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sexta-feira, 4 de maio de 2018

Lição 06 - Ética Cristã e Suicídio - 06.05.2018


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 06 - Ética Cristã e Suicídio - 06.05.2018
Texto Bíblico: 1Samuel 31.1-6
Por: Pr. João Barbosa

O suicídio é “a autodestruição, mediante a supressão intencional da própria vida”. Essa autodestruição usualmente se faz mediante meios súbitos e violentos; mas também deve ser reputado suicídio genuíno o debilitamento proposital do próprio corpo, a exposição proposital à enfermidades fatais, embora esses métodos sejam mais demorados.

os suicídios pessoais, por sua vez, são atos de inicativa individual. Não resultam de qualquer costume, mas usualmente são provocados por algum senso de desespero. Além disso, atualmente várias drogas usadas pelas pessoas produzem impulsos suicidas.

O termo suicóidio origina-se do latino sui (a si mesmo) e caedere (cortar, matar). A Bíblia nunca emprega essa palavra embora fale do assunto. Tanto a filosofia quanto na ética cristã falamos de dois motivos principais para o suicídio; O heróico e o desespero.

O suicídio heroico é exemplificado pelos “hamikazes” japoneses que, na segunda guerra mundial, lotavam seus aviões de explosivos e voavam contra um alvo militar, morrendo na explosão.

Outros exemplos seriam os carros de dinamite na guerra civil do Líbano, os críticos do sistema marxista que se queimavam vivos em praça pública durante a primavera política de Praga, ou os ataques iranianos contra navios internacionais durante a guerra Iran x Iraque.

Os especialistas verificam que o abuso das drogas, a depressão, o transtorno psíquico, o forte desequilíbrio emocional, o fracasso escolar ou profissional e a ruína financeira muitas vezes são causas de suicídios.

A causa principal de todos os cinco casos de suicídios relatados na Bíblia foi o fracasso espiritual:

a) Sansão nasceu de maneira miraculosa, porque sua mãe era estéril. Deus planejou que ele fosse dedicado ao ministério de juiz em Israel. O fracasso espiritual de Sansão começou com o casamento de uma filistéia em Timna, apesar das advertências do pai (Jz 14.3).

A situação de Sansão piorou quando ele começou a viver com uma prostituta, Dalila (Jz 16.11). Sansão é traído por ela, perde a vista e passa o restante de sua vida no cárcere, recobrando a força somente depois que seu cabelo cresce outra vez, durante a grande festa ao deus Dagon.

Sansão se suicida por motivos estranhos, morrendo junto com os pagãos, sob os escombros do templo que ele faz desmoronar (Jz 16.30).

b) Aitofel, o falso conselheiro de Absalão, inforcou-se ao ver que seu conselho fora rejeitado (2Sm 17.23).

c) Zinri, cometeu suicídio ao se ver derrotado: “Vendo Zinri que a cidade era tomada, foi-se ao castelo da casa do rei e o queimou sobre si, e morreu, por causa dos seus pecados que cometera” (1Re 16.18,19).

Esta triste história do rei de Israel comprova que existe uma nítida relação entre o suicídio e os pecados. Pecados não confessados podem levar o homem ao desespero emocional e ao suicídio.

d) Saul, o primeiro rei de Israel, suicidou-se por causa de práticas demoníacas, pois consultou a médium de En-dor (1Sm 28.1-19; 31.1-4).

e) Judas, se enforcou depois de trair o Senhor Jesus: “Então Judas, o que o traiu, vendo que Jesus fora condenado, tocado de remorso, devolveu as trinta moedas de  prata aos principais sacerdotes e aos anciãos, dizendo: Pequei, traindo sangue inocente.

Eles, porém, responderam: Que nos importa? Isso é contigo. Então Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se” (Mt 27.3-5; At 1.16-20).

Esta triste história mostra a relação entre fracasso espiritual, pecado não perdoado e suicídio por desespero. Todos os teólogos de todas as épocas e de todas as tradições cristãs condenam o suicídio.

Por outro lado, quando definimos as implicações do suicídio, notamos que o assunto comporta várias interpretações:

Crisóstomo, Eusébio, Ambrósio e Gerônimo apoiaram as mulheres cristãs que cometeram suicídio parta escapar das mãos sujas de perseguidores que queriam colocá-las em bordéis.

Agostinho de Hipona, por sua vez, apesar de louvar-lhes a fé condenou o suicídio dessas mulheres, ensinando que a pureza reside no coração e não no corpo físico (Mt 5.8). Agostinho também condenou o suicídio de Sansão.

Tomás de Aquino, considerado um dos maiores teólogos católico e o maior representante do alto Escolaticismo, classificou o suicídio como o pior de todos os pecados e ensinou que a pessoa que se suicida mata o próprio corpo e a alma.

As igrejas evangélicas tradicionalmente condenam o suicídio, mas não o suicida. “O suicida se torna  culpado somente diante de Deus, o Criador e Senhor de sua vida. O suicídio é condenável como pecado de falta de fé por haver um Deus Vivo...”

O ensino bíblico quanto ao suicídio:
a – A Bíblia não contém um mandamento explícito que proíba o suicídio porque subtende-se que Deus criou o homem, que ele é o sustentador, o doador da vida, e que deseja proteger e abençoar a vida humana (Gn 1.27,28; Ex 20.13; Dt 5.17. Jo 10.10).

b – O suicídio sempre é errado porque é o assassinato de um ser feito à imagem de Deus (Gn 1.17,18; Ex 20.13; Dt 5.17). É paradoxal concluir-se que a melhor coisa que alguém pode fazer para si é destruir a si mesmo. Poderia a melhor coisa para si ser o ato final contra si mesmo?

c – O suicídio é errado porque a Bíblia ensina que devemos amar uns aos outros como a nós mesmos (Mt 22.39; Ef 5.29).

d – O suicídio é errado porque a pessoa julga não ter mais nem um outro recurso para resolver seu problema, enquanto a Bíblia nos convida a confessar nossos pecados e lançar nossa ansiedade sobre Cristo (1Jo 1.7; 1Pe 5.7).

e) A solução para os candidatos ao suicídio é acabar com as prátricas malígnas do espiritismo (1Sm 31.4), com a vida mentirosa e enganosa, (Judas em Mt 27.5); confessar os pecados (1Jo 1.7); valorizar a si mesmo (Mt 22.39); conviver positivamente com as tensões e angústias (Jo 14.17, 27; 16.33;).

Aprender confiar em Cristo em todo momento da vida; lançar os problemas sobre Jesus; crê na suprema providência e graça divina; aceitar o fato de que Cristo veio ao mundo para oferecer vida eterna e abundante (Jo 10.5).

Cristo valoriza e direciona a vida. Ele dá à vida seu valor real (Jo 10.10). Ele é a vida (Jo 11.25; 14.6) e dá sua vida (Jo 10.18).

“O suicídio é um gesto de solidão, os últimos e decisivos motivos quase sempre permanecem ocultos”. O candidato ao suicídio precisa vencer a honra ferida, o fracasso financeiro e os graves erros pessoais.

Não há então lei humana ou divina que possa evitar o gesto; somente o consolo da graça e o poder da intercessão fraternal pode ajudar em tal provocação.

Não é o direito à vida, mas a graça de poder continuar vivendo sob o perdão de Deus que pode resistir a essa tentação do suicídio.

Mas quem haveria de afirmar que a graça de Deus não pode abranger e carregar também o fracasso diante dessa mais dura tentação?

“Qualquer, porém, que fizer tropeçar um desses pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!” (Mt 18.6,7; Lc 17.1,2).

Consultas:
BAPTISTA Douglas.Comentarista da Lição Bíblica do 2º. Trimestre.  Valores cristãos – Enfrentando as questões morais de nosso tempo.
BAPTISTA Douglas. Valores cristãos – Enfrentando as questões morais de nosso tempo. CPAD. Rio de Janeiro 2018
Bíblia de Estudo NTLH
KAISER. Walter. C. Jr. O cristão e as Questões Éticas da Atualidade. Editora Vida. São Paulo. 2015
CHAMPLIN Norman Russell. Enciclopédia de Bíblia  Teologia e Filosofia. Vl 2,6.
VETH, Gene Edwuard Jr. Tempos Pós-Modernos – Uma avaliação  cristã do pensamento e da cultura da nossa época. Edit. Cultura Cistã. São Pauulo  1999
FRAME, John M. A Doutrin da Vida Cristã. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2013
REIFLER, Hans ULRICH. A Ética dos Dez Mandamentos. SPaulo 1992
GEISLER, Norman L. Ética Cristã – Alternativas e Questões Contemporâneas. Edit. Vida Nova São Paulo, 2010
ACH Fritz. Carta aos Hebreus – Comentário Esperança. Editora Esperança. Curitiba, 2013
CHAFFER. Teologia Sistemática. Vl 7 & 8. Editora Hagnus. São Paulo, 2008
CHAMPLIN Norman Russell. Novo Dicionário Bíblico – Completo, Prático e Exegético. 1ª Edição.  Editora Hagnos, Sao Paulo, fevereiro, 2018
BROWN, Raymond e outros. Novo Comentário Bíblico São Jerônimo – Antigo Testamento. Editora Academia Cristã. São Paulo, 2007


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