Subsídios
Teológicos e Bibliológicos para Estudo sobre:
A
Salvação pela Graça - 12.11.17
Texto Bíblico: Romanos 5.6-10,15,17,18,20; 11.6
Por: Pr. João Barbosa
Reflexão: A graça de Deus emanou do seu coração amoroso
para salvar o homem perdido, por meio do sacrifício vicário de Cristo Jesus. A
nossa salvação é resultado dessa graça divina
Para um melhor entendimento do
que é a graça, precisamos ter uma real compreensão do que é misericórdia,
compaixão e amor.
Misericórdia –
do latim (miser, miseria + cordis + coração), que literalmente significa
ter o coração voltado para a miséria de outrem.
É a compaixão de Deus
direcionada para o ser humano. Através deste sentimento imensurável, o Senhor
mostra que sua misericórdia sempre triunfa.
Basta o ser humano se
arrepender de seus pecados para que o justo juiz lhe estenda toda sua
longanimidade (Lm 3.22).
Foi a misericórdia de Deus que
o levou a enviar o seu único filho para que morresse em nosso lugar, a fim de
que viéssemos a ter a vida eterna (Jo 3.16).
Assim, podemos afirmar que
graça não é misericórdia ou amor. A graça, portanto, é vista da misericórdia,
porque esta é sobre “todas as suas obras” (Sl 145.5).
E aquelas, somente sobre
aqueles que aceitam a Cristo como Salvador (Ef 2.8,9; Tt 2.11).
Definição de graça: A
graça pode ser definida como “o favor eterno e totalmente gratuito de Deus,
manifestado na concessão de bênçãos espirituais e eternas às criaturas culpadas
e indignas”.
A graça é a concessão de
favores a quem não tem mérito próprio, e pelos quais não se exige compensação
alguma.
Não somente a graça é dada
aqueles que não têm mérito próprio, como é dada aos que merecem condenação.
Por ela ser imerecida, ninguém
pode reivindicá-la como direito, se o pudesse não seria graça.
Graça é mérito não excludente
(Rm 4.4,5).
A graça é uma só, mas
ela se manifesta em incontáveis formas. As duas formas principais são: A graça
comum e a graça salvífica ou salvadora.
Graça comum é a graça pela
qual ele dá às pessoas inúmeras bênçãos que não fazem parte da salvação.
A palavra comum, aqui,
significa alguma coisa comum a todas as pessoas, não restrita somente aos
crentes em Cristo.
A graça comum expressa a
bondade divina sobre toda a criação de Deus. Quando falamos de graça comum e
graça salvífica ou salvadora, não estamos falando de duas classes de
diferentes graça no mesmo Deus, mas que a graça de Deus se manifesta no mundo
de duas maneiras diferentes.
A graça comum é
diferente da graça salvífica em seus resultados. A graça comum não conduz à
salvação em seus recebedores. Ela é dada igualmente a crentes e incrédulos. A
graça comum não flui da ação resgatadora de Cristo, pois os incrédulos não
consideram a morte de Cristo.
A graça de Deus é estendida a
todas as dimensões da vida e não somente na salvação. È o que os teólogos
chamam de graça comum. Ela é vista no domínio físico quando diz que Deus faz
nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos (Mt
5.44,45).
A graça salvadora ou salvífica –
Na visão do apóstolo Paulo, a graça salvadora é o próprio Cristo (Tt 2.11).
Ela ultrapassa o conceito e o
sentido da graça comum, que é disponível para “todos os homens”, independente
de crerem em Deus ou não. A graça comum é manifestada pela “revelação
natural”, pela natureza (Sl 19.1-6).
A graça salvadora também está
á disposição de “todos os homens”, mas só é alcançada por aqueles que crerem em
Deus e aceitam Cristo como Salvador.
É também chamada de “graça
especial” porque é “revelada pela revelação” especial de Deus, em sua palavra. Todas
as bênçãos que recebemos nesta vida são em última análise imerecidas – todas
elas nos vêm pela graça.
O apóstolo Pedro entendia que
a vida cristã se vive pela graça (1Pe 5.12).
Deus se utiliza de diversas
atividades da igreja para dispensar diversas bênçãos da sua graça, é o que o
Espírito Santo se utiliza para distribuir as bênçãos aos salvos.
Graça é a maneira pela qual
Deus se dispõe a receber, de braços abertos, o pecador, não obstante sua santidade
absoluta e o estado miserável em que se encontra aquele que dele se desviou. É
uma bênção ou um favor verdadeiramente imerecido e indevido, que dfeus concede
em sua soberania.
Deus não tem nenhuma obrigação
de perdoar. Ninguém tem o direito de cobrar tal coisa de Deus. Ele, no entanto,
perdoa por causa da graça. A iniciativa é sempre de Deus.
A oração particular, o culto,
o estudo da Bíblia, a fé, o ensino da Palavra, o batismo tanto nas águas como
no Espírito Santo, a santa ceia do Senhor, a oração uns pelos outros, a
adoração, o ofertório, os dons espirituais, a comunhão, a evangelização e o ministério
individual, todos esses meios estão disponíveis aos salvos dentro da igreja.
O Espírito santo lança mão de
todos eles para conceder através deles, incontáveis tipos de bênçãos aos
crentes em Cristo Jesus. Esta lista são meios da graça que o Senhor concede
através deles, bençãos incontáveis aos que lançam mão destas dádivas de Deus.
Numa perspectiva
bíblico-teológica, “graça” é fundamentalmente uma palavra sobre Deus – sua
iniciativa não coagida e demonstrações amplas e extravagantes do seu cuidado e
favor para com todos.
Por um lado, seu favor é
derramado indiscriminadamente “para com os ingratos e maus” (Lc 6.35). Por
outro lado, os desesperados, o pobre e o marginalizado podem ter certeza de que
sua compaixão objetiva a eles, em primeiro lugar.
A graça de Deus é dada
livremente, mas também possibilita e provoca uma resposta humana, para que as
pessoas sejam convencidas a se comportarem perante Deus em adoração.
A graça é eterna –
As obras da graça não são feitas num atropelo, às carreiras, para resolverem um
problema surgido de última hora. As obras da graça de Deus foram idealizadas
antes de serem manifestas aos homens.
Elas foram propostas antes de
serem comunicadas a eles. Paulo afirma que Deus “nos salvou e nos chamou com a
santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria
determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos
eternos” (2Tm 1.9).
Deus nos deu tudo, antes de
tudo existir. Por essa razão Pedro diz que fomos resgatados de nossa vã maneira
de viver, não com coisas corruptivas, como prata ou ouro que por tradição
recebestes de vossos pais. Mas, com o precioso sangue de Cristo, como de um
cordeiro imaculado e incomtaminado, o qual, em outros tempos foi conhecido
ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nesses últimos tempos por
amor de nós (1Pe 1.18-20; Ap 13.8; 17.8; Tt 2.2).
Antes que clamemos ele ouve, e
quando ainda estivermos clamando, ele responde (Is 65.24).
Graça é uma atitude
benevolente e incondicional em prol de outro e é também a manifestação da essência
de Deus assim como Ele é. Quando Ele libera graça, não está ofertando algo que é
seu, mas, sim, auto-ofertando-se, pois amor incondicional é o que o constitui
em sua essência.
O crente precisa conhecer “três
verdades básicas: quão grande é o nosso pecado, quão grande é a graça de Deus
que nos redimiu e quão grande deve ser nossa gratidão a Deus por sua graça”.
Exercitar a gratidão diante de
grandes ou pequenos gestos da graça de Deus demonstra um coração que avançou em
sua caminhada espiritual e reconheceu a grandeza da superabundante graça
oferecida na cruz.
Os que compreendem a graça devem
desenvolver a incrível a incrível capacidade de simplesmente se deixarem
presentear por Deus. Somente esses são justificados, porque aceitam ser aceitos
“a despeito de ser inaceitável”, e assim se permitem embalar nos braços do amor
e do perdão.
Para os filhos de Deus, côncios
da graça do Pai, tudo é presente e dádiva. Não há reinvidicação nem presunção
de méritos, mas somente grati9dão e ação de graças, pois a graça de Deus aceita
o inaceitável.
Consultas:
POMMERENING,
Claiton Ivan. A Obra da Salvação – Jesus Cristo é o Caminho a Verdade e a Vida.
CPAD RJaneiro 2017
ELWELL
Walter A. Enciclopédia Histórico-teológica da Igreja Cristã. Ed. Vida Nova.
SPaulo, 2009
DR. LLOYDE-JONES
Martyn. Grandes Doutrinas Bíblicas Vl 1. Edit. PES – São Paulo, 1996
Bíblia
de Estudo Almeida. SBB – Revista e Atualizada
ALEXANDER,
T.Desmond. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Editora Vida. SPaulo, 2009
RENOVATO Elinaldo. As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais. Rio de
Janeiro, 2015 – CPAD
SPERRY. Lewis Chafer. Teologia Sistemática. Editora Hahnus. SPaulo,
2008.GRUDEM Wayne.
Teologia Sistemática Atual e Exaustiva. Ed. Vida Nova. SPaulo, 2009
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