Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
Texto da Lição: Filipenses 2.19-29
I - OBJETIVOS
DE APRENDIZAGEM:
1.
Reconhecer a preocupação de Paulo com a Igreja.
2.
Pontuar o modelo paulino de liderança.
3.
Inspirar-se à prática cristã com o exemplo de Epafrodito.
II - INTRODUÇÃO
Paulo
gostaria de visitar pessoalmente os crentes filipenses; porém, conforme sabiam
muito bem, não podia fazê-lo por enquanto, visto estar preso em Roma sob os
cuidados da guarda pretoriana. Assim, fez a segunda melhor coisa que pode, isto
é, enviou representantes.
A
epístola aos filipenses, até certo ponto, foi uma espécie de apresentação
daqueles obreiros, Timóteo e Epafrodito aos crentes de Filipo. Além de ser uma
missiva de agradecimento que deveria ser entregue pessoalmente àqueles crentes,
expressando a gratidão do apóstolo pela ajuda financeira que lhe tinham enviado,
estando ele prisioneiro (Fp 4.10).
Por
conseguinte, esta foi uma das principais razões, pelas quais Paulo escreveu
esta epístola. É aqui que vemos o lado
intensamente pessoal da epístola, o cuidado de um pastor por suas ovelhas, a
preocupação do fundador da igreja local pelos discípulos que faziam parte da
mesma, os quais, por sua vez, muito se preocupavam com o bem estar do apóstolo.
Filipenses
era a igreja que Paulo mais amava, da qual ele se sentia imensamente realizado.
No entanto, sentia ele, que aquela igreja estava em perigo, e que algo deveria
ser feito para corrigir esta situação, antes que as coisas fossem longe demais.
III – DESENVOLVIMENTO
1. A preocupação de Paulo com a igreja (Fp 2.19,20). Paulo ouvira falar dos últimos acontecimentos
na igreja em Filipo; a criação de facções (Fp 1.15-17) bem como do progresso do
legalismo (Fp 3.1-3), e quis saber qual a verdadeira situação reinante, tendo
enviado a Timóteo e Epafrodito para agirem sob sua autoridade, a fim de
corrigirem a condição anormal que ali encontrassem.
Impedido naquele momento de ir à Filipo, Paulo
planeja naquele momento enviar Timóteo para levar e receber notícia dos irmãos.
No capítulo anterior deste livro (Fp 2.12-18), encontramos como o apóstolo Paulo
se preocupava com a igreja em Filipo sem a sua presença física para manter
unida a igreja.
Não que Paulo se julgasse indispensável, mas
porque a igreja era nova e precisava ser tratada como um bebê conforme podemos
ler em 1Co 3.2. “Com leite vos criei e não
com manjar, porque ainda não podíeis nem tampouco ainda agora podeis”.
Por isso ele desejava estar com os filipenses,
mas não tinha certeza de que estaria vivo. A acomodar-se ao fato de estar preso
e não poder estar presente em Filipo, então ele mesmo se oferecia como “libação”
pela igreja, ou seja, como oferta de sacrifício pela igreja. O apóstolo Paulo deixa
de focar a si mesmo e declara o cuidado de Deus com a igreja por meio da
cooperação de obreiros fiéis como Timóteo e Epafrodito.
O versículo 19 revela o coração de Paulo porque
mesmo não estando presente em razão de sua prisão, ele queria ter notícias dos
irmãos na fé. Ele temia que a igreja ficasse exposta aos “lobos devoradores”
que se aproveitavam da vulnerabilidade e fragilidade das ovelhas para devorá-las
(Mt 10.16; At 20.29).
Paulo se preocupava com a segurança espiritual
daquele rebanho e dava o máximo de suas forças para atender às necessidades
dessas ovelhas. Paulo cita várias das funções pastorais: Amar as ovelhas,
alimentar as ovelhas, resgatar as ovelhas, cuidar das ovelhas e consolar,
guiar, guardar, proteger e vigiar as ovelhas.
2. O envio de Timóteo à Filipo – (Fp 2.21-24). Timóteo servira juntamente com Paulo na área de Filipo pelo
que também era bem conhecido e respeitado pelos crentes filipenses. Portanto,
era excelente obreiro para a tarefa que Paulo tinha em mente. Por isso também é
que em Atos 16.1-4 e 17.10,14 vemos
Paulo e Timóteo partirem juntos de Derbe para Licaônia, aparecendo juntos
novamente em Beréia e na Macedônia, já perto do término da segunda viagem
missionária de Paulo.
Por conseguinte, Timóteo percorreu com Paulo a área
inteira da Macedônia, e esteve por algum tempo em Filipo. Embora ele não seja
mencionado como quem participou da experiência na prisão de Filipo, o versículo
de 1Co 16.10 mostra-nos que antes de sua segunda visita à cidade de Filipo, Paulo
enviou Timóteo à sua frente.
Portanto, Paulo costumava utilizar-se de Timóteo
para tais missões; Timóteo, portanto, era um obreiro respeitado e digno de confiança,
tanto por Paulo como peles crente filipenses; Com isto Paulo ficava seguro de que
a missão desses obreiros – Timóteo e Epafrodito que era um gentio convertido ao
evangelho na própria igreja de Filipo – teria sucesso.
Quando Paulo pensou em enviar Timóteo, não sabia
quando exatamente o seu processo na côrte do império teria uma solução final. Por
isso, o seu desejo era o de enviar Timóteo o mais breve possível, mais esperava
ter melhores notícias a seu respeito.
No texto dessa escritura, Paulo apresenta dois
obreiros especiais, começando com Timóteo, que ele enviaria sob sua autoridade
como um obreiro qualificado para ouvir e atender ás necessidades espirituais da
igreja em Filipo. Mais tarde, Paulo valoriza outro obreiro conhecido e
pertencente a igreja de Filipo. Seu nome era Epafrodito que gozava de sua
inteira confiança para dar notícias corretas a seu respeito.
Ele faz comparação com pseudos obreiros, como ele
os trata no versículo 21, quando diz que são obreiros que não tratam das coisas
que são de Cristo, mas de coisas que são apenas do seu próprio interesse. Paulo
não tratava a igreja como se fosse um negócio particular, ele não tratava a
igreja como se fosse um profissional. Ele tinha uma relação amorável com a
igreja e se preocupava com as suas necessidades.
3. Epafrodito um obreiro dedicado – (Fp 2.25-30). Epafrodito era um obreiro da
igreja de Filipo que foi enviado ao apóstolo Paulo quando este encontrava-se
preso em Roma passando necessidades. A igreja cristã de Filipo enviou
Epafrodito à Roma, levando uma oferta a Paulo, que, provavelmente constituíra
tudo quanto ele ganhou enquanto estava ali.
O fato de que ele foi comissionado para entregar a
oferta enviada pela igreja de Filipo a Paulo, isto indica que ele era um dos líderes
da igreja em Filipo. Chegando à Roma, Epafrodito adoeceu e esteve à beira da
morte. A cansativa viagem talvez, tenha sido um fator contribuinte para aquela
situação. Na antiguidade as viagens eram perigosas e cansativas.
Em Fp. 2.30, Paulo diz que Epadrodito se dispôs a
dar a própria vida a fim de desincumbir-se de sua missão em favor de Paulo. Recuperou-se
lentamente e foi enviado de volta à Filipo. Paulo o chamou de cooperador, irmão
e companheiro de lutas. Descrições essas que parecem indicar que ele era
pregador do evangelho e não apenas um mensageiro da igreja. Paulo enviou a Epístola
aos Filipenses, pelas mãos de Epafrodito (Fp 2.25).
Epafrodito ganha espaço nas páginas do NT por ser
um exemplo de dedicação à obra de Deus. O apóstolo fala dele como seu irmão,
cooperador e companheiro nas lutas. Enquanto Paulo era hebreu de hebreu (Fp
3.5), Timóteo era meio judeu e meio gentio (At 16.1) Epafrodito era totalmente
gentio. Existem poucas informações acerca de Epafrodito no NT. Alguns teólogos o
vêem como apóstolo e pregador.
Ele é mencionado por nome porque era um obreiro
fiel a Cristo, à igreja que servia e ao apóstolo Paulo que o comisionou para a
obra. Por isso foi um enviado especial da igreja de Filipo para lhe dar notícias
e levar uma oferta de amor para o seu sustento.
Epafrodito era um obreiro local da igreja em
Filipo. Visto que nem Paulo nem Timóteo podiam viajar imediatamente para Filipo,
o apóstolo Paulo contou com a cooperação de Epafrodito, que deveria voltar a Filipo,
como pessoa de confiança para dar notícias à igreja. Paulo dá testemunho acerca dele e o trata
carinhosamente por seu irmão. Esse tratamento de irmão, tornou-se um excelente
costume no seio da igreja primitiva.
IV – CONCLUSÃO
Na igreja primitiva logo após o pentecostes Deus
começou a chamar pastores para apascentar o rebanho do Senhor. Os pastores eram
os responsáveis pelo cuidado, direção e ensinamento dos novos crentes. E foram
dados a igreja como dons de Deus (Ef 4.11). Esses líderes deveriam ter vidas
exemplares visto seu chamado ao ministério ser de procedência divina (At
20.28).
O seu exemplo é Jesus Cristo, e o poder para
realizarem esta extraordinária obra é concedido pelo Espírito Santo. Visto que
estamos vivendo em um dos tempos mais difíceis da história da humanidade onde
os avanços científicos e tecnológicos que este mundo jamais viu é crucial que
os líderes da igreja do Senhor nesse novo tempo, sejam homens cheios do Espírito
Santo.
À medida que os obreiros se empenham em levar a
Palavra aos que se acham nas garras do alcoolismo, das drogas e de outras
incontáveis tragédias, os pastores precisam urgentemente de poder e
discernimento do Espírito Santo para ministração da Palavra, para que assim
possam alcançar as ovelhas desgarradas.
Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
LUTERO.
Martinho. Nascido Escravo. São Paulo 2007 – 2ª Edição em Português. Edit. Fiel
RICHARDS,
Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007
CABRAL.
Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de
Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
CHAMPLIN.
R. N.Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos.
CHAMPLIN.
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.
CAMPOS, Heber Carlos de.
A União das Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª. Ed. Edit. Cultura
Cristã.
CAMPOS, Heber Carlos
de. A Pessoa de Cristo - As Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª.
Ed. Edit. Cultura Cristã.
LEWIS, Sperry Chafer.
Teologia Sistemática – Vl.1,2 –São Paulo 2008.
2ª. Ed. Editora Hagnus
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