O
livro de Êxodo e o Cativeiro de Israel no Egito - Lição 01 – 1º.
Tri EBD CPAD - 05.01.2014
Subsídios para o
Ensino da Lição: Pr. João Barbosa
Texto da Lição: Êxodo 1.1-14
I - OBJETIVOS DE
APRENDIZAGEM:
1. Ressaltar os aspectos
principais do livro de Êxodo.
2. Delinear os aspectos
biográficos de Moisés.
3. Saber que o zelo
precipitado de Moisés e sua fuga não impediram os propósitos divinos em sua
vida.
II - CONTEXTUALIZAÇÃO
Jacó
desceu ao Egito com sua família aos 130 anos de idade – “E trouxe José a Jacó, seu pai, e o pôs diante de Faraó; e Jacó abençoou
Faraó. E Faraó disse a Jacó: Quantos são os dias dos anos de tua vida? E Jacó
disse a Faraó: Os dias dos anos das minhas peregrinações são de 130 anos;
poucos e maus foram os dias dos anos da minha vida e não chegaram aos dias dos
anos da vida de meus pais, nos dias das suas peregrinações” (Gn 47.7-9).
José
tinha então 39 anos de idade quando seu pai e seus irmãos chegaram ao Egito. E
Jacó viveu depois que chegou ao Egito, 17 anos – “E Jacó viveu na terra do Egito dezessete anos; de sorte que os dias de
Jacó, os anos da sua vida, foram cento e quarenta e sete anos” (Gn 47.28).
E viveu José mais 54 anos depois da morte de Jacó.
O
último versículo do livro de Gênesis informa-nos suscintamente que José morreu
da idade de 110 anos (Gn 50.26). E antes de dar seu último suspiro José fez
jurar aos filhos de Israel, dizendo: “Certamente,
vos visitará Deus, e fareis transportar os meu ossos daqui” (Gn 50.25; Ex 13.19; Js 24.32; Hb 11.22).
Quando a família de Abraão, Isaque e Jacó, que no
tempo dos patriarcas já eram conhecidos como os hebreus, desceram ao Egito nos
dias de José o rei ordenou que José os colocasse na terra de Gózen, ao oeste do
delta do Nilo ao sul da cidade do Cairo.
Durante o reinado de Amenemés III, 1.850 a.C., os
israelitas viveram um período de muita paz e prosperidade e mais ou menos antes
de 1730 a.C., o Egito foi conquistado gradualmente por um outro povo e o país
passou a ser governado por uma aristocracia estrangeira – os hicsos, um povo
semita vindo da Ásia.
Gózen foi uma das primeiras áreas conquistadas e
a escravidão foi imposta aos filhos de Israel. Mais tarde os hicsos foram
derrotados pelos egípcios, mas as coisas não melhoraram para os filhos de
Israel pois o povo havia crescido muito, e antes haviam estado muitos próximos
dos reis hicsos – um povo asiático, do que dos egípcios.
III –
DESENVOLVIMENTO
1. O livro de Êxodo - O livro do Êxodo
descreve o principal acontecimento histórico para os israelitas: Além de ser o
criador de todo o universo e aquele que estabeleceu uma aliança com a família
de Abraão, Deus, em Êxodo, emerge como libertador e salvador dos israelitas.
Ele os livrou da escravidão egípcia e, neste
processo, moldou-os na qualidade de nação, como prometera a Abraão em Gn
12.1-3. Da mesma forma que uma criança, Israel “nasceu” como nação no Êxodo,
cresceu e desenvolveu-se no deserto, e atingiu a fase adulta na Terra Prometida.
O livro registra a origem desse povo e pode ser
considerada a Carta Patente Fundamental de Israel. Ao longo de toda esta obra
dramática, Deus demonstrou seu poder e sua santidade por meio de sinais
miraculosos e maravilhas. Por fim, por intermédio de Moisés no monte Sinai, o
Senhor ensinou a seu povo como se tornar um reino de sacerdote e uma nação
santa dedicada a servir-lhe e adorá-lo (Ex 19.6).
Êxodo foi escrito para que tivéssemos um registro
histórico e permanente dos atos de Deus, pelos quais Israel foi liberto do
Egito e organizado como sua nação escolhida. Através dos atos divinos, Israel
recebeu a revelação escrita, do concerto entre Deus e aquela nação.
Êxodo também foi escrito como um elo extremamente
importante da auto revelação geral e progressiva de Deus, tendo o seu ponto
culminante na pessoa do Senhor Jesus Cristo no NT.
O livro de Êxodo começa com a descrição do
sofrimento dos descendentes de Jacó no Egito, a saber: opressão, escravidão e
infanticídio, e termina com a presença, o poder e a glória de Deus manifesto no
Tabernáculo, no meio do seu povo já liberto, no deserto. O êxodo de Israel para
fora do Egito, é declarado em todo o AT como a mais grandiosa experiência de
redenção do velho concerto.
2. O nascimento de Moisés - Nos dias de Tutmés I, que foi o grande construtor do império egípcio, ele
considerou a presença dos filhos de Israel que eram considerados como
estrangeiros no Egito, uma ameaça à estabilidade da nação.
Então ordenou que as parteiras matassem os
meninos recém-nascido dos hebreus. Quando isso não funcionou, o rei ordenou que
os egípcios pegassem os meninos nascidos nas famílias hebréias e lançassem no
rio Nilo. A situação tornou-se desesperadora para os filhos de Israel.
O menino Moisés nasceu em um momento de
crueldade, sofrimento e desepero. Ele começou a viver numa época sombria, muito
depois da meia noite... O dia mais negro da história do povo hebreu até então.
Mesmo assim a vida continuou para o povo judeu.
Homens e mulheres se casavam, cuidavam de seus
filhos e tentavam viver como família, mesmo debaixo da opressão e de brutalidade
por parte dos egípcios. Nos primeiros versículos do cap.2 de Êxodo, lemos a
respeito de um casamento celebrado sobre
essas condições difíceis: “Foi-se um homem da casa de Levi e casou com uma
descendente de Levi. E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que era
formoso, escondeu-o por três meses” (Ex 2.1,2).
Moisés tornou-se um grande homem de fé porque os
pais de Moisés tinham fé. Eram levitas, isso significa que eles eram
comprometidos com as coisas de Deus. Pois assim se expressa o escritor da carta
aos Hebreus cap.11: “Pela fé Moisés,
apenas nascido, foi ocultado por seus pais, durante três meses, porque viram
que a criança era formosa; também não ficaram amedrontados pelo decreto do rei”
(Hb 11.23).
Esse rei era Faraó, o governante avarento do
Egito. Ficamos sabendo aqui que essa criança foi protegida durante três meses
pela fé. Seus pais temiam mais o Deus dos céus do que um rei terreno, perverso
e mau. Não deve ter sido fácil esconder um menino sadio. Mas, em vista de sua
reverência a Deus e confiança no Senhor vivo, eles fizeram exatamente isso.
Embora o Êxodo não mencione, Moisés não era o
primogênito, ele tinha uma irmã mais velha, Miriam – ainda menina, e um irmão
mais velho chamado Arão. “Não podendo,
porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou com betume
e piche, e, pondo nele o menino, largou-o à beira do rio” (Ex 2.3).
Com grande cuidado e ternura, Joquebede preparou
uma substância parecida com betume, encontrada nas margens do Nilo, e cobriu as
laterais de um pequeno cesto de junco, tornando-o impermeável. A mãe de Moisés
provavelmente, entrou na água e prendeu o cesto num lugar especial.
Ela não o empurrou simplesmente na correnteza,
mas colocou-o exatamente onde queria, Joquebede tinha um plano. Ela procurou
preparar o melhor plano possível em meio àquelas terríveis circunstâncias,
deixando os resultados finais para o Deus soberano.
É possível que Joquebede tivesse identificado
certos hábitos na filha de Faraó, ela sabia que nun certo lugar, numa certa
hora, a princesa ia banhar-se no rio. Pensou também que, se pusesse o cesto no
lugar certo e na ocasião certa, a princesa e suas criadas o veriam, ou pelo
menos ouviriam o choro do bebê. E foi exatamente isso que aconteceu. Joquebede
retornou para sua casa e Miriam, ficou de longe, para observar o que lhe havia
de suceder.
Desceu a filha de Faraó para banhar-se no rio, e
as suas donzelas passeavam pela beira do rio (Ex 2.1,2). Naquela conjuntura da história do Egito, duas
filhas de Faraó reinavam por algum tempo como corregente sobre uma região do
Nilo. Pode ser que Joquebede soubesse disso e tivesse colocado deliberadamente
seu amado filho perto de uma dessas corregentes.
Joquebede esperava que a princesa, pessoa de
grande influência visse a criancinha indefesa e se apiedasse dela. Os egípcios
consideravam o Nilo um de seus deuses. Será que a princesa acreditaria que um
de seus deuses trouxera o menino? Parece que Joquebede acreditava que sim. Mas
como ter certeza? Só podia por seu filho e à si mesma à mercê de Deus. Não
restava mais nada a fazer.
3. O zelo precipitado de Moisés e sua fuga – As Escrituras, dizem simplesmente que quando a
princesa abriu o cesto de jnunco e viu a
criança, o menino chorava. A princesa teve compaixão do menino e disse: Este é
menino dos hebreus. Tinha certeza que aquela criança era hebréia e que sua mãe
não teve coragem de afogar o próprio filho.
Miriam irmã de Moisés sutilmente se aproximou. Eis
o que a Bíblia diz: “Então disse sua irmã à filha de Faraó: Queres que eu vá
chamar uma das hebréias que sirva de ama e te crie a criança?” (Ex 2.7). Miriam
não contou a princesa que a ama hebréia era a própria mãe do bebê.
Possivelmente a menina havia sido treinada para
que tudo pudesse parecer natural e espontâneo, era como se dissesse: Talvez eu
possa arranjar alguém para ajudá-la, princesa. Respondeu-lhe a filha de Faraó:
Vai, saiu a moça e chamou a mãe do menino. Então lhe disse a filha de Faraó:
Leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário.
A mulher lhe tomou o menino e o criou (Ex 2.9).
Joquebede não só recuperou o filho da morte, como obteve sanção e proteção
oficial da filha de Faraó, e também ganhou para criá-lo. As Escritura nos
dizem: “Sendo o caminho dos homens
agradáveis ao Senhor, este reconcilia com eles os seus inimigos” (Ex
2.1,2).
“A mulher tomou o menino, e o criou. Sendo o
menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, da qual passou ele a ser
filho. Esta lhe chamou Moises, e disse: Porque das águas o tirei” (Ex 2.9,10). O pequeno Moisés ganhou não só
seu próprio quarto, como também váriios outros aposentos.
Não aprendeu as lições escolares mais em casa,
sob os cuidados de Joquebede, mas com os cultos tutores egípcios. Estes
começaram a instruir o confuso rapazinho quanto ao protocolo, estilo de vida, e
cultura egípcia. Ele teve de passar por todos os processos de reorientação para
o trono.
Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios
” (At 7.22). O texto original diz: Em
toda sabedoria do Egito”. Nos tempos de Moisés menino, as pessoas se
referiam a um indvíduo brilhante “como tendo a sabedoria dos egípcios”. Embora
educado no Egito, Moisés não se deixou absorver por essa cultura.
Desde bem cedo, Moisés mostrou ser homem dotado
de visão, espírito de sacrifício e determinação. Só um homem assim poderia
livrar os israelitas do exílio do Egito. Ele observou a pesada servidão deles,
e teve compaixão de seu povo. E, ao defender um compatriota hebreu, matou o
egípcio atacante.
Além do trabalho pesado, os hebreus estavam sendo
maltratados. Moisés observou isso, e seu coração voltou-se para o seu povo.
Moisés ocultava as evidências de seu crime; mas a questão não terminou com o
egípcio sepultado na areia. No dia seguinte, Moisés tentou interromper uma
briga entre dois hebreus.
Mas acabou sabendo, da parte de um dos
antagonistas, que seu ato homicida tinha sido visto e, sem dúvida, discutido
entre os observadores. Isso significava que, em breve, a história inteira seria
descoberta, e Moisés passaria a ser
caçado pela justiça de Faraó.
Este estaria agora ouvindo as notícias ou em
breve as ouviria, de que Moisés matara um egípcio. Então mandaria matar Moisés.
E assim Moisés fugiu para seu exílio de quarenta anos na terra de Midiã, o
segundo grande círculo de sua vida.
IV – CONCLUSÃO: Nas
Escrituras Moisés é retratado como um ser plenamente humano, seu nascimento
nada tem de especial, embora, as circunstâncias sejam raras. Quando
recém-nascido, deveria ser posto à morte por ordem de Faraó (Ex 1.16.22;
2.1-3).
Providencialmente, foi resgatado e guardado em segurança dentro do
próprio palácio de Faraó. Foi preparado para seu papel único na corte do Egito
e também instruído para o papel que haveria de cumprir no deserto, na própria
área onde deveria servir como agente de Deus em favor do seu povo. Seu chamado
para o serviço não foi usual, mas o chamado foi real (Ex 3.4-12).
Depois Deus falou a Moisés numa sarça ardente, ele não era mais apenas um
israelita ou um pastor a serviço de um midianita. Ele era um homem com um mandato
divinamente atribuído. Ele tinha uma insigne missão e pôs-se imediatamente a
cumprir as várias tarefas que constituiam essa missão. Moisés serviu como
portador de Deus a Israel e a Faráo.
Consultas:
Lições Bíblicas EBD-CPAD - 1º.
Trimestre 2014 – (Comentarista: Pr. Antônio Gilberto).
COELHO, Alexandre e DANIEL, Silas
Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida. Rio de Janeiro, 2013. Editora
CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal
READMACHER. Early D. O Novo
Comentário do Antigo Testamento. Rio de Janeiro, 2010. 1ª. Edição
DAVIS, John. Novo Dicionário da
Bíblia – Ampliado e Atualizado. São Paulo 2005 – 1ª Edição. Editora
Hagnos.
CHAMPLIN. R. N. O Antigo Testamento
Interpretado Versículo por Versículo – Vol.1 Editora Hagnus
SWINDOLL. Charles R. – José – Um
homem íntegro e indulgente. São Paulo, 2000. Editora Mundo Cristão
SWINDOLL. Charles R. – José – Um
homem íntegro e indulgente. São Paulo, 2000. Editora Mundo Cristão