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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

As Virtudes dos Salvos em Cristo - Lição 05 - 3º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 04.08.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Filipenses 2.12-18               
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.      Conhecer a dinâmica da salvação.
2.      Analisar a operação da salvação.
3.      Saber que a salvação opera alegria e contentamento no crente. 
II  - INTRODUÇÃO
A salvação é perfeita juridicamente em relação ao que Cristo fez no Calvário ao pagar a pena dos nossos pecados. Porém, ela é dinâmica e progressiva no que se refere a mantê-la através da santidade de vida. A consumação de nossa salvação está na dependência de Deus. Por isso, a salvação, quanto ao ato penal, é perfeita e completa, mas com relação á sua preservação é condicional.
Pode-se perder a salvação caso não seja preservada através de uma vida santa e dedicada ao Senhor. O apóstolo Paulo expressa no versículo 12 da lição o sentimento do seu coração no sentido de que a obediência dos filipenses não dependesse da sua presença física em Filipo.
O apóstolo expressou o desejo de seu coração com relação aos filipenses para que eles entendessem que a salvação é dinâmica, ativa e contínua. No sentido de que cada cristão deve procurar desenvolver sua vida cristã em santidade e obediência. Quando ele exorta, dizendo: “Operai a vossa salvação”, não está ensinando em absoluto, uma salvação pelas obras.
O versículo 13 da lição esclarece bem essa questão: “Porque Deus é o que opera em vós, tanto o querer como o efetuar segundo a sua vontade”. Como podemos entender a obra da salvação como doutrina? Paulo entendeu e ensinou a doutrina da salvação em três dimensões:
A obra no passado com a justificação do pecador mediante a fé em Cristo Jesus; a obra presente da salvação mediante a santificação como um processo contínuo e crescente do crente na presença de Deus; em terceiro lugar a obra futura da salvação mediante a glorificação, ou seja, o estado de glória conquistado na vida além túmulo.
Ora, o sentido dinâmico da salvação é demonstrado pela forma verbal do verbo “operar” porque o crente pode crescer em Cristo Jesus (Ef 4.14-16). Neste ensinamento o apóstolo Paulo retoma a exortação apostólica e enfatiza a obediência dos filipenses, que também caracterizou Cristo em sua vida terrena.

Ele destaca essa virtude da obediência de Cristo demonstrada em Fp 2.5-11, para que os crentes em Cristo o tivesse como exemplo. Paulo não duvidava da obediência dos filipenses, mas fortalece a idéia de que a obediência e o caminho do aperfeiçoamento da salvação recebida.

III – DESENVOLVIMENTO
1. A dinâmica da salvação  (Fp 2.12,13). Teologicamente a salvação é operada em três dimensões específicas. A primeira refere-se á obra da salvação realizada, completa e perfeita no Calvário. Este primeiro estágio da salvação é o livramento do pecador da pena do pecado que Jesus pagou por todos nós na cruz do Calvário.
A segunda dimensão desta salvação refere-se á dinâmica da salvação que se efetua no dia a dia na forma de progressiva do viver de cada crente em Cristo. Esta é a salvação do poder do pecado que age em nosso redor e em nossa natureza pecaminosa e decaída para que percamos a salvação.
A terceira dimensão da salvação é o futuro e se refere a salvação do corpo do pecado. Isto é, do nosso próprio corpo, do nosso eu, na morte física ou no arrebatamento da igreja – “Sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o nosso corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado”. (Rm 6.6).
A doutrina de “Uma vez salvo, salvo para sempre” não dá espaço para desenvolver a salvação. Na realidade, ela tem um caráter de estagnação. Porém, o verbo no imperativo “operai ou desenvolvei” coloca em movimento a vida cristã. A ideia de “Uma vez salvo, salvo para sempre” anula a importância da igreja, que existe para “desenvolver” a salvação recebida em Cristo.
O imperativo verbal “desenvolvei” tem o sentido de levar a bom termo, ou de completar algo que está por terminar. A obra salvadora realizada é perfeita e completa quanto ao seu aspecto jurídico e penal, porque Cristo cumpriu toda lei exigida. Porém, essa obra perfeita e completa de Cristo requer, também, uma ação exterior em termos de atividade espiritual e social na vida comunitária da igreja.
A salvação, da parte de Deus, foi operada interiormente pelo mérito da obra do Calvário. Porém, o sentido de “operar a própria salvação” refere-se á demonstração dessa salvação fazendo a obra de Deus e cuidando-se de modo a torná-la firme até o dia final quando estaremos para sempre com o Senhor  - “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firmes a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis” (2Pe 1.10).
2. Operando a salvação com temor e tremor – (Fp 2.12-16). Essas palavras servem para mostrar que Paulo não falava acerca de coisas indiferentes. As duas palavras gregas aqui usadas pelo apóstolo “fobos” e tromos” aparecem juntas com frequência na Versão dos Setenta – a tradução do original hebraico do AT para o grego, completado cerca de duzentos anos antes da era cristã (Gn 9.2; Ex 15.16; Is 19.16). E também de uso frequente nas páginas do NT (1Co 2.3; 2Co 6.15; Ef 6.5).

Apesar de ser verdade que nenhum terror objeto nos é recomendado, mas tão somente uma cautela séria, contudo, não há razão para acreditarmos que Paulo não estivesse pensando em um temor genuíno, porquanto estamos aqui abordando uma questão temível.

Temor, auto-desconfiança, consciência sensível, vigilância contra a tentação; uma inspiração que se opõe á altivez de espírito, o cuidado para que se não caia. A constante apreensão ante o fato que o coração é tão enganoso, o temor devido ao poder insidioso da corrupção no íntimo.

Embora os filipenses não se equiparassem aos israelitas quando atravessaram  o deserto sob a liderança de Moisés, que estavam frequentemente a murmurar e a contender como atitude de rebelião, ainda assim o apóstolo Paulo os exortou a fazer todas as coisas sem murmurações ou queixas tal como convém aos santos. Haja vista não ser esta a vontade de Deus para o seu povo (1Co 6.1-8).

O apóstolo apela aos filipenses para que se achem irrepreensíveis e sinceros como alguém que domine a carne, pois anda no Espírito (Gl 5.16,17). Paulo também encoraja os filipenses a guardarem a Palavra, pois além de promover a vida no presente, ela ainda nos garante a esperança e vida eterna para o futuro próximo (Hb 4.12).

3. A salvação opera o contentamento e a alegria – (Fp 2.17,18). Paulo deu exemplo de abnegação e essa escritura indica que ele buscou no AT a figura dos sacrifícios ao usar a palavra como “libação”. Ele quis fortalecer a idéia de que  valia a pena oferecer a sua vida como libação pelos filipenses mediante o “sacrifício e serviço da fé” deles.

Libação era uma oferta de azeite puro, ou perfume ou vinho que era derramado ao redor do altar do sacrifício para aquele rito. Nesse sentido, ele tinha o gozo do sacrifício em sua alma porque entendia que valia a pena sofrer pelos cristãos filipenses. O apóstolo está ciente das privações que impôs a si mesmo para edificar o corpo de Cristo em Filipos. Ele porém se regozija e alegra-se pelo privilégio de servir aos filipenses.

O apóstolo estimula os filipenses a celebrarem juntamente com ele tão grande salvação (Hb 2.3). O apelo de Paulo no v.18 é contagiante “regozijai-vos e alegrai-vos comigo por isto mesmo”. A alegria de Paulo é proveniente do fato de que uma vez que Jesus nos salvou mediante o seu sacrifício no Calvário, agora o Mestre nos chama para testemunharmos a verdade desta mesma salvação operada em nós. Portanto, alegremo-nos e regozijemo-nos nisto.
IV – CONCLUSÃO
O dia de Cristo, no conceito de Paulo, não se demoraria; mas, no momento, estando ele encarcerado e estando a sua vida ameaçada, percebia ele que talvez não pudesse chegar em vida aquela data. No entanto, isso em nada alterava a sua ordem; porque ele iria alegremente ao extremo do martírio, se porventura isso contribuísse para os crentes avançarem na fé.
Até mesmo por causa desse fato e não apenas por causa do dia triunfal da parousia, Paulo se enchia de júbilo, regozijando-se com eles, devido aquilo que fora feito neles e em favor deles. E assim o simbolismo da carreira é deixado de lado, pois Paulo é arrancado rude e repentinamente da competição, transformando-se em um sacrifício oferecido a Cristo.
Naturalmente, até mesmo em face dessa adversidade, ele triunfava em sua carreira, mesmo que não tenha declarado isso especificamente, e embora não seja naturalmente dado a entender na metáfora por ele utilizada – oferecido por libação sob sacrifício – “Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé” (2Tm 4.6,7).

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
LUTERO. Martinho. Nascido Escravo. São Paulo 2007 – 2ª Edição em Português. Edit. Fiel
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007                    
CABRAL. Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.
CAMPOS, Heber Carlos de. A União das Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª. Ed. Edit. Cultura Cristã.
CAMPOS, Heber Carlos de. A Pessoa de Cristo - As Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª. Ed. Edit. Cultura Cristã.

LEWIS, Sperry Chafer. Teologia Sistemática – Vl.1,2 –São Paulo 2008.  2ª. Ed. Editora Hagnus

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