Abordagem
de Conteúdos Transvers. com o Tema em Estudo
Gênesis 4 1.10
Reflexão: Quem ama de verdade não se deixa dominar pelo
ódio, nem pela inveja.
Antes de Deus expulsar o homem e sua mulher do
paraíso – Primeiramente,
fez o Senhor Deus vestimentas de pele para Adão e Eva. Apesar da queda do homem
no pecado, Deus nunca o desamparou. Verifica-se que houve provisão divina,
mediante aquela nova situação – o pecado.
A fim de ocultar a nudez do casal, pois ao
pecar descobriram que estavam nus e sentiram vergonha de si mesmos; o próprio
homem já havia preparado para si e sua mulher uma vestimenta de folhas de
figueira – símbolo da justificação das obras
humanas.
Mas Deus fez para eles uma vestimenta de
peles de animais. O sacrifício de alguns animais foi necessário para essa
provisão, isto em tipologia bíblica, a provisão por meio de Cristo, em sua obra
expiatória ali tipificada (Rm 3.21,26).
As vestimentas recebidas de Deus por Adão e
Eva, foram-lhes supridas divinamente. Agora estavam outra vez aptos a estarem
na presença de Deus. As vestimentas foram uma provisão notável; serviram para
encobrir a nudez dos dois, além de servir para proteger contra as intempéries
do tempo. Assim, a provisão de Cristo é uma provisão geral em todos os sentidos
para aqueles que se chegam a Deus.
O ódio que mata – Disse Caim à Abel seu
irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim
contra Abel, seu irmão, e o matou.
Perguntou o Senhor a Caim: “Onde está
Abel, teu irmão? Caim respondeu: Não sei; acaso sou eu guardador de meu irmão? E
disse Deus: Que fizestes Caim?A voz do sangue de teu irmão, clama a mim, desde
a terra” (Gn 4.8-10).
Caim na verdade já era do maligno, por isso
ele matou seu irmão Abel (1Jo 3.12). Ao proferir a sentença logo após a queda
do homem, disse o Senhor a serpente: “Este te ferirá a cabeça, e tu lhe
ferirás o calcanhar” (Gn 3,15).
A maldição trouxe a inimizade, mas há uma
solução. A cabeça da serpente será esmagada. Isto nos fala de remissão como
resposta divina a todo problema.
A maldição pronunciada sobre Satanás e sua
semente, com a declaração de vitória e vida para a semente da mulher, foi também
um pronunciamento de maldição sobre a semente da mulher.
A ira de Deus seria sentida no “ferimento do
calcanhar”. Esta declaração foi demonstrada como uma referência ao sofrimento,
condenação e morte, e sepultamento de Jesus Cristo, que sofreu a ira de Deus e
teve a maldição da humanidade caída sobre si (Rm 5.9; 1Ts 1.10; Cl 3.10-13).
Esta maldição que caiu sobre a semente da
mulher, Jesus Cristo tinha que sofrer. Ela foi absoluta e irrestrita, no sentido
que a plenitude da ira de Deus foi colocada sobre ele (Is 53.1-5).
As consequências do pecado não demoraram
aparecer sobre a raça humana. Caim e Abel, filhos de Adão, diferiam grandemente
em caráter. Abel tinha um sentimento de fidelidade a Deus; via justiça e misericórdia
no trato do Criador; com a raça humana decaída, e com fé e gratidão aceitou a
promessa de redenção.
Mas Caim, desde o princípio nutria sentimento
de rebeldia contra o Redentor, por causa da maldição pronunciada, sobre a terra
e sobre o gênero humano.
Em virtude do pecado de Adão, esses irmãos
foram provados, assim como Adão fora antes deles.
Estavam cientes da providência tomada por
Deus para a salvação dos homens e compreendiam o sistema de ofertas que Deus
ordenara. Sabiam que ao oferecer uma oferta ao Senhor deveriam fazê-lo por fé
no Salvador, e o que aquelas ofertas tipificavam e reconheciam sua total
dependência de Deus. Sem derramamento de sangue não podia haver redenção de
pecados. As primícias da terra deviam ser apresentadas diante do Senhor em
ações de graças.
Os dois irmãos, de modo semelhante erigiram
seus altares, e cada um trouxe uma oferta. Abel, apresentou um sacrifício de
rebanho, de acordo com as instruções do Senhor. “E atentou o Senhor para
Abel e sua a oferta” (Gn 4.4). Fogo do céu caiu e consumiu o sacrifício –
era essa a forma de se saber que Deus recebera o sacrifício (Gn 15.17).
Caim ao levar ao Senhor, apenas uma oferta de
frutos da terra, não houve fogo do céu como prova de que a oferta fora aceita
por Deus – nada aconteceu. Caim preferia a conduta de independência própria.
Quanto ao que respeitava ao nascimento e
instrução religiosa, esses irmãos eram iguais, amigos e pecadores, e reconheciam
o direito de Deus, à reverência e a adoração, segundo a aparência exterior. Sua
religião era a mesma até certo ponto; mas a diferença entre ambos era muito
grande.
“Pela fé Abel ofereceu a Deus maior
sacrifício do que Caim” (Hb 11.14). Abel aprendeu os grandes princípios da
redenção e por meio do sangue derramado, olhava para o futuro sacrifício de
Cristo, e sua morte na cruz do Calvário. Caim tivera como Abel, a oportunidade
de saber e aceitar estas verdades. Um irmão não fora eleito para ser aceito por
Deus e outro para ser rejeitado.
Abel escolheu a fé e a obediência; Caim, a
incredulidade e a rebeldia, porque ele já era do maligno (1Jo 3.12). Jesus se
referiu a Abel como o primeiro mártir (Mt 23.35). O sangue de Abel é contrastado
com o sangue de Cristo (Hb 12.24). Caim e Abel representam duas classes que
existirão no mundo até o final dos tempos.
Uma classe piedosa, que segue as instruções
do Senhor; a outra arriscasse em confiar em si mesmo, e nos seus méritos. A
classe de adoradores que segue o exemplo de Caim é a maioria absoluta no mundo;
pois quase toda religião falsa tem se baseado no mesmo princípio, de que o
homem pode confiar em seus próprios esforços para salvação.
Quando Caim viu que sua oferta era rejeitada,
ficou irado com o Senhor Deus e com Abel. Apesar do descaso de Caim pelo
mandado divino, Deus não o deixou abandonado. Disse Deus a Caim: “Por que te
iraste? E porque decaiu o teu semblante?” (Gn 4.6).
“Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti
e, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta (ou a oferta pelo pecado” (Gn 4.7).
A escolha dependia de Caim. Se confiasse em
Deus, e seguisse suas instruções gozaria do seu favor.
Caim
via injustiça em Deus, e acalentava inveja e ódio contra seu irmão. Caim odiou
e matou o seu irmão, sem qualquer motivo, “porque suas obras eram más, e a de
seu irmão, justas” (1Jo 3.11,12).
Assim, em todos os tempos, os ímpios têm
odiado os que eram melhores que eles. A vida de obediência de Abel era uma
reprovação ao modo de vida de Caim. O assassínio de Abel foi o primeiro exemplo
de inimizade entre a semente da serpente e a semente da mulher, entre Satanás e
seus súditos.
Caim, o homicida, logo foi chamado para
responder por seu crime – “E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu
irmão? Ele disse: não sei: Sou eu guardador de meu irmão?” (Gn 4.9-12).
Caim tinha avançado tanto no pecado, que
perdera a intuição da contínua presença de Deus e de sua grandeza e
onisciência. Por isso, recorreu à falsidade para esconder sua culpa.
Quinze séculos depois de pronunciada a
sentença sobre Caim, o universo testemunhou os frutos de seu mau exemplo, no
crime e corrupção que inundaram a terra.
Agora, todos podiam entender que a sentença
de morte pronunciada contra a raça decaída, era
não apenas justa, mas, misericordiosa. Quanto mais vivessem os homens em
pecado, mais abomináveis a Deus se tornaria.
Como disse o pregador: “Visto como se não
executa logo o juízo sobre a má obra, por isso, o coração dos filhos dos homens
está inteiramente disposto para praticar o mal” (Ec 8.11).
Consultas: Lições Bíblicas
EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2015 – (Comentarista: Pr. Claudionor de Andrade).
ANDRADE Claudionor. O Começo de Todas as Coisas. Rio de Janeiro,
2015 – CPAD
LOURENÇO Adauto. Gênesis 1 & 2 – A Mão de Deus na Criação. Editora
Fiel. SPaulo, 2011
GRONINGEN Gerard Van. Revelação Messiânica do Antigo Testamento. Editora
Cultura Cristã. SPaulo, 2003
GRONINGEN Gerard Van. Criação e Consumação – O Reino, a Aliança, e o
Mediador Vol.1 Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2002
WHITE Ellen G. Patriarcas e
Profetas. Casa Publicadora Brasileira. SPaulo, 1976
DOUGLAS J.D. O Novo Dicionário da Bíblia. Editora Vida Nova. SPaulo,
2006
CHAMPLIN R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Versículo por
Versículo. Vl 1, 6,7. Editora Hagnus. SPaulo, 2001
Bíblia de Estudo Scofield
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