Abordagem de
Conteúdos Transvers. com o Tema em Estudo
Romanos 5.12-19
Reflexão: O pecado de Adão trouxe-nos a morte, mas
a morte de Jesus Cristo garante-nos a
vida eterna e plena comunhão com Deus.
O paraíso - “E plantou o Senhor
Deus um jardim no Édem, da banda do Oriente, e ali pôs o homem que tinha
formado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista, e
boa para comida, e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do
bem e do mal.
E tomou o Senhor
Deus o homem e o pôs no jardim do Édem para o lavrar e o guardar. E ordenou o
Senhor Deus ao homem, dizendo: de toda árvore do jardim comerás livremente. Mas
da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em
que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.8,9,15,16,17).
Essas duas árvores são reais, mas possuem significados que lhes
proporcionam destaque maior no jardim de Deus.
Cada uma delas representa algo
importante. Apontam para os fatos de que
a comunhão com o Senhor tem a ver com a árvore da vida, e a quebra dessa comunhão,
com a árvore do conhecimento do bem e do mal.
A árvore da vida exerce uma
função muito importante nas Escrituras, por isso aparece no primeiro e no último
livro da Bíblia, além de ser sugerida no livro de Ezequiel 47.12 e em Provérbios
11.30 e 13.12. Esta árvore é parte tanto do
primeiro paraíso (Gn 2.9), como do paraíso definitivo, na consumação de todas
as coisas (Ap 2.7;22.2).
Apesar de a árvore da vida ser
uma árvore real, comum, uma árvore composta de raiz, caule, galho, flores e
frutos, localizada “no meio do jardim”, tem uma significação espiritual muito
característica.
Seus frutos são naturais, mas com propriedades sobrenaturais.
Na verdade, nesse sentido, é uma árvore
sobrenatural, pelos símbolos que comunica: É simbólica de sabedoria; de retidão;
é simbólica da concretização da esperança; é simbólica de temperança na
linguagem.
É uma espécie de árvore
sacramental. É indicativa exterior de manutenção perene de comunhão com Deus no
jardim. Comer do fruto dessa árvore é símbolo de vida eterna. Essa árvore era
um sinal para Adão de que a origem da vida está em Deus, e para que soubesse
que simbolizava a sua condição de bem-aventurança, que jamais seria perdida se
tivesse cumprida a obediència dele exigida.
Só poderia comer dessa árvore aquele que
passasse no teste da obediência. Se o homem comesse dessa árvore, viveria para
sempre. No entanto, não podemos dizer que a perenidade da vida vem do seu
fruto, mas, sim, da obediência, porque a vida eterna, segundo o ensino geral
das Escrituras, é obtida pela obediência. Por não obedecer, Adão foi
proibido de comer dessa árvore. Então, para que não comesse dela, foi lançado
para fora do paraíso (Gn 3.22).
A
árvore co conhecimento do bem e do mal – “Do solo fez
o Senhor Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para
alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore de
conhecimento do bem e do mal (Gn 2.9).
Esta árvore é indicativa de realidades
espirituais que Deus queria comunicar às suas criaturas. É possível que também
estivesse colocada no meio do jardim, como a outra árvore – a da vida.
Ela, em si mesma, não era má. Pelo
contrário, era não somente agradável à vista, mas seu fruto era bom como os das
outras árvores. Macarthur, diz que ela não era venenosa, e não era uma árvore
com fruto tóxico. Não há nada tóxico na perfeita criação de Deus.
Não havia nenhum veneno. Não
havia nada no fruto daquela árvore que, de alguma forma, houvesse sido alterado
geneticamente.Nada havia na naquela árvore
que, de alguma forma, pudesse matar algum princípo de vida de um indivíduo, como
algum sopro mortal em sua alma.
Era uma árvore boa, e o seu
fruto era perfeitamente bom, porque tudo
que Deus fez era bom.
Por que, então, esta árvore é
chamada de árvore do conhecimento do bem e do mal? Von Ranke, entende que a árvore
é designada para representar a onisciência, e que o homem não deveria cobiçar a
onisciência. Comer dessa árvore significa ter um conhecimento completo e,
consequentemente, significa participar da onisciência divina.
Esta é uma
interpretação errônea porque a onisciência é um atributo incomunicável de
Deus. E pertence unicamente ao ser único e infinito, de quem o homem é apenas
criatura.
A citação de Gn 3.22, que fala
que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal, é uma enorme
ironia (linguagem figurada) que Deus usa e não deve ser entendida como o homem
tendo o conhecimento que Deus tem.
Há outros que entendem que o
comer dessa árvore tem a ver com a prática do ato sexual. Este pensamento é
mais comum dentro da Teologia Católica Romana e também amplamente difundida no
meio evangélico.
No entanto, não há nenhuma
sugestão de que o pecado de comer dessa árvore tem a ver com as relações
sexuais entre Adão e Eva.
A importância dessa árvore, no
entanto, está vinculada à sua significação espiritual. Ela é reveladora da
soberania de Deus, que ordenou que os seres humanos dela não comessem.
Deus dera aos primeiros pais
todas as coisas necessária para uma abundante e feliz subsistência no jardim. O
homem não precisava desejar mais nada.
Não precisava querer conhecer
como Deus, como Satanás sugeriu. Deveria estar absolutamente contente com as
provisões divinas.
A
tentação no paraíso: o poder e o fascínio da mentira – Em Gênesis,
capítulo 3, encontramos as origens da mentira da qual estamos falando. Está
escrito: “Mas a serpente, mas sagaz de
que todos animais selváticos que o Senhor tinha feito, disse á mulher: É assim
que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?
Respondeu-lhe
a mulher: Do fruto das árvores podemos comer, mas do fruto da árvore que está no
meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não
morrais.
Então
a serpente disse à mulher: È certo que não morrereis” (Gn 2.17b;
3.4).
Porque Deus sabes que no dia
em dele comeres se vos abrirão os olhos, e, como Deus, sereis conhecendo do bem
e do mal (Gn 3.5). Vemos aqui a origem da mentira nua e crua. Sua maldade e seu
poder de ilusão aparecem juntos com toda sua simplicidade original.
A ilusão, em sua essência, é
uma só; possui, porém, seis características aparentes, das quais três
questionam algo e outras três afirmam algo:
1. A serpente nega a realidade
da maldição da morte. Apesar de ter sido comprovado que essa negação não possui
fundamento algum, ela continua desde então sendo apresentada – e crida.
2. A serpente questiona de
forma implícita a veracidade de Deus. Ela sugere que Deus teria enganado os
homens. Que ele teria feito uma falsa ameaça contra eles.
3. A serpente nega a justiça e
a bondade de Deus. Ela acusa Deus de motivos indignos. Deus estaria negando aos
homens algo bom, querendo ficar com aquilo só para si.
Assim, a parte questionadora
da mentira movimenta-se entre a negação de um fato negativo, a morte, e um ataque
ao caráter de Deus. Mas a serpente não só afirma que Deus está privando o homem
de algo; ela diz o que é este algo.
Ao fazer isto, a serpente
apresenta três falsas promessas positivas:
1. A serpente promete
sabedoria ao homem. Os olhos dele, diz a serpente, seriam abertos e eles adquiririam
a capacidade do conhecimento.
2. A serpente promete
divindade, o “ser como Deus”. Esta parece uma tentação supérflua, já que a
humanidade originalmente fora criada à imagem de Deus. Assim mesmo, a tentação
de se auto realizar de forma autônoma ilimitada permanece sendo o A e Z da
soberba espiritual.
3. A serpente promete poder.
Esta promessa não é expressa de forma declarada, mas é uma conclusão óbvia. A expressão
hebraica deixa claro que o conhecimento aqui recebido é de utilidade e possui
uma função. Ao lermos este texto, descobrimos que verdade e mentira não mantém
o equilíbrio em forma de um contraste dualista, pois o mal não é o oposto do
bem, no sentido de poder co-existir com o bem ao mesmo nível.
O mal é muito mais uma
distorrção do bem criado por Deus. A essência do mal encontra-se na perversão
fundamental do bem criado por Deus. Portanto, não possui uma existência própria
independente do bem que perverte, como também não é independente da vontade
daquele que se abre à sua influência.
Assim vamos encontrar em
qualquer ponto da história subsequente, a mentira fundamental da história, num
estado mais desenvolvido. A influência contagiante dessa mentira firmou-se tanto
que agora pode fornecer a base espiritual pára um reino rodeado de brilho, mas
corrupto por dentro, disposto a conquistar o senhorio sobre este mundo:
“No fim desta era” esta
mentira original avança para seu estágio final de desenvolvimento, ela atinge
sua forma completa num sistema de idolatria que abrange toda a terra. Agora, ela
não é mais somente problema de uma ilusão individual; pelo contrário, esta
mentira diabólica leva a uma falsa crença sistemática e todo-abrangente, tão
abrangente quanto a tão diversificada natureza da vida humana em que se
fundamenta.
A
introdução do pecado no mundo – Historicamente, Adão foi o terceiro a rebelar-se
contra o Senhor Deus. Em primeiro lugar apostataram Satanás e seus anjos. Depois,
a mulher, e, só então o homem. Não obstante, foi Adão o grande responsável pela
introdução do pecado no mundo. Porque o juízo maior recaiu sobre ele.
“Pelo que, por um homem entrou
o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos
os homens, por isso que todos pecaram (Rm 5.12).
Adão era o governador do
mundo. Deus lhe confiou o governo do mundo a fim de que ele governasse dominando
sobre todas as coisas (Gn 1.26).
Cabia-lhe, pois, trazer à
terra o reino dos céus. Ele o faria repassando à esposa e aos filhos, o
conhecimento e as ordenanças, que lhe transmitira o Senhor. Mas, por não
orientar devidamente as mulher, esta fragilizou-se ante a dialética do adversário.
Adão era o guarda do Édem. Cabia
a ele cultivar e guardar o paraíso (Gn 2.15), Todavia falhou em sua missão. Alguns
pensam que Adão já sabia da existência de um adversário, e que este já havia
turbado as regiões celestes. E, já expulso de lá, buscava agora na terra ampliar
seus estragos e apostasias.
Adão não ingnorava o perigo que
o rondava, mas o subestimou. Adão conhecia a natureza do adversário. Ao nomear
os animais, Adão passou a conhecer profundamente a biologia terrestre (Gn
2.19,20).
Sabia que o leão era o rei dos
animais. Admirava a força do boi e a mansidão do cordeiro. De igual modo não
ignorava a astúcia e o fingimento da serpente. Deveria ter alertado Eva quanto aquele
admirável e astuto réptil. Pois Deus já o havia advertido de que dominasse sobre
os répteis.
Adão introduziu o pecado no
mundo. Eva pecou antes de Adão, e Satanás, por seu turno pecara muito antes de
Eva. Todavia, o pecado entrou no mundo não através da mulher nem por intermédio
do Diabo. O grande responsável pela introdução da apostasia no mundo foi Adão.
É o que esclarece o apóstolo
Paulo: “Portanto, assim como por um só
homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12).
A serpente e a mulher não
deixaram de ser penalizados. Entretanto, ao homem coube a responsabilidade
maior pela tragédia no Èdem. Deus o condena à morte, mas não o condena à morte
eterna, nem à segunda morte.
Ali mesmo, em meio ao juízo o
Senhor Deus anuncia a redenção do homem caído, ao proferir uma sentença entre a
serpente e a mulher. Entre a semente da serpente e a semente da mulher.
E conclui dizendo: Esta, a
semente da mulher te ferirá a cabeça, e tu, a semente da serpente lhe ferirá ao
calcanhar. E ao mesmo tempo o Senhor efetuou o primeiro sacrifício expiatório
entre os filhos dos homens ao imolar um cordeiro, derramar o seu sangue típico
do cordeiro de Deus que tira o pecado mundo (Jo 1.29), e com sua pele cobrir a
nudez do homem e da mulher, antes de expulsá-los do jardim. (Gn 3.15, 21).
Consultas: Lições Bíblicas
EBD-CPAD - 4º. Trimestre 2015 – (Comentarista: Pr. Claudionor de Andrade).
ANDRADE Claudionor. O Começo de
Todas as Coisas. Rio de Janeiro, 2015 – CPAD
ANDRADE Claudionor. Dicionário de Profecias Bíblicas. CPAD. RJaneiro
2005
NEE, Watchman. O Homem Espiritual – Vl 1. Editora Betânia. Belo
Horizonte, 2004
CAMPOS Heber Carlos. O Habitat Humano - O Paraíso Criado. Edit. Hagnus.
SPaulo, 2011
CAMPOS Heber Carlos. O Habitat Humano - O Paraíso Perdido. Edit. Hagnus. SPaulo, 2012
SAUTTER, Gerhard. New Age – A nova Era à Luz do EvangelhoEdições Vida Nova.
SPaulo 1992.
LOURENÇO Adauto. Gênesis 1 & 2 – A Mão de Deus na Criação. Editora
Fiel. SPaulo, 2011
Bíblia de Estudo Pentecostal CPAD
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