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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Lição 08 - Uma Aliança Superior - 25.02.2018

Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
 Lição 08 - Uma Aliança Superior - 25.02.2018
Texto Bíblico: Hebreus 8.1-10
Por: Pr. João Barbosa

Aliança – É um pacto ou contrato entre duas partes, que as obriga mutuamente a assumir compromissos cada uma em prol da outra.

Teologicamente quando usado a respeito dos relacionamentos entre Deus e o homem denota um compromisso gracioso da parte de Deus no sentido de abençoar e beneficiar o homem e, especificamente, aqueles homens que, pela fé, recebem as promessas e se obrigam a cumprirem os deveres envolvidos nesse compromisso.

Jeremias foi o primeiro homem de Deus a falar de uma nova aliança na sua profecia acerca de uma grande obra de salvação que Deus realizaria em algum tempo no futuro (Jr 31.31-34).

Substancialmente, a profecia de Jeremias a respeito da nova aliança tem fortes afinidades com outros textos proféticos que retratam o triunfo e a consumação do reino de Deus no mundo (Jr 32.36-41; 33.14-26; Is 11.6-9; 54.11-15; 59.20-21; Ez 16.59-63).

O termo é encontrado seis vezes no NT (1Co 11.25; 2Co 3.6; Hb 8.8; 9.15; 12.24). Na teologia cristã de modo geral, a nova aliança tem sido identificada com a dispensação cristã, com a ordem religio-histórica introduzida por Cristo e pelos apóstolos.

Sendo assim, é o cumprimento das promessas da antiga aliança, e é consideravelmente melhor do que a anterior, em virtude de oferecer uma visão mais nítida de Cristo e da redenção, da sua experiência mais rica do Espírito Santo e da maior liberdade que outorga aos crentes.

Especialmente na teologia reformada, como resultado da reflexão cuidadosa sobre a doutrina bíblica das alianças, a nova aliança veio a receber um aspecto duplo.

Levando-se em conta que sempre houve uma só aliança entre Deus e o seu povo, da qual Cristo é o mediador, e o fato de que em Jeremias e no NT o termo “nova aliança” é sinônimo do evangelho de Cristo e a aplicação divina da credenção, a nova aliança foi identificada, de modo rigoroso, com aquela força de aliança da graça manifestada depois da encarnação e, de modo mais amplo, com a aliança da graça no sentido geral.

A profecia de Jeremias a respeito de uma nova aliança fala da consumação final do reino de Deus. No pensamento do apóstolo Paulo e em Hebreus o contraste entre a antiga e a nova aliança tem a ver, não com distinções relativas entre as duas dispensações da aliança da graça de Deus que se sucede uma após outra na sequência do tempo.

Por um lado o formalismo, o legalismo, a descrença e a falta de fé da parte de Israel do AT; por outro lado a experiência genuína da salvação vivida por todos os crentes.

A necessidade do Sacerdócio: É a pecaminosidade universal do homem que torna necessário um sacerdócio que ofereça sacrifícios. Os sacrifícios oferecidos rfealizam ou simbolizam os meios para reconciliação entre o homem pecador e o seu criador santo.

A função do sacerdócio, portanto, é uma função mediadora. A outorga da lei através de Moisés está associada à instituição do sacerdócio araônico ou levítico. A lei e o sacerdócio são simultâneos na sua origem e inseparáveis na sua operação (Hb 7.11).  A razão disso é que os israelitas, assim como o restante da humanidade eram pecadores e, portanto, ao serem confrontados com a lei, que é o padrão divino da retidão, eram violadores desta.

Sem dúvida, a lei dada por Deus é santa, justa, boa e espiritual (Rm 7.12,14) e, como tal, demarca o caminho da vida: Ao guardar fielmente os seus preceitos, o homem viverá (Lv 18.5; Ne 9.29; Mt 19.16,17; Rm 10.5; Gl 3.12).

Mas o problema radical do homem é que ele é pecador. A lei desmascara o homem e revela o que ele é: um violador da lei; e “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23; Ez 18.4,20 ; Gn 2.17).

Consequentemente, Paulo escreve: “E o mandamento que me fora para a vida, vereifiquei que este mesmo se me tornou para a morte” (Rm 7.10).

Não que haja algo errado com a lei; a culpa é do homem que viola a lei (Rm 7.13). Dai a necessidade de a formulação da lei ser acompanhada pela instituição de um sacerdócio para mediar de modo redentor entre Deus e o pecador que violou a sua lei e precisa ser restaurado da morte para a vida.

O sacerdócio no AT: O sacerdócio da antiga aliança não podia efetivar a realidade da reconciliação prenunciada pela sua função sacrificial. Seu caráter era preparatório; retratava o princípio do sacrifício propiciatório, mas não o cumprimento daquele princípio.

Sua imperfeição, que despertou o anseio e a expectativa pela provisão do sacerdócio perpétuo, era aparente pelas seguintes razões:

a) Enquanto ainda estava em atividade, um novo sacerdócio de uma ordem diferente, a de Melquisedeque, foi mencionada profeticamente (Sl 110.4). Se o sacerdócio existente tivesse sido perfeito, naõ teria havido nenhuma razão para se anunciar outra ordem sacerdotal |(Hb 7.11)

b) Durantec o período em que a aliança antiga, ou mosaica, estava em vigor, foi dada a promessa de uma nova aliança, cuja inauguração importaria em colocar a lei de Deus no coração de seu povo, e na remoção de seus pecados para sempre (Jr 31.31).

Fica claro que “se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma uma nova aliança estaria sendo buscado lugar para a segunda” (Hb 8.7).

c) A própria multiplicidade dos sacerdotes da ordem antiga envolvia a necessidade de uma sucessão sacerdotal, porque em sequencia interminável, eram levados a morte, e, portanto, impedidos pela morte de continuar” no cargo (Hb 7.23).

Esse fato indicava a necessidade de um sacerdote cujo sacerdócio fosse perpétuo e eterno, alguém que seria “sacerdote para sempre” (Sl 110.4).

d) Não somente eram mortais os sacerdotes da ordem antiga, como também eram pecadores, e, portanto, eles mesmos necessitavam da redenção e da reconciliação.

Consequentemente, antes de oferecerem sacrifícios pelo povo, eram obrigados a oferecer sacrifícios pelos seus próprios pecados – ação que claramente atestava a imperfeição do seu sacerdócio (Hb 5.32; 7.27).

e) A repetição interminável dos sacrifícios oferecidos pelo sacerdócio da ordem antiga, demontrava, por si só a insuficiência daquele sacrifício para lidar com o pecado de modo completo, satisfatório e final.

Se o sacrifício perfeito para toda a eternidade tivesse sido oferecido, já não se ofereceriam mais sacrifícios: a repetição era uma marca da sua incompetência (Hb 10.1,2).

f) A própria natureza desses sacrifícios deu mais evidência à sua incapacidade de realizar aquilo que prenunciavam. Os animais oferecidos eram sacrificados no lugar do pecador, o que simbolizava a transferência do pecado deste para uma vida inocente e sua expiação pela morte vicária daquela vítima.

Mas um animal irracional e bruto, sem entendimento, nunca poderia ser um substituto apropriado para o homem que foi criado à imagem de Deus. É por isso que “É impossível que sangue de touros e de bodes remova pecados” (Hb 10.4).

Cristo como sumo sacerdote – O propósito da antiga ordem do sacerdócio era ensinar ao povo que a expiação pelos pecados exige a provisão de uma vítima inocente no lugar do pecador, e o derramamento do sangue quando aquela vítima sofre a morte que o pecador merecia.

A ordem levítica não podia efetuar essa expiação, mas conservava viva a expectariva do sacerdote perfeito e do oferecimento do sacerdote perfeito a fim de cumprir as promessas evangélicas contidas nas escrituras do AT.

A nova ordem do sacerdócio é a de Melquisedeque, e consiste na pessoa singular que é nosso Redentor Jesus Cristo (Hb 7). A perfeição do seu sacerdócio é  confirmada pelo fato  de que ele é para sempre (Sl 110.4), que o seu sacrifício foi oferecido de uma vez por todas (Hb 7.27).

E que, ele com sua obra de expiação já completada agora está intronizado na glória (Hb 1.3; 8.1; 10.12; 12.2). A perfeição do seu sacerdócio é estabelecida pela impecabilidade da sua vida terrestre como o filho encarnado, nosso próximo como ser humano.

O significado disso é que, em contraste com o primeiro Adão, que sofreu derrota e, na sua queda, arrastou consigo a raça humana, Jesus, “o último Adão” (1Co 15.45,47), tomou sobre si a nossa humanidade a fim de redimí-la e leva-la em si próprio para uma posição gloriosa que sempre tinha sido o seu destino.

Isto significa que ao ir para a cruz, aquele que estava sem pecado tomou sobre si os nossos pecados e sofreu a rejeição e a morte devida a nós, os pecadores, “O justo pelo injustos” (1Pe 2.22-24; 3.18; Hb 4.15. 7.26,27), como a vítima inocente fornecida pela graça e pela misericórdia de Deus (1Pe 1.18,19).

Isso significa, ainda, que ele não é apenas o nosso sacerdote sacrificador, como também o sacrifício em si mesmo, porque foi a si mesmo que ele ofereceu por nós, e, portanto, nele temos a provisão do substituto perfeito, um equivalente genuíno, nosso próximo (Hb 12.14,15), que verdadeiramente toma o nosso lugar.


Por isso, recebemos a certeza de que, pela vontade de Deus “temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas”, porque ele “com uma única oferta aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” (Hb 10.14).

A nova ordem do sacerdócio cumprida na única pessoa de Cristo substituiu totalmente a ordem antiga. Com Cristo como nosso único grande sumo sacerdote que vive para sempre, agora não há lugar para qualquer sucessão de sacerdotes santificadores, nem necessidade deles. Em Cristo Jesus, tanto o sacerdócio como os sacrifícios foram cumpridos e finalizados.

O sacerdócio dos crentes – Permanece, no entanto, um sacerdócio que pertence àqueles que, pela fé, foram unidos com, Cristo. Costuma-se chamá-lo “o sacerdócio de todos os crentes”.

É por isso que Pedro descreve os cristãos como “sacerdócio santo” cuja função é “oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1Pe 2.5).

Esses sacrifícios espirituais, não são, de modo algum, sacrifícios de redenção, mas, sacrifícios de gratidão a Deus pelo sacrifício de Cristo, o único sacrifício redentor totalmente suficiente, quando ele ofereceu no Calvário, por nós pecadores.

Por esta razão que o apóstolo Paulo exorta a todos: “Apresentai os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12.1). E, ao nos sacrificarmos de boa vontade, expressamos o nosso sacerdócio espiritual nos atos de louvor e gratidão, e no serviço altruísta ao nosso próximo, quando ministramos as suas necessidades.

O exercício desse sacerdócio é resumido nas palavras de (Hb 13.15,16): “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que e o fruto dos lábios que confessam o seu nome. Não negligencieis igualmente a prática do bem e a mútua cooperação; pois com tais sacrifícios Deus se compraz”.

Todos os cristãos são igualmente sacerdotes, porém, nos ofícios ministeriais enumerados em (1Co 12.28 e Ef 4.11), há um silêncio total a respeito das funções sacerdotais: Porque o cargo mais exaltado da igreja, o dom mais sublime do Espírito, não transmite nenhum direito sacerdotal que não fosse desfrutado pelo membro mais humilde da comunidade cristã.

Cada membro individual tem comunhão pessoal com a cabeça – Cristo. A pessoa tem responsabilidade imediata diante dele, e diretamente dele ela obtém perdão e adquire força.

Consultas:
GONÇALVES José. Comentarista da Lição Bíblica para Adultos EBD CPAD no 1º Trimestre 2018.  A Supremacia de Cristo: Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
GONÇALVES José. .  A Supremacia de Cristo: Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus. Editora CPAD. Rio de Janeiro. Outubro, 2017
HENRICHSEN Walter A. Depois do Sacrifício – Estudo da carta aos Hebreus. Editora Vida. São Paulo 1996
LAUBACH Fritz. Carta aos Hebreus – Comentário Esperança. Editora Esperança. Curitiba, 2013
BOCH Darrell L. e GLASER Mitch. O Servo Sofredor – Editora Cultura Cristã. São Paulo, 2015
CHAFFER. Teologia Sistemática. Vl 7 & 8. Editora Hagnus. São Paulo, 2008
BROWN, Raymond e outros. Novo Comentário Bíblico São Jerônimo – Antigo Testamento. Editora Academia Cristã. São Paulo, 2007
Bíblia do Pregador Pentecostal
ELWELL Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristá. Editora Vida Nova. SPaulo 2009
BARNETT. John D. O Tabernáculo, Cristo e o Cristão. Série Antigo Testamento-2. Editora Cristã Evangélica. São Paulo, 2009

CHAMPLIN. Novo Testamento Interpretado Versículo por versículo. Vl 5. Editora  Hagnus. São Paulo, 2012

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