Subsídios
Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Adotados por Deus - 10.12.17
Texto Bíblico: Romanos 8.12-17
Por: Pr. João Barbosa
Adoção – A adoção é o estabelecimento legal de um
relacionamento de parentesco entre duas pessoas reconhecido como equivalente a
um baseado em descendência física.
Há poucas referências à
pratica de adoção nas Escrituras, mas o conceito foi empregado, para explicar o
caráter de reralcionamento de Deus com seu povo.
Embora seja um vocábulo
relativamente raro nas Escrituras, é um importante termo teológico, pois tem a
ver com o fato de Israel e os cristãos poderem ser “filhos” e “herdeiros” de
Deus, embora não o sejam de modo exclusivo, nem por natureza como é o caso de
Cristo.
Adoção
no Antigo Testamento – O termo
adoção não aparece no AT. Na lei israelita não há disposições para adoção, e os
exemplos que na realidade ocorrem provêm de forma da cultura israelita (Eliézer,
Gn 15.1-4; Moisés, Ex 2.10; Genubate, 1Re 11.20; Et 2.7,15).
Para os israelitas, a
poligamia e o casamento por levirato eram as soluções mais comuns da
infertilidade. Apesar disso, a adoção não era desconhecida na sua literatura
(Pv 17.2; 19.10; 29.21), sendo possível que todas essas passagens se refiram à
adoção de escravos).
E talvez, tenha sido o meio
pelo qual os filhos gerados por um dono de escravos gerados com uma escrava
herdavam propriedades (Gn 16.1-4; 21.1-10; 30.1-13).
Fora de Israel, a adoção era
suficientemente comum para ser regulamentada nos códigos legais da Babilônia,
de Nuzi e de Ugarite. Não raramente, estes se referem à adoção de um escravo
como herdeiro.
Israel como um todo tinha
conciência de ter sido escolhido por Deus como seu “filho” (Os 11.1; Is 1.2; Jr
3.19). Visto que Israel não possuia nenhum mito da descendência dos deuses, que
as culturas em derredor tinham, a adoção era a categoria óbvia em que este ato,
bem como a libertação da escravidão no Egito, se encaixaria, conforme Paulo
indica em Rm 9.4.
De modo semelhante, os reis
sucessores de Davi eram “filhos” de Deus (2Sm 7.14; 1Cr 28.6; Sl 89.19). Salmo
27 usa a expressão “Tu és o meu filho”, que é provavelmente a fórmula de adoção
usada na cerimônia de entronização de cada soberano davídico. Juntas, estas
ideias formaram o alicerce para o uso posterior da linguagem figurada da adoção
no NT.
Adoção
no Novo Testamento – No NT o termo “adoção” (hulothesia)
é rigorosamente uma ideia paulina, e ocorre csomente em (Rm 8.15, 23; 9.4; Gl
4.5; Ef 1.5). Ao passo que João e Pedro preferem a figura da regeneração para
retratar a filiação cristã, Paulo escolheu, de modo característico, uma figura
jurídica como na justificação, talvez devido ao seu contato com o mundo romano.
Na sociedade grega e romana, a
adoção era, pelo menos entre as classes superiores, uma prática relativamente
comum. Ao contrário das culturas orientais nas quais escravos às vezes eram
adotados, estas pessoas limitavam normalmente a adoção a cidadãos livres.
Mas, pelo menos na lei romana,
o cidadão assim adotado tornava-se praticamente um escravo, porque estava sob a
autoridade paternal do seu pai adotivo. A adoção conferia direitos, mas também
tinha uma lista de deveres.
Paulo combina no seu pensamento,
várias destas figuras de linguagem. Ao passo que Gl 4 começa com a figura da lei
escravizando os herdeiros até uma determinada data. A razão da adoção é dada em
Ef 1.5: o amor de Deus.
Não foi por causa da natureza
ou mérito dele mesmo que o cristão foi adotado, recebendo assim, o Espírito e a
herança (Ef 1.14,15), mas por causa da vontade de Deus agindo através de
Cristo. A adoção é um dom gratuito oferecido a pessoas que não o merecem; ela
vem exclusivamente da graça de Deus.
Assim como em Gálatas e Efésios,
também em Romanos a adoção está vinculada com o Espírito. São os que “são
guiados pelo Espírito” que são filhos, os que receberam o “espírito de adoção”,
não o da escravidão (Rm 8.14,15).
Mais uma vez o espírito produz
a exclamação “Aba!” e indica pela Sua presença a realidade da herança vindoura.
A adoção, no entanto, não é inteiramente um evento passado.
Embora tenha sido feita a
declaração jurídica, e o Espírito tenha sido dado como garantia, a consumação
da adoçãop aguarda o futuro, porque a adoção de filhos inclui “a redenção do
nosso corpo” (Rm 8.23).
Assim sendo, a adoção é algo
que se espera receber no futuro, além de ser uma coisa já possuída. A adoção,
pois, é libertação do passado, semelhante va regeneração e a justificação, um status e um modo de vida no presente,
andando pelo Espírito – santifcação, e uma esperança para o futuro – salvação,
ressurreição.
Descreve o processo de alguém
tornar-se um filho de Deus (Jo 1.12; 1Jo 3.1,2) e de receber uma herança da
parte de Deus (Jo 3.24).
Consultas:
POMMERENING,
Claiton Ivan. A Obra da Salvação – Jesus Cristo é o Caminho a Verdade e a Vida.
CPAD RJaneiro 2017
ELWELL
Walter A. Enciclopédia Histórico-teológica da Igreja Cristã. Ed. Vida Nova.
SPaulo, 2009
Bíblia
de Estudo Almeida. SBB – Revista e Atualizada
GEISLER,
Norman. Eleitos mas livres. Editora Vida. São Paulo, 2016
DANIEL
Silas. Arminianismo – A mecânica da salvação. CPAD. Rio de Janeiro, 2017
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