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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Jesus, o Modelo Ideal de Humildade - Lição 04 - 3º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 28.07.2013

Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Filipenses 2.5-11               
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
1.      Conhecer o estado eterno da pre-encarnação de Cristo.
2.      Apreender o que a Bíblia ensina sobre o estado temporal de Cristo.
3.      Compreender a exaltação final de Cristo. 

II  - INTRODUÇÃO
Podemos destacar duas virtudes na pessoa de Jesus, cujos exemplos devem ser seguidos por todos os cristãos em todas as épocas: humildade e obediência. Essas virtudes foram manifestações visíveis de sua humanidade (Fp 1.27; 2.4, 5,6).
Em sua oração sacerdotal feita uma semana antes de realizar o sacrifício do Calvário, Jesus declara fielmente que sempre existiu como Filho eterno de Deus, participando de sua glória junto do Pai, antes de sua humanidade.
As referências de Filipenses 2.5-8, é considerada a passagem das Escrituras Sagradas que devido ao fato da incredulidade tê-lo interpretado erroneamente e aumentando a sua importância acima da proporção, ela foi mais plenamente tratada exegeticamente pelos grandes eruditos das gerações passadas do que qualquer outro texto da Palavra de Deus.
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte e morte de cruz”.
Um grupo exagerou nas limitações humanas de Cristo, enquanto, outro grupo mais atento quanto à essas limitações em sua natureza humana, vê também na pessoa de Jesus convivendo com a natureza humana a sua natureza divina. Esse grupo que levantou essa questão diminuindo a divindade ou aumentando a humanidade de Cristo deu origem a um movimento chamado de “Ebionismo”.
Todos os que negavam a divindade e a humanidade de Jesus eram chamados de Ebionistas. Uma heresia que surgiu no seio da igreja no início do segundo século e que foi necessário muitos concílios e sínolos  com a finalidade de expurgar essa heresia do seio da igreja. Esse era o nome técnico usado para caracterização de toda negação plena da divindade de Jesus Cristo.
III – DESENVOLVIMENTO
1. O Filho Divino: O estado eterno da pré-encarnação – sua condescendência (Fp 2.5,6). A extensão da transição da mais alta glória dos céus para a esfera dos homens não poderia ser avaliada, tornando-se impossível na dimensão humana o seu pleno entendimento. “Quando entrou no mundo, ele diz.... eis aqui estou eu no rolo do livro está escrito ao meu respeito, para fazer a tua vontade, ó Deus” (Hb 10.5-7).
Este texto registra uma palavra falada por Cristo antes de ele ter nascido da virgem; pois está escrito no Salmo 22.10 referindo-se ao seu sacrifício na cruz: “Sobre ti fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre da minha mãe”.
Nas eras passadas desconhecidas ele foi designado para ser o cordeiro morto (Ap 3.8; 1Pe 1.18-20). O Espírito de Deus fez muitas predições sobre a vinda de Cristo como Redentor humano, uma das quais ainda no jardim do Éden, onde um nascido da semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente. (Gn. 3.15).
Em Gálatas 4.4,5 é dito que: “Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei para remir os que estavam debaixo da lei a fim de recebermos a adoção de filho”.
De todas as maravilhas do universo nenhuma é maior do que essa, do que aquele que estava no princípio com Deus e era Deus, tornou-se carne. João testifica acerca dele como homem ao afirmar: “E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheia de graça e de verdade” (Jo 1.14). “O que era desde o princípio, o que vimos com os nosso olhos, o que temos comtemplado, e nossas mãos tocaram da palavra da vida” (1Jo 1.1).
Em Exodo 3.2 o fogo na sarça tipificando a sua deidade não consumia a sarça que tipificava a sua humanidade. Neste tipo podemos observar a convivência harmoniosa das duas naturezas do Redentor, a divina e a humana. “... e eis que a sarça ardia no fogo, e eis que a sarça não se consumia”.
2. O Filho do Homem: um estado temporal – (Fp 2.7,8). “Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e,  achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo,  sendo obediente até a morte e morte de cruz”. Ninguém jamais viu a Deus “O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer” (Jo 1.18).

Esse é o mensageiro de todos os mensageiros, o servo mais eficaz do que todos os servos. Para esse fim ele se tornou tudo que foi requerido que ele fosse, para que pudesse assim servir como a Revelação e o Redentor. Ele, assim, serviu tanto a Deus quanto ao homem. Ele disse: “Eu sou entre vós como aquele que serve”, e, na real experiência de serviço humilde, lavou os pés dos apóstolos.

A expressão “a forma de servo” é idêntica na realidade com a expressão “a forma de Deus”. Pela primeira expressão é declarado que ele era tudo que faz um servo ser um servo e pela segunda é declarado que ele era tudo que faz Deus ser Deus. Seu título de fiel e verdadeiro em Ap 19.11, é revelador. Ele sugere tanto a sua perfeita obediência quanto a sua realização perfeita, que foi concretizado por ele na morte, e morte de cruz.

Com uma visão profética, ele disse, de si mesmo antes de sua morte: “... completei a obra que me deste para fazer” (Jo 17.4), e quando chegou o momento de sua morte, disse: “Está consumado” (Jo 19.30). Aquele que subsistiu imutavelmente como a forma ou a realidade exata de Deus, assumiu aquilo que é humano, não no lugar do divino, mas em união com o divino. Ele acresceu a si mesmo a forma exata de um servo, para ser feito em semelhança de homens.

Ele era homem, mas esse termo não é suficiente para defini-lo por causa da sua pessoa teantrópica, isto é, a união de duas naturezas divina e humana em uma única pessoa, ao que os teológos chamam de união hipostática. A sua humanidade, embora plenamente presente, foi melhor chamada de “a semelhança de homem”. Visto como está escrito que ele “a si mesmo se esvaziou”, ou seja, se aniquilou; privou-se a si mesmo da sua glória e tomou a natureza humana.

De que ele se esvaziou? Ao tornar-se homem a sua divindade não foi diminuída por causa da imutabilidade da deidade. Cristo esvaziou-se do seu interesse próprio, mas sem se apegar ao seu estado de exaltação, embora corretamente este lhe pertencia, como um prêmio muito caro de renunciar em favor de outros (Fp 2.4).

Para que isto pudesse acontecer ele assumiu a posição mais humilde, por estar sua glória escondida, e foi desprezado e rejeitado pelos homens. Eles não viram beleza nele para que os agradasse. Ele era como uma raiz duma terra seca, sem aparência e sem formosura (Is 53.2). Na cruz, ele disse de si mesmo: “Todos os que me vêem zombam de mim” (Sl 22.7). A glória muito especial dessa condescendência não é que a deidade o havia desamparado, mas Deus assim operou. Pois Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo (2Co 5.19).

3. A exaltação de Cristo – (Fp 2.9-11). Nos versículos 6-8 temos uma descrição feita pelo apóstolo do caminho da humilhação do eterno Filho de Deus, quando ele mesmo desceu ao ponto mais baixo da humilhação que um homem poderia descer. Porém, nos versículo de 9-11, o apóstolo descreve o caminho ascendente quando Jesus foi exaltado gloriosamente e assenta-se a dextra do Pai (Sl 110.1; Ef 1.20-22).

O apóstolo mostra o poder de Deus manifestado em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus, acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século mas também no vindouro.

E sujeitou todas as coisas aos seus pés, e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja e deu a ele um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todos os joelhos dos que estão nos céus, e na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai (Fp 2.9-11).
Em seu nascimento, vida, paixão, morte e ressurreição Jesus cumpriu o eterno propósito do Pai de formar um povo ou um novo povo que serviria a Deus, que é a sua igreja. A Bíblia nos diz que ele foi nomeado “Príncipe e Salvador” (At 5.31), e o colocou acima de tudo (Ef 1.21).
Aquele que havia se esvaziado de todas as prerrogativas de divindade, depois de sua vitória final sobre o pecado, a morte e o túmulo, foi finalmente glorificado e exaltado pelo próprio Pai. Em sua exaltação ele alcançou a meta final com a coroação de glória, tornando-se herdeiro de tudo (Hb 1.3; 2.9; 12.2).
IV – CONCLUSÃO
Na semana que antecedeu sua paixão e morte no Calvário, Jesus reuniu os seus discípulos para dar-lhes as últimas instruções relativas ao futuro deles como representante do seu nome perante o mundo e fez uma das mais belas e emocionante oração já proferida por um ser humano. Ele orou pelos seus discípulos para que fossem guardados do mal. Orou pelo futuro deles como igreja e orou por si mesmo ao Pai.  
Nessa oração de caráter pessoal, Jesus reivindicou do Pai a glória que tinha antes de vir a este mundo (Jo 5.17). Jesus homem, não tinha nenhuma dúvida quanto à sua vitória, sobre o diabo sobre a morte e o túmulo, e também sabia que ao final seria exaltado gloriosamente.
Além de João, em seu evangelho, outros escritores do NT escreveram da realidade da exaltação de Jeus e afirmaram que ele foi exaltado à dextra do Pai (At 2.23; Hb 1.23). Paulo afirma que ele está assentado à dextra doPai (Rm 8.34; Cl 3.1).
Essa expressão é devida ao Salmo 110.1, onde está escrito “Disse o Senhor ao meu Senhor: assenta-te à minha direita até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés”. A principal designação dada por Deus ao seu Filho, foi a de “Senhor” em seu sentido mais nobre e sublime.
No grego do NT aparece o termo kyrios que é usado de modo especial, porque Jesus representaria o nome especial do Deus Todo-Poderoso. O nome “Jesus” ganhou status de “Senhor” e, por decreto divino, foi elevado acima de todo o nome.


Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007                    
CABRAL. Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.
CAMPOS, Heber Carlos de. A União das Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª. Ed. Edit. Cultura Cristã.
CAMPOS, Heber Carlos de. A Pessoa de Cristo - As Duas Naturezas do Redentor. São Paulo, 2004 – 1ª. Ed. Edit. Cultura Cristã.

LEWIS, Sperry Chafer. Teologia Sistemática – Vl.1,2 –São Paulo 2008.  2ª. Ed. Editora Hagnus

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