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sábado, 15 de outubro de 2022

As Abominações do Templo

 

LIÇÕES EBD-CPAD 4º. TRIMESTRE 2022

Uma abordagem transversalizada e contextualizada com esse novo tempo

Por: Pr. João Barbosa e Miss. Laudicéa Barboza

http://nasendadacruz.blogspot.com

TEMA DO TRIMESTRE: A JUSTIÇA DIVINA – A PREPARAÇÃO DO POVO DE DEUS PARA OS ÚLTIMOS DIAS NO LIVRO DE EZEQUIEL

Lição n.03- As Abominações do Templo - 16.10.2022

Ezequiel 8.5,6,9 -12,14,16

 

APRESENTAÇÃO

O livro do profeta Ezequiel é uma profecia que foi anunciada durante o exílio da Babilônia. Os oráculos ditados no livro estão entre 593 a.C. e 571 a.C. escrito na perspectiva do exílio, ele prediz e explica a queda e destruição final de Jerusalém pelos babilônios em 587 a.C. e o futuro do povo de Deus depois desse evento devastador.

O livro em si é formado por quatro partes principais: 1. O chamado e comissionamento do profeta (Ez 1-3). 2. Oráculo de juízo contra Judá e Jerusalém (Ez 4-24). 3. Oráculo de juízo contra as nações (Ez 25-32). 4. Oráculos de restauração para Judá e Israel (Ez 33-48).

 

DESENVOLVIMENTO: O próprio Ezequiel é especificamente chamado no livro de ben-âdâm, uma frase normalmente traduzida por “filho do homem”, mas que literalmente significa “filho de Adão”. Assim como o primeiro Adão recebeu o fôlego da vida (Gn 2.7), também Ezequiel “filho de Adão” recebe infusão do espírito divino. O Espírito Santo levanta Ezequiel do estado prostrado em que ficou diante da visão da espantosa glória de Deus (Ez 2.1,2). Como o primeiro Adão, ele é testado na obediência que gira em torno da questão do comer, embora nesse caso o profeta é ordenado a comer tudo que o Senhor mandar (Ez 2.8).

Ezequiel foi levado em espírito ao portão Norte do templo (cap 8.1-4). Colocado na entrada do páteo, recebeu a ordem de olhar por um buraco que havia na parede. Ali ele viu “todas as formas de répteis e animais abomináveis de todos os ídolos da casa de Israel pintados na parede em todo o redor. Setenta homens dos anciãos da casa de israel com Jasanias filho de Safã que se achava no meio deles, estava em pé diante das pinturas, tendo cada um na mão, o seu incensário, e subia o aroma da nuvem de incenso” (cap 8.10,11). De volta à entrada do portão Norte do templo, Ezequiel viu algumas mulheres que lamentavam por Tamuz, um deus sumério relacionado à vegetação. Os adoradores desse ídolo acreditavam que, quando a seca chegava, no verão, ele morria; mas ressuscitava na primavera seguinte e trazia a chuva (cap 8.14,15). Tamuz era uma divindade da Babilônia que denominavam dumuzi ou duzi, que pode significar ”filho da vida” de onde vem a palavra Tamuz; era adorado em toda a Babilônia, na Assíria, na Fenícia e na Palestina. Deu nome ao quarto mê do ano semítico. Segundo essa lenda pagá, Tamuz era esposo da deusa Istar e rei do mundo inferior, deus das pastagens e patrono dos rebanhos e dos pastores. Ele próprio se denominava pastor. Morria anualmente para de novo aparecer no ano seguinte. Segundo entendiam alguns, o deus Sol Shamash é quem o matava. Como se pode observar, é uma história puramente mitológica. Todavia em seus pormenores simboliza o curso do sol, desde o nascimento ao ocaso, e a morte e o renascer da vegetação.

O profeta Ezequiel, em visão, presenciou, na porta da casa do Senhor que olha para a banda do Norte, umas mulheres que, assentadas, choravam a Adonis ou Tamuz, divindade pagã que havia entrado na Palestina (Ez 8.14),

CONCLUSÃO: Cirilo de Alexandria e Gerônimo identificavam-no com o deus fenício Adonis, com aceitação geral. Diz Gerônimo que os sírios celebravam uma solenidade anual a Adonis no mês de junho. Nesse mês, as mulheres choravam sua morte; depois que voltava a vida entoavam-lhe cânticos. Sabe-se de outras fontes que em Biblos, na Fenícia, existia o centro do culto a Adonis. Celebrava-se a festa anual em sua honra nas vizinhanças do templo de Afrodite no monte Líbano e durava sete dias. Começava pela comemoração do desaparecimento do deus. Enchiam vasilhas de terra com rebentos de trigo, de cevada, de alface e de funcho, a que chamavam jardins de Adonis, e os expunham ao calor do sol. O murchar das plantes simbolizava a morte da mocidade pelo deus-fogo morte. Depois saiam as mulheres à procura do deus Adonis. Finalmente o encontravam em um dos jardins. Este encontro era celebrado com atos de luxúria e cantos. Depositavam a imagem em um esquife, mostrando em seu corpo a ferida que lhe fez o simbólico javali causador da morte do jovem deus. O povo se assentava no chão ao redor do ataúde, rasgavam os vestidos e as mulheres soltavam estrondosas lamentações. Ofereciam sacrifícios ao deu morto e sepultavam o ídolo.

 

 

Bibliografia

Revista EBD CPAD – Adultos - 4 trimestre 2022– Comentarista Esequias Soares

Livro A Justiça Divina – Esequias Soares & Daniele Soares Edit. CPAD 2022

Novo Comentário Bíblico São Jerônimo – Antigo Testamento-Raymond Brawn  outros Editora Paulus 2007

Israel no Exílio – Uma Interpretação Teológica – Ralph W. Klein – Editora Paulus 2012

Comentário Bíblico Brice – Antigo e Novo Testamento NVI – 2 edição 2012. Editora Vida.

Bíblia de Estudo Pentecostal / Bíblia do Pregador Pentecostal / Bíblia de Estudo Profética Tim Lahaye – Almeida Corrigida Fiel/

Novo Dicionário da Bíblia John Davis Editora Agnus 2005

Todas as profecias da Bíblia – John F. Walvoord – Editora Vida 2012

 

 

 

 

 

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JOAO BARBOSA DA SILVA

sábado, 8 de outubro de 2022

Vem o fim

 LIÇÕES EBD-CPAD 4º. TRIMESTRE 2022


Uma abordagem transversalizada e contextualizada com esse novo tempo


Por: Pr. João Barbosa e Miss. Laudicéa Barboza

http://nasendadacruz.blogspot.com


TEMA DO TRIMESTRE: A JUSTIÇA DIVINA – A PREPARAÇÃO DO POVO DE DEUS PARA OS


ÚLTIMOS DIAS NO LIVRO DE EZEQUIEL

Lição n.02- Vem o Fim - 09.10.2022


Ezequiel 7.1-10


APRESENTAÇÃO

Neste texto sagrado, o profeta Ezequiel profetiza a chegada do fim para os quatro cantos da terra. Nós

percebemos ao longo da história, que vários reinos e várias civilizações chegaram ao fim e

desapareceram. O fim pode ser também o encerramento de um ciclo e o início de um novo ciclo da vida

humana. Para os salvos em Cristo, o fim desta terra e deste céu atmosférico pode ser o começo de um

novo céu e uma nova terra nos quais habita a justiça (2Pedro 3.10-13).

O juízo divino descrito no discurso profético do capítulo 7 de Ezequiel é endereçado à “terra de Israel”, ou

seja particularmente a seus habitantes, mas, tem implicações globais. Os contemporâneos do profeta

Ezequiel na Babilônia, e até mesmo em Jerusalém recusaram a mensagem dos profetas, principalmente

de Ezequiel e Jeremias, por não acreditarem que Javé permitisse que os ímpios conquistasse a cidade e

destruísse o templo.

DESENVOLVIMENTO

Embora o profeta Ezequiel estivesse no exílio, longe de Jerusalém e do templo, ele recebeu uma gloriosa

visão da magestade divina. Em particular, ele viu “quatro seres viventes” (Ez 1.5), semelhantes ao homem,

mas, com quatro rostos. O primeiro era de um homem; o segundo, de um leão; o terceiro, de um boi; e o

quarto, de uma águia. Os teólogos diferem quanto à interpretação desta passagem, mas parece razoável

entender o rosto humano como uma indicação da inteligência; o do leão como demonstração da

autoridade; o do boi, uma representação da força; e o da águia, a mais nobre das aves, uma referência à

nobreza. Apesar das mensagens concedidas a Ezequiel variarem, elas tinham o propósito de representar

a glória de Deus mencionada várias vezes no livro. (Ez 1.28; 3.12,23; 8.4; 9.3; 10.4,18, 19; 11.22,23;

30.21; 43.2,4,5; 44.4).

Depois dessas gloriosas revelações, o profeta Ezequiel caiu prostrado com o rosto em terra e ouviu a voz

de um ser mencionado no cap 1.25. Embora o profeta Ezequiel fosse sacerdote por meio de sua linhagem

humana ele recebeu a vocação especial para ser um profeta de Deus. Foi-lhe dito que seria enviado a um

povo duro e obstinado cap.2.4. Ele recebeu a missão de entregar-lhes a mensagem, que ouvissem ou que

deixassem de ouvir cap 2.7. Recebeu também um rolo que, estendido, continha “lamentações, suspiros e

ais” cap.2.10.

No cap 6.1-14 do livro do profeta Ezequiel, Deus predisse a destruição desses montes de Israel, bem

como dos ribeiros e vales (Ez 6.1-3). Os judeus deveriam adorar no templo em Jerusalém, mas a idolatria

pagã fizera com que eles construíssem altares nos autos, por toda a terra. O Senhor predisse que tais

monumentos seriam feitos em pedaços, que os cadáveres dos israelitas mortos seriam espalhados em

frente aos seus ídolos e suas cidades seriam destruídas cap 6.5-7. Quando estivessem numa terra

distante, os que escapassem se lembrariam da razão pela qual o Senhor julgou a Israel, e a nação

conheceria o poder de Deus cap 6.8-10.

Por causa de seus pecados, o país ficaria desolado cap 6.11-14. E se cumpriu no exílio babilônico (2Cr

36.11-15). Deus fora clemente com Israel por muitos anos, mas a sua paciência chegara ao fim. Ele

descarregaria sobre o povo a sua ira e não mais o pouparia cap 7.1-4. Por toda Canaã haveria pânico,

quando o dia da ira de Deus fosse derramada sobre ela. Israel saberia que era o Senhor quem o punia cap

7.5-9. O dia de seu juízo chegára, semelhante ao momento em que a flor desabrocha plenamente,

Ninguém possuiria a terra, nem o vendedor nem o comprador cap 7.11-14. No tempo da destruição os

israelitas vestiriam panos de saco, raspariam as cabeças e jogariam pelas ruas os seus tesouros de ouro e

de prata cap 7.15-20. Seus despojos seriam para os saqueadores, que tomariam toda a sua riqueza e

profanariam seu lugar sagrado cap 7.22. A tristeza e a destruição se estenderiam a todo povo. Deus faria

que não apenas os reis e príncipes se lamentassem, mas toda nação fosse tomada de terror cap 7.23-27.

Tudo isso se cumpriu no exílio babilônico. Quando chegar a vez do sofrimento de Judá, a destruição será


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completa. A última parte do ver 10 e a primeira parte do ver 11 foram traduzidas da seguinte forma: “A

arrogância floresceu. A insolência brotou. A violência tomou a forma de um rebento de maldade”. Nada de

importante ou de extraordinário será deixado pelo rei da Babilônia em toda a terra.

CONCLUSÃO: A palavra “fim” possui vários significados em nossa língua portuguesa. Em sua acepção

clássica, fim significa termo, remate ou conclusão de alguma coisa. Porém, fim pode significar também um

propósito, um alvo, um tempo, ou conclusão de alguma coisa. Sabemos que no passado remoto, um

dilúvio universal veio sobre os quatro cantos da terra e pôs fim a uma civilização inteira por causa da

corrupção do gênero humano. Porém, Deus, por sua infinita graça e misericórdia, proveu uma arca por

causa de Noé e sua família (Gn 7.1). Da mesma forma quando o fim chegar aos quatro cantos desta terra,

Deus proverá um lugar seguro para o povo salvo que aceitou Jesus como Salvador, que desfrutará de um

novo céu e uma nova terra (Is 65.17; 66.22; Ap 21.1)


Bibliografia

Revista EBD CPAD – Adultos - 4 trimestre 2022– Comentarista Esequias Soares

Livro A Justiça Divina – Esequias Soares & Daniele Soares Edit. CPAD 2022

Novo Comentário Bíblico São Jerônimo – Antigo Testamento-Raymond Brawn outros Editora Paulus 2007

Israel no Exílio – Uma Interpretação Teológica – Ralph W. Klein – Editora Paulus 2012

Comentário Bíblico Brice – Antigo e Novo Testamento NVI – 2 edição 2012. Editora Vida.

Bíblia de Estudo Pentecostal / Bíblia do Pregador Pentecostal / Bíblia de Estudo Profética Tim Lahaye – Almeida Corrigida Fiel/

Todas as profecias da Bíblia – John F. Walvoord – Editora Vida 2012


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JOAO BARBOSA DA SILVA

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Ezequiel o Atalaia de Deus

 LIÇÕES EBD-CPAD 4º. TRIMESTRE 2022

Uma abordagem transversalizada e contextualizada com esse novo tempo

Por: Pr. João Barbosa e Miss. Laudicéa Barboza

http://nasendadacruz.blogspot.com

TEMA DO TRIMESTRE: A JUSTIÇA DIVINA – A PREPARAÇÃO DO POVO DE DEUS PARA OS ÚLTIMOS DIAS NO LIVRO DE EZEQUIEL

Lição n.01- Ezequiel o Atalaia de Deus - 02.10.2022

Ezequiel 3.16-21,27

APRESENTAÇÃO: Ezequiel significa “força de Deus” ou “fortalecido por Deus”. Este é um nome adequado para um homem piedoso, de forte caráter, particularmente à luz das dificuldades que teve ele de enfrentar durante sua vida e ministério. Ezequiel era um sacerdote, chamado por Deus ao ministério profético com trinta anos de idade passando também a exercer seu ministério sacerdotal segundo a lei de Moisés. Da idade de trinta anos para cima até os cinquenta anos serão todo aquele que entrar neste serviço, para fazer o trabalho da congregação (Nm 4.3).

DESENVOLVIMENTO

Ele foi levado cativo para a Babilonia na segunda deportação por Nabucodonozor; embora o rei da Babilônia não entendesse os mistérios de Deus, ao enviar o profeta para viver entre os cativos de Judá junto ao rio Quebar, cumpria um proósito de Deus a fim de que o seu povo fosse assistido mesmo no exílio. Ao mesmo tempo Deus permitiu que Nabucodonozor deixasse em Jerusalém entre os nãos deportados, Jeremias – que também era sacerdote e profeta. Na primeira deportação o rei levou também Daniel acompanhado dos seus companheiros Ananias, Mizael e Azarias todos de linhagem nobre para viverem no palácio real onde Deus chamou Daniel para exercer o ministério profético dentro do palácio do rei. Dessa forma vemos que Deus deixou um sacerdote e profeta entre os cativos de Judá junto ao rio Quebar, província da Babilônia, um sacerdote e profeta em Jerusalém para assistir os que não foram deportados – Jeremias, e levou Daniel para o palácio real onde o chamou para o ministério profético, de forma tal que o cuidado de Deus era manifesto ao seu povo onde eles estivessem como atalaias de Deus. (Ez 1.1-3; Dn 1.4-6,8; Jr 1.1-5).

Ezequiel 33:1–9 explica o papel e a importância de um atalaia. O Senhor chama profetas, outros líderes da Igreja e do sacerdócio, e os pais para que sejam atalaias para Seu povo. A ação do atalaia é direcionada tanto para justos como para injustos. Como atalaia, Ezequiel alertou sobre o futuro juízo de Jerusalém. O profeta não só lida com Jerusalém e Judá antes da destruição do templo, mas também profetiza contra as nações vizinhas: Amom, Moabe, Edom, Filistia, Tiro, Sidom, Babilônia e Egito. Castigos contra essas nações agora estão registrados nos livros de história (Ez 25 – 32). O livro de Ezequiel contem profecias concernentes aos judeus de hoje. No livro estão as profecias sobre a restauração da terra, da cidade, do templo e da glória do Senhor no meio de Israel. Ezequiel também é relevante para os cristãos, pois é por meio deste livro que Deus revela parte do seu plano para consumar a história no vindouro “dia do Senhor” e no mundo glorioso do futuro (Ez 33.7). “A ti, pois, ó Filho do Homem, te constitui por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca e lha anunciarás da minha parte”. Este poderoso profeta obtinha sua força de quatro fontes: Primeiro, das visões de Deus e seu trono, que eram espantosas e motivadoras. Segundo, “a Palavra do Senhor” mencionada cinquenta vezes vinha até ele. Além disso, “a mão do Senhor” (ocorre sete vezes) e “o Espírito de Deus” (mencionado 26 vezes) o fortalecia.

Ezequiel é classificado juntamente com Daniel e Zacarias, no AT, e com Apocalipse, no NT, como um dos livros de maior conteúdo apocalíptico da Bíblia. Não é sem razão que o livro de Apocalipse faz alusão a Ezequiel sessenta e quatro vezes. No clímax do livro, está a descrição de um templo glorioso (Ez 40-48). Alguns acham que esta é uma representação simbólica de um centro de adoração ideal e que nada tem a ver com os grandes templos espalhados pelo mundo afora.

O atalaia é uma pessoa que está encarregada de vigiar determinada área. Nesse caso, é sinônimo de sentinela ou vigia. “Ficar de atalaia” é uma expressão que indica o ato de ficar de guarda, à espreita, vigilante e atento a algo que possa estar para acontecer ou alguém que possa estar se aproximando. No caso, o atalaia de Cristo é uma pessoa encarregada de proclamar ao mundo que algo grandioso está para acontecer e que o dia da volta do Senhor está se aproximando. Cada cristão é um atalaia incumbido de levar as pessoas a Cristo, a fim de escaparem dos juízos que virá sobre a humanidade pecadora. Em 2Re 9.17, é dito que “o atalaia estava na torre de Jezrreel, e viu atropa de Jeu que vinha, e disse: vejo uma tropa... “ A função principal do atalaia era alertar todos sobre a aproximação do inimigo; alertá-los do perigo! O profeta Isaias escreveu: “Porque assim me disse o Senhor: vai, e põe uma sentinela, e ela que diga o que vir”. O atalaia precisa anunciar o que está vendo! Em Is 21.8, o profeta Isaias ainda disse: “E clamou como um leão: Senhor, sobre a torre de vigia estou em pé continuamente de dia, e de guarda me ponho noites inteiras”. O atalaia nunca poderá ser omisso.

CONCLUSÃO: Deus levantou profetas desde Moisés como Samuel, Natã, Elias, Eliseu, Isaias, Jeremias, Ezequiel, Daniel e tantos outros como grandes atalaias (Lc 24.44). No NT ele dá uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores. Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos a unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. (Ef 4.11-14). Além de tantos outros pregadores que Deus tem levantado como atalaias sobre a nova aliança hoje, Deus ainda levanta atalaias para alertar o mundo sobre a iminente volta do Senhor Jesus Cristo para arrebatar a sua igreja (2Pe 3.1-7).

 

Bibliografia

Revista EBD CPAD – Adultos - 4 trimestre 2022– Comentarista Esequias Soares

Novo Comentário Bíblico São Jerônimo – Antigo Testamento-Raymond Brawn  outros Editora Paulus 2007

Israel no Exílio – Uma Interpretação Teológica – Ralph W. Klein – Editora Paulus 2012

Comentário Bíblico Brice – Antigo e Novo Testamento NVI – 2 edição 2012. Editora Vida.

Bíblia de Estudo Pentecostal / Bíblia do Pregador Pentecostal / Bíblia de Estudo Profética Tim Lahaye – Almeida Corrigida Fiel


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JOAO BARBOSA DA SILVA

sábado, 12 de outubro de 2019

O Menino Samuel.2


O Menino Samuel.2
Texto Bíblico: 1Samuel 1.20-28
Por: Pr. João Barbosa
Elcana era um levita que vivia nos montes de Efraim. Embora fosse homem de grande riqueza e influência era um dos que temia ao Senhor naqueles tempos de decadência espiritual em Israel. Sua esposa, Ana, era uma mulher piedosa e fervorosa, meiga e humilde. Seu caráter se distinguia por um grande ardor e fé elevada.

A bênção tão ansiosamente buscada por todo hebreu era negada a esse bom casal. Seu lar não se alegrava com vozes infantis e o desejo de perpetuar seu nome levou Elcana assim como já havia levado muitos outros hebreus a contrair um segundo matrimônio. Mas este passo, motivado pela falta de fé em Deus, não trouxe a felicidade.

Filhos e filhas foram acrescentados à casa de Elcana; mas a alegria e a beleza da sagrada instituição matrimonial instituída por Deus foram manchadas, e a paz na família fora interrompida. Penina, a nova esposa era ciumenta e dotada de espírito mesquinho, e conduzia-se com orgulho e intolerância para com aquela que ela considerava sua rival. Para Ana, a esperança parecia estar destruída, e a vida tornara-se um fardo pesado. Enfrentou, todavia, a prova com resignada mansidão.

O COSTUME DA POLIGAMIA – A poligamia era um costume social aceito por todo o Oriente Médio. Também era uma prática comum entre os antigos israelitas. Embora possa parecer que a poligamia se desvia da concepção original de Deus para o casamento, (como ilustrado em Gn 2.24), a prática era permitida segundo a lei de Deus, particularmente nos casos de primeiro casamento sem filhos, ou em casamentos leviratos (Dt 25.5-10).

No antigo Israel, a ausência de filhos era considerada uma tragédia na família, por várias razões. Numa cultura agrária, filhos era o necessário para ajudar no trabalho do dia a dia. Sem eles,o nome da família não seria preservado. E sem um herdeiro a família não poderia manter o seu espaço na tribo.

Finalmente, uma mulher sem filhos, jamais seria mãe ou o ancestral do prometido messias (Gn 3.15). Então Elcana vendo que os anos passavam e Ana não lhe dava filhos, tomou uma segunda esposa, Penina, por uma razão que era legítima no mundo antigo: Sua esposa Ana era estéril. Naquele tempo, a responsabilidade por não haver crianças era atribuída a mulher, e a esterilidade da mulher, era frequentemente causa de divórcio. Embora a poligamia fosse um costume aceito, a lei de Deus estabelecia regras contra o casamento com muitas mulheres (Dt 17.17).

Além disso, as Escrituras registram os resultados trágicos da poligamia: que eram famílias divididas e turbulentas. Elcana observava fielmente as ordenanças de Deus. O culto em Siló ainda era mantido apesar do descaso dos sacerdotes. Por essas irregularidades no ministério, os serviços de Elcana no tabernáculo não eram exigidos, pois, sendo ele levita, deveria comparecer ao santuário.

Contudo, anualmente Elcana subia com sua família para adorar e sacrificar nas reuniões no tabernáculo. Mesmo entre as solenidades sagradas ligadas ao serviço de Deus havia influência de mal espírito que infelicitava o lar de Ana e Elcana. Depois de apresentarem as ofertas em ações de graças, toda família, segundo o costume estabelecido, unia-se em uma festa solene e prazenteira. Em tais ocasiões Elcana dava à mãe de seus filhos, (Penina), uma porção, para ela e para cada um dos filhos e filhas; mas em sinal de atenção para com Ana, dava-lhe uma porção dupla, significando que sua afeição por ela era a mesma que se ela tivesse um filho.

Então a segunda esposa, ardendo em ciúmes, reclamava a preferência, como sendo ela altamente favorecida por Deus, e escarnecia de Ana em sua condição de mulher destituída de filhos, como prova do desagrado do Senhor.

Isto se repetia de ano em ano, até    que Ana não pode mais suportar. Incapaz de ocultar sua mágoa, chorou sem constrangimento e retirou-se da festa. Elcana, seu marido procurou consolá-la. “Porque choras? Dizia Elcana. E porque não comes? E porque está mal teu coração!. E disse ele; Não te sou eu melhor de que dez filhos”?( 1Sam 1.2-11). Ana não proferiu censura alguma. O fardo que ela não podia repartir com amigo algum terrestre, lançou sobre Deus. Ansiosamente rogou que lhe tirasse a ignomínia e lhe concedesse o precioso dom de ter um filho e educar e o criar para Deus.

E fez um voto solene de que, se seu pedido fosse satisfeito, dedicaria o filho a Deus mesmo desde o seu nascimento. Ana tinha se aproximado da entrada do tabernáculo. E na angústia do seu espírito “orou, e chorou abundantemente”.

Contudo, mantinha em seu silencia comunhão com Deus, não proferindo nenhuma palavra. Naqueles tempos de decadência espiritual, cenas de adoração eram raramente testemunhadas. Festins  irreverentes, e mesmo embriagues, era coisas comuns, mesmo nas festas religiosas. E Eli, o sumo sacerdote, observando Ana, supôs que estivesse dominada pelo vinho.

Disse com severidade a Ana “Ate quando estarás tu embriagada? Aparta-te do teu vinho. Surpreendida com a repreensão do sacerdote, Ana respondeu com brandura: “Não Senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito. Nem vinho nem bebida forte tenho bebido. Porém tenho derramado a minha alma perante o Senhor. Não tenhas pois, a tua serva por filha de Belial. Porque da multidão dos meus cuidados e dos meus desgostos tenho falado até agora. Então o sumo sacerdote ficou profundamente comovido com s resposta de Ana, pois, era homem de Deus; e em lugar de repreençao proferiu uma benção: Vai em paz: e o Deus de Israel te conceda a tua petição que lhe pedistes.

A oração de Ana foi atendida; e recebeu a dádiva que tão fervorosamente havia rogado. Olhando para o filho, chamou-o Samuel – “porque dizia, a Deus o tenho pedido”. Logo que o pequeno Samuel teve idade suficiente para separar-se de sua mãe. “Isso só podia acontecer depois que o menino fosse desmamado entre dois e três anos de idade. Ela cumpriu seu voto.

Amava o filho com toda devoção de um coração de mãe, dia após dia observando suas faculdades infantis sigia-o estreitamente em suas afeiçoes. Era seu único filho, uma dádiva especial do céu; mas recebera-o como um tesouro consagrado a Deus, e não queria privar o doador daquilo que lhe era próprio.

Mais uma vez Ana viajou com o esposo para Siló e apresentou ao sacerdote, em nome de Deus, sua preciosa dádiva, dizendo: “por este menino orava eu”; e o Senhor me concedeu a minha petição que eu lhe tinha pedido. Pelo que também ao Senhor eu o entreguei por todos os dias em que viver.

Eli ficou profundamente impressionado com a fé e devoção daquela mulher de Israel. Ele próprio, pai, por demais condescendente, ficou atemorizado e humilhado vendo o grande sacrifício de uma mãe, separando-se do seu único filho, para que o pudesse dedicar ao serviço de Deus.

Sentiu-se reprovado pelo seu amor egoístico e com humilhação e reverência prostrou-se perante o Senhor e o adorou. O coração da mãe encheu-se de alegria e louvor, e ela almejava extravasar sua gratidão a Deus. O espírito de inspiração lhe sobreveio e orou ana e entoou um cântico ao Senhor (1Sm 2.1-11).

As palavras de Ana em seu cântico eram proféticas, tanto a respeito de Davi que reinaria como rei de Israel, como do Messias, o ungido do Senhor. Referindo-se a princípio a jactância de uma mulher insolente e contenciosa, o seu cântico aponta para a destruição dos inimigos de Deus e o triunfo final do seu povo remido. De Siló, Ana voltou silenciosamente para o seu lar em Rama, deixando o menino Samuel para ser educado para o serviço da casa de Deus sobre a instrução do sumo sacerdote.
 Consultas:
ELWELL Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológico da Igreja Cristã. Editora Vida Nova. S Paulo 2009
WHITE. Ellen G. Patriarcas e Profetas. Edit. Casa Publicadora Brasileira, Santo André, SPaulo, 1976
RADMACHER Earl D. O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora central Gospel. RJaneiro, 2010
WALTON John H. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia  - Antigo Testamento. Editora Vida Nova. São Paulo, 2018
CHAMPLIN. Antigo Testamento Interpretado Versículo por versículo. Vl 2. Editora  Hagnus. São Paulo, 2012

sábado, 5 de outubro de 2019

O Profeta Samuel e a Instituição da Monarquia.1


O Profeta Samuel e a Instituição da Monarquia.1
Texto Bíblico: 1Samuel 1.1-8
Por: Pr. João Barbosa

CRONOLOGIA EM PRIMEIRO SAMUEL – LINHA DO TEMPO
Ano 1.200 a.C
Os filisteus ocupam a costa do Mediterrâneo
De 1.110 a 1.010 a.C
Samuel exerce o seu ministério profético sobre Israel
Em 1.050 a.C
Samuel unge Saul a rei sobre Israel
Em 1.118 a.C
22 anos depois de Saul se tornar rei, Samuel unge a Davi como rei sobre Israel no lugar de Saul
Em 1.010 a.C
Davi começa a reinar em Hebrom                             
No ano 1.003 a.C
O reinado de Davi é reconhecido por todo Israel
Em 970 a.C
Davi morre e Salomão assume o trono

O período em que os juízes governaram sobre Israel foi de mais ou menos 450 anos até ao profeta Samuel (At 13.19,20; 1Re 6.1). Samuel era levita, filho de Elcana e Ana. Nasceu em Ramataim-Zofin, no território montanhoso de Efraim. Foi o último dos juízes e o primeiro dos profetas à Moisés (Lc 24.44). Uma categoria de servo de Deus que, quanto ao AT, prosseguiu até Malaquias, e, na verdade, até João Batista, o precursor do Senhor Jesus.

Este livro, de 1Samuel, foi chamado assim por causa do principal personagem das narrativas anteriores, o homem de Deus que ungiu os dois primeiros reis de Israel: Saul e Davi. Originalmente, 1º e 2º Samuel eram um livro só: O Livro de Samuel nas Escrituras hebraicas.

Quando estas foram traduzidas para o grego (a septuaginta), por volta do ano 150 a.C, os livros de Samuel e Reis foram agrupados para completar a história da monarquia hebraica. Essa unidade das Escrituras era dividida em quatro partes: Primeiro, segundo, terceiro e quarto reinados.

Os livros de Samuel e Reis foram separados novamente mais tarde, mas as divisões da tradução grega persistiram. Com isso, temos em nossas versões modernas os livros de 1º e 2º Samuel e de 1º e 2º Reis.

No início do livro de 1Samuel, a nação de Israel se encontrava em um baixo nível espiritual. Até mesmo o sacerdócio tinha se corrompido (1Sm 2.12-17). A situação tornava-se ainda mais grave, visto que os juízes em Berseba também eram desonestos (1Sm 8.2,3).

Com o mau exemplo desses perversos líderes, o povo passou a demonstrar desdém pelas Escrituras e recusou-se a dar ouvidos ao profeta Samuel. No entanto, mesmo em meio a toda aquela corrupção e apostasia, ainda permanecia um remanescente israelita fiel, que adorava a Deus com pureza e fé (1Sm 1.3).

Porém, mesmo o conteúdo do tabernáculo foi tocado nesses tempos tumultuosos e maus. A arca de Deus foi capturada pelos filisteus (1Sm 4.11). E depois de ser levada a permanecer na cidade dos filisteus durante sete meses (1Sm 5.1 – 6.16),  Tendo retornado a Bete-Semes (1Sm 6.19), sendo mantida em Quriate-Jearim (1Sm 7.1), até que Davi lhe trouxe para Jerusalém (2Sm 6.1-17).

Durante esse tempo, os israelitas passaram a ficar insatisfeitos com o governo abusivo dos juízes (1Sm 8.3). Os israelitas passaram a desejar as glórias de uma monarquia como as que eles viam nas nações vizinhas. Então, Deus lhes permitiu ter um rei igual ao das nações vizinhas. Foi então escolhido o bonito e alto rei Saul (1Sm 2.1).

Embora ele parecesse estar bem preparado para liderar a nação seu reinado acabou tragicamente porque Saul não seguia as orientações de Deus. Assim, entendemos porque boa parte das ações narradas em 1Sm está associada á queda, ao reinado e a vida tumultuosa de Saul, em contraste com a rápida ascensão do jovem e fiel Davi. O propósito de 1Samuel é prover um relato oficial da assenção da monarquia durante o tempo de Samuel, bem como do desenvolvimento dela sob o reinado de Saul e Davi entre os anos de 1.050 a 970 a.C., tempo em que os historiadores denominam de período do Reino Unido.

Os livros de 1º e 2º Samuel ilustram em vivas cores a pecaminosidade do coração humano e os inevitáveis maus resultados do pecado. Líderes piedosos de Israel, como Eli, Davi e Samuel, não acertaram sempre, pois, suas falhas também são salientadas no relato bíblico.

O quem é de admirar entretanto, é que esses três homens tiveram filhos que foram rebeldes contra o Senhor. Na qualidade de pais, os três enfrentaram tremendas dificuldades para encaminhar seus filhos na senda da retidão.

Assim, os filhos de Eli furtavam os sacrifícios trazidos pelo povo, blasfemavam contra Deus e cometiam fornicação, e isto no papel de sacerdotes que ministravam perante o Senhor (1Sm 2.13-17,22; 3.13). Não admira que eles tenham sido mortos pelos filisteus. O trágico, na história de Samuel, é que foi justamente por causa dos delitos de seus filhos que o povo de Israel chegou a exigir que lhes fosse dado um monarca (1Sm 8.5).

Saul começou seu governo como um homem humilde que recebia orientação do Espírito de Deus. No entanto, com o passar do tempo, ele passou a rebelar-se contra o Senhor, até que terminou sobre a influência de espíritos malignos, e foi atacado por excesso de inveja e fúria maligna que alguns especialistas pensam tratar-se de uma demência precoce, ou coisa ainda pior.

Sua queda moral e espiritual foi tão vertiginosa que ele acabou apelando para a pitonisa de En-Dor. Para quem chegara a receber instruções diretas da parte de Deus, isso foi como ser precipitado do céu para o inferno. Deus não mais lhe respondia. Lemos em 1Sm 28.6 “Consultou Saul o Senhor, porém este não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas”.

Por isso em seu desvario, e desesperado, Saul perguntou onde poderia encontrar uma médium que consultasse os mortos. Quando aconteceu a batalha dos israelitas com os filisteus, este conseguiram cercar Saul e os seus três filhos e o seu escudeiro com todos os homens de guerra que estavam em sua companhia.

A experiência pecaminosa de Davi provê-nos de uma triste instrução, que tem aspectos positivos e negativos. O grande rei Davi era homem segundo o coração de Deus. Mas, em um momento de falta de vigilância deixou se arrastar pela tentação, tendo se envolvido em adultério secreto e homicídio cometido sob circunstâncias das mais covardes.

E isso depois de ter exibido por anos a fio, grande fé e devoção ao Senhor. Todavia, tendo Davi finalmente reconhecido seus grandes pecados, foi espiritualmente restaurado por Deus (2Sm 12.13). O Senhor o perdoou e deu continuidade a benção a ele prometida, demonstrando-lhe, assim, graça e misericórdia. Entretanto, há um aspecto que não podemos esquecer a lição que esses incidentes nos ensinam.

É que, apesar da confissão sincera de Davi e de haver ele sido perdoado do por Deus, Deus consentiu que Davi sofresse inevitáveis consequências penais de seu pecado. Amom, seu primogênito o imitou e cometeu incesto com sua meia irmã, Tamar. Isso precipitou a vingança de Absalão, que terminou, traiçoeiramente tirando a vida de Amom e houve várias outras tragédias na família, como a da revolta de Absalão que violentou as mulheres de seu pai e acabou sendo morto com três dardos que lhes traspassara o coração, quando ele estava preso pelos longos cabelos, enroscado em um galho de árvores pendurado a um metro acima do solo.

Apesar desses pontos extremamente negativos na vida de Davi e de seus familiares mais diretos, ainda assim o Senhor muito o abençoou, assim como o seu reinado, em sua incalculável misericórdia. Deus também recuperou Bate-Seba, culpada com Davi de adultério. O Senhor também foi gracioso com Davi e Bate-Seba dando-lhes um outro filho, Salomão, que mais tarde se tornou sucessor de Davi e rei de Israel.

O escritor hebreu nos fornece um excelente material biográfico relacionado aos pais de Samuel. Primeiramente entra em cena o pai de Samuel, Elcana. E então surge Ana, por meio de quem o poder miraculoso de Deus haveria de operar e Ana engravidar de Samuel visto quando ela não tinha  condição de gerar filhos.

Ramataim-Zofin, no hebraico significa “vigilante em dupla altura” foi nesse lugar que nasceu tanto Elcana, pai de Samuel, quanto o próprio Samuel. Tornou-se a residência oficial de Samuel (91Sm 7;17; 8.4). Foi nesta cidade que se deu o sepultamento de Samuel (1Sm 25.1).

O juiz profeta Samuel, figura chave da história de Israel, merece portanto, cuidadosa introdução biográfica no livro. Os eruditos opinam que o AT mostra-se historicamente exato a partir da época de Samuel. Se não mesmo antes. Desde os tempos mais remotos, um fenômeno nunca igualado no caso da história das nações mais antigas do mundo, cujos primórdios perdem-se nos tempos em lendas e em mitos.

Ramataim-Zodim ficava na região montanhosa de Efraim, cerca de vinte e quatro quilômetros ao norte de Jerusalém. Josepho identificava essa localidade como Arimateia, referido no NT. Elcana, portanto, residia no território de Efraim, mas pertencia á tribo de Levi. Logo, era levita por descendência e efraimita por residência. Foi por esse motivo, que seu filho, Samuel, pode envolver-se sem empecilho algum nos atos do tabernáculo.


Consultas:
ELWELL Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológico da Igreja Cristã. Editora Vida Nova. S Paulo 2009
RADMACHER Earl D. O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora central Gospel. RJaneiro, 2010
WALTON John H. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia  - Antigo Testamento. Editora Vida Nova. São Paulo, 2018
CHAMPLIN. Antigo Testamento Interpretado Versículo por versículo. Vl 2. Editora  Hagnus. São Paulo, 2012

sábado, 6 de julho de 2019

A GRACIOSA DOUTRINA DA MORDOMIA CRISTÃ -07.07.19


A GRACIOSA DOUTRINA DA MORDOMIA CRISTÃ -07.07.19
Lucas 16.1-8, 42; Mt 20.8
Por: Pr. João Barbosa

MORDOMIA – (gr. oikonomia, que significa “administração de um lar”). A administração de deveres ou bens pelos quais a pessoa é responsável.

A pessoa que administra o lar é chamada “mordomo” (oikonomos “lei da casa”) ou “superintendente” (epitropos).

A ideia tem suas raízes na instituição da escravidão. O senhor nomeava um escravo para administrar seu lar com todo o patrimônio, inclusive ensinar e disciplinar os membros da família, especialmente outros escravos e as crianças.

Um exemplo clássico é a posição de José na casa de Potifar (Gn 39.4-6). A ideia comum de mordomia é encontrada em várias passagens do NT, notavelmente na parábola do administrador infiel (Lc 16; Mt 20).

O tutor de uma criança menor também podia ser chamado de mordomo (Gl 4.2). Um oficial do governo podia ser chamado mordomo (oikonomos). Na Bíblia Almeida atualizada ARA, é chamado tesoureiro ou procurador (epitropos) Lc 8.3.

A ênfase moderna na mordomia dos bens, embora seja uma realidade, o estudioso dessa doutrina deve ter cuidado para não obscurecer o fato de que a mordomia básica do cristão é a da vida e pregação ensinada no verdadeiro evangelho, e isto inclui o modo de como utilizar toda sua vida e não somente os bens e o dinheiro.

Deus confia seus bens ao homem, a fim de que este o administre com sabedoria, diligência, honestidade e fidelidade. Trata-se de uma relação de confiança entre Deus e o homem que está fundamentada no favor divino e não na lei.

Deus designou o homem como gestor ou mordomo da sua criação, com o imperativo divino de sujeitá-la e dominá-la (Gn 1.27-30; 2.15,16).

Após a queda do homem, a doutrina da mordomia não foi revogada. Deus sempre reivindicou ser o dono absoluto de tudo o que existe, e que os homens são apenas seus mordomos (Sl 24.1; 50.12; Ag 2.8; Cl 1.16).

No NT, Jesus ensinou a doutrina da mordomia em várias de suas parábolas: A do servo vigilante (Lc 12.35-48), a das dez minas (Lc 19.11-27), a dos trabalhadores da vinha (Mt 20.1-16 e a dos talentos (Mt 25.14-30).

Jesus não só nos ensinou sobre o que é mordomia, como viveu e ensinou como o mordomo chefe. Ele usou os dons que Deus lhe confiou para ensinar, pregar e curar.

O apóstolo Paulo também ensinou esta graciosa doutrina onde cuja ideia central no ensino do grande apóstolo é a de que cada crente é um mordomo (oikonomos de Deus).

A exigência de Deus para seus mordomos é de que cada um se ache fiel (1Co 4.1,2 – Almeida NAA), e tenha vida irrepreensível.

O apóstolo Pedro ensina também que cada crente deve servir uns aos outros com o dom que recebeu, como um bom mordomo da multiforme graça de Deus (1Pe 4.10).

A aplicação prática desta doutrina na vida da igreja, hoje, é de extrema importância. Isto porque esta doutrina nos constrange e nos obriga a colocar Deus em primeiro lugar na nossa maneira de viver.

Não vivemos mais para nós, mas para Deus. Jesus diz: Busquem em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas (Mt 6.33 Almeida NAA).

Num ensino cuidadoso desta doutrina aprendemos que não podemos dar nada para Deus, pois tudo é dele. Os dízimos e as ofertas são apenas devoluções que realizamos como expressão de confiança e dependência dele.

Assim se expressava Davi: “Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos” (!Cr 29.14). Jamais devemos esquecer que o que temos foi Deus que nos deu temporariamente para que possamos administrar essa porção de seus bens que está sobre nossos cuidados.

Nunca digas, pois, no teu coração: a minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque é ele o que te da força para adquirires riquezas, para confirmar sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais como hoje se vê  (Dt 8.17,18).

BIBLIOGRAFIA:
OLIVEIRA, Raimundo F. de. Como Estudar e Interpretar a Bíblia. Editora CPAD, 1986
Bíblia Tradução Revista e Atualizada. SBB
Bíblia Nova Almeida Atualizada
DYRNESS, William A. e KARKAINEN, Veli. Dicionário Global de Teologia. Editora Hagnus. São Paulo 2017
Dízimos e Ofertas são para Hoje? – Princípio Bíblico sobre o Privilégio de Entregar o LOPES, Hernandes Dias Pr. e CASSIMIRO, Arival Dias. Dízimo e as Ofertas. Editora Luz e Vida. São Paulo, 2017
RADMACHER, EARLY D. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento. Editora Central Gospel. Rio de Janeiro, 2010
ELWELLE. Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológico da Igreja Cristã. Editora Vida Nova. São Paulo, 2009
CHAMPLIIN. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia –  Editora Hagnus. São Paulo, 2006