Subsídios para o Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
Texto da Lição: Filipenses 1.12-21
I - OBJETIVOS
DE APRENDIZAGEM:
1.
Saber que as adversidades podem contribuir para a
expansão do Evangelho.
2.
Explicar as motivações de Paulo para a pregação do
Evangelho.
3.
Compreender que o significado da vida consiste em vivermos
para o Evangelho.
II - INTRODUÇÃO
Ao concluir suas saudações iniciais o apóstolo Paulo
começa a fornecer algumas informações sobre sua
situação presente e também dos
resultados de seu aprisionamento em Roma. Podemos até lamentar o fato de que
muitos acontecimentos na vida do apóstolo não tenham sido registrado. Todavia o
mais importante foi preservado para nós. A saber, o exemplo da preocupação do
apóstolo pela causa do Evangelho de
Cristo e sua suprema dedicação ao mesmo.
Isso deixa-nos a certeza do seu altruísmo, pois,
sua ansiedade se voltava plenamente para o trabalho cristão e para o avanço do
evangelho e não para si mesmo. Ele deixa claro que sua prisão estava ajudando
na propagação do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Ao afirmar: “E quero, irmãos, que saibais que as coisas
que me aconteceram tem antes contribuído para o progresso do evangelho” (Fp
1.22).
III – DESENVOLVIMENTO
1.
O Evangelho é mais poderoso
do que cadeias e grilhões – (Fp
1.12,13). O aprisionamento do apóstolo Paulo se tornou largamente conhecido,
visto tratar-se de um caso incomum. Isso ilustra até que ponto a reputação de
Paulo havia penetrado por todo o mundo antigo. Seu encarceramento tornou-se
motivo de interesse público. Paulo, na qualidade de embaixador de Cristo,
devido á notoriedade do seu caso, publicava o evangelho de Cristo.
Paulo não era apenas um prisioneiro a mais, ele
era o prisioneiro de Cristo, pois, era mantido em custódia, devido á sua lealdade a Cristo. E todos sabiam
disto. Seu próprio encarceramento se tornou um meio de chamar a atenção dos
homens para Cristo e seu evangelho. Ao invés de seu aprisionamento fazer cessar
o seu testemunho, as tribulações que sofria era um meio de mais ainda
propagar-se a sua mensagem (Fp 1.14).
2.
Paulo conquista a simpatia
da guarda pretoriana – (Fp
1.13). O que era a guarda pretoriana? Era a guarda imperial, guardas do “pretor”
– título de certo oficial romano que ficava um pouco abaixo da categoria dos cônsules.
Essa guarda foi instituída por Augusto, por quem foi denominada de cortes
pretorianas. Augusto postou três mil deles na cidade de Roma, e os demais foram
espalhadas pelas cidades adjacentes.
Sob o imperador Tibério, todos foram trazidos de
volta á Roma tendo ficado alojados em um acampamento fortificados. Esse grupo, devido
ás qualificações e ao serviço superior que prestavam, recebia pagamento duplo,
além de outros favores especiais.
Seu tempo de serviço era de doze anos, o qual
mais tarde foi ampliado para dezesseis anos; e grande soma em dinheiro era dada
acada um de seus componentes quando iam para a reserva. Parece que sua patente
como um corpo militar, equivalia a centuriões, e com o tempo obtiveram tanto
poder que até imperadores chegaram a cortejar o seu favor.
No ano de 193 d.C. a guarda pretoriana foi dispensada,
quando Severo subiu ao trono. Seus membros foram banidos. Porém, alguns anos
mais tarde, o grupo foi reorganizado, e seu número se quadruplicou. Mais
finalmente, foram suprimidos por Constantino (306 – 337 d.C), o primeiro
imperador cristão de Roma. O contato do apóstolo dos gentios com a guarda
pretoriana fez com que a sua fama se espalhasse paralelamente á fama do Senhor
Jesus Cristo e do evangelho que Paulo propagava.
O apóstolo Paulo estava sob a vigilância dessa
guarda em sua própria casa alugada (At 28.16,31). Essa forma de encarceramento
era intitulada “custódia militar”. Sendo cidadão romano, Paulo foi alvo de
algumas demonstrações de consideração, que outros cristãos primitivos não
desfrutaram; porém isso não diminuiu em coisa alguma a ameaça de morte que ele
enfrentava. E provavelmente após um segundo período de aprisionamento, ele
sofreu martírio na própria Roma.
3.
Motivações da propagação do
Evangelho – (Fp 1.14-18). As motivações que estavam na mente e no coração
dos cristãos espalhados por toda a Ásia Menor, que era o campo missionário do apóstolo Paulo e também da Europa (região da Macedônia) eram tanto positivas
como negativas. Essa motivação produziu no coração e na mente dos cristãos
filipenses uma renovação e disposição para continuar fiel ao propósito da
propagação do evangelho.
A questão positiva
dizia respeito ao estímulo dos filipenses quanto ás notícias da simpatia da
guarda pretoriana á situação prisional de Paulo e as motivações negativas eram
quando alguém pregava também o evangelho, mas pregava para tirar proveito próprio,
por isso diz o apóstolo: pregavam por inveja, por porfia e por contenda, com o
objetivo de tirarem proveitos pessoais e não em prol da causa de Cristo, enquanto
que um bom número faziam de boa vontade.
Mas o apóstolo
admoestou a igreja a não proibir que aquele grupo faccioso continuasse
propagando a Cristo mesmo por inveja e contendas (Fp 1.15-18). “...Mas o que importa, contanto que Cristo seja
anunciado de toda maneira, ou com fingimento, ou em verdade, nisso me regozijo
e me regozijarei ainda”.
Quando o apóstolo Paulo afirma, importa que Cristo
seja anunciado de toda maneira, essa atitude revela o anseio do apóstolo pelo
crescimento da igreja, sem se importar quais meios, visto que o poder do
evangelho superaria os problemas dos homens. O apóstolo entendia que todos
esses problemas redundaria em bênçãos e na salvação de muitas pessoas, e
assegurava que na sua intensa expectação não ficaria envergonhado ou confundido
(Fp 1.20).
4.
O dilema de Paulo– (Fp 1. 20,21). Paulo vê a morte e a vida em sua experiência
pessoal. “Porque para mim o viver é
Cristo, e o morrer é lucro”. Em sua carta aos Gálatas 2.20, o apóstolo
afirma: “Já estou crucificado com Cristo;
e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne
vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim”.
Paulo percebia que essa forma de vida nos é dada
mediante a crucificação para o eu, onde damos o primeiro lugar ao Senhor, e
isso mediante a crucificação juntamente com Cristo. E ainda acrescentou na sua
carta aos gálatas; “Mas longe esteja de
mim gloriar-me a não ser na cruz do Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo esta
crucificado para mim, e eu para o mundo”. (Gl 6.14).
Ao expressar porque para mim o viver é Cristo e o
morrer é lucro, isso revela o sentimento que dominava o coração e a mente do apóstolo.
Viver, para ele, era a vida que estava vivendo. E não seu passado que não era
vida, mas um passado de morte. Essa declaração do apóstolo não significa apenas
viver para servir a Cristo, para fazer o melhor que possa no seu reino aqui na
terra, para agradá-lo, fazer a sua vontade ou para ganhar muitas almas para
Cristo.
Essa declaração do apóstolo para mim o viver é Cristo e o morrer é
lucro, significa uma total identificação com Cristo no sentido de que o viver é
ter Cristo em sua própria vida. As coisas do mundo não podiam mais afetar o apóstolo
visto ele assegurar estou crucificado com Cristo.
IV – CONCLUSÃO
Na mente do apóstolo, continuar vivo fisicamente
significaria continuar fazendo o seu trabalho missionário. Pois ele via o seu
sofrimento físico como um modo de glorificar a Cristo no seu corpo, pois o seu
ideal estava acima de qualquer sofrimento.
A morte traria lucro pessoal para Paulo, porque
ele poderia estar para sempre com o Senhor. Porém, o que importava era a pregação
do evangelho. Por vida ou por morte, tudo o que Paulo queria era que Cristo
fosse engrandecido no mundo (Fp 1.21).
Ele queria viver para servir a Cristo, para
agradar-lhe e fazer a sua vontade, mas ao mesmo tempo entendia, que o que
importava era Cristo, não ele propriamente. Por isto, dizia: “Não vivo mais eu; mas cristo vive em mim
“.
Sua consagração a Cristo era total e completa.
Cristo para Paulo era o principio, a essência e o fim na sua vida pessoal. Nele
o apóstolo vivia e se movia para honra e glória do Senhor. Por isso podia dizer:
“Para mim o viver é Cristo e o morrer é
lucro”.
Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
RICHARDS,
Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007
CABRAL.
Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de
Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
SOUZA.Itamir Neves de. Atos dos
apóstolos; Uma história singular. Londrina / PR. 1ªd. 1999. Descoberta Edit.
Ltda.
CHAMPLIN.
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.
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