Subsídios
Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
A Abrangência Universal da Salvação - 05.11.17
Texto Bíblico: João 3.16-18; 1Timóteo 2.5,6
Por: Pr. João Barbosa
A
universalidade do pecado – A obra expiatória
de Cristo tornou-se necessária por causa da universalidade do pecado que
atingiu toda a raça humana e também por causa da seriedade do pecado porque
este corrompeu o ser humano e prejudicou sua comunhão com Deus. Também por
causa da incapacidade do homem de resolver por si mesmo esse problema.
Portanto, a universalidade, a seriedade e a
incapacidade humana apontam para Cristo como único possível para fazer a expiação.
Assim, foi necessária a obra expiatória de Cristo, que ele padecesse e se
sacrificasse para aniquilar o poder do pecado (Rm 5.21).
O sacrifício expiatório de Jesus teve lugar na cruz
do Calvário e foi a substituição do justo pelo pecador. Ele pagou o preço por
nossos pecados, tomou sobre si, venceu a morte e ressuscitou (Is 53.4,5,11; 1Pe
2,24). A expiação é a suprema expressão do amor do Pai para com a humanidade
através de Jesus Cristo o seu filho (Jo 3.16).
No AT, o pecado é tratado mediante a oferta de um
sacrifício. Desta forma, o holocausto seria aceito “para fazer expiação” (Lv
1.4). Assim como acontece com a oferta pelo pecado e a oferta pela culpa (Lv
4.20; 7.7) e especialmente com os sacrifícios no Dia da Expiação (Lv 16).
É lógico que o sacrifício seria ineficaz se fosse oferecido
num espírito errado. Pecar “atrevidamente” (Nm 15.30,31). Isto é, com soberba
de coração. Esta verdade é repetida e explicada com mais detalhe no NT. Ali,
fica claro que todos os homens são pecadores (Rm 3.23) e que o inferno os aguarda
(Mc 9.43; Lc 12.5).
Mas fica igualmente claro que Deus deseja trazer a
salvação e já a trouxe na vida, morte, ressurreição e ascensão do seu filho. O amor
de Deus é aquilo que envolve todas as coisas no que diz respeito à salvação do
homem (Jo 3.16; Rm 5.8).
É da vontade do Pai que os homens sejam salvos, e a
salvação é levada a efeito, não com um simples gesto, por assim dizer, mas por
aquilo que Deus tem feito em Cristo: “Deus está em Cristo, reconciliando
consigo o mundo” (2Co 5.19). Uma reconciliação levada a efeito pela morte de Cristo
(Rm 5.10).
O NT enfatiza sua morte, e não é por acidente que a
cruz veio a ser aceita como símbolo da fé cristã, ou que palavras tais como “crucial”
vieram a ter o significado que agora possuem. A cruz é absolutamente central à
salvação conforme o NT a ver. É aspecto distintivo do cristianismo.
Outras religiões têm seus mártires, mas a morte de Jesus
não foi a de um mártir. Foi a de um Salvador. A sua morte salva os homens de
seus pecados. Cristo tomou o lugar deles e sofreu a morte deles (Mc 10.45; 2Co
5.21). A culminação de um ministério em
que ele, coerentemente, se fez um com os pecadores.
Em sua morte, Cristo salientou a seriedade do pecado
e a severidade da justiça de Deus, e triunfou sobre as forças do pecado e da
morte, liberando-nos de seus poderes. Dessa forma a expiação implica em que a “humanidade
de Jesus significa que sua morte expiatória é aplicável aos seres humanos; sua Deidade
significa que sua morte pode servir para expiar os pecados de toda humanidade”.
Todos foram afastados de Deus por causa do pecado
(Rm 3.23); todos se inclinam para o mal (Sl 14.3; Mc 10.18) não há homem justo
sobre a terra (Ec 7.20). O pecado é tão terrível para o ser humano que a Bíblia
afirma que ele tem o poder de afastar as pessoas de Deus e impedir as orações
(Is 59.2) e ainda de tornarem as pessoas alvos de sua ira (Hb 10.27).
Somando a isso, o homem sofreu perda física, psíquica,
social e espiritual. Além disso, a natureza também foi atingida pelo pecado e
sofreu sérias consequências (Gn 3.17-19), assim como ainda sofre por causa da
degradação, poluição e destruição dos homens que, em sua ganância a destrói fazendo-a
gemer (Rm 8.22) aguardando novos céus e nova terra (1Pe 3.13), através da sua
redenção.
Portanto, sua morte é a expiação dos pecados, do
hebraico “kapar” que significa cobrir
(no sentido de ocultar) o pecado. Isaias escreveu que “Ao Senhor agradou moê-lo,
fazendo-o enfermar, quando a sua alma se puser por expiação do pecado...” (Is
53.10). Se alguém pecasse no AT, precisaria oferecer um animal pela culpa para “cobrir”
a ofensa (Lv 6.2-7).
Significando
que o pecado foi coberto por uma vítima inocente, e, portanto, não seria mais
visto, tornando-se invisível aos olhos de Deus. Esse mesmo princípio individual
era usado para os pecados da nação (Lv 4.13-20).
Nesse sentido, o sacrifício de Cristo, é
infinitamente muito mais abrangente, pois ele não apenas cobre os pecados, como
também os remove completamente apagando-os e, portanto, perdoando-os (Hb
10.4-10) como se nunca houvesse cometido pecado.
O NT nos dá várias indicações do princípio em que a
expiação é efetuada. Dessa forma, um sacrifício deve ser oferecido – não sacrifício
de animais que não pode ser eficaz para os homens (Hb 10.4), mas o sacrifício
perfeito de Cristo (Hb 9.26; 10.5-10). Cristo pagou a devida penalidade do
pecado (Rm 3.25,26; 6.23; Gl 3.13).
Ele nos redimiu (1Co 6.20; Gl 5.1). Ele fez uma nova
aliança (Hb 9.15). Ele obteve a vitória (1Co 15.55-57). Ele levou a efeito a
propiciação que desvia a ira de Deus (Rm 3.25), fez a reconciliação que
transforma inimigos em amigos (Ef 2.16). Seu amor e sua paciente perseverança
diante do sofrimento deram o exemplo (1Pe 2.21); devemos tomar a nossa cruz (Lc
9.23).
Nossa participação nisso é simplesmente corresponder
com arrependimento, com fé e com o viver santo.
REFLEXÃO
A retidão de Deus é o seu amor pela santidade, e a
justiça de Deus é a sua abominação peço pecado.
Consultas:
POMMERENING,
Claiton Ivan. A Obra da Salvação – Jesus Cristo é o Caminho a Verdade e a Vida.
CPAD RJaneiro 2017
ELWELL
Walter A. Enciclopédia Histórico-teológica da Igreja Cristã. Ed. Vida Nova.
SPaulo, 2009
WYCLIFFE.
Tradução Degmar Ribas Junior. Ed. CPAD.
Rio de Janeiro, 2016
DR. LLOYDE-JONES
Martyn. Grandes Doutrinas Bíblicas Vl 1. Edit. PES – São Paulo, 1996
Bíblia de
Estudo Almeida. SBB – Revista e Atualizada
ALEXANDER,
T.Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida. SPaulo, 2009
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