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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A Fé se Manifesta em Obras – Lição 07 – 3º. Tri EBD CPAD –17.08.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Tiago 2.14-26
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

  1. Destacar que a fé e as obras são relacionais
  2. Apontar os exemplos de fé com obras no Antigo Testamento
  3. Compreender a metáfora do corpo sem espírito proposta por Tiago

CONSIDERAÇÕES
  • Citações da Bíblia Sagrada: Tradução King James Atualizada (KJA).

Diante do necessitado, a nossa fé sem obras é morta (Tg 2.14-17) – A carta que Tiago escreveu está viva. Ela se identifica com qualquer leitor, independente da época, cultura, idade e raça.

Tiago pergunta: “De que adianta, meus caros irmãos, alguém proclamar sua fé, se não tem obras? Acaso essa fé pode salvá-lo?

Se um irmão ou irmã estiverem necessitados de roupa e passando privação do alimento de cada dia, e qualquer dentre vós lhes disser: 

“Ide em paz, aquecei-vos e comei até satisfazer-vos”, porém sem lhes dar alguma ajuda concreta, de que adianta isso? Desse mesmo modo em relação a fé: Por si só, se não for acompanhada de obras, está morta”. (Tg 2.14-17).

Para Tiago, a fé e as obras andam juntas e não podem ser separadas. A verdadeira fé resulta em obras que mostram um estilo de vida cristão distintivo e demonstram que o crente encontra-se num relacionamento de salvação com Deus.

Uma fé desprovida de obras não é autêntica e, portanto, difere completamente da fé que temos com Cristo.

Tiago dirige seu ensinamento para as pessoas que pensam que só a fé importa e que questões de fé são, na verdade, uma confissão intelectual (Tg 2.19).

Tal fé objetiva, expressa numa declaração confessional, está morta. Ela difere da fé subjetiva, que exibe um relacionamento pessoal com Jesus Cristo. A verdadeira fé tem características subjetivas e objetivas.

Subjetivamente, o cristão coloca sua fé em Deus porque sabe que Deus recompensa a pessoa que o procura diligentemente (Hb 11.6).

Ele aprendeu que: “Tudo que não provém de fé é pecado” (Rm 14.23). Sua fé se expressa no amor de Deus e ao seu próximo. De modo que, objetivamente, seus atos são um testemunho eloquente de sua fé em Deus.

Para Paulo e Tiago, as obras são uma consequência natural da verdadeira fé (Fp 1.27; 1Ts 1.3; Tg 2.20-24). É claro que o ser humano não pode usar suas obras para alcançar o favor de Deus. Ele obtém a salvação como dádiva de Deus – pela fé e por meio da fé (Ef 2.8).

“Não de obras”, diz Paulo, “para que ninguém se glorie” (Ef 2.9). Assim, por si mesmas, as obras não têm poder de salvar. De qualquer modo, no contexto em que Tiago escreveu sua epístola “ele proclama a necessidade das obras para a salvação”.

Tiago não está sugerindo aos seus leitores que, por meio de suas obras, eles podem ter paz com Deus. Pelo contrário, ele ensina que as obras fluem de um coração que está em paz com Deus.

Ao contar a parábola do semeador, Jesus fez distinção entre a fé temporária e a fé verdadeira.

A fé temporária é como a semente que cai em solo pedregoso; ela não tem raízes e dura pouco tempo (Mt 13.21). Tal fé termina numa morte inevitável.

A verdadeira fé, ao contrário, é como o grão que cai em solo fértil e produz colheita abundante. A verdadeira fé está firmemente arraigada no coração do crente (Mt 13.23).
Nesse versículo específico, (Mt 13.23), o autor cria um contraste entre a fé que está viva e a fé que está morta. 

Um exemplo de fé sem valor é a fé do rei Agripa nos profetas. Por causa de sua origem, Agripa conhecia o conteúdo dos livros proféticos do AT. Paulo afirma que Agripa acreditava nos profetas (At 26.26,27).

Suponhamos que uma pessoa tenha apenas a fé e a outra, apenas obras. Então, possivelmente, aquela que diz ter fé aproxima-se de Deus mais prontamente do que aquela cujo histórico mostra apenas obras.

E, por causa dessa fé, a pessoa considera-se superior à que não tem fé, mas obras. Tiago se dirige a todos aqueles que desejam separar a fé das obras.

Ele os desafia a mostrar uma verdadeira fé sem obras ou obras sem fé e lhes diz que, em troca, ele mostrará sua fé por meio de sua conduta, ou seja, em tudo que ele faz, a fé é o ingrediente principal.

Essa declaração assemelha-se ao ensinamento de Jesus de que conhecemos uma arvore por seus frutos: “Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada no fogo” (Mt 7.19).

Aqueles que falam, mas não agem, ouvirão Jesus dizer: “Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade” (Mt 7.23). A fé sem obras está morta.

Tiago diz: “Vocês creem que há um só Deus? Ótimo! Até os demônios creem nisso e estremecem” (Tg 1.19). A implicação disso é que, mesmo entre os demônios, permanece a verdade doutrinária. Eles confessaram o nome de Cristo durante o ministério de Jesus (Mc 1.24; 5.7; Lc 4.34).

Seu conhecimento do Filho de Deus os fez estremecer, mas esse conhecimento não poderia tê-los salvo. Conhecimento sem fé para nada vale.

Exemplos veterotestamentários de fé com obras – (Tg 2.18-25). Sempre que um judeu discutia a questão da fé, acabava, invariavelmente voltando-se para a fé de Abraão.

Nas escolas de rabinos judeus, na literatura do período inter-testamental e no NT, os judeus discutiam sua fé tomando por base Abraão.

Na condição de judeu, escrevendo para judeus, Tiago tem liberdade de dizer “Nosso pai Abraão”.

Ele não está, porém, defendendo a descendência física ou o orgulho de ser parte da raça judaica, mas intensificando o conceito de justificação como resultado da fé.

Abraão foi considerado justo aos olhos de Deus porque confiou nele a ponto de preparar-se para sacrificar Isaque, o filho da promessa (Gn 22.2,9).

O incidente em que Abraão passasse pelo teste da fé, quando Deus lhe pediu que sacrificasse seu filho, é um dos pontos mais altos da vida do patriarca.

Empunhando seu cutelo, Abraão estava prestes a cravar o instrumento de morte em seu filho Isaque. Naquele exato momento, o anjo do Senhor interveio e disse: “Agora sei que temes a Deus” (Gn 22.12). Abraão mostrou obediência irrestrita a Deus.

O próprio Deus declarou ser Abraão justo (Gn 15.6). Tiago menciona o que Abraão fez quando obedientemente preparou-se para sacrificar seu filho Isaque no monte Moriá. E Paulo escreveu que a fé foi imputada a Abraão para justiça (Rm 4.9).

Vês dessa forma que tanto a fé como as obras estavam agindo juntas, e a fé foi aperfeiçoada pelas obras” (Tg 2.22).

Tiago ainda apresenta a prostituta Raabe como exemplo de fé e obra e cita: “Exemplo semelhante é a de Raabe a meretriz: não foi ela aceita por Deus quando escolheu os mensageiros de Israel e os conduziu à liberdade por um outro caminho?” (Tg 2.25).

A fé de Abraão e Raabe têm muito em comum: Abraão mostrou sua hospitalidade aos três visitantes celestes que vieram até ele nos carvalhos de Moré (Gn 18.1), e Raabe recebeu os dois espias hebreus que vieram até ela em Jericó (Js 2.1).

Ambos eram estrangeiros entre um outro povo: Abraão viveu entre os cananeus e Raabe viveu entre os israelitas. Os dois fazem parte dos ancestrais de Jesus (Mt 1.2,5). “Não foi também justificada por obras a meretriz Raabe?” Certamente que sim.

Na mais inferior das classes sociais encontrava-se Raabe, mencionada explicitamente como “a meretriz” (Js 2.1; 6.17, 22,25; Hb 11.31; Tg 2.25). Essa mulher coloca sua fé no Deus de Israel e confessa abertamente para os dois espias que Deus os deu aquela (Js 2.9-11).

A fé de Raabe equiparou-se às suas obras. Ela protegeu os espias, escondendo-os no telhado de sua casa, e mandou os mensageiros do rei para fora da cidade. Ela fez um dos espias jurar pelo Senhor que pouparia sua família, quando os israelitas destruíssem a cidade de Jericó (Js 2.12,13).

E quando sob juramento, os homens concordaram, ela lhes mostrou o caminho para o lugar seguro. Ela os fez descer por uma corda pela janela da sua casa, situada no muro da cidade.

A fé viva se expressa nas obras que são realizadas m obediência à palavra de Deus. Tiago ilustra esse fato com eloquência ao dar exemplos da vida de Abraão e de Raabe.

Para ele, fé e obras, formam uma unidade inseparável que pode ser comparada ao espírito e ao corpo do ser humano. Esses dois foram feitos para andar juntos e constituírem um ser vivo.

A metáfora do corpo sem espírito para justificar a fé sem as obras (Tg 2.26) – Um dos pressupostos do cristianismo é que a vida é um dom de Deus, e esse presente é fruto da junção da parte material do ser humano (o corpo) e a parte imaterial (o espírito).

Isso significa que se alguma dessas duas partes se separar, a vida se extingue. A morte separa essas duas partes.

Nesses casos, não resta nada ao corpo a não ser sepultado, para que se decomponha. Tiago mostra através dessa metáfora o quanto uma é sem prática é ineficaz.

Um corpo sem espírito pode ser completo, mas está morto. Ele possui coração, pulmões, cérebro, membros, sistema digestivo, nervoso, respiratório e circulatório, mas nada disse funciona porque nele não há vida.

Uma vez morto o corpo se degenera, exala mal cheiro e se torna repugnante para as pessoas. Para esse ser que deixou o mundo dos viventes, nada mais resta senão, ser sepultado afim de não contaminar o mundo dos viventes.
Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Eliezer de Lira e Silva).
COELHO. Alexandre e DANIEL Silas.  Fé e Obras – Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. RJaneiro, 2014. CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD /      SIMON. Kistemaker. Tiago e Epístolas de João. São Paulo. Cultura Cristã, 2006
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.6 Editora Hagnus  /     CHAMPLIN. R. N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filososfia – Vol.5 Editora Hagnus    /   JONES – Lloyd. Grandes Doutrinas Bíblicas – Deus o Pai, Deus o Filho. Vol.1 São Paulo, 1977. Editora PES

GRUDEM Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva. São Paulo, 2009. Editora Vida Nova

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