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quinta-feira, 24 de maio de 2018

Lição 09 - Ética Cristã e Planejamento Familiar - 27.05.2018


Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Lição 09 - Ética Cristã e Planejamento Familiar - 27.05.2018
Texto Bíblico: Gênesis 1.24-31
Por: Pr. João Barbosa

O controle da natalidade são políticas estatais onde o governo tem o objetivo de refrear ou diminuir o aumento  populacional, enquanto que o planejamento familiar diferente do “controle da natalidade”, consiste em uma decisão voluntária por parte do casal.

O planejamento familiar trata de uma decisão voluntária e sensata por parte dos pais quanto ao número de filhos que possam criar e educar com dignidade. No planejamento familiar fatores diversos são analisados, tais como, a saúde dos pais, as condições e a renda da família, o tempo entre uma e outra gestação.

No planejamento familiar a decisão de ter filhos é algo restrito á realidade de cada lar constituído. Algumas famílias terão condições econômicas, psicológicas e estruturais para criar um único filho e outras podem criar um número maior de filhos. E isso, quando respeitadas as condições e ou as limitações particulares, não enaltece nem deprecia as famílias.

Essa ideia de utilizar o controle de natalidade como método de diminuir os nascimentos, vem das teorias malthusiana e neomalthusiana, teorias demográficas que analisam o alto índice populacional de um país como o fator principal de seu baixo desenvolvimento econômico, colocando em vista que os países com maiores índices de desenvolvimento econômico tem baixo crescimento populacional, e conseguem esse fato a partir da utilização dos controles de natalidade.
A China, por exemplo, utilizou durante décadas uma política de controle de natalidade conhecida como Política do Filho Único, onde ela regulamenta por lei que os casais não podem ter mais do que um filho, sendo penalizados caso tenham um segundo filho, ou mais.
Essa política vigorou de 1970 até 2015, quando foi modificada para permitir até dois filhos por casal. Muitos analistas indicam que ela tenha auxiliado na contenção da explosão demográfica no país, visto que a China é o país mais populoso do mundo, e atualmente se encontra entre as maiores potências mundiais.
Porém essa política implica em problemas relacionados a abortos de bebês do sexo feminino, pois há preferência ao sexo masculino, principalmente nas áreas rurais do país, causando um desequilíbrio na população da China, onde há mais homens do que mulheres.
Planejamento familiar no Antigo Testamento – Na antiga aliança a fertilidade era vista como uma dádiva divina: “Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, é o seu galardão” (Sl 127.3). Nesse contexto, ter muitos filhos era sinal de benevolência do Altíssimo e sinônimo de fertilidade (Sl 127.5).

A esterilidade era motivo de discriminação (1Sm 1.6,7), provocava desavenças familiar (Nm 30.1,2) e era vista como vergonha (Gn 30.23). Em contraste a essa cultura, as esposas dos patriarcas foram estéreis e sofreram muito até que Deus lhes abriu a madre.

Sara concebeu na velhice e gerou apenas um filho: Isaque (Gn 21.2). Isaque, ao casar-se, durante vinte anos orou pelo ventre de Rebeca, e ela gerou dois filhos: Jacó e Esau (Gn 25.21).

Raquel, a esposa amada de Jacó, após anos de espera também concebeu apenas dois filhos: José e Benjamim (Gn 35.24). Percebe-se então, no caso dos patriarcas, a intervenção divina e as diferenças do multiplicador de família para família.

Planejamento familiar no Novo Testamento – Na nova aliança, a fertilidade também é exaltada. Ao visitar Maria e anunciar sua gravidez, o anjo lhe disse: “Salve agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres” (Lc 1.28).

Na mesma ocasião, ao contar para Maria acerca da gravidez de Isabel, o anjo enfatizou: “Izabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril” (Lc 1.36).

Izabel gerou um único filho, João, o Batista (Lc 1.59,60), e Maria, após o nascimento de Jesus, gerou ao menos quatro filhos e duas filhas (Mt 13.55,56). Observa-se em ambos os casos a intervenção divina e a diferença no fator multiplicador de uma casa para outra.

Deveres da família cristã – O apóstolo Paulo em sua carta aos Efésios trata dos deveres dos maridos, das esposas e dos filhos (Ef 5.21-33; 6.1-4). Como fundamento para esses deveres, o apóstolo estabelece a regra da sujeição mútua (Ef 5.21).

Nem o marido é sem a mulher e nem a mulher é sem o marido (1Co.11.11). No texto bíblico, as mulheres recebem a incumbência de serem submissas aos esposos (Ef 5.22), e os maridos são exortados a amar suas mulheres do mesmo modo como Cristo amou a igreja (Ef 5.25), e os filhos são orientados a obedecer e honrar pai e mãe (Ef 6.1,2).

Uma família cristã que observa esses princípios vive em harmonia, e as deliberações são tomadas de comum acordo entre o marido e a mulher, cabendo a decisão final à cabeça do lar (Ef 5.23).

Não obstante, as decisões no âmbito do lar tem como pressuposto o amor, e não a arbitreriedade ou autoritarismo. Com essa concepção, o planejamento familiar não é ignorado nem negligenciado, ao contrário, o número de filhos e as condições para criá-los são validados por meio do diálogo, da oração e do temor do Senhor.

A questão do fator multiplicador – Quem se opõe ao planejamento familiar considera a limitação do número dos filhos uma desobediência ao mandamento “Crescei e multiplicai e enchei a terra”  de Gn 1.28. Por isso ensinam que a mulher deve gerar filhos indefinidamente.

Contrariando essa ideia segundo Douglas Batista que afirma que a mulher não é fértil todos os dias e que o Criador agraciou a mulher com apenas três dias férteis à cada mês, indicando que ela não tem o dever de gerar filhos a vida toda.

Deus não estipulou qual deveria ser o número de filhos. Portanto, o mandamento de multiplicação é cumprido quando o casal gera um filho, pois eram duas pessoas e agora passam a ser três pessoas. Deve-se ainda entender que a ordem de procriação é “geral” e não “específica”, ou seja, Deus ordenou a reprodução da raça, e não obrigatoriamente que cada pessoa se reproduza. Em consequencia, algumas pessoas vão reproduzir muito, outras vão reproduzir pouco e outras não vão reproduzir.
O casal não peca pela simples limitação ou espacelamento do nascimento de seus filhos. Comete pecado quando suas motivações são presunçosas e utilitaristas. Portanto, postergar o nascimento de um filho até que se possa cuidar melhor da família, e limitar o número dos filhos para que se possa criá-los com dignidade e espaçar o tempo de nascimento entre um e outro filho para melhor acolher mais uma criança, não pode ser considerado como pecado, pois as Escrituras ensinam ao homem cuidar bem de sua família.

“Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (1Tm 5.8). As famílias que se preocupam em planejar são mais bem-sucedidas na criação e no sustento de seus filhos. Para tanto, ao planejar o nascimento dos filhos, sempre se faz necessário consultar a vontade soberana do Senhor (Mt 6.10). O cristão que consulta o Senhor e aceita a vontade divina na limitação do número de seus filhos é abençoado em toda sua família (Sl 128.1-6).

De acordo com pesquisas a explosão demográfica são fatores que levam os governos principalmente os do terceiro mundo a promoverem rígidos controles de natalidade, como podemos observar de acordo com as seguintes estatísticas: Há dois mil anos, quando Jesus caminhava sobre as terras da Palestina estima-se que naquela época o número de habitantes na terra não ultrapassava a 250 milhões de pessoas.

Em 1650, o número alcançou 500 milhões de pessoas. Em 1850, o planeta atingiu a casa de 1 bilhão de pessoas; em 1950, o mundo  atingiu a casa de 2.5 bilhões de pessoas. Ou seja, a população mais que dobrou em cem anos. Em 1987 a população da terra atingiu 5 bilhões, dobrando de tamanho em apenas trinta e sete anos. E em 2010 a população da terra ultrapassou os 7 bilhões de pessoas.

Atualmente, há uma ligeira redução do crescimento populacional devido as políticas adotadas pela ONU, por isso já não se utiliza mais a expressão explosão demográfica utilizada pela primeira vez em 1980.

Deixou de ser utilizada devido ao controle da natalidade passando a se chamar “transição demográfica” onde as taxas de mortalidade não foi acompanhada pelas taxas de natalidade que só agora começa a se equilibrar.Estimativas da ONU apontam que, em 2050, a população mundial atingirá 9,2 bilhões de pessoas, um crescimento pouco maior que 30% em relação a 2010. Ou seja, considerando que a população dobrou, cresceu 100% em 37 anos durante o século XX, percebe-se que a tendência agora não é mais a mesma.

Mesmo com o crescimento menor da população nos próximos anos, ainda existe certo alarmismo no que diz respeito à disponibilidade de recursos e condições para manutenção desse contingente de pessoas.Entretanto, é preciso observar que os avanços tecnológicos continua acontecendo e, principalmente, que o grande problema dos casos de fome e falta de recursos no mundo não está na quantidade de riquezas disponíveis, e sim na sua má distribuição. Pois, o mundo possui alimento suficiente para alimentar bem toda a população de forma satisfatória sem que haja um único habitante subnutrido na terra, se assim os governos quiserem.

Consultas:
BAPTISTA Douglas.Comentarista da Lição Bíblica do 2º. Trimestre.  Valores cristãos – Enfrentando as questões morais de nosso tempo.
BAPTISTA Douglas. Valores cristãos – Enfrentando as questões morais de nosso tempo. CPAD. Rio de Janeiro 2018
https://www.infoescola.com/geografia/controle-de-natalidade/
https://brasilescola.com.br/geografia/explosão-demográfica.htm

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