Subsídios
Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
Arrependimento e Fé para a Salvação - 26.11.17
Texto Bíblico: Atos 2.37-41
Por: Pr. João Barbosa
Arrependimento
– A importância do arrependimento não é sempre conhecida em nosssos dias como deveria
ser. Mas, nos dias apostólicos era um dos temas centrais que aparecia em
primeiro lugar.
Quase todas as pregaçoes
iniciais, tinham como base o arrependimento (Mt 3.2; 4.17; Lc 1.15; Lc 24.47;
At 2.38; 3.19). Isso porém, não é somente tema para o NT; no AT, o tema
arrependimento está em foco em vários de seus elementos proféticos.
Arrependimento era a mensagem
dos profetas da antiga aliança (Dt 30.10; 1Re 17.13; Jr 8.6; Ez 14.6; 18.30). Arrependimento
foi o ponto alto da pregação de João Batista (Mt 3.13.2), de Cristo (Mt 4.17;
Lc 13.3,5) e também dos doze apóstolos (Mc 6.12;) e em particular de Pedro no Dia
de Pentencostes (At 2.38; 3.19).
Era também um dos fundamentos
na pregação de Paulo (At 20.21; 26.20). A mudança dispensacional não tornou
desnecessário o arrependimento em nossos dias.
Arrependimento é
definitivamente uma ordem para todos os homens em qualquer tempo ou lugar “Deus
anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam” (At
17.30).
No campo inicial da salvação,
o arrependimento é um fundamento e a base necessária; isto, porém, sem
excluirmos a fé e a graça (Mt 21.32; Hb 6.1).
O arrependimento como uma
mudança de mente, conforme depreendemos de seu sentido mais claro, tem três aspectos
distintos: o intelectual o emocional e o volitivo.
a)
O elemento intelectual – Este subentende
uma mudança de ideia em relação ao pecado, a Deus e ao próprio Eu.
O pecado passa a ser
reconhecido como culpa pessoal; Deus, como aquele que justamente exige o perdão;
e o “Eu” como maculado e desamparado (Rm 3.20).
O arrependimento inclui
mudança da mente, acerca do pecado, do Eu, de Deus e do destino (Mt 21.29,39; 27.3;
2Co 7.8; Hb 7.21).
b)
O elemento emocional – este subentende
uma mudança de sentimento. É a fase do arrependimento na qual pensamos mais
frequentemente; na realidade, a palavra arrepender vem do latim “reprus plus poenitere”, “ficar triste de
novo”.
Temos por isso que lembrar que
tristeza pelo pecado e desejo de perdão são aspectos do arrependimento (Sl
5.1,2; 2Co 7.9,10).
c)
O elemento volitivo – Este elemento subentende
uma mudança da vontade e da posição em que se encontra. Esta é a volta íntima
contra o pecado.
É apresentada na Escritura
pela palavra grega “metanoia”, que
significa “mudança de ideia ou pensamento” (Mt 3.8,11; At 5.31; 20.21; Rm 2.4;
2Co 7,9.10; 2Pe 3.9).
Podemos afirmar que a
verdadeira fé nunca existe sem o arrependimento. Os dois são inseparavelmente
unidos.
“Arrependei-vos”, essa
expressão marca a principal exigência para que haja perdão de pecados, e com o
arrependimento tem início a conversão, que é o primeiro passo da regeneração.
A conversão ainda não é a “regeneração”
propriamente dita; mas antes, faz parte dela, sendo o início do novo
nascimento. Sem conversão não há regeneração, embora a conversão não encerre a
totalidade da regeneração.
Contudo, a verdadeira conversão
é uma transformação interna da alma, e esse é exatamente o primeiro passo da
regeneração.
Em
que consiste o arrependimento? O verdadeiro
arrependimento é um ato divino que transforma o homem, mas que depende da reação
positiva do homem, uma vez inspirado pela fé. Quando isso acontece seus passos
seguintes são:
1.
É o começo do processo da santiicação (Mt 3.8-12).
2.
Juntamente com a fé, perfaz a conversão: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos”
(At 3.19).
3.
É determinado por Deus (At 17.30) e é conferido por ele (2T, 2.25).
4.
Só a bondade de Deus nos leva ao arrependimento (Rm
2.4).
5.
É necessário para o perdão dos pecados (At 2.38; 3.19;8.22).
Arrependimento
/ Conversão – Quando o filho pródigo disse essas palavras: “Levantar-me-ei,
e irei ter com o meu pai”. Isto é arrependimento. E quando o evangelista diz “E
levantando-se, foi ter com o seu pai”. Isto é conversão.
Fé
– A fé é um dos elementos da salvação: “Porque pela
graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8).
Todos sabemos que a salvação é
uma dádiva divina e que, necessariamente é Deus quem salva o homem, pois é
impossível que o homem se salve por si mesmo.
A salvação, portanto, é um ato
de Deus, mas também requer algum esforço por parte do homem em direção a Deus.
“Ninguém é salvo forçado”. Por
isso é necessário que alguns elementos essenciais cooperem para a salvação, fazendo
com que a pessoa humana seja aquilo que Deus quer que seja.
A Bíblia nos mostra que certos
elementos se faz necessário para a salvação, tais como a fé, a graça, a regeneração,
a justificação, a expiação, o perdão, o arrependimento, a reconciliação a redenção
a santificação e a adoção.
Todos esses elementos estão
presentes e acoplados á salvação plena de Deus ao homem.
A
importância da fé – A Bíblia declara que somos
salvos pela fé. Entre os cristãos a fé mais exercitada é a fé salvadora (Lc
18.42; Ef 2.8).
Ela pode também ser chamada de
fé subjetiva ou interior (Rm 10.8,9). É o princípio básico para que o homem se
aproxime de Deus crendo na sua existência (Hb 11.6; At 2.44).
Definição
teológica de fé – Biblicamente falando a Escritura
define a fé da seguinte maneira: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que
se esperam e a prova das que se não veem” (Hb 11.6).
Teologicamente define-se fé
como a atitude mediante a qual o homem abandona toda confiança em seus próprios
esforços para obter a salvação de Deus.
É a atitude de completa
confiança em Cristo, de dependência exclusiva dele a respeito de tudo quanto
está envolvido na salvação.
O
significado de fé – Por fé queremos dizer a
soma total da doutrina cristã, conforme contida nas Escrituras (Lc 18.8; At
6.7; 1Tm 4.1; 6,10 Jd v.3).
Uma outra palavra conhecida
por fé no AT é confiança. Diz Scofield: é a palavra característica no AT para
descrever fé.
Ela ocorre cento e cinquenta e
duas vezes ali. É a tradução da palavra hebraica que significa buscar refúgio (Rt
2.12), apoiar-se (Sl 56.3) e esperar (Jó 35.14).
A
essência da fé – Consiste em receber o que
Deus tem revelado e pode ser definida como aquela confiança em Deus e em seu
filho Jesus Cristo a quem ele enviou, que o recebe como Salvador e Senhor, e
produz obediência, amor e obras de acordo com a revelação da vontade de Deus
(Jo 1.12. Tg 2.14).
Salvação
– A salvação é pela graça, mas a fé é o elemento
indispensável (Ef 2.8,9). A fé é a porta de entrada das bênçãos oriundas da salvação,
que são: justificação, a regeneração, reconciliação, adoção, perdão, santificação,
glorificação e vida eterna.
Além dos benefícios inerentes à
salvação, a fé ainda permite a cura de enfermidades (Mc 16.18; Tg 5.15),
batismo no Espírito Santo (Mc 16.17;), a vitória contra o mundo (!Jo 5.4),
contra a carne (Gl 2.20), contra o Diabo (1Pe 5.8,9).
A salvação nos traz paciência
(Tg 1.3), proteção contra os dardos inflamados do malígno (Ef 6.16). Sem fé é
impossível agradar a Deus (Hb 11.6).
Consultas:
POMMERENING,
Claiton Ivan. A Obra da Salvação – Jesus Cristo é o Caminho a Verdade e a Vida.
CPAD RJaneiro 2017
ELWELL
Walter A. Enciclopédia Histórico-teológica da Igreja Cristã. Ed. Vida Nova.
SPaulo, 2009
Bíblia
de Estudo Almeida. SBB – Revista e Atualizada
GEISLER,
Norman. Eleitos mas livres. Editora Vida. São Paulo, 2016
DANIEL
Silas. Arminianismo – A mecânica da salvação. CPAD. Rio de Janeiro, 2017
HUNT Dave. Que amor é, este? Editora Reflexão. São Paulo, 2015
PEDRO. Severino da Silva. A
doutrina da Predestinação. Editora CPAD Rio de Janeiro, 1989
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