Subsídios
Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição
09 - Ética Cristã e Planejamento Familiar - 27.05.2018
Texto Bíblico: Gênesis 1.24-31
Por: Pr. João Barbosa
O controle da natalidade são políticas
estatais onde o governo tem o objetivo de refrear ou diminuir o aumento populacional, enquanto que o planejamento
familiar diferente do “controle da natalidade”, consiste em uma decisão voluntária
por parte do casal.
O planejamento familiar trata de uma
decisão voluntária e sensata por parte dos pais quanto ao número de filhos que
possam criar e educar com dignidade. No planejamento familiar fatores diversos
são analisados, tais como, a saúde dos pais, as condições e a renda da família,
o tempo entre uma e outra gestação.
No planejamento familiar a decisão de
ter filhos é algo restrito á realidade de cada lar constituído. Algumas famílias
terão condições econômicas, psicológicas e estruturais para criar um único
filho e outras podem criar um número maior de filhos. E isso, quando
respeitadas as condições e ou as limitações particulares, não enaltece nem deprecia
as famílias.
Essa ideia de utilizar o controle de natalidade
como método de diminuir os nascimentos, vem das teorias malthusiana e neomalthusiana, teorias demográficas que analisam o alto índice
populacional de um país como o fator principal de seu baixo desenvolvimento
econômico, colocando em vista que os países com maiores índices de
desenvolvimento econômico tem baixo crescimento populacional, e conseguem esse
fato a partir da utilização dos controles de natalidade.
A China, por exemplo, utilizou durante décadas uma
política de controle de natalidade conhecida como Política do Filho
Único, onde ela regulamenta por lei que os casais não podem ter mais do que
um filho, sendo penalizados caso tenham um segundo filho, ou mais.
Essa política vigorou de 1970 até 2015, quando foi
modificada para permitir até dois filhos por casal. Muitos analistas indicam
que ela tenha auxiliado na contenção da explosão demográfica no país,
visto que a China é o país mais populoso do mundo, e atualmente se encontra
entre as maiores potências mundiais.
Porém essa política implica em problemas
relacionados a abortos de bebês do sexo feminino, pois há preferência ao sexo
masculino, principalmente nas áreas rurais do país, causando um desequilíbrio
na população da China, onde há mais homens do que mulheres.
Planejamento familiar no Antigo
Testamento – Na antiga aliança a fertilidade era vista
como uma dádiva divina: “Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do
ventre, é o seu galardão” (Sl 127.3). Nesse contexto, ter muitos filhos era
sinal de benevolência do Altíssimo e sinônimo de fertilidade (Sl 127.5).
A
esterilidade era motivo de discriminação (1Sm 1.6,7), provocava desavenças
familiar (Nm 30.1,2) e era vista como vergonha (Gn 30.23). Em contraste a essa
cultura, as esposas dos patriarcas foram estéreis e sofreram muito até que Deus
lhes abriu a madre.
Sara
concebeu na velhice e gerou apenas um filho: Isaque (Gn 21.2). Isaque, ao casar-se,
durante vinte anos orou pelo ventre de Rebeca, e ela gerou dois filhos: Jacó e
Esau (Gn 25.21).
Raquel, a
esposa amada de Jacó, após anos de espera também concebeu apenas dois filhos:
José e Benjamim (Gn 35.24). Percebe-se então, no caso dos patriarcas, a
intervenção divina e as diferenças do multiplicador de família para família.
Planejamento familiar no Novo
Testamento – Na nova aliança, a fertilidade também é
exaltada. Ao visitar Maria e anunciar sua gravidez, o anjo lhe disse: “Salve
agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres” (Lc 1.28).
Na mesma
ocasião, ao contar para Maria acerca da gravidez de Isabel, o anjo enfatizou: “Izabel,
tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela
que era chamada estéril” (Lc 1.36).
Izabel
gerou um único filho, João, o Batista (Lc 1.59,60), e Maria, após o nascimento
de Jesus, gerou ao menos quatro filhos e duas filhas (Mt 13.55,56). Observa-se
em ambos os casos a intervenção divina e a diferença no fator multiplicador de
uma casa para outra.
Deveres da família cristã – O apóstolo Paulo em sua carta aos Efésios trata dos deveres dos
maridos, das esposas e dos filhos (Ef 5.21-33; 6.1-4). Como fundamento para
esses deveres, o apóstolo estabelece a regra da sujeição mútua (Ef 5.21).
Nem o
marido é sem a mulher e nem a mulher é sem o marido (1Co.11.11). No texto bíblico,
as mulheres recebem a incumbência de serem submissas aos esposos (Ef 5.22), e
os maridos são exortados a amar suas mulheres do mesmo modo como Cristo amou a
igreja (Ef 5.25), e os filhos são orientados a obedecer e honrar pai e mãe (Ef
6.1,2).
Uma família
cristã que observa esses princípios vive em harmonia, e as deliberações são
tomadas de comum acordo entre o marido e a mulher, cabendo a decisão final à
cabeça do lar (Ef 5.23).
Não obstante,
as decisões no âmbito do lar tem como pressuposto o amor, e não a
arbitreriedade ou autoritarismo. Com essa concepção, o planejamento familiar não
é ignorado nem negligenciado, ao contrário, o número de filhos e as condições
para criá-los são validados por meio do diálogo, da oração e do temor do
Senhor.
A questão do fator multiplicador – Quem se opõe ao planejamento familiar considera a limitação do número
dos filhos uma desobediência ao mandamento “Crescei e multiplicai e enchei a
terra” de Gn 1.28. Por isso ensinam que
a mulher deve gerar filhos indefinidamente.
Contrariando
essa ideia segundo Douglas Batista que afirma que a mulher não é fértil todos
os dias e que o Criador agraciou a mulher com apenas três dias férteis à cada mês,
indicando que ela não tem o dever de gerar filhos a vida toda.
Deus não
estipulou qual deveria ser o número de filhos. Portanto, o mandamento de
multiplicação é cumprido quando o casal gera um filho, pois eram duas pessoas e
agora passam a ser três pessoas. Deve-se ainda entender que a ordem de procriação
é “geral” e não “específica”, ou seja, Deus ordenou a reprodução da raça, e não
obrigatoriamente que cada pessoa se reproduza. Em consequencia, algumas pessoas
vão reproduzir muito, outras vão reproduzir pouco e outras não vão reproduzir.
O casal não
peca pela simples limitação ou espacelamento do nascimento de seus filhos. Comete
pecado quando suas motivações são presunçosas e utilitaristas. Portanto,
postergar o nascimento de um filho até que se possa cuidar melhor da família, e
limitar o número dos filhos para que se possa criá-los com dignidade e espaçar
o tempo de nascimento entre um e outro filho para melhor acolher mais uma
criança, não pode ser considerado como pecado, pois as Escrituras ensinam ao
homem cuidar bem de sua família.
“Ora, se
alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado
a fé e é pior do que o descrente” (1Tm 5.8). As famílias que se preocupam em
planejar são mais bem-sucedidas na criação e no sustento de seus filhos. Para
tanto, ao planejar o nascimento dos filhos, sempre se faz necessário consultar
a vontade soberana do Senhor (Mt 6.10). O cristão que consulta o Senhor e
aceita a vontade divina na limitação do número de seus filhos é abençoado em
toda sua família (Sl 128.1-6).
De acordo
com pesquisas a explosão demográfica são fatores que levam os governos principalmente
os do terceiro mundo a promoverem rígidos controles de natalidade, como podemos
observar de acordo com as seguintes estatísticas: Há dois mil anos, quando
Jesus caminhava sobre as terras da Palestina estima-se que naquela época o número
de habitantes na terra não ultrapassava a 250 milhões de pessoas.
Em 1650, o
número alcançou 500 milhões de pessoas. Em 1850, o planeta atingiu a casa de 1 bilhão
de pessoas; em 1950, o mundo atingiu a
casa de 2.5 bilhões de pessoas. Ou seja, a população mais que dobrou em cem
anos. Em 1987 a população da terra atingiu 5 bilhões, dobrando de tamanho em
apenas trinta e sete anos. E em 2010 a população da terra ultrapassou os 7 bilhões
de pessoas.
Atualmente,
há uma ligeira redução do crescimento populacional devido as políticas adotadas
pela ONU, por isso já não se utiliza mais a expressão explosão demográfica
utilizada pela primeira vez em 1980.
Deixou de ser
utilizada devido ao controle da natalidade passando a se chamar “transição
demográfica” onde as taxas de mortalidade não foi acompanhada pelas taxas de
natalidade que só agora começa a se equilibrar.Estimativas da ONU apontam que,
em 2050, a população mundial atingirá 9,2 bilhões de pessoas, um crescimento
pouco maior que 30% em relação a 2010. Ou seja, considerando que a população
dobrou, cresceu 100% em 37 anos durante o século XX, percebe-se que a tendência
agora não é mais a mesma.
Mesmo com o
crescimento menor da população nos próximos anos, ainda existe certo alarmismo
no que diz respeito à disponibilidade de recursos e condições para manutenção desse
contingente de pessoas.Entretanto, é preciso observar que os avanços tecnológicos
continua acontecendo e, principalmente, que o grande problema dos casos de fome
e falta de recursos no mundo não está na quantidade de riquezas disponíveis, e
sim na sua má distribuição. Pois, o mundo possui alimento suficiente para
alimentar bem toda a população de forma satisfatória sem que haja um único
habitante subnutrido na terra, se assim os governos quiserem.
Consultas:
BAPTISTA
Douglas.Comentarista da Lição Bíblica do 2º. Trimestre. Valores cristãos – Enfrentando as questões
morais de nosso tempo.
BAPTISTA
Douglas. Valores cristãos – Enfrentando as questões morais de nosso tempo.
CPAD. Rio de Janeiro 2018
https://www.infoescola.com/geografia/controle-de-natalidade/
https://brasilescola.com.br/geografia/explosão-demográfica.htm
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