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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Lição 06 - Perseverança e Fé em Tempo de Apostasia - 11.02.2018

Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
  Lição 06 - Perseverança e Fé em Tempo de Apostasia - 11.02.2018
Texto Bíblico: Hebreus 6.1-15
Por: Pr. João Barbosa

Prosseguindo progressivamente no estudo da carta aos Hebreus chegamos ao que alguns teólogos chamam de problemático capítulo 6.

Se quisermos entender os problemas desta passagem particularmente dos versículos 4 a 6, devemos primeiramente procurar compreender o contexto em que o capítulo 6 está colocado.

No capítulo 3 encontramos Israel em Cades-Barnéia, no limiar da terra prometida. Um encontro com os gigantes fez os israelitas perderem o ânimo e duvidarem da promessa de Deus.

Esta demonstração de incredulidade e revolta contra Moisés, Josué e Arão, rompeu a comunhão com Deus e resultou na trágica peregrinação pelo deserto durante quarenta anos.

Fora da terra prometida, incapaz de reclamar a promessa de Deus, com uma posição indefinida, e falta de certeza, a nação hebraica perambulou sem rumo até que tivesse morrido todas as pessoas culpadas de incredulidade.

O que aconteceu a Israel pode acontecer a qualquer crente nos dias de hoje. Este foi o tema do capítulo 4. O descanso de Deus, no qual se entra mediante a fé nas promessas divinas, tem estado disponível aos filhos de Deus em todas as gerações.

É verdade que nem todos que foram sepultados no deserto perderam a salvação; por exemplo, Moisés, Arão, Miriã. O que perderam foi a benção de Deus. Isto é, sua entrada no descanso prometido – Canaã.

Depois de dar atenção especial à eternidade do descanso de Deus, o escritor desta carta prossegue no capítulo 4, discutindo um dos obstáculos mais comuns que o cristão enfrenta ao entrar neste descanso, a saber, o reconhecimento de que é total e incondicionalmente aceito por Deus.

Jesus Cristo nos aceita pelo que somos, e não por quem ele deseja que sejamos. A aceitação da presença de nosso Senhor Jesus Cristo não é a base do que fazemnos por ele, mas em virtude do que ele fez e continua a fazer por nós.

Todos nós sabemos que espécie de cristãos somos, pecador, vulgar, vil, e plenamente capaz de cometer toda sorte de pecado que a Bíblia menciona. Por isso, quando Deus contraria nossos sentimentos , dizemos: “Eu o conheço bem; não obstante, eu o aceito”.

Se permitirmos que esta grande verdade divina nos escape das mãos por duvidar da veracidade de Deus, devemos reverter à incredulidade e acompanhar Israel numa experiência pelo deserto. 

Dai a admoestação do escritor: “Temamos portanto, que, sendo-nos deixado a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que alguns de vós tenha falhado” (Hb 4.1). Ignorar esta admoestação é tornar-se um “cristão vacilante”.

Jesus Cristo possibilita nossa aceitação por Deus. esta é sua função como nosso sumo sacerdote. O autor de Hebreus continua examinando essa obra sumo sacerdotal de nosso Senhor Jesus Cristo.

No capítulo 2, verso 14 da carta aos Hebreus ele nos informa que foi Jesus que nos libertou das obras do Diabo e livrou-nos da escravidão (Hb 2.15), reconciliou-nos com Deus, e permitindo-nos com isso livre acesso à sua presença.

Os capítulos 3 a 10 retratam várias fases desta verdade. É o cristão estável que reconheceu suas implicações e passou, da certeza para a maturidade.

No capítulo 5 observamos que o escritor desta carta expressa sua frustração por causa da imaturidade de seus leitores. Vejamos o argumento com o qual ele começa a terceira advertência Em Hebreus 5.11-14, quando ele menciona as condições em que se encontravam aqueles irmãos.

Mesmo com o tempo que tinham de fé eram como crianças que espiritualmente ainda precisavam de leite e não de alimento sólido, e que alguns deles já podiam até ser mestres pelo tempo de fé, ainda precisavam conhecer os primeiros rudimentos do cristianismo.

Em Hebreus 6.1-6, a oração inicial dá-nos uma vista quanto ao que está errado. Aqueles cristãos em questão estavam “lançando a base de um novo arrependimento de obras mortas, e fé em Deus” (v.6.1).

A pessoa arrepende-se de “obras mortas” quando em desespero admite sua falência espiritual e declara haver colocado toda a sua fé em Deus. Isto constitui a experiência da conversão do crente.

Deus faz uma promessa: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo” (Rm 10.3). Aquele que busca crêr nas promessas de Deus e invoca o nome do Senhor, e desta maneira é salvo. Uma vez salvo, o crente se encontra na longa estrada que conduz à maturidade cristã.

Cheio de certeza, ele começa a estudar e a aplicar em sua vida as Escrituras. Mas depois de algum tempo descobre que as coisas não vão tão bem como esperava.

Alguma frustração na igreja, às vezes proveniente de um pecado que ele se julga incapaz de vencer, como um estudante universitário cai sobre si uma sombra de dúvida lançada por um professor ateu que crê que a ciência refuta a Bíblia ou de qualquer uma de dezenas de outras coisas no seu viver diário.

Mas, seja qual for a causa, o resultado é sempre o mesmo: culpa. A culpa, por sua vez, leva à introspecção. O cristão vacilante se vê pensando: “Se eu fosse realmente cristão, não teria feito isto. Talvez eu nunca tenha sido um cristão de verdade”.

Aquele crente em vez de crê nas promessas imutáveis de Deus, prefere admitir os sentimentos gerados por suas lamentáveis experiências. Começa a vacilar e entrega os pontos e mergulha em um deserto de incredulidade.

Sejam quais forem os motivos aparentes, o problema fundamental é sempre o mesmo: “Pode Deus realmente aceitar-me, considerando que sou tão cheio de pecados?” Sim, claro que pode, e é o que Deus faz.

Muitas vezes o crente se esquece que sua aceitação por parte de Deus está basseada no que Cristo fez e não no que ele está a fazer. A falha em compreender isto resulta em voltar o cristão à cruz.

Numa desesperada busca em outra experiência de conversão, ou, como diz o escritor: “Lançando de novo as bases do arrependimento de obras mortas, e de fé em Deus”.
Todo crente vacilante, quando topa com uma pedra de tropeço da auto aceitação, começa andar de um lado para o outro, dando voltas, afastando-se da maturidade, retornando, assim, a uma posição em que não há nenhuma certeza.

Assim aquele crente passa meses e anos sem nenhum progresso espiritual. Todo edifício precisa de um alicerce, mas somente um. Lance-o uma vez e lance-o bem. Havendo lançado o fundamento, não tente relança-lo periodicamente.

Vá em frente com a construção da estrutura. O fundamento de sua vida cristã agiuentará quaisquer vendaval; ele foi edificado sobre a promessa de Deus e não sobre a experiência pessoal. “Por isso”, diz o escritor, “deixemo-nos levar para o que é perfeito” (Hb 6.1).

De que maneira, como crente, tenho certeza confiando na verdade objetiva das palavras de Deus, em vez de confiar nos sentimentos subjetivos que procedem de minhas próprias experiências.

Quando a culpa e a dúvida começam a solapar a fé do crente e suas experiências ele deve por de lado seus sentimentos e aceitar o conselho da palavra de Deus.

Se o crente experimentou as doutrinas fundamentais, as que ensinam a tornar-se cristão, então ele é um salvo. Combinando o v. 4 com o v. 6 deste capítulo lemos: “É impossível, pois, que aqueles que experimentaram a salvação e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento”.

A palavra grega para caíram v.6, tem o mesmo significado do verbo afastar, de Hb 3.12, a saber, “ofender”, “cair”, e “pecar”. Em resumo, a ideia do cap.6 é a mesma do cap. 3. Refere-se ao filho de Deus que deixa de crê nas promessas divinas e obedecer aos seus mandamentos.

De tais pessoas diz o escritor: “É impossível para elas renová-los para o arrependimento”. A palavra arrependimento é a mesma do verso 6.1, que traz a ideia de mover-se primeiro em uma direção, depois em outra; é sinônimo de conversão.

Em resumo, o escritor está dizendo que quando o cristão cai em pecados é impossível que ele seja renovado por meio de outra experiência de conversão. “É impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmo o Filho de Deus e espondo-o à ignomínia” (Hb 6.6).

Quando nos tornamos crentes em Cristo, fomos buscar a nossa experiência de conversão “na cruz de Cristo”. Como cristãos, ainda pecamos. O processo de santificação libertar-nos-á pouco a pouco do poder do pecado, mas nunca seremos libertos da presença do pecado.

Em uma de suas últimas cartas, Paulo referiu-se a si próprio como o principal dos pecadores (1Tm 1.15). Por isto, os que querem o perdão, o escritor aconselha: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4.6).

Quando pecamos e entristecemos a Deus, temos o perdão garantido se tão somente recorrermos ao trono da graça. Não existem duas experiência de conversão. Jesus morreu uma única vez pelos nossos pecados.

A regeneração e a santificação ao longo de nossa vida espiritual é que nos conduz à plena comunhção com Deus.

Existe uma linha divisória entre o pecado voluntário e a misericórdia de Deus. Isto porque o pecado voluntário pode tornar-se uma blasfêmia contra o Espírito Santo.

“Porque todo pecado e blasfêmia serão perdoado aos homens; mas a blasfêmioa contra o Espírito santo não será perdoada. Se alguém proferir alguma blasfêmia contra o filho do homem ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir.”

No AT, todo pecado podia ser perdoado através de um sacrifício oferecido no altar, mas para o pecado voluntário não havia perdão. Portanto, ninguém abuse da paciência de Deus, conforme diz Salomão: “Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal”. Todo cristão deve ser um seguidor; devemos imitar as obras dos que se tornaram herdeiros das promessas de Deus (Hb 6.12). É o que devemos imitrar: a fé e a longanimidade.

Fé e longânimidade de quem você está imitando é a sua fé e longânimidade. É sua fé e longânimidade de tal qualidade que o Espírito Santo pode incentivar outros a imitá-lo.




Consultas:
GONÇALVES José. Comentarista da Lição Bíblica para Adultos EBD CPAD no 1º Trimestre 2018.  A Supremacia de Cristo: Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus
GONÇALVES José. .  A Supremacia de Cristo: Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus. Editora CPAD. Rio de Janeiro. Outubro, 2017
HENRICHSEN Walter A. Depois do Sacrifício – Estudo da carta aos Hebreus. Editora Vida. São Paulo 1996
LAUBACH Fritz. Carta aos Hebreus – Comentário Esperança. Editora Esperança. Curitiba, 2013
BOCH Darrell L. e GLASER Mitch. O Servo Sofredor – Editora Cultura Cristã. São Paulo, 2015
CHAFFER. Teologia Sistemática. Vl 7 & 8. Editora Hagnus. São Paulo, 2008
Bíblia do Pregador Pentecostal

CHAMPLIN. Novo Testamento Interpretado Versículo por versículo. Vl 5. Editora  Hagnus. São Paulo, 2012

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