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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Paulo e a Igreja de Filipos - Lição 01 - 3º. Tri. 2013 - EBD CPAD – 07.07.2013

Síntese do Estudo Bíblico: Pr. João Barbosa
 Texto da Lição: Filipenses 1.1-11               
I  - OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

1.      Introduzir a Epístola aos Filipenses destacando a cidade, a data e o local da autoria.
2.      Explicar o propósito, a autoria e os destinatários da epístola.
3.      Compreender  os atos de oração e ação de graças do apóstolo Paulo. 

II  - DESENVOLVIMENTO:
Cidade de Filipos
A igreja cristã de Filipo teve sua origem com os próprios esforços do apóstolo Paulo, durante a sua segunda viagem missionária, conforme o registro de Atos 16.12-40, tendo ouvido o chamado do Espírito Santo.

Os objetivos de Paulo era continuar pregando o evangelho na região da Frígia e pela província da Galácia, mas juntamente com Silas e Timóteo fora impedido pelo Espírito Santo de anunciar a Palavra naquela região da Ásia.
Lugar público na cidade de Filipos
Não podendo pregar o evangelho naquela região chegaram a Mísia, com a intenção de irem para Bitínia mas foram outra vez impedidos pelo Espírito Santo.

 O apóstolo Paulo junto com seus companheiros de viagem agora decidiram esperar unicamente pela direção do Espírito Santo. Contornaram a Mísia e desceram á Tróade, quando se juntou a comitiva, Lucas, o médico amado. Em Tróade, Paulo teve uma visão quando um varão da Macedônia lhe rogava dizendo: “Passa á Macedônia e ajuda-nos”. Com esse chamamento eles concluíram que o Senhor os chamava para anunciar o evangelho na Macedônia, que foi a porta de entrada do evangelho para toda Europa, pela região dos Balcãs (At 16.6-11).

A segunda viagem missionária do apóstolo Paulo tem sido datada entre os anos de 48 a 51/52 d.C. A visita a cidade de Filipos ocorrera provavelmente entre os anos de 48 a 49 d.C. Supõe-se que no começo a região da Macedônia era povoada pelos descendentes de Quintin, um dos filhos de Javã, filho de Jafé (Gn 10.4).

Diz Champlin em sua Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia – Volume 4, que possivelmente o termo “Quintin”, no Antigo Testamento, faça referência aos povos da região da Macedônia. A história antiga daquela região segundo aquele historiador é um tanto obscura, pois as informações mais dignas de confiança  só surgiram no começo do VII século a.C.

O reino da Macedônia foi fundado por Perdicas. Seus sucessores foram: Filipe I, Alexandre I, Perdicas II e Arquelau, cerca de 413 a.C. sob Filipo II, 359 – 337 a.C. Esse reino começou a ter uma influência mundial. Ele reuniu os gregos contra os persas e foi bem sucedido em seus esforços, porém sua vida foi ceifada através de um assassinato, por um nobre macedônico.

Seu filho e sucessor foi Alexandre “O Grande”, na verdade naqueles tempos, conhecidos como Alexandre III. Depois de Alexandre “O Grande”, várias dinastias macedônias governaram os territórios por toda a bacia oriental do Mar Mediterrâneo até que foram ultrapassadas pelos romanos em 167 a.C.

Depois do ano 4 a.C, o procônsul romano passou a residir em Tessalônica, enquanto que a Assembleia se reunia em Beréia. Essa província incluía seis colônias romanas, uma das quais era  Filipos. Ali Paulo obteve um extraordinário sucesso em suas pregações. Em Filipos Paulo começou a pregar a Cristo quando uma mulher vendedora de púrpura chamada Lídia que era da cidade de Tiatira creu e aceitou a Cristo como o Salvador e recebeu os apóstolos em sua casa (At 16.14,15).

Filipo não tinha sinagoga, pois havia poucos judeus naquela cidade. Mas havia muita gente de outras nações, pois ali era uma colônia romana onde soldados legionários do exército romano já reformados, habitavam. Entre os primeiros convertidos da cidade de Filipo, além de Lídia, de uma jovem de quem Paulo expulsou um espírito de adivinhação, foram ainda acrescentados ao evangelho o carcereiro da cidade junto com sua família (At 16.22-34).

No seu segundo aprisionamento em Roma, entre os anos de 63 d.C. um obreiro da igreja de Filipo por nome Epafrodito, amigo e fiel companheiro, visitou o apóstolo em sua prisão em Roma, enviado pela igreja de Filipo, levando uma oferta para o apóstolo (Fp. 4.18).

Epafrodito foi acometido de uma enfermidade ao chegar á Roma (Fp 2.27), mas recuperou-se. E quando estava se preparando para voltar a Filipos, Paulo resolveu escrever uma carta áquela igreja. Esta tinha por objetivo exortar e animar aos Filipenses, bem como alertá-los sobre boatos mentirosos a respeito de sua pessoa, espalhados por falsos obreiros que procuravam denegrir a imagem de Paulo e minar a unidade da igreja em Filipo.

Ao mesmo tempo, o apóstolo Paulo agradecia á igreja a oferta enviada para ajudá-lo no seu sustento durante o tempo de sua prisão. Mesmo como prisioneiro e com sua vida correndo risco de extermínio, Paulo demonstrou á igreja, o gozo e a alegria que havia em sua alma, o que o ajudava a suportar todas as adversidades (Fp 1.4; 4.11-13).

Alguns eventos anteriores ao envio da carta aos filipenses, indicam que em sua segunda viagem missionária Paulo estabeleceu igrejas em Filipos, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto (At 17.1-23). Quando empreendeu a terceira viagem missionária Paulo confirmou aquelas igrejas fundadas em sua primeira e segunda viagem.
Estando em Éfeso, uma igreja fundada por ele em sua segunda viagem (At 19.1-40), Paulo voltou á Macedônia (At 20.1) quando visitou a igreja em Filipos, da qual recebia ajuda e sustento. No fim de sua terceira viagem missionária, Paulo foi á Jerusalém onde foi preso (At 21.37 – 23.30). Depois foi transferido de Jerusalém para Cesaréia onde esteve preso por dois anos (At 23.31; 26.32).
Posteriormente, por ter reivindicado ser ouvido pelo imperador, foi enviado para Roma, onde durante dois períodos de aprisionamento que duraram entre dois a três anos, nestas prisões em Roma, Paulo escreveu algumas de suas cartas como Éfeso, Colossenses e Filemon, entre as quais ele escreveu também a carta aos Filipenses e enviou-a á igreja através de Epafrodito.
A epístola aos Filipenses, é essencialmente uma epístola da gratidão e reconhecimento pelo amor demonstrado por aquela igreja para com a pessoa de Paulo e também pela quantias em dinheiro que aquela igreja em Filipo lhe enviara, a fim de aliviar suas necessidades. Pois, apesar de se achar preso, o apóstolo orava em uma casa alugada sob a vigilância de soldados romanos (At 8.16).
Esta epístola aos Filipenses, reflete as amigáveis relações entre aquela igreja local e seu pastor e fundador, Paulo. O livro transpira a devoção e a lealdade ardente de Paulo a Cristo. Seu tom é cheio de afeição, porém, solene e fervoroso. Esta é a mais espontânea das epístolas de Paulo, escrita para uma congregação local onde não havia grandes problemas de ordem doutrinária e prática. E que também se haviam mostrado especialmente amigável para com ele.
Também é o documento mais humano e pessoal de todo o NT, escrito por um homem  que experimentava grandes sofrimentos, apesar de suas experiências e estatura espiritual. Assim, grandes temas teológicos surgem na epístola de forma espontânea sem complicações. É ali que aparecem algumas das mais excelentes expressões da literatura sagrada mundial. Exemplo: o seu segundo capítulo se equipara em importância ao que há de melhor sobre o tema da humanidade de Cristo.
O terceiro capítulo é uma das seções mais claras no tocante á inquirição espiritual para que sejamos semelhantes a Cristo. Paulo era alguém que, por causa de Cristo, tinha sofrido a perda de tudo, por amor a Cristo; assim ele nos relata, o que isso significou para si mesmo e o que isso pode significar para nós, se quisermos seguir o seu exemplo.
A epístola é um modelo de ensinamento e de pregação. Sendo profunda e pessoal ao mesmo tempo, essa forma da pregação deveria servir de modelo para todos, de tal maneira que, na igreja, haja o desejo de permanecer, de ouvir e de aprender.
Não seria um erro se os pregadores de hoje começassem a imitar o apóstolo Paulo na prédica, aprendendo seus sentidos profundos, expondo seus conceitos elevados e expressando sua vocação fervorosa. Isso com certeza melhoraria imensamente a qualidade da pregação na igreja nos dias atuais, e a qualidade da vida cristã dos ouvintes.
Na carta aos Filipenses, primeiramente Paulo faz uma auto apresentação de sua pessoa e também de Timóteo (Fp 1.1) e dirige-se á toda a liderança da igreja. Em seguida, o apóstolo saúda a igreja ao estilo judaico que era uma saudação de paz que no hebraico aparece como “Shalom” (Fp 1.2). Depois ele os saúda com ações de graças que é a razão congratulatória de suas orações (FP 1.3-6).
Ao dar graças a Deus pela lembrança que vinha á sua mente pelos cristãos de Filipos, ele está, de fato, afirmando que apesar de estar preso fisicamente sabia que os irmãos estavam firmes na fé e sem se deixar se levar pelos enganos dos falsos mestres que tentavam desmerecer o trabalho do apóstolo. Daí ele usava a expressão todas as vezes que me lembro de vós.
No capítulo 1.6-8 a epístola registra uma oração de gratidão pelas atitude espirituais dos Filipenses para com o seu ministério. Ele estava totalmente convicto acerca da salvação e sabia que nada podia interromper a obra da salvação de Deus na vida daqueles que a receberam (Rm 8.26-39). Aquele que em vós começou a boa obra, ele mesmo aperfeiçoará até o dia de Jesus Cristo, assim orava Paulo (Cl 1.6).
Em 1.9-11 é registrado o conteúdo da oração intercessória pelos filipenses. Na verdade Paulo faz oração de ações de graça pelos filipenses mas revela ao mesmo tempo o conteúdo de sua oração por eles (v.9)  a fim de que eles pudessem aumentar mais e mais em amor; que o Senhor lhe desse ciência, conhecimento, capacidade para discernir as coisas excelentes e que o fruto da justiça pudesse ser reproduzido na vida dos filipenses.
As circunstâncias adversas no ministério do apóstolo Paulo eram amenizadas com a demonstração de amor das igrejas locais que foram plantadas por ele. Nesse sentido ele expressava sobejas razões para agradecer a Deus por todos aqueles a quem amava.

Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 3º. Trimestre 2013 – (Comentarista: Pr. Elienai Cabral).
 Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007                  
CABRAL. Elienai, Filipenses: A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja. Rio de Janeiro 2013. 1ª. Edição. CPAD
SOUZA.Itamir Neves de. Atos dos apóstolos; Uma história singular. Londrina / PR. 1ªd. 1999. Descoberta Edit. Ltda.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Editora Hagnos.



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