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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A Verdadeira Sabedoria se manifesta na Prática – Lição 09 – EBD CPAD – 3º. Tri – 31.07.14


Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Tg 3.13-18

 I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.   Conscientizar-se de que a nossa conduta pessoal demonstra se a nossa sabedoria é humilde ou demoníaca
2.  Mostrar que onde prevalecem a inveja e sentimento faccioso, prevalece também o mal
3.   Analisar as qualidades da verdadeira sabedoria


 CONSIDERAÇÕES

A carta de Tiago é um conjunto de sermões que trata de modo muito prático a forma como um servo de Deus deve viver. E isso inclui o agir com sabedoria em toda e quaisquer situação na vida quotidiana.
Na visão do apóstolo, mais que palavras sendo apresentadas de forma correta e em bom sentido, vale mais as atitudes coerentes. Essas sim, têm mais sentido do que as palavras faladas sem exemplos de vida.
Tiago se dirige aos membros da igreja, partindo do pressuposto de que eles oram a Deus pedindo sabedoria, cuja virtude é uma dádiva de Deus aos homens.
A conduta pessoal demonstra se a nossa sabedoria é divina ou demoníaca – Sabedoria Terrena (Tg 3.13-16) – Tiago pergunta: “Quem, dentre vós, é sábio e tem verdadeiro entendimento? Que o demonstre por seu bom proceder quotidiano, mediante obras praticadas com humildade que tem origem na sabedoria.
No entanto, se abrigais em vosso coração inveja, amargura e ambição egoísta, não vos orgulheis disso, nem procureis negar a verdade.
Porquanto, esse tipo de sabedoria não vem dos céus, mas é terrena; não é celestial, mas demoníaca. Pois, onde existe inveja e rivalidade, ai há confusão e todo tipo de atitudes maléficas” (Tg 3.13-16).
Tiago incentiva o homem sábio a mostrar, por meio de sua conduta, que recebeu o dom da sabedoria. Tiago parece indicar que, entre os homens cristãos, sábios e entendidos são uma minoria, pois nem todos que pertencem à comunidade cristã adquire sabedoria.
Tiago usa o verbo mostrar com o sentido de “provar” que o homem possui verdadeira sabedoria e entendimento. Confirme isto, por meio de sua conduta diária.
Onde prevalecem a inveja e sentimento faccioso, prevalece também o mal (Tg 3.16) Como pastor experiente Tiago sabia, que entre os membros da igreja, havia algumas pessoas cujo espírito era caracterizado pela inveja, amargura e egoísmo.
Daí ele usar o plural “quem dentre vós?” E com uma oração condicional, que as evidências apontam para um fato, em outras palavras, ele está ciente da condição espiritual de seus leitores. Se continuarem a dar lugar a inveja e ao egoísmo serão consumidos por ele.
Tiago descreve a inveja com o adjetivo “amargura”. Ele não explica a causa dessa inveja amargurada. Sua descrição, porém, aponta para uma transgressão do décimo mandamento “não cobiçaras”.
Dar lugar a inveja e amargura, é pecado. E estar cheio de ambição egoísta vai contra o ensinamento da lei régia; “Amarás ao teu próximo”.
As pessoas cheias de inveja e egoísmo normalmente falam sobre isso a qualquer pessoa que esteja disposto para ouvir.
Um coração que nutre “inveja amargurada e ambição egoísta” é desprovido de sabedoria lá do alto.
Tiago diz que essa pessoa vive uma mentira que tem como origem o Diabo. Tiago dá as coisas os seus devidos nomes: Tal sabedoria não desce do céu, mas é diabólica. Uma coisa inevitavelmente à outra numa sequência de causa e efeito. Se há inveja, então há confusão.
O que é inveja? Inveja é um desgosto com ressentimento e ódio da boa condição ou benção de outra pessoa.
Tiago chama a inveja de amargurada (Tg 3.14). A inveja destrói a confiança mútua, desintegra a unidade e é de criação demoníaca.
Como Tiago nos mostra a inveja transforma-se em confusão. Além disso, o sentimento faccioso, ou ambição egoísta, invariavelmente leva a toda espécie de coisas ruins. Porque os motivos egoístas se sobrepõem e eliminam o amor a Deus e ao próximo.
A ambição em si é uma força benéfica, que busca promover o bem estar dos outros. Quando torna-se egoísta a ambição leva à prática de coisas ruins.
Ao observar a inveja e as brigas entre os coríntios, Paulo os admoesta por serem carnais (1Co 3.3).
As qualidades da verdadeira sabedoria – Sabedoria Celestial (Tg 3.17,18) – A verdadeira sabedoria tem sua origem em Jesus Cristo e, por isso, apresenta as características de Cristo no crente que a recebe. Além disso, o crente revela essa sabedoria a todos os que estão ao seu redor – crentes e descrentes.
A verdadeira sabedoria desce dos céus como dom de Deus para o crente que a pede (Tg 1.5.17). Essa sabedoria torna-se evidente quando a pessoa toma decisões que são dependentes da vontade de Deus e estão em harmonia com essa vontade.
A sabedoria celeste tem sua própria característica:
1ª. Característica: “pura” – Nesse texto, a pureza é a primeira das sete virtudes que Tiago usa para descrever a sabedoria. Ela representa a sabedoria como imaculada, inviolada, inocente, como o próprio Cristo é puro (1Jo 3.3).
A expressão pura é sinônimo de “santa”. Comparamos a pureza como a luz que a tudo ilumina  e afasta as trevas, e que não é influenciada por nada.
A sabedoria pura é uma sabedoria não contaminada e sem qualquer defeito moral, sem motivos interiores, livre de espírito faccioso; livre da ambição humana e da auto- glorificação.
Tal sabedoria é isenta das corrupções humanas, que fazem parte integrante da sabedoria mundana; não contempla qualquer facção e nem exaltação de um homem sobre outro; não contempla maldade moral, mas seu intuito constante é a prática do bem e seu propósito é glorificar unicamente a Deus.
2ª. Característica: “pacífica” – Não é contenciosa, nem facciosa e nem beligerante; não busca seus próprios interesses às custas de outrem conforme faz a carnal sabedoria humana.
Pelo contrário, confere a paz; alimenta-se da harmonia (Pv 3.17). Os seus caminhos são caminhos deliciosos e todas as suas veredas de paz.
“Bem aventurado são os pacificadores, porquanto serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9).
3ª. Característica: “moderada” – Razoável, cheia de consideração, gentil, sem exagero, comedida e prudente. Qualidade esta que os homens facciosos e ambiciosos não possuem.
4ª. Característica: “tratável” – Que cumpre tratos, cumpre acordos, esforça-se para cumprir o que promete. Ela também é honesta, sempre justa. Essa sabedoria é aberta à razão. Capaz de ouvir o ponto de vista de outros e mudar a sua própria opinião.

5ª. Característica: “misericordiosa e de bons frutos” – Produz profundo sentimento de misericórdia no homem interior. Um homem verdadeiramente sábio será pleno de misericórdia, tal como Deus, que através de sua misericórdia nos permite continuar em tolerância, mesmo com os nossos erros.

6ª. Característica: “imparcial” – Literalmente não dividida em julgamento, sem variação. O homem verdadeiramente sábio, já se desfez da mente dúplice entre as coisas terrenas e espirituais e vive exclusivamente para a dimensão eterna; pode julgar com imparcialidade, tratando os homens com justiça e com honestidade.

7ª. Característica: “verdadeira” – Sem hipocrisia ou fingimento: O homem verdadeiramente sábio não precisa ser insincero nem hipócrita; porquanto nada tem a ocultar e não busca suas próprias vantagens.

Tal homem não precisa viver como um ator, desempenhando um papel falso, antes, vive na sinceridade (Rm 12.9; 2Co 6.16). Essa sabedoria não opera por detrás de uma máscara, supostamente para o bem de outro.

A verdadeira sabedoria é humilde; não pode ser obtida em troca de ouro, e nem de prata será pesada com o seu preço. Feliz é o homem que a encontra (Pv 3.13-17). A sabedoria celestial, portanto, entra neste mundo pecaminoso mas não é afetada por ele.

Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Eliezer de Lira e Silva).
COELHO. Alexandre e DANIEL Silas.  Fé e Obras – Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. RJaneiro, 2014. CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD
Bíblia de Estudo Palavras Chave: Hebraico/Grego – Editora CPAD
Bíblia King James – Atualizada. São Paulo 2012, Editora Abba e SBA
RICHARDS, Laurence O.Comentário Histórico Cultural do NT. RJaneiro 2012, CPAD
KISTEMAKER, Simon. Comentário do NT: Tiago e Epístola de João. SPaulo, 2006,, Editora Cultura Cristã.
ARCHER, Gleason. Enciclopédia de Temas Bíblicos
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.4 Editora Hagnus –
CHAMPLIN. Enciclopédia de Bíblia e Teologia – Vol.6 Editora Hagnus –
BARROS, Arami C. de. Doze homens e uma Missão. São Paulo, 200, Agnus
GEISLER, Norman e... Manual Popular de dúvidas, enigmas e contradições da Bíblia. SPaulo, 1999. Editora Mundo Cristão


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O Cuidado com a Língua – Lição 08 – 3º. Tri EBD CPAD –24.08.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Tiago 3.1-12
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

  1. Analisar a responsabilidade dos mestres na igreja.
  2. Conscientizar-se a respeito da capacidade da língua.
  3. Rejeitar a possibilidade de alguém utilizar a língua de modo ambíguo.

CONSIDERAÇÕES
  • Citações da Bíblia Sagrada: Tradução King James Atualizada (KJA).

A seriedade dos mestres – A disciplina da fala (Tg 3.1-2) – Que efeito as nossas palavras têm sobre aqueles que nos ouvem? Nossas palavras estão saturadas de amor? Estamos controlando nossa ira, e especialmente nossa língua?

Davi tinha consciência de que sozinho não podia refrear sua língua, assim ele podia pedir para Deus o ajudar a orar com sinceridade: “Põe guarda Senhor à minha boca; vigia a porta dos meu sábios” (Sl 141.3).

Em primeiro lugar Tiago se dirige aos mestres e a todos aqueles que assim se intitulam ou têm essa pretensão, ao afirmar: “Caros irmãos: Não vos torneis muitos de vós mestres, porquanto sabeis que nós, os que ensinamos, seremos julgados com maior rigor.

Afinal, se alguém não peca no falar, tal pessoa é perfeita, sendo igualmente capaz de dominar seu próprio corpo” (Tg 3.1,2).

Já no primeiro capítulo de sua epístola Tiago introduz o tópico do uso da língua. “Sabeis, estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar” (Tg 1.19).

Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear sua língua, antes engana o próprio coração, sua religião é vã” (Tg 1.26).

Esse assunto é extremamente importante para Tiago, mas do que qualquer autor que trate deste assunto. Tiago adverte claramente sobre os perigos de uma língua descontrolada.

Em grande parte do capítulo 3, ele fala do refrear da língua (Tg 3.11-12). Nos capítulos 4 e 5 ele diz aos seus leitores para evitarem maldizer uns aos outros e falarem a verdade.

As palavras que falamos influenciam aqueles que nos ouvem e, com essas palavras ensinamos outras pessoas. Assim, nós que somos mestres, devemos saber o que dizer, pois de acordo com Jesus, toda palavra frívola que proferir os homens dela daremos conta no dia de juízo (Mt 13.36).

O NT incentiva as pessoas a tornarem-se mestres das boas novas. Jesus ordena que façamos discípulos de todas as nações e as ensinemos (Mt 28.19,20).

E o escritor aos Hebreus repreende seus leitores por não haverem se tornado mestres depois de um período longo de treinamento (Hb 6.12).

Não somente os judeus do tempo de Jesus (Mt 23.7), mas também a igreja primitiva, davam grande proeminência ao ofício do ensino. Um mestre tinha autoridade e influência, e muitas pessoas procuravam obter essa posição. 

Tiago adverte seus leitores a não desempenharem o papel de mestre ao menos que estejam plenamente qualificados.

Qualquer pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no reino dos céus; aquele porém que cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus” (Mt 5.19).

Portanto, ensinar é uma grande responsabilidade com consequências duradouras, pois no dia do julgamento Deus pronunciará o veredito (Rm 14.10-12).

A capacidade da língua Tg 3.3-8 – Tiago compara a língua do homem ao freio na boca dos cavalos, ao pequeníssimo leme de um navio, à fagulha que põe em brasa uma grande floresta.

Exemplos: 1) “Freios na boca de cavalos” – As ilustrações tiradas da vida quotidiana revelam que Tiago era uma pessoa que vivia próximo a natureza.

Por outro lado, essas ilustrações eram um tanto comum, e, sem dúvida circulavam em forma de provérbios passados de uma geração para outra.

O ponto de comparação, porém, é que um freio relativamente pequeno controla um animal grande. Então, se o homem controla cavalos potentes com pequenos freios colocados na boca desses animais, ele certamente deve ser capaz de controlar sua própria língua. Os pontos de comparação são, a boca e o corpo.

2) “Um leme muito pequeno” – O segundo exemplo é ainda mais instrutivo, especialmente quando consideramos o espanto e admiração com o qual os judeus viam o poder natural do mar.

Apesar de estarem à beira do Mediterrâneo, os judeus nunca foram um povo marítimo. Para os judeus daquela época, alguns navios eram, de fato, impressionante.

Navios enormes carregavam grande quantidade de cargas e muitas pessoas, como fica evidente pela descrição que Lucas faz da embarcação que conduzia Paulo à prisão em Roma, e que naufragou (At 27).

“Ou tomem como exemplo os navios”, escreve Tiago: Essas grandes embarcações à vela, movida por ventos fortes, são governadas por lemes muito pequenos.

O homem controla a direção da embarcação ao utilizar a força do vento ao seu favor e ao fazer virar o leme do navio. O leme é uma parte muito pequena da estrutura do navio, entretanto é essencial para seguir o curso que o piloto tem em mente.

Note que não é o vento forte, mas o piloto, que determina a direção do navio. O contraste está na pequenez do leme e no tamanho do navio.

Portanto, se o homem é capaz de controlar o curso de uma embarcação marítima com o leme, ele deve ser capaz de controlar sua própria língua.

O freio, o leme e a língua têm a mesma característica. São pequenos e ainda assim conseguem realizar grandes coisas.

“Vejam como uma enorme floresta é incendiada por uma pequena fagulha” – Esse é o terceiro exemplo e num certo sentido o melhor dos três.

Uma fagulha é suficiente para incendiar toda uma floresta, onde carvalhos imponentes, mognos, cedro majestosos e pinheiros são reduzidos a tocos horríveis de madeira queimada.

Essa única fagulha pode, normalmente, ser atribuída ao descuido e negligência humana. Eis a aplicação das três ilustrações: O freio do cavalo, o leme do navio, e a fagulha na floresta.

“A língua também é fogo”. Tiago escreve: A língua também é fogo, um mundo de perversidade entre as partes do corpo.

Ele compara a língua ao fogo no sentido de que essa está fora do controle e devora tudo que é combustível e encontra-se no seu caminho (Sl 120.3,4; Pv 16.27).

“A língua é incendiada”. Tiago usa a palavra inferno com uma conotação hebraica: geena, o vale do filho de Hinon, nas cercanias de Jerusalém (Jr 125.8; 2Re 23.10; 2Cr 28.3; 33.6; Jr 19.2; 32.35).

A princípio, geena era o lugar de sacrifícios oferecidos a Moloque; mais tarde, era lá que se queimava lixo. Com o tempo, o nome adquiriu outro significado.

“Nos evangelhos, é o lugar de castigo nas próximas vidas”. Simbolicamente, a palavra se refere ao lugar onde habita o Diabo, e para o qual são banidos os condenados.

Nesse versículo, fica implícito que o próprio Satanás põe em chamas a língua do ser humano.

Tiago chega a uma conclusão sobre o refrear da língua. Com os exemplos do freio do cavalo e do leme do navio, ele mostrou a habilidade e capacidade do ser humano.

Agora ele trata o ser humano como governante da criação de Deus, pois, ao homem foi dado domínio sobre todas as criaturas que andam, rastejam, voam e nadam (Gn 1.26,28; Sl 8.6-8).

Não podemos agir de dupla maneira (louvor e maledicência) Tg 3.9-12 – Depois de uma longa exposição sobre a natureza da língua, é de se esperar que muitos membros da igreja apresentem objeções.

Eles creem que aqueles a quem a graça de Deus tocou são capazes de controlar sua língua. Tiago reflete sobre a incoerência do cristão ao louvar o nome de Deus e maldizer o seu próximo.

Tiago lembra a seus leitores sobre o relato da criação: Deus criou o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1.26). Ao contrário do resto da criação, o homem tem um relacionamento especial com Deus.

Portanto, se maldizemos o homem, estamos indiretamente maldizendo a Deus. Além disso, se maldizemos o homem, agimos de forma contrária ao mandamento claro de Jesus: “Bendizei os que vos maldizem” (Lc 6.28; Rm 12.14).
Da mesma boca sai o louvor e a maldição. Esse dito pode ter se originado na tradição judaico (entre o povo propenso a pronunciar maldição contra as outras pessoas), e, portanto, era significativo para os leitores da epístola de Tiago.
De qualquer modo, cada leitor dessa epístola deve reconhecer a contradição entre bênção e maldição, que saem da mesma boca.
Pode da mesma fonte jorrar água doce e água salgada? É impossível extrair da mesma fonte água potável e água não potável. Em seguida Tiago se aproxima do seu leitor com dois exemplos conhecidos.
Geralmente, um judeu tinha sua própria figueira e sua própria videira (1Re 4.25). Era comum ter-se oliveiras. “Pode uma figueira dá azeitonas ou uma vinha dá figos?”
Os leitores sabem que cada espécie de árvores frutífera tem seu próprio tipo de fruto. Figueiras produzem figos; oliveiras produzem azeitonas e videiras produzem uvas.
O exemplo faz lembrar a pergunta feita por Jesus no Sermão do Monte: “Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figo dos abrolhos?” (Mt 7.16).
Tiago responde essa pergunta ao repetir as mesmas palavras da primeira pergunta. Também de uma fonte de água salgada pode jorrar água doce?
Se, portanto, a natureza é incapaz de ir contra as funções para a qual foi criada, não deveria a língua do homem louvar ao seu Criador e Redentor?

Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Eliezer de Lira e Silva).
COELHO. Alexandre e DANIEL Silas.  Fé e Obras – Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. RJaneiro, 2014. CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD /      SIMON. Kistemaker. Tiago e Epístolas de João. São Paulo. Cultura Cristã, 2006
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.6 Editora Hagnus  /     CHAMPLIN. R. N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filososfia – Vol.5 Editora Hagnus    /   JONES – Lloyd. Grandes Doutrinas Bíblicas – Deus o Pai, Deus o Filho. Vol.1 São Paulo, 1977. Editora PES

GRUDEM Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva. São Paulo, 2009. Editora Vida Nova

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A Fé se Manifesta em Obras – Lição 07 – 3º. Tri EBD CPAD –17.08.2014

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
  Texto da Lição: Tiago 2.14-26
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

  1. Destacar que a fé e as obras são relacionais
  2. Apontar os exemplos de fé com obras no Antigo Testamento
  3. Compreender a metáfora do corpo sem espírito proposta por Tiago

CONSIDERAÇÕES
  • Citações da Bíblia Sagrada: Tradução King James Atualizada (KJA).

Diante do necessitado, a nossa fé sem obras é morta (Tg 2.14-17) – A carta que Tiago escreveu está viva. Ela se identifica com qualquer leitor, independente da época, cultura, idade e raça.

Tiago pergunta: “De que adianta, meus caros irmãos, alguém proclamar sua fé, se não tem obras? Acaso essa fé pode salvá-lo?

Se um irmão ou irmã estiverem necessitados de roupa e passando privação do alimento de cada dia, e qualquer dentre vós lhes disser: 

“Ide em paz, aquecei-vos e comei até satisfazer-vos”, porém sem lhes dar alguma ajuda concreta, de que adianta isso? Desse mesmo modo em relação a fé: Por si só, se não for acompanhada de obras, está morta”. (Tg 2.14-17).

Para Tiago, a fé e as obras andam juntas e não podem ser separadas. A verdadeira fé resulta em obras que mostram um estilo de vida cristão distintivo e demonstram que o crente encontra-se num relacionamento de salvação com Deus.

Uma fé desprovida de obras não é autêntica e, portanto, difere completamente da fé que temos com Cristo.

Tiago dirige seu ensinamento para as pessoas que pensam que só a fé importa e que questões de fé são, na verdade, uma confissão intelectual (Tg 2.19).

Tal fé objetiva, expressa numa declaração confessional, está morta. Ela difere da fé subjetiva, que exibe um relacionamento pessoal com Jesus Cristo. A verdadeira fé tem características subjetivas e objetivas.

Subjetivamente, o cristão coloca sua fé em Deus porque sabe que Deus recompensa a pessoa que o procura diligentemente (Hb 11.6).

Ele aprendeu que: “Tudo que não provém de fé é pecado” (Rm 14.23). Sua fé se expressa no amor de Deus e ao seu próximo. De modo que, objetivamente, seus atos são um testemunho eloquente de sua fé em Deus.

Para Paulo e Tiago, as obras são uma consequência natural da verdadeira fé (Fp 1.27; 1Ts 1.3; Tg 2.20-24). É claro que o ser humano não pode usar suas obras para alcançar o favor de Deus. Ele obtém a salvação como dádiva de Deus – pela fé e por meio da fé (Ef 2.8).

“Não de obras”, diz Paulo, “para que ninguém se glorie” (Ef 2.9). Assim, por si mesmas, as obras não têm poder de salvar. De qualquer modo, no contexto em que Tiago escreveu sua epístola “ele proclama a necessidade das obras para a salvação”.

Tiago não está sugerindo aos seus leitores que, por meio de suas obras, eles podem ter paz com Deus. Pelo contrário, ele ensina que as obras fluem de um coração que está em paz com Deus.

Ao contar a parábola do semeador, Jesus fez distinção entre a fé temporária e a fé verdadeira.

A fé temporária é como a semente que cai em solo pedregoso; ela não tem raízes e dura pouco tempo (Mt 13.21). Tal fé termina numa morte inevitável.

A verdadeira fé, ao contrário, é como o grão que cai em solo fértil e produz colheita abundante. A verdadeira fé está firmemente arraigada no coração do crente (Mt 13.23).
Nesse versículo específico, (Mt 13.23), o autor cria um contraste entre a fé que está viva e a fé que está morta. 

Um exemplo de fé sem valor é a fé do rei Agripa nos profetas. Por causa de sua origem, Agripa conhecia o conteúdo dos livros proféticos do AT. Paulo afirma que Agripa acreditava nos profetas (At 26.26,27).

Suponhamos que uma pessoa tenha apenas a fé e a outra, apenas obras. Então, possivelmente, aquela que diz ter fé aproxima-se de Deus mais prontamente do que aquela cujo histórico mostra apenas obras.

E, por causa dessa fé, a pessoa considera-se superior à que não tem fé, mas obras. Tiago se dirige a todos aqueles que desejam separar a fé das obras.

Ele os desafia a mostrar uma verdadeira fé sem obras ou obras sem fé e lhes diz que, em troca, ele mostrará sua fé por meio de sua conduta, ou seja, em tudo que ele faz, a fé é o ingrediente principal.

Essa declaração assemelha-se ao ensinamento de Jesus de que conhecemos uma arvore por seus frutos: “Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada no fogo” (Mt 7.19).

Aqueles que falam, mas não agem, ouvirão Jesus dizer: “Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade” (Mt 7.23). A fé sem obras está morta.

Tiago diz: “Vocês creem que há um só Deus? Ótimo! Até os demônios creem nisso e estremecem” (Tg 1.19). A implicação disso é que, mesmo entre os demônios, permanece a verdade doutrinária. Eles confessaram o nome de Cristo durante o ministério de Jesus (Mc 1.24; 5.7; Lc 4.34).

Seu conhecimento do Filho de Deus os fez estremecer, mas esse conhecimento não poderia tê-los salvo. Conhecimento sem fé para nada vale.

Exemplos veterotestamentários de fé com obras – (Tg 2.18-25). Sempre que um judeu discutia a questão da fé, acabava, invariavelmente voltando-se para a fé de Abraão.

Nas escolas de rabinos judeus, na literatura do período inter-testamental e no NT, os judeus discutiam sua fé tomando por base Abraão.

Na condição de judeu, escrevendo para judeus, Tiago tem liberdade de dizer “Nosso pai Abraão”.

Ele não está, porém, defendendo a descendência física ou o orgulho de ser parte da raça judaica, mas intensificando o conceito de justificação como resultado da fé.

Abraão foi considerado justo aos olhos de Deus porque confiou nele a ponto de preparar-se para sacrificar Isaque, o filho da promessa (Gn 22.2,9).

O incidente em que Abraão passasse pelo teste da fé, quando Deus lhe pediu que sacrificasse seu filho, é um dos pontos mais altos da vida do patriarca.

Empunhando seu cutelo, Abraão estava prestes a cravar o instrumento de morte em seu filho Isaque. Naquele exato momento, o anjo do Senhor interveio e disse: “Agora sei que temes a Deus” (Gn 22.12). Abraão mostrou obediência irrestrita a Deus.

O próprio Deus declarou ser Abraão justo (Gn 15.6). Tiago menciona o que Abraão fez quando obedientemente preparou-se para sacrificar seu filho Isaque no monte Moriá. E Paulo escreveu que a fé foi imputada a Abraão para justiça (Rm 4.9).

Vês dessa forma que tanto a fé como as obras estavam agindo juntas, e a fé foi aperfeiçoada pelas obras” (Tg 2.22).

Tiago ainda apresenta a prostituta Raabe como exemplo de fé e obra e cita: “Exemplo semelhante é a de Raabe a meretriz: não foi ela aceita por Deus quando escolheu os mensageiros de Israel e os conduziu à liberdade por um outro caminho?” (Tg 2.25).

A fé de Abraão e Raabe têm muito em comum: Abraão mostrou sua hospitalidade aos três visitantes celestes que vieram até ele nos carvalhos de Moré (Gn 18.1), e Raabe recebeu os dois espias hebreus que vieram até ela em Jericó (Js 2.1).

Ambos eram estrangeiros entre um outro povo: Abraão viveu entre os cananeus e Raabe viveu entre os israelitas. Os dois fazem parte dos ancestrais de Jesus (Mt 1.2,5). “Não foi também justificada por obras a meretriz Raabe?” Certamente que sim.

Na mais inferior das classes sociais encontrava-se Raabe, mencionada explicitamente como “a meretriz” (Js 2.1; 6.17, 22,25; Hb 11.31; Tg 2.25). Essa mulher coloca sua fé no Deus de Israel e confessa abertamente para os dois espias que Deus os deu aquela (Js 2.9-11).

A fé de Raabe equiparou-se às suas obras. Ela protegeu os espias, escondendo-os no telhado de sua casa, e mandou os mensageiros do rei para fora da cidade. Ela fez um dos espias jurar pelo Senhor que pouparia sua família, quando os israelitas destruíssem a cidade de Jericó (Js 2.12,13).

E quando sob juramento, os homens concordaram, ela lhes mostrou o caminho para o lugar seguro. Ela os fez descer por uma corda pela janela da sua casa, situada no muro da cidade.

A fé viva se expressa nas obras que são realizadas m obediência à palavra de Deus. Tiago ilustra esse fato com eloquência ao dar exemplos da vida de Abraão e de Raabe.

Para ele, fé e obras, formam uma unidade inseparável que pode ser comparada ao espírito e ao corpo do ser humano. Esses dois foram feitos para andar juntos e constituírem um ser vivo.

A metáfora do corpo sem espírito para justificar a fé sem as obras (Tg 2.26) – Um dos pressupostos do cristianismo é que a vida é um dom de Deus, e esse presente é fruto da junção da parte material do ser humano (o corpo) e a parte imaterial (o espírito).

Isso significa que se alguma dessas duas partes se separar, a vida se extingue. A morte separa essas duas partes.

Nesses casos, não resta nada ao corpo a não ser sepultado, para que se decomponha. Tiago mostra através dessa metáfora o quanto uma é sem prática é ineficaz.

Um corpo sem espírito pode ser completo, mas está morto. Ele possui coração, pulmões, cérebro, membros, sistema digestivo, nervoso, respiratório e circulatório, mas nada disse funciona porque nele não há vida.

Uma vez morto o corpo se degenera, exala mal cheiro e se torna repugnante para as pessoas. Para esse ser que deixou o mundo dos viventes, nada mais resta senão, ser sepultado afim de não contaminar o mundo dos viventes.
Consultas: Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Eliezer de Lira e Silva).
COELHO. Alexandre e DANIEL Silas.  Fé e Obras – Ensinos de Tiago para uma Vida Cristã Autêntica. RJaneiro, 2014. CPAD
Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD /      SIMON. Kistemaker. Tiago e Epístolas de João. São Paulo. Cultura Cristã, 2006
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Vol.6 Editora Hagnus  /     CHAMPLIN. R. N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filososfia – Vol.5 Editora Hagnus    /   JONES – Lloyd. Grandes Doutrinas Bíblicas – Deus o Pai, Deus o Filho. Vol.1 São Paulo, 1977. Editora PES

GRUDEM Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva. São Paulo, 2009. Editora Vida Nova