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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A Suprema Aspiração do Crente - Lição 08 - 3º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 25.08.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Filipenses 3.12-27               
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.      Compreender qual era a verdadeira aspiração do apóstolo Paulo.
2.      Analisar a maturidade espiritual dos filipenses.
3.      Conscientizar-se a respeito da verdadeira aspiração cristã. 

II  - INTRODUÇÃO
Como cristãos o nosso alvo maior deve ser a conquista do prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus a nossa salvação. Precisamos nos esforçar para conhecer mais de Cristo e em tudo agradá-lo. 

O apóstolo Paulo faz um retrospecto de sua vida e a analisa à luz da experiência pessoal com Cristo. Depois de contabilizar a sua vida e abrir mão de seus valores do passado, ele assume no presente uma postura de atleta que corre aceleradamente para chegar à meta final de sua carreira cristã.
Paulo diz que todas as conquistas feitas no passado sem Cristo, são consideradas como perda por causa do evangelho (Fp 3.7-11). O alvo maior da sua vida estava em conquistar a excelência do conhecimento de Cristo Jesus. 

O alvo sublime está à frente. A ambição maior que dominava o seu coração seria partilhar o poder da ressurreição de Cristo, e, para experimentar esse poder, ele teria que partilhar dos seus sofrimentos.
Paulo entendia que essa carreira tem no caminho os obstáculos, mas o segredo da vitoria está na persistência em correr até alcançar o prêmio que todo atleta deseja receber. 
O verdadeiro cristianismo não se refere a um triunfalismo sem a experiência de participar da comunhão dos seus sofrimentos. Há algo que vai além do natural, e o prêmio por esta conquista será conferido na vitória final.

III – DESENVOLVIMENTO
1. A Aspiração paulina – (Fp 3.12). Na linguagem metafórica que Paulo utiliza sobre essa carreira, ele reconhece que precisa aperfeiçoar-se como atleta.  A expressão inicial do versículo indica que Paulo tinha consciência de suas limitações. Por isso, ele se vê no estádio correndo com tantos outros corredores, mas tem convicção de que somente um receberá o prêmio.

 “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não combatendo no ar. Antes, subjugo meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado”(1Co 9.24-27).

Esta metáfora não trata de uma competição individualista quando o apóstolo diz que só um leva o prêmio. Esse “um” inclui, todos que servem a Deus. Todo atleta quando está numa maratona corre para poder alcançar o prêmio final. O apóstolo declara que neste mundo o crente é alguém que procura avançar com determinação na carreira cristã.

Paulo declara que havia sido alcançado por Cristo, e, portanto, agora procura conquistá-lo. A busca da perfeição era a razão principal de sua vida. Os falsos obreiros infiltrados na igreja em Filipos pregavam que já tinham alcançado a perfeição, e, por isso, não tinha muito que se preocupar. Paulo refuta essa ideia afirmando que prosseguia para o alvo (Fp 3.14).

A doutrina de que uma vez salvo, salvo para sempre, não encontra respaldo no ensino de Paulo. Muito do comodismo de alguns crentes se baseia nessa falsa ideia de salvação perfeita. Sabemos que a obra expiatória de Cristo foi perfeita em relação à pena do pecado. 

Mas sabemos também que precisamos cuidar da nossa salvação em relação ao poder do pecado na vida cotidiana. Ora, isso faz com que entendamos que até a morte teremos que continuar correndo nessa carreira (Mt 24.13).

Ao afirmar não julgo havê-lo alcançado, (v.13) expressão típica de quem não se dá por satisfeito com o que já tem feito, Paulo demonstra um sentimento de incompletude, pois, sua satisfação era completa em relação ao Senhor Jesus, que era razão de sua vida e ministério.

Mesmo com toda convicção de vitória e de conquistas obtidas ao longo da vida cristã, Paulo não se deixava enganar com a falsa segurança. Ele entendia que não há completude no meio da carreira. É preciso ir até o final. O galardão está guardado para o fim da carreira mediante a vitória final.

Note-se que o apóstolo diz acima, não que eu o tenha já recebido. Isso significa dizer que nesta vida terrena ninguém alcançará o prêmio. O alvo do evangelho é o prêmio final, depois da morte e no tribunal de Cristo – “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2Co 5.10) e (1Co 3.11-15; 2Tm 4.6-8).

Por isso, quem está na carreira não deve parar no meio do caminho, nem deve acomodar-se com o que já tem recebido. A vida de comunhão com o Senhor promove o desejo de querer mais e mais no campo da vida espiritual.

Entendemos que a salvação é dinâmica, e que, em relação à pena do pecado ela é perfeita e realizada. Em relação ao presente, a salvação é progressiva, e requer que o cristão seja fiel até a morte para conquistar o prêmio final (Ap 3.10c)

2. A maturidade espiritual dos filipenses – (Fp 3.15,16). Quando o apóstolo disse “todos quantos já somos perfeitos”, estava, de fato, fazendo distinção aos falsos cristãos influenciados pelo gnosticismo que se vangloriavam de sua perfeição, tantos judeus como gentios. 

Os judeus se vangloriavam da circuncisão; os gentios cristãos se vangloriavam de ter alcançado a perfeição, e, por isso, se sentiam completos e mais iluminados no conhecimento espiritual.

Os gnósticos entendiam que haviam alcançado um estado de perfeição, mediante a sua filosofia e por isso, não precisavam exercer qualquer esforço para obter a perfeição. Num sentido especial, todos alcançamos a perfeição mediante a obra perfeita de Cristo no Calvário. 

Nesse sentido, a nossa salvação é perfeita e completa. Porém, o contexto do ensino de Paulo indica que o vocábulo “perfeito”, refere-se à maturidade espiritual. A vida cristã tem um caráter progressivo e requer que “andemos de acordo com o que já alcançamos” (v.16).

Entende-se que não basta correr com disposição e vencer a corrida. O corredor precisa correr com atitude de respeito às regras estabelecidas. Nos jogos gregos e também nos jogos romanos, havia muita rigidez por parte dos juízes que faziam valer as regras estabelecidas. O atleta não podia cometer qualquer erro ou infração para não ser desclassificado dos jogos.

O que Paulo queria que os filipenses entendessem era que na carreira cristã existem regras para serem obedecidas. Essas regras estão na Palavra de Deus. Na carta a Timóteo, Paulo escreveu: 

Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (2Tm 3.16).

Quando Paulo diz “andemos segundo a mesma regra”, não está se referindo à lei. Andar segundo a regra não consiste do regulamento da lei mosaica, tão requerida pelos judeus convertidos a Cristo. Trata-se de andar conforme a doutrina de Cristo. Não basta correr e vencer a corrida. O corredor precisa obedecer as regras da corrida cristã.

3. A aspiração cristã hoje – Em nossos tempos modernos a igreja precisa de exemplos, isto é, de referências aos quais a igreja possa imitar. A ousadia de Paulo não tinha qualquer resquício de presunção. 

Ao contrário, havia na atitude de Paulo, apelar aos filipenses que o imitassem à convicção de uma vida limpa com uma conduta que imitava Cristo. Mas do que os seus escritos, Paulo era um exemplo vivo de como viver a vida cristã. Seu comportamento manifestado em ações era mais forte do que palavras.

Por isso, ele podia arriscar a dizer às igrejas sob sua liderança espiritual que o imitassem. Aos coríntios ele escreveu: “Portai-vos de modo que não deis escândalos, nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus. Como também eu, em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar. Sê-de meus imitadores, como também eu, de Cristo” (1C0 10.32,33; 11.1).
IV – CONCLUSÃO
Os gnósticos eram falsamente humildes, pois guiavam-se por uma forma de verdadeira auto-exaltação, já que o ascetismo deles, somente promovia o orgulho espiritual. Precisavam fazer de Jesus Cristo seu grande exemplo, sem apelarem para seus costumes extremados.
 “Se, pois, estás mortos com Cristo quanto a rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças como se vivesseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; as quais tem, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade e indisciplina do corpo, mas não são de valor algum, senão para satisfação da carne”.(Cl 2.20-23).  
Os gnósticos tinham um conhecimento e uma sabedoria falsos, pelo que negligenciavam a sabedoria de Deus, o seu mistério, a saber, Cristo (Cl 2.8; 1.27; 2.2). Rejeitavam a expiação pelo sangue de Cristo e ensinavam que a salvação era obtida através do conhecimento. Os gnósticos defendiam a doutrina dos espíritos elementares, as “istoicheia” – os elementos animados da natureza (Cl 2.1).
Os gnósticos classificavam os homens em três grupos: os ílicos ou terrenos: nessa categoria estava a vasta categoria da humanidade; os psíquicos ou animae: esse grupo incluia conforme diziam eles, os profetas do  AT, e eram composto de homens que através da fé, não do conhecimento, iriam atingir uma redenção inferior; e os pneumáticos, ou a verdadeira mente espiritual – que seriam eles os que haveriam de atingir a mais elevada redenção, a saber, a reabsorção pelo espírito divino.
Para os gnósticos somente alguns poucos seriam passíveis de redenção. Paulo combate essa heresia em sua carta aos Colossenses 1.20. “E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliar-se consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus”.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
LUTERO. Martinho. Nascido Escravo. São Paulo 2007 – 2ª Edição em Português. Edit. Fiel
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007                    
CABRAL. Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
CHAMPLIN. R. N.Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.
CAMPOS, Heber Carlos de. A União das Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª. Ed. Edit. Cultura Cristã.
CAMPOS, Heber Carlos de. A Pessoa de Cristo - As Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª. Ed. Edit. Cultura Cristã.

LEWIS, Sperry Chafer. Teologia Sistemática – Vl.1,2 –São Paulo 2008.  2ª. Ed. Editora Hagnus

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