. “Pois a pobreza e a riqueza em
si não confere ao homem nenhum bem ou mal”.
A eleição é obra de Deus, como ensina o
apóstolo Paulo. “Deus escolheu as coisas humildes... a fim de que ninguém se
vanglorie na presença de Deus” (1 Co 1.28,29; Ef 1.4).
No cap. 1 e vs.9, Tiago repete a ideia que
diz: “Contudo, o irmão de condição humilde deve gloriar-se em sua dignidade. O
que conta não são as riquezas terrenas, mas os tesouros espirituais (Mt
6.19-21; Lc 12.16-21).
Deus não olha para os bens materiais instáveis
das pessoas, mas para a confiança e segurança que elas depositam em Deus. Ele
recompensa tal fé abundantemente.
Deus exige fé, como declarou com eloquência o
escritor aos Hebreus: “Em verdade, sem fé é impossível agradar a Deus;
portanto, para qualquer pessoa que dele se aproxima é indispensável crer que
ele é real e que recompensa a todos quanto se consagram a ele” (Hb 11.6).
Jesus se identificava com os pobres porque ele
mesmo experimentou a pobreza desde o dia de seu nascimento em Belém, até o dia
de sua morte nos arredores de Jerusalém.
Consequentemente, os pobres responderam
prontamente a mensagem de Jesus. Eles ainda o fazem nos dias de hoje, pois a
igreja está crescendo rapidamente entre os que se encontram economicamente
debilitados em várias partes do mundo.
Como classe social, os pobres colocam sua fé
em Jesus, muito mais do que os ricos. São pobres em bens materiais, mais ricos
em fé.
Por causa das circunstâncias os pobres não
podem depositar sua confiança sobre os bens materiais. Assim, voltam-se para
Jesus, que diz: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e
eu vos aliviarei” (Mt 11.28).
A Lei Real, a Lei Mosaica e a Lei da Liberdade – Tendo em
mão o AT, Tiago responde aos irmãos: Se vocês, entretanto, observais a Lei do
Reino, como está registrada na Escritura, e que ordena:
“Amará o teu próximo como a ti mesmo”, então
estareis agindo corretamente, se, todavia, tratais as pessoas com parcialidade,
estareis incorrendo em pecado e sereis condenados pela lei como transgressores.
Porquanto, quem obedece a toda a Lei, mas
tropeça em apenas uma de suas ordenanças, torna-se culpado de quebrá-la
integralmente.
Pois, aquele que proclamou: “Não adulterarás”,
também ordenou: “Não matarás”. Ora, se não adulteras, porém cometes um
assassinato, te tornastes da mesma forma transgressor da Lei” (Tg 2.8-11).
Tiago vai direto ao cerne da questão e evita
detalhes, Ele não está interessado em procurar nas escrituras e achar um
determinado mandamento contra o pecado de favoritismo.
Ao invés disso, declara o princípio
fundamental da Lei de Deus ao qual Jesus se referiu quando foi interrogado por
um interprete da lei.
O interprete perguntou a Jesus: “Mestre, qual
é o maior mandamento da lei?”
Asseverou-lhe Jesus: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração,
e de toda a tua alma e com toda tua inteligência.
Este é o primeiro e maior dos mandamentos. O
segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo com a ti mesmo. A estes
dois mandamentos estão sujeitos toda a lei e os profetas” (Mt 22.36-40; Dt 6.5;
Lv 19.18).
Tiago chama a atenção apenas para a segunda
parte da Lei resumida: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Ele enfatiza
essa parte assim como Paulo o faz em suas epístolas (Rm 3.9; Gl 5.14; Mt 19.9).
Porém, a implicação é a mesma: Toda lei está
resumida em expressar amor pelo próximo. Obedecer à segunda parte da lei resumida
significa cumprir a primeira parte também. As duas partes são inseparáveis e
interligadas (1Jo 4.21,22).
Tiago chama essa lei de “régia”. Ele não dá
detalhes e evita explicar a palavra do contexto. Coloca a essência e o teor da
lei numa oração condicional que afirma um simples fato.
Diz: Se, de fato, vocês guardam a Lei régia,
fazem bem. O crente que cumpre a Lei suprema de Deus, dada nas Escrituras, está
fazendo a vontade de Deus e guarda-se de cometer o pecado do favoritismo.
Deus não faz acepção de pessoas (Rm 2.11), mas
mostra o seu amor para com o pobre, bem como para com o rico. Se Deus é
imparcial, então os crentes devem mostrar amor para com todas as pessoas sem
discriminação.
Tiago tinha em mente o contexto mais amplo do
ensinamento no AT: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19.18). Nesse
contexto, Moisés diz aos israelitas: “Não farás injustiça no juízo: nem
favorecendo ao pobre, nem comprazendo ao grande; com justiça julgarás o teu
próximo (Lv 19.15).
Tiago se refere ao pecado de favoritismo que
os crentes da diáspora estavam cometendo. Assim, ele acrescenta que, ao serem
parciais (Dt 1.17), são condenados pela lei do amor. A Lei resumida os condena
como transgressor.
Tiago diz que os leitores estão, de fato,
caindo em pecado. E o fazem quando ultrapassam o limite que lhes foi dado para
que não pequem, a saber, a Lei.
Ninguém pode dizer que ultrapassou essa linha
por ignorância, pois a lei proíbe especificamente a demonstração de
parcialidade – “Não cometerás injustiça
no julgamento.
Não farás acepção de pessoas com relação ao pobre, nem te deixarás levar
por preferência pelo que tem poder, segundo a justiça julgarás o teu próximo” (Lv
19.15).
Transgredir a Lei de Deus é uma ofensa séria a
Deus e coloca o pecador diante dele como transgressor. Quando a lei condena,
ninguém pode afirmar ser um transgressor parcial. O transgressor é culpado.
Falai e procedei com todos, como quem haverá
se ser julgado pela Lei da Liberdade; pois será exercido um juízo sem
misericórdia sobre quem também não usou de compaixão. A graça triunfa sobre o
juízo (Tg 2.12,13)
Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º.
Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Eliezer de Lira e Silva).
COELHO. Alexandre e DANIEL Silas.
Fé e Obras – Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. RJaneiro,
2014. CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD
SIMON. Kistemaker. Tiago e Epístolas de João. São Paulo. Cultura Cristã,
2006
M CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo –
Vol.6 Editora Hagnus
M CHAMPLIN. R. N. Enciclopédia de
Bíblia Teologia e Filososfia – Vol.5 Editora Hagnus
JONES – Lloyd. Grandes Doutrinas Bíblicas – Deus o Pai, Deus o
Filho. Vol.1 São Paulo, 1977. Editora PES
GRUDEM Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva. São Paulo, 2009.
Editora Vida Nova
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