Síntese do Estudo Bíblico: Pr. João Barbosa
Texto da Lição: Filipenses 1.1-11
I - OBJETIVOS
DE APRENDIZAGEM:
1.
Introduzir a Epístola aos Filipenses destacando a cidade, a
data e o local da autoria.
2.
Explicar o propósito, a autoria e os destinatários da
epístola.
3.
Compreender os atos de oração e ação de graças do apóstolo Paulo.
II - DESENVOLVIMENTO:
Cidade de Filipos |
A igreja cristã de Filipo teve sua origem com os
próprios esforços do apóstolo Paulo, durante a sua segunda viagem missionária,
conforme o registro de Atos 16.12-40, tendo ouvido o chamado do Espírito Santo.
Os objetivos de Paulo era continuar pregando o
evangelho na região da Frígia e pela província da Galácia, mas juntamente com
Silas e Timóteo fora impedido pelo Espírito Santo de anunciar a Palavra naquela
região da Ásia.
Não podendo pregar o evangelho naquela
região chegaram a Mísia, com a intenção de irem para Bitínia mas foram outra vez
impedidos pelo Espírito Santo.
Lugar público na cidade de Filipos |
O apóstolo
Paulo junto com seus companheiros de viagem agora decidiram esperar unicamente
pela direção do Espírito Santo. Contornaram a Mísia e desceram á Tróade, quando
se juntou a comitiva, Lucas, o médico amado. Em Tróade, Paulo teve uma visão
quando um varão da Macedônia lhe rogava dizendo: “Passa á Macedônia e ajuda-nos”. Com esse chamamento eles
concluíram que o Senhor os chamava para anunciar o evangelho na Macedônia, que
foi a porta de entrada do evangelho para toda Europa, pela região dos Balcãs
(At 16.6-11).
A segunda viagem missionária do apóstolo Paulo
tem sido datada entre os anos de 48 a 51/52 d.C. A visita a cidade de Filipos
ocorrera provavelmente entre os anos de 48 a 49 d.C. Supõe-se que no começo a
região da Macedônia era povoada pelos descendentes de Quintin, um dos filhos
de Javã, filho de Jafé (Gn 10.4).
Diz Champlin em sua Enciclopédia de Bíblia
Teologia e Filosofia – Volume 4, que possivelmente o termo “Quintin”, no Antigo
Testamento, faça referência aos povos da região da Macedônia. A história antiga
daquela região segundo aquele historiador é um tanto obscura, pois as informações
mais dignas de confiança só surgiram no começo
do VII século a.C.
O reino da Macedônia foi fundado por Perdicas.
Seus sucessores foram: Filipe I, Alexandre I, Perdicas II e Arquelau, cerca de
413 a.C. sob Filipo II, 359 – 337 a.C. Esse reino começou a ter uma influência
mundial. Ele reuniu os gregos contra os persas e foi bem sucedido em seus
esforços, porém sua vida foi ceifada através de um assassinato, por um nobre
macedônico.
Seu filho e sucessor foi Alexandre “O Grande”, na
verdade naqueles tempos, conhecidos como Alexandre III. Depois de Alexandre “O
Grande”, várias dinastias macedônias governaram os territórios por toda a bacia
oriental do Mar Mediterrâneo até que foram ultrapassadas pelos romanos em 167 a.C.
Depois do ano 4 a.C, o procônsul romano passou a
residir em Tessalônica, enquanto que a Assembleia se reunia em Beréia. Essa
província incluía seis colônias romanas, uma das quais era Filipos. Ali Paulo obteve um extraordinário
sucesso em suas pregações. Em Filipos Paulo começou a pregar a Cristo quando
uma mulher vendedora de púrpura chamada Lídia que era da cidade de Tiatira creu
e aceitou a Cristo como o Salvador e recebeu os apóstolos em sua casa (At 16.14,15).
Filipo não tinha sinagoga, pois havia poucos
judeus naquela cidade. Mas havia muita gente de outras nações, pois ali era uma
colônia romana onde soldados legionários do exército romano já reformados,
habitavam. Entre os primeiros convertidos da cidade de Filipo, além de Lídia,
de uma jovem de quem Paulo expulsou um espírito de adivinhação, foram ainda
acrescentados ao evangelho o carcereiro da cidade junto com sua família (At
16.22-34).
No seu segundo aprisionamento em Roma, entre os
anos de 63 d.C. um obreiro da igreja de Filipo por nome Epafrodito, amigo e
fiel companheiro, visitou o apóstolo em sua prisão em Roma, enviado pela igreja
de Filipo, levando uma oferta para o apóstolo (Fp. 4.18).
Epafrodito foi acometido de uma enfermidade ao
chegar á Roma (Fp 2.27), mas recuperou-se. E quando estava se preparando para
voltar a Filipos, Paulo resolveu escrever uma carta áquela igreja. Esta tinha
por objetivo exortar e animar aos Filipenses, bem como alertá-los sobre boatos
mentirosos a respeito de sua pessoa, espalhados por falsos obreiros que
procuravam denegrir a imagem de Paulo e minar a unidade da igreja em Filipo.
Ao mesmo tempo, o apóstolo Paulo agradecia á
igreja a oferta enviada para ajudá-lo no seu sustento durante o tempo de sua
prisão. Mesmo como prisioneiro e com sua vida correndo risco de extermínio,
Paulo demonstrou á igreja, o gozo e a alegria que havia em sua alma, o que o
ajudava a suportar todas as adversidades (Fp 1.4; 4.11-13).
Alguns eventos anteriores ao envio da carta aos
filipenses, indicam que em sua segunda viagem missionária Paulo estabeleceu
igrejas em Filipos, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto (At 17.1-23). Quando
empreendeu a terceira viagem missionária Paulo confirmou aquelas igrejas
fundadas em sua primeira e segunda viagem.
Estando em Éfeso, uma igreja fundada por ele em
sua segunda viagem (At 19.1-40), Paulo voltou á Macedônia (At 20.1) quando visitou
a igreja em Filipos, da qual recebia ajuda e sustento. No fim de sua terceira
viagem missionária, Paulo foi á Jerusalém onde foi preso (At 21.37 – 23.30). Depois
foi transferido de Jerusalém para Cesaréia onde esteve preso por dois anos (At
23.31; 26.32).
Posteriormente, por ter reivindicado ser ouvido
pelo imperador, foi enviado para Roma, onde durante dois períodos de aprisionamento
que duraram entre dois a três anos, nestas prisões em Roma, Paulo escreveu
algumas de suas cartas como Éfeso, Colossenses e Filemon, entre as quais ele
escreveu também a carta aos Filipenses e enviou-a á igreja através de
Epafrodito.
A epístola aos Filipenses, é essencialmente uma
epístola da gratidão e reconhecimento pelo amor demonstrado por aquela igreja
para com a pessoa de Paulo e também pela quantias em dinheiro que aquela igreja
em Filipo lhe enviara, a fim de aliviar suas necessidades. Pois, apesar de se
achar preso, o apóstolo orava em uma casa alugada sob a vigilância de soldados
romanos (At 8.16).
Esta epístola aos Filipenses, reflete as amigáveis
relações entre aquela igreja local e seu pastor e fundador, Paulo. O livro
transpira a devoção e a lealdade ardente de Paulo a Cristo. Seu tom é cheio de
afeição, porém, solene e fervoroso. Esta é a mais espontânea das epístolas de
Paulo, escrita para uma congregação local onde não havia grandes problemas de
ordem doutrinária e prática. E que também se haviam mostrado especialmente amigável
para com ele.
Também é o documento mais humano e pessoal de
todo o NT, escrito por um homem que
experimentava grandes sofrimentos, apesar de suas experiências e estatura
espiritual. Assim, grandes temas teológicos surgem na epístola de forma espontânea
sem complicações. É ali que aparecem algumas das mais excelentes expressões da
literatura sagrada mundial. Exemplo: o seu segundo capítulo se equipara em
importância ao que há de melhor sobre o tema da humanidade de Cristo.
O terceiro capítulo é uma das seções mais claras
no tocante á inquirição espiritual para que sejamos semelhantes a Cristo. Paulo
era alguém que, por causa de Cristo, tinha sofrido a perda de tudo, por amor a
Cristo; assim ele nos relata, o que isso significou para si mesmo e o que isso
pode significar para nós, se quisermos seguir o seu exemplo.
A epístola é um modelo de ensinamento e de pregação.
Sendo profunda e pessoal ao mesmo tempo, essa forma da pregação deveria servir
de modelo para todos, de tal maneira que, na igreja, haja o desejo de
permanecer, de ouvir e de aprender.
Não seria um erro se os pregadores de hoje
começassem a imitar o apóstolo Paulo na prédica, aprendendo seus sentidos
profundos, expondo seus conceitos elevados e expressando sua vocação fervorosa.
Isso com certeza melhoraria imensamente a qualidade da pregação na igreja nos
dias atuais, e a qualidade da vida cristã dos ouvintes.
Na carta aos Filipenses, primeiramente Paulo faz
uma auto apresentação de sua pessoa e também de Timóteo (Fp 1.1) e dirige-se á toda
a liderança da igreja. Em seguida, o apóstolo saúda a igreja ao estilo judaico
que era uma saudação de paz que no hebraico aparece como “Shalom” (Fp 1.2). Depois
ele os saúda com ações de graças que é a razão congratulatória de suas orações (FP
1.3-6).
Ao dar graças a Deus pela lembrança que vinha á
sua mente pelos cristãos de Filipos, ele está, de fato, afirmando que apesar de
estar preso fisicamente sabia que os irmãos estavam firmes na fé e sem se
deixar se levar pelos enganos dos falsos mestres que tentavam desmerecer o
trabalho do apóstolo. Daí ele usava a expressão todas as vezes que me lembro de
vós.
No capítulo 1.6-8 a epístola registra uma oração
de gratidão pelas atitude espirituais dos Filipenses para com o seu ministério.
Ele estava totalmente convicto acerca da salvação e sabia que nada podia
interromper a obra da salvação de Deus na vida daqueles que a receberam (Rm
8.26-39). Aquele que em vós começou a boa obra, ele mesmo aperfeiçoará até o
dia de Jesus Cristo, assim orava Paulo (Cl 1.6).
Em 1.9-11 é registrado o conteúdo da oração
intercessória pelos filipenses. Na verdade Paulo faz oração de ações de graça
pelos filipenses mas revela ao mesmo tempo o conteúdo de sua oração por eles
(v.9) a fim de que eles pudessem
aumentar mais e mais em amor; que o Senhor lhe desse ciência, conhecimento,
capacidade para discernir as coisas excelentes e que o fruto da justiça pudesse
ser reproduzido na vida dos filipenses.
As circunstâncias adversas no ministério do apóstolo
Paulo eram amenizadas com a demonstração de amor das igrejas locais que foram
plantadas por ele. Nesse sentido ele expressava sobejas razões para agradecer a
Deus por todos aqueles a quem amava.
Consultas:
Lições
Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
RICHARDS,
Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2007
CABRAL.
Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de
Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
SOUZA.Itamir Neves de. Atos dos
apóstolos; Uma história singular. Londrina / PR. 1ªd. 1999. Descoberta Edit.
Ltda.
CHAMPLIN.
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário