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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Salvação e Livre-Arbítrio - 19.11.17

Subsídios Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
  Salvação e Livre-Arbítrio - 19.11.17
Texto Bíblico: João 3.14-21
Por: Pr. João Barbosa
                                         
Eleição é a escolha que Deus faz para com uma nação, uma tribo, uma família ou um indivíduo com fins específicos e determinados por ele. Cabe ao homem lutar com todas as suas forças afim de que a eleição de Deus na sua vida permaneça para sempre e jamais ele venha a tropeçar.
“Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição, porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2Pe 1.10,11).
Exemplo disso é a escolha de Abraão e sua descendência, que, depois, viera a formar a nação de Israel. Deus chamou o patriarca e fez-lhe promessa, e este livremente respondeu ao chamado de Deus; porém, diante dele, estava a possibilidade de não atender ao convite.
A eleição de Israel (Is 51.2; Os 11.1) e alguns indivíduos  de maneira específica, é pontual na história, porque Deus tinha o propósito de através desta nação, trazer o Salvador.
Por ser uma eleição pontual, ela não pode servir de base, em se tratando de salvação, para estabelecer uma eleição absoluta e específica apenas para determinadas pessoas e outras não.
A liberdade de escolha para obedecer que Deus deu para Israel e a desobediência e rebeldia do povo fizeram eles perderem algumas das bênçãos prometidas (Jr 6.30; 7.29). E, assim servisse-nos de exemplos para não repetir os mesmos erros (1Co 10.6,11).
Por mais que pareça a eleição não trouxe privilégios para a nação de Israel, mas, sim, responsabilidades. No entanto, por não conseguir cumprir sua parte na eleição, Israel nunca deixou de ser alvo do amor de Deus, embora sofresse as consequências por não agirem como povo de Deus.
A eleição divina é o ato pelo qual Deus chama os pecadores para salvação de Cristo Jesus e torna-os santos (2Pe 1.10; Rm 8.29,30). Essa eleição é proclamada através da pregação do evangelho (Jo 1.11; At 13.46; 1Co 1.9), e Deus deseja que todos sejam salvos e respondam afirmativamente ao chamado para a salvação (At 2.37; 1Tm 2.4; 2Pe 3.9).
Os que crerem serão salvos; os que não crerem, porém, serão condenados (Mc 16.16). Alguns, ao ouvirem o evangelho, se endurecem ainda mais em seus pecados (Jo 1.11; At 17.32) e perdem a oportunidade de salvação.
A eleição é uma decisão de Deus desde a eternidade, mas é condicionada a vontade humana. Entretanto, essa vontade não prejudica em nada a vontade de Deus. Ele não é pego de surpresa diante da livre vontade humana, pois ele previu essa vontade.
Podemos com toda certeza afirmar que o que Deus predestinou foi, de fato, a vontade humana, no sentido de ela ser completamente livre, ou seja, ele criou o homem determinando que este teria liberdade de escolha.

“Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para salvação, em santificação e fé da verdade” (2 Ts 2.13).
Pr. Antonio Gilberto ensina que “na Bíblia, menciona-se a eleição divina coletiva, como a de Israel (Is 45.4; 41.8,9) e a da igreja (Ef 1.4) e a individual, como a de Abraão (Ne 7.9) e a de cada crente” (Rm 8.29).
O Pr. Severino Pedro propõe outra forma. Ele classifica a eleição de quatro maneiras: 1. Preventiva, quando Deus usa de vários meios para impedir o mal na vida dos que são chamados e atendem a sua salvação (Gn 20.6).
2. Permissiva, que diz respeito às coisas que Deus não proibe nem restringe, mas fica na vontade do homem (Dt 8.2).
3. Diretiva, que se baseia na vontade perfeita de Deus dirigida à vontade humana (Gn 50.20).
4. Determinativa, que é quando Deus decide e executa conforme a sua soberana vontade (Jó 42.2).
O Livre-Arbítrio – Foi uma doutrina desenvolvida pelos pais da igreja durante os primeiros quatrocentos anos de sua história. Só no quinto século o bispo Agostinho de Hipona depois de sua polêmica com o monge inglês Pelágio, ensinou sobre a graça irresistível, isto porque com a queda o homem perdera o direito de escolha e que agora Deus destina uns para a salvação e outros para a condenação.
Doutrina essa ensinada pelos reformadores principalmente Calvino, mas refutada por Armínio. A divergência entre o ensino de Armínio e o de Calvino é com relação à atuação da graça para salvação do homem no sentido de a decisão ser humana ou divina para isso.
A doutrina Arminiana desse ponto afirma que não apenas, portanto, a cruz de Cristo é necessária para solicitar e obter a redenção, como a fé do sacrifício de Cristo na cruz também é necessária para obter a posse dessa salvação.
Armínio escreveu inúmeras obras que foram traduzidas para o português que defendem o sinergismo na salvação (crença na cooperação divino-humana) onde existe a vontade humana amalgamada ao propósito divino.
Contra o momegismo de Calvino que ensina que Deus é quem determina a salvação e quem se salvará, excluindo a participação humana (a graça irresistível).
O livre-arbítrio é a possibilidade que os seres humanos têm de fazer escolhas e tomar decisões que afetam seu destino eterno, especificamente quando se trata de sua salvação, ou seja, cabe a cada um deixar-se convencer pelo Espírito Santo e ser salvo por Jesus ou não, embora, Deus dê para todos a oportunidade da salvação (1Tm 2.3,4).
Eleição divina e Livre-Arbítrio – A graça de Deus opera sinergicamente com o livre-arbítrio. Isto é, a graça deve ser recebida para ser eficaz. Não há quaisquer condições para que a graça seja dada, mas há uma condição para que ela seja recebida – a fé.
Em outras palavras, a graça justificadora de Deus trabalha cooperativamente, não operativamente. A fé é pré-condição para se receber o dom da salvação (Rm 10.8-10). A fé logicamente é anterior à regeneração, visto que somos salvos “por meio da fé” (Ef 2.8,9), e “justificados pela fé” (Rm 5.1).
Deus fez somente boas criaturas. Ao final de quase todos os dias da criação ele diz: “Deus viu que era bom” (Gn 1.4,10,12,18,21,25) e, quanto ao último dia declara:
“Deus viu tudo que havia feito, e tudo havia ficado muito bom” (Gn 1.31). Salomão acrescenta: “Assim, cheguei a esta conclusão: Deus fez os homens justos” (Ec 7.29). As escrituras nos dizem explicitamente que “Tudo o que Deus criou é bom” (1Tm 4.4).
É um Deus absolutamente bom. Não pode fazer uma coisa má. Somente uma criatura perfeita pode vir das mãos de um criador perfeito. Uma das coisas que Deus deu as suas criaturas boas foi um bom poder chamado livre-arbítrio.
A graça humana intrinsecamente reconhece a liberdade como um bem; somente aqueles que usurpam e abusam desse poder a negam e, todavia, a valorizam e buscam para si mesmos.
As pessoas nunca marcham contra a liberdade. Ninguém vê uma multidão nas ruas carregando cartazes dizendo: “Abaixo a liberdade” ou “queremos a escravidão de novo”! Mesmo que alguém fale contra a liberdade, ainda assim, está falando a favor dela, visto que valoriza a liberdade de expressar ideias.
Em resumo, a livre escolha é um bem inegável, visto que afirma o próprio bem, mesmo quando existe a tentativa de negá-la. “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. E se o filho vos libertar, então, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.32,36).
Uma conclusão oportuna para este breve estudo da resposta necessária de fé da parte do ser humano é ler as palavras dinâmicas de Ap.22.17. Aqui, o apóstolo João claramente estende o convite gracioso de Deus a todos:
“O Espírito e a noiva dizem: vem! E todo aquele que ouvir diga: vem! Quem tiver sede, venha; e quem quiser, beba de graça da água da vida”.



Consultas:
POMMERENING, Claiton Ivan. A Obra da Salvação – Jesus Cristo é o Caminho a Verdade e a Vida. CPAD RJaneiro 2017
ELWELL Walter A. Enciclopédia Histórico-teológica da Igreja Cristã. Ed. Vida Nova. SPaulo, 2009
DR. LLOYDE-JONES Martyn. Grandes Doutrinas Bíblicas Vl 1. Edit. PES – São Paulo, 1996
Bíblia de Estudo Almeida. SBB – Revista e Atualizada
GEISLER, Norman. Eleitos mas livres. Editora Vida. São Paulo, 2016
DANIEL Silas. Arminianismo – A mecânica da salvação. CPAD. Rio de Janeiro, 2017

HUNT Dave. Que amor é, este? Editora Reflexão. São Paulo, 2015

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