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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A Atualidade dos Conselhos Paulinos - Lição 07 - 3º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 18.08.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Filipenses 3.1-10               
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.      Dissertar a respeito da alegria do Senhor.
2.      Explicar a tríplice advertência de Paulo contra os inimigos da fé.
3.      Compreender o significado da verdadeiro circuncisão cristã. 

II  - INTRODUÇÃO
Em seus passos iniciais a igreja primitiva se alicerçou no judaísmo. Foi apenas natural que muitas das idéias do judaísmo tivessem sido retidas por muitos cristãos primitivos, como a salvação pelas obras, a importância dos ritos e cerimônias, e etc. Em outras palavras, a observância da lei de Moisés era imposta como algo necessário.
E o décimo quinto capítulo do livro de Atos dos Apóstolos mostra-nos que muitos ex-fariseus que tinham vindo a aceitar a Jesus de Nazaré como Messias, não queriam modificar suas formas de adoração e suas crenças básicas, estribadas na legislação mosaica.
Em nossos dias é muito difícil percebermos a grande diferença de doutrina que finalmente surgiu na igreja cristã primitiva, quando posta em confronto com o judaísmo ordinário. Estamos tão acostumados com as idéias paulinas da graça e da justificação pela fé, que não conseguimos sentir os impactos das mesmas como idéias revolucionárias.
Não foi senão após a destruição de Jerusalém, quando caiu o estado judaico e o evangelho já estava bem espalhado pelos territórios gentílicos, e toda aquela primeira geração de cristãos já tinha morrido, que o evangelho, conforme era pregado por Paulo, obteve total ascendência no seio da igreja cristã.
Pois certamente que, a igreja cristã em Jerusalém e cercanias continuaram muito semelhante às sinagogas judaicas, com exceção que os cristãos proclamavam Jesus como Messias. Até a destruição de Jerusalém, no ano 70 d.C.; os cristãos que viviam em regiões judaicas continuaram a observar os ritos do tempo, sem dúvida honrando a Cristo, simbolizado que era por tais cerimônias.
Para muitos desses novos cristãos, o judaísmo devia desaparecer lentamente e com honras. Os próprios principais líderes da igreja, incluindo o apóstolo Paulo, assim se comportaram (At 3.1; 18.18; 21.23,26). O Concílio de Jerusalém relaxou as regras cerimoniais no caso dos gentios, mas nenhuma restrição foi imposta aos judeus cristãos (At 15). Qualquer transição de um antigo para um novo sistema requer tempo e críticas e eram tidos por anacronismo os costumes de judeus cristãos que se aferravam a atos meio judaicos.
III – DESENVOLVIMENTO
1. A Alegria do Senhor – A suma desta epístola é: regozijo e regozijai-vos. Isto podemos observar em Fp 1.18,25, bem, como em Fp 2.2,17,18,28; 3.1;4.1,10. No original grego temos o vocábulo chara, alegria, estado de regozijo, que também era usado para indicar um banquete festivo, como também para indicar pessoa ou a coisa que causava alegria (Fp 4.1).
Em Hb 12.2, vemos que Cristo suportou tudo quanto sofreu a fim de atingir esse estado de regozijo – “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus”. O fato que a alegria é uma das notas chaves dessa epístola se torna ainda mais significativa quando nos lembramos que ela foi escrita estando o seu autor encarcerado.
Paulo e Silas entoaram hinos de louvor, quando aprisionados em Filipos (At 16.25). Mas, ao final de contas, a alegria é um dos aspectos do fruto do Espírito Santo, e é uma graça cristã, implantada pelo Espírito de Deus na alma do crente. De acordo com a definição neotestamentária, trata-se de um senso de bem-estar e felicidade, que independe de quaisquer condições terrenas e físicas, sobre as quais circunstâncias a alegria terrena normalmente se alicerça.
Quanto a alegria como um dos aspectos do fruto do Espírito (Gl 5.22), o apóstolo Paulo jamais se lembrava dos crentes filipenses senão com um senso de ações de graças; segundo, ele se recordava deles, de cada vez que orava; e essa lembrança sempre foi uma fonte de alegria e de regozijo para o apóstolo.
2. A Tríplice advertência contra os inimigos – (Fp 3.2-4). Paulo advertia os filipenses a guardarem-se dos cães. Com esta advertência o apóstolo destacava um grupo particular de homens religiosos, os quais deveriam ser vigiados, especialmente, para que suas doutrinas e suas práticas não viessem a macular a pureza da comunidade cristã de Filipos.
De acordo com a lei levítica, o cão era um animal imundo; e era um termo comum entre os judeus, como designação dos gentios. O cão era reputado animal de pouco valor; o preço de compra de um deles era equiparado com o preço de uso de uma prostituta.
Um israelita não podia fazer penetrar na casa de Deus nem os cães, nem as prostitutas, porquanto isso seria considerado uma abominação, conforme podemos ler em Dt 23.18 – “Não trarás salário de rameira nem preço de cão à casa do Senhor teu Deus, por qualquer voto; porque ambos estes são igualmente abominação ao Senhor teu Deus.”
Em Mt 15.26,27, o termo cão refere-se aos gentios – “Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar o pão dos filhos e deitá-los aos cachorrinhos. E ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus senhores”.
Em Ap 22.15, quando por ocasião do juízo final esses maus obreiros que o apóstolo chama de cães, enfrentarão o juízo de Deus. E ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.” Estes não terão direito na cidade santa, e sim ao fogo devorador.
O cão nos tempos antigos era considerado um animal sem vergonha, voraz, aproveitador, desordeiro, vagabundo, briguento; e é possível que algumas dessas qualidades negativas devam ser compreendidas acerca daqueles sobre quem Paulo falava assim indiretamente. Os judaizantes eram como “cães” que atacavam os novos convertidos durante a ausência de Paulo. O apóstolo repelia-os com veemência e orientava os filipenses a que deles se resguardassem.
Os maus obreiros fingiam ser pregadores do evangelho; muitos conseguiam galgar posições de autoridade no seio das igrejas locais; mas, na realidade, eram obreiros iníquos, porquanto desfaziam do evangelho da graça, substituindo a graça de Deus pelos méritos humanos (2Co 11.13); obreiros fraudulentos que Paulo aplicou à mesma classe.
Havia na igreja de Filipos muitos problemas com o “legalismo”, tal como em Corinto e na Galácia; Paulo caracterizou as atividades desses homens chamando-os de maus obreiros, porque suas ações eram depreciativas (2Co 2.17), ou seja, corrompiam os ensinos da Palavra de Deus.
De acordo com Moysēs Maimonídēs, a circuncisão é um dos mais importantes dos seus seiscentos e treze mandamentos. Geralmente é interpretada como sinal do pacto entre Deus e a nação de Israel. E, por conseguinte, indispensável com um sinal característico de que alguém pertence a nação de Israel, ou seja, está ligada a nação pelo sinal do pacto (Gn 17.10-14; Ex 12.44-49) – “Este é o meu concerto, que guardareis entre mim e vós e a tua semente depois de ti: que todo macho será circuncidado. E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; e isto será por sinal do concerto entre mim e vós.
O filho de oito dias, pois, será circuncidado... Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por dinheiro; e estará o meu concerto na vossa carne por concerto perpétuo. E o macho com prepúcio, cuja carne do prepúcio não estiver circuncidada, aquela alma será extirpada dos seus povos; quebrantou o meu concerto.”
O pacto abraâmico estava vinculado bem de perto ao símbolo da circuncisão, o que era, com efeito, a eliminação da natureza carnal (Gn 17.11); apontando Para o propósito ético de Deus, separando a nação israelita para si mesmo. Porque o destino do homem é que seja transformado moralmente, para que venha a participar das perfeições morais da natureza divina, mediante a presença habitadora do Espírito Santo no íntimo do crente (Gl 5.22,23; Mt 5.18).
4. A verdadeira circuncisão cristã – (Fp 3.3). No que diz respeito ao valor espiritual deste ato, o NT é taxativo: Sem a obediência, a circuncisão se transforma em incircuncisão (Rm 2.25-29). “.... porque não é judeu o que é exteriormente, nem é circuncisão o que exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior e circuncisão a que do coração, no espírito, não na letra, cujo valor não provém dos homens, mas de Deus”.

Não obstante, o crente não tem a liberdade de escarnecer deste antigo símbolo, embora o crente deva evitar a circuncisão. “Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará” (Gl 5.2; Cl 2.13; Is 52.1).

Em consequência, existe uma circuncisão de Cristo, o despir do corpo (mas não somente de uma parte – o prepúcio da carne, em uma transação espiritual que não é realizada por mãos humanas, mas que consiste da relação com Cristo Jesus, em sua morte e ressurreição selada pela ordenação iniciatória do novo pacto) (Cl 2.11,12) – “No qual estás circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojo do corpo da carne: a circuncisão de Cristo”. Em resultado disto, os crentes em Cristo são a verdadeira circuncisão (Fp 3.3).
IV – CONCLUSÃO
Paulo tinha um zelo tradicional pela lei com seus requisitos e cerimônias (Nm 25.11,13; Sl 69.9). Nada havia meramente tradicional no zelo do apóstolo Paulo. Entretanto, seu zelo era nele uma chama ardente, o que o levou até mesmo a praticar crimes em nome de Deus. Foi dessa maneira que ele perseguiu à igreja.
Aos seus olhos, até onde ele podia determinar o que a lei requeria, ele era irrepreensível, sua retidão legal eram imensa; mas, em meio a tudo ele foi capaz de promover um homicídio, a destruição e a perseguição. Somente a conversão autêntica lançou luz suficiente no coração e na consciência de Paulo, para que percebesse sua verdadeira condição diante de Deus.
No versículo 8 da lição Paulo fala da sublimidade do conhecimento de Cristo. Ele, de fato, desejava adquirir esse conhecimento de modo mais implícito do que o mérito conhecimento intelectual acerca de Cristo. Nos versículos 10.11, três coisas Paulo queria conhecer: 
Ele queria conhecer ao Senhor pessoalmente; queria conhecer e sentir o poder da sua ressurreição e queria sentir no seu próprio corpo as aflições experimentadas por Cristo. A sublimidade do conhecimento de Cristo lhe dava alegria que superava todas as dificuldades. Por isso, Paulo renunciou a tudo por amor a Cristo.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
LUTERO. Martinho. Nascido Escravo. São Paulo 2007 – 2ª Edição em Português. Edit. Fiel
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007                    
CABRAL. Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
CHAMPLIN. R. N.Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.
CAMPOS, Heber Carlos de. A União das Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª. Ed. Edit. Cultura Cristã.
CAMPOS, Heber Carlos de. A Pessoa de Cristo - As Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª. Ed. Edit. Cultura Cristã.
LEWIS, Sperry Chafer. Teologia Sistemática – Vl.1,2 –São Paulo 2008.  2ª. Ed. Editora Hagnus




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