Abordagem de
Conteúdos Transvers. com o Tema em Estudo
Salmos 104.1-14
Reflexão: A primeira grande verdade da Bíblia é que
Deus criou os Céus e a terra e o ser humano.
No princípio criou Deus os
céus e a terra. Essa afirmação é irrefutável. Segundo o Dr. Ellis, professor
emérito do Departamento de Matemática Aplicada da Universidade de Cape – África
do Sul, tudo o que uma pessoa, mesmo um cientista pode fazer com esta
declaração do Gn 1.1, é discordar da premissa cosmológica do autor, mas nunca
refutar.
O “Big Bang”, é uma teoria que mesmo sendo aceita
nos meios acadêmicos, não passa de uma teoria, sem unanimidade nos meios científicos
e teológicos, como também amplamente refutada.
Tempo, espaço e
matéria – A primeira frase da Bíblia define a origem dos
três elementos básicos principais com os quais a ciência trabalha: tempo,
espaço e matéria. Vejamos a ordem: 1. No princípio – tempo, 2. Deus criou os
céus – espaço, 3. e a terra – matéria.
Sabemos que a terra do verso de Gn 1.1 não é o
planeta Terra, pois no verso 2, lemos que a terra era sem forma e vazia.
O planeta Terra tem uma forma. Não existe até o
presente momento, nenhuma teoria científico que possa explicar o aparecimentos
dessas três entidades: tempo, espaço e materia, sendo que as três estão
interligadas.
Uma teoria que tente explicar o aparecimento de um
deles deverá também explicar o aparecimento dos outros dois.
Antes de Deus criar o mundo não poderia ter havido
o “antes”, pois não haveria o que mudar. Não havendo mudança, não haveria como
medir o tempo.
Portanto, o tempo não poderia vir a existência por
conta própria, pois algo teria que ter mudado, para que o tempo existisse.
E se “algo” não existia, o tempo também não poderia
existir. Somente com a criação do espaço e da matéria o tempo poderia ter
passado a existir.
Antes da criação do mundo não havia nenhuma
mudança. Portanto, não poderia haver tempo. Deus é aquele que é antes do do
antes. A teologia do século XX foi marcada pelas tentativas de harmonização
entre os ensinamentos das Sagradas Escrituras e as propostas científicas.
Essas
tentativas de harmonização aparecem nas áreas da Sociologia com a Teologia da Libertação, nas áreas da
Economia com a Teologia da Prosperidade, nas áreas da Psicologia com a Psicologia Cristã, e em muitas outras
áreas do conhecimento científico.
Nas áreas das ciências biológicas, essas tentativas
aparecem sob a forma de Evoluicionismo Teísta.
A Bíblia não contém erros científicos, portanto,
ela é perfeitamente compatível com as descobertas científicas, havendo sempre
uma harmonização natural.
O conhecimento científico muda, e muda muito
rapidamente.
Provas bíblicas
da criação a partir do nada – A Bíblia claramente demanda que acreditemos que
Deus criou o universo “do nada”. Às vezes se usa a expressão latina ex nihilo, “do nada”; diz-se então que a
Bíblia prega a criação ex nihilo. Isso significa que antes de
Deus principiar a criação do universo, nada existia além do próprio Deus.
Essa é a implicação de Gênesis 1.1, que diz “No princípio criou Deus os céus e a terra”.
A frase “os céus e a terra”, abarca todo o universo.
O Salmo 33 também nos diz: “Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército
deles [...] Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou e tudo passou a existir”
(Sl 33.6-9).
No NT, encontramos uma declaração universal no início
do evangelho de João: “Todas as coisas
foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez”
(Jo 1.3).
A melhor interpretação da expressão “todas as
coisas” é “todo universo” (At 17.24; Hb 11.3). Paulo é bem explícito em Cl 1,16,
quando especifica todas as partes do universo, as coisas visíveis e as invisíveis:
“Pois, nele,
foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis,
sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi
criado por meio dele e para ele” (Cl 1.16).
O cântico dos vinte e quatro anciãos no céu, igualmente
afirma essa verdade: “Tu és digno, Senhor
e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu
criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas”
(Ap 4.11).
Na última frase diz-se que a vontade de Deus foi a
razão pela qual as coisas passaram afinal a “existir” e pela qual “foram
criadas”.
O fato de ter Deus criado os céus e a terra, e tudo
o que neles há, é afirmado várias vezes no NT. Por exemplo, Atos 4.24 fala de
Deus como “Soberano Senhor que fizeste o céu,
a terra, o mar, e tudo o que neles há”.
Uma das primeiras maneiras de identificar a Deus é
dizer que ele criou todas as coisas. Barnabé e Paulo explicam à plateia pagã em
Listra que são mensageiros de um “Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar, e
tudo o que há neles" (At 14.15).
Do mesmo modo, quando Paulo fala aos filósofos
gregos pagãos em Atenas, ele identifica o Deus verdadeiro como o “Deus que fez
o mundo e tudo que nele existe” e diz que esse Deus “a todos dá vida, respiração
e tudo mais”. (At 17.24,25; Is 45.18; Ap 10.6).
Romanos 4,17 diz que Deus criou do nada, ainda que
não o afirme exatamente. O texto fala literalmente de Deus como aquele que “chama
coisas não existentes como se já existissem”.
A tradução da ARA, “chama á existência as coisas
que não existem” é incomum mas gramaticalmente possível, e faz uma afirmação
explícita da criação a partir do nada. Porém, mesmo que traduzamos de modo que
a palavra grega hos assuma seu significado
comum, “como”, o versículo diz que Deus “chama as coisas, que não existem como
existentes”.
Mas se Deus fala a algo que não existe (ou chama)
como se de fato existisse, o que está implícito? Se ele chama coisas que não
existem como se existissem, o significado só pode ser que logo existirão,
irresistivelmente chamadas à existência.
Como Deus criou todo o universo do nada, no
universo não existe matéria eterna. Tudo o que vemos – as montanhas, os
oceanos, as estrelas, a própria terra – tudo veio a existir quando Deus o
criou. Houve um tempo em que não existiam:
“Antes que os montes nascessem e se formassem a
terra e o mundo, de eternidade a eternidade tu és Deus (Sl 90.2).
Isso nos lembra que Deus rege o universo e que nada
na criação deve ser adorado em lugar de Deus, ou além dele. Todavia, negando a
criação a partir do nada, teríamos de afirmar que alguma matéria já existia e
que é eterna como Deus.
Tal ideia desafiaria a independência de Deus, sua
soberania, e o fato de que só a ele devemos culto: se a matéria existisse além
de Deus, então que direito inato teria Deus de regê-la e usá-la para sua glória?
E que certeza teríamos de que cada aspecto do universo irá no final cumprir os
desígnios de Deus se algumas partes dele, não foram criadas por Deus?
O lado positivio do fato de ter Deus criado o
universo do nada é que ele tem sentido e propósito. Deus, na sua sabedoria, o
criou para algum fim. Devemos tentar compreender esse fim e usar a criação de
modos que se conformem a esse fim, que é glorificar o próprio Deus. Além disso
sempre que a criação nos dá alegria (1Tm 6.17) devemos dar graças a Deus, que
tudo fez.
A criação do
universo espiritual – A criação de todo o universo abarca a criação de
um reino de existência invisível e espiritual: Deus criou os anjos e outros
tipos de seres celestiais, além dos animais e do homem.
Também criou o céu como lugar onde a sua presença é
especialmente evidente. A criação do reino espiritual está inequivocadamente implícita em todos os versículos acima que
afirmam que Deus criou não só a terra, mas também “o céu [...] e tudo quanto
nele[s] existe” (Ap 10.6; At 4.24) e está ainda explicitamente confirmada em vários
outros versículos.
A oração de Esdras diz bem claramente: “Só tu és Senhor, tu fizeste o céu, o céu
dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há” (Ne 9.6). O “exército
dos céus” nesse versículo parece referir-se aos anjos e outras criaturas
celestes, pois Esdras diz que eles se ocupam da atividade de adorar a Deus (o
mesmo termo exército é usado para falar
de anjos que adoram a Deus em Sl 103.21 e 148.2).
No NT Paulo especifica que em Cristo “foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a
terra, as visíveis e as invisíveis sejam tronos, sejam soberanias, quer
principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele” (Cl
1.16; Sl 148.2,5).
Aqui a criação dos seres celestes invisíveis, é
também afirmada explicitamente.
Consultas: Lições Bíblicas
EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2015 – (Comentarista: Pr. Claudionor de Andrade).
ANDRADE Claudionor. O Começo de
Todas as Coisas. Rio de Janeiro, 2015 – CPAD
ANDRADE Claudionor. Dicionário de Profecias Bíblicas. CPAD. RJaneiro
2005
WHITCOMB John. .A Terra... De
onde Veio? Editora Fiel. São Paulo, 1992
CAMPOS Heber Carlos. O Habitat Humano - O Paraíso Criado. Edit. Hagnus.
SPaulo, 2011
CAMPOS Heber Carlos. O Habitat Humano - O Paraíso Perdido. Edit. Hagnus. SPaulo, 2012
LOURENÇO Adauto. Gênesis 1 & 2 – A Mão de Deus na Criação. Editora
Fiel. SPaulo, 2011
LOURENÇO Adauto. Como Tudo Começou – Uma Introdução ao Cristianismo. Editora
Fiel. SPaulo, 2007
GRUDEM Wayne. Teologia Sistemática Atual e Exaustiva. Editora Vida Nova.
SPaulo, 1999
Bíblia de Estudo Pentecostal CPAD
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