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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A Verdadeira Fé não faz Acepção de Pessoas – Lição 06 – 3º. Tri EBD CPAD –10.08.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Tiago 2.1-13 
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
  1. Destacar o ensino de Tiago de que Deus não faz acepção de pessoas
  2. Apontar a escolha de Deus pelos pobres aos olhos do mundo
  3. Distinguir a Lei Mosaica das Leis Real e da Liberdade
 CONSIDERAÇÕES
  • Citações da Bíblia Sagrada: Tradução King James Atualizada (KJA).
 Todo os homens foram criados iguais. Não trouxemos nada para este mundo e nada dele podemos levar. Diante de Deus, não podemos nos gloriar de nossas posses ou realizações, pois tudo o que temos foi dado por Deus, e Deus não mostra parcialidade (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25; 1Pe 1.17).

Os cristãos sinceros que receberam a glória de Cristo, quer dizer, foram abençoados com “a shekiná; a iluminação da glória de Deus entre os seus”; devem receber todas as pessoas com carinho e respeito, sem qualquer discriminação, preconceito ou favoritismo, pois Deus nosso Pai, recebe todos os crentes como filhos.

A fé não faz acepção de pessoas - Por isso Tiago exortava os crentes da diáspora com as seguintes palavras: Caros irmãos, como crestes em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, não façais acepção de pessoas, tratando-as com preconceito ou parcialidade.

Se, por assim dizer, entrar na vossa sinagoga, algum homem com anéis de ouro nos dedos, trajando roupas caras, e, ao mesmo tempo, entrar uma pessoa pobre, vestindo roupas velhas e sujas.

E tratardes com atenção especial ao homem bem trajado e o honrardes dizendo: “Eis aqui um lugar digno da tua pessoa. Assenta, pois”, mais disserdes ao pobre:

“Tu, podes ficar ali em pé” ou “assenta-te no chão, próximo ao estrado onde ponho os meus pés”, não fizeste discriminação preconceituosa e vos tornastes como juízes que usam critérios perversos?  (Tg 2.1-4).

Nas sinagogas locais daquela época, escribas e fariseus ocupavam os assentos mais importantes (Mt 23.6; Mc 12.39; Lc 11.43; 20.46). No ambiente retratado por Tiago o homem rico recebe uma recepção calorosa e é levado para um bom assento. O homem pobre pode ficar em pé no fundo da sala ou assentar-se no chão.

Ao invés de olhar para a incomparável glória de Deus, os crentes estavam olhando fixamente para o resplendor de um anel de ouro e trajes finos. Ao invés de honrar a Jesus Cristo, estavam horando com deferência um homem rico e desprezando um pobre.

E, ao invés de aceitar a pessoa, tomando por base sua fé em Cristo, estavam mostrando favoritismo baseado em aparência e posição.

Não importa se Tiago cita, aqui, um incidente que realmente aconteceu na igreja ou se ele cria um exemplo de algo que poderia acontecer.

O que importa é que os crentes em Cristo devem lançar fora o pecado da discriminação. Em resumo: “Não façam acepção de pessoas” (Tg 2.1).

Deus escolheu os pobres aos olhos do mundo – Depois do exemplo, Tiago volta-se para o princípio: “Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam?

Contudo, vós tendes desprezado o pobre. E não são os ricos que vos oprimem? Não são eles que vos arrastam para os tribunais? Não são os ricos que blasfemam o bom nome que sobre vós foi invocado?” (Tg 2.5-7).

Tiago faz uma pergunta que só pode ser respondida na afirmativa. “Deus não escolheu àqueles que são pobres aos olhos do mundo? É claro que sim.

As Escrituras ensinam claramente que, em sua graça eletiva Deus não faz a escolha com base no mérito, mas no amor para com o seu povo (Dt 7.7).

Deus dirige seu amor aos pobres e necessitados, pois seus olhos estão sempre sobre eles (Jó 5.15,16, Sl 9.18; 12.5; Pv 22.22,23).
Isso não significa que todos os pobres estão incluídos e que Deus escolheu somente os pobres. “Pois a pobreza e a riqueza em si não confere ao homem nenhum bem ou mal”.

A eleição é obra de Deus, como ensina o apóstolo Paulo. “Deus escolheu as coisas humildes... a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1 Co 1.28,29; Ef 1.4).

No cap. 1 e vs.9, Tiago repete a ideia que diz: “Contudo, o irmão de condição humilde deve gloriar-se em sua dignidade. O que conta não são as riquezas terrenas, mas os tesouros espirituais (Mt 6.19-21; Lc 12.16-21).
Deus não olha para os bens materiais instáveis das pessoas, mas para a confiança e segurança que elas depositam em Deus. Ele recompensa tal fé abundantemente.

Deus exige fé, como declarou com eloquência o escritor aos Hebreus: “Em verdade, sem fé é impossível agradar a Deus; portanto, para qualquer pessoa que dele se aproxima é indispensável crer que ele é real e que recompensa a todos quanto se consagram a ele” (Hb 11.6).

Jesus se identificava com os pobres porque ele mesmo experimentou a pobreza desde o dia de seu nascimento em Belém, até o dia de sua morte nos arredores de Jerusalém.

Consequentemente, os pobres responderam prontamente a mensagem de Jesus. Eles ainda o fazem nos dias de hoje, pois a igreja está crescendo rapidamente entre os que se encontram economicamente debilitados em várias partes do mundo.

Como classe social, os pobres colocam sua fé em Jesus, muito mais do que os ricos. São pobres em bens materiais, mais ricos em fé.

Por causa das circunstâncias os pobres não podem depositar sua confiança sobre os bens materiais. Assim, voltam-se para Jesus, que diz: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).

A Lei Real, a Lei Mosaica e a Lei da Liberdade – Tendo em mão o AT, Tiago responde aos irmãos: Se vocês, entretanto, observais a Lei do Reino, como está registrada na Escritura, e que ordena:

“Amará o teu próximo como a ti mesmo”, então estareis agindo corretamente, se, todavia, tratais as pessoas com parcialidade, estareis incorrendo em pecado e sereis condenados pela lei como transgressores.

Porquanto, quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas uma de suas ordenanças, torna-se culpado de quebrá-la integralmente.

Pois, aquele que proclamou: “Não adulterarás”, também ordenou: “Não matarás”. Ora, se não adulteras, porém cometes um assassinato, te tornastes da mesma forma transgressor da Lei” (Tg 2.8-11).

Tiago vai direto ao cerne da questão e evita detalhes, Ele não está interessado em procurar nas escrituras e achar um determinado mandamento contra o pecado de favoritismo.

Ao invés disso, declara o princípio fundamental da Lei de Deus ao qual Jesus se referiu quando foi interrogado por um interprete da lei.

O interprete perguntou a Jesus: “Mestre, qual é o maior mandamento da lei?”  Asseverou-lhe Jesus: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma e com toda tua inteligência.

Este é o primeiro e maior dos mandamentos. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo com a ti mesmo. A estes dois mandamentos estão sujeitos toda a lei e os profetas” (Mt 22.36-40; Dt 6.5; Lv 19.18).

Tiago chama a atenção apenas para a segunda parte da Lei resumida: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Ele enfatiza essa parte assim como Paulo o faz em suas epístolas (Rm 3.9; Gl 5.14; Mt 19.9).
Porém, a implicação é a mesma: Toda lei está resumida em expressar amor pelo próximo. Obedecer à segunda parte da lei resumida significa cumprir a primeira parte também. As duas partes são inseparáveis e interligadas (1Jo 4.21,22).

Tiago chama essa lei de “régia”. Ele não dá detalhes e evita explicar a palavra do contexto. Coloca a essência e o teor da lei numa oração condicional que afirma um simples fato.

Diz: Se, de fato, vocês guardam a Lei régia, fazem bem. O crente que cumpre a Lei suprema de Deus, dada nas Escrituras, está fazendo a vontade de Deus e guarda-se de cometer o pecado do favoritismo.

Deus não faz acepção de pessoas (Rm 2.11), mas mostra o seu amor para com o pobre, bem como para com o rico. Se Deus é imparcial, então os crentes devem mostrar amor para com todas as pessoas sem discriminação.

Tiago tinha em mente o contexto mais amplo do ensinamento no AT: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19.18). Nesse contexto, Moisés diz aos israelitas: “Não farás injustiça no juízo: nem favorecendo ao pobre, nem comprazendo ao grande; com justiça julgarás o teu próximo (Lv 19.15).

Tiago se refere ao pecado de favoritismo que os crentes da diáspora estavam cometendo. Assim, ele acrescenta que, ao serem parciais (Dt 1.17), são condenados pela lei do amor. A Lei resumida os condena como transgressor.

Tiago diz que os leitores estão, de fato, caindo em pecado. E o fazem quando ultrapassam o limite que lhes foi dado para que não pequem, a saber, a Lei.

Ninguém pode dizer que ultrapassou essa linha por ignorância, pois a lei proíbe especificamente a demonstração de parcialidade – “Não cometerás injustiça no julgamento.

Não farás acepção de pessoas com relação ao pobre, nem te deixarás levar por preferência pelo que tem poder, segundo a justiça julgarás o teu próximo” (Lv 19.15).

Transgredir a Lei de Deus é uma ofensa séria a Deus e coloca o pecador diante dele como transgressor. Quando a lei condena, ninguém pode afirmar ser um transgressor parcial. O transgressor é culpado.

Falai e procedei com todos, como quem haverá se ser julgado pela Lei da Liberdade; pois será exercido um juízo sem misericórdia sobre quem também não usou de compaixão. A graça triunfa sobre o juízo (Tg 2.12,13)


Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Eliezer de Lira e Silva).
COELHO. Alexandre e DANIEL Silas.  Fé e Obras – Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. RJaneiro, 2014. CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD
SIMON. Kistemaker. Tiago e Epístolas de João. São Paulo. Cultura Cristã, 2006
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.6 Editora Hagnus 
 CHAMPLIN. R. N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filososfia – Vol.5 Editora Hagnus 
 JONES – Lloyd. Grandes Doutrinas Bíblicas – Deus o Pai, Deus o Filho. Vol.1 São Paulo, 1977. Editora PES

GRUDEM Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva. São Paulo, 2009. Editora Vida Nova

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