Abordagem
de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
2º.
Trimestre / 2015
Reflexão: A mulher sempre teve um papel
importante na expansão do Reino de Deus.
Jesus e as mulheres (Lc 7.11-17, 36-50; 8.1-3; 10.38-42;
13.10-17; 23.27-31) – Além dos outros evangelhos, somente o livro de Lucas
registra seis episódios entre Jesus e as mulheres.
Tais referências comprovam a importância das mulheres no ministério do
Senhor Jesus Cristo e na expansão do seu Reino, conforme enfoca o objetivo
geral da lição em estudo.
As mulheres tiveram uma participação especial no ministério terreno de
Jesus, para as quais, Jesus tornou-se não só o Salvador pessoal de cada uma
delas, mas também, aquele que resgatou a dignidade da condição social feminina,
que em sua época eram consideradas inferior.
Jesus as valorizou como ninguém jamais o fez. Foi professor, amigo,
libertador dos poderes malignos, juiz, Salvador, e ainda concedeu-lhes o
privilégio de poderem contribuir financeiramente para a expansão do Reino de
Deus.
Na cultura judaica do primeiro século, as mulheres eram geralmente
tratadas como cidadãs de segunda classe, tendo apenas alguns direitos que os
homens tinham.
Mas Jesus ultrapassou estas barreiras, e Lucas mostrou o cuidado especial
que o mestre tinha pelas mulheres. Jesus tratou todas com o mesmo respeito.
As passagens acima remetem a acontecimentos em que Jesus falou com
várias mulheres e salvou-as.
Jesus, o Judaísmo e as Mulheres – Tem causado espanto em muitos pesquisadores,
o relato dos evangelhos sobre a participação feminina no ministério público de
Jesus.
Essa admiração existe em razão da atenção que os evangelistas,
especialmente Lucas, dão às mulheres. O relato lucano mostra que as mulheres
tiveram participação ativa no ministério de Jesus.
“
E aconteceu, depois disso, que
andava de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o
evangelho do Reino de Deus;
e os doze iam com ele, e algumas mulheres que
haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades:
Maria,
chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; e Joana, mulher de Cuza,
procurador de Herodes, e Suzana, e muitas outras que o serviam com suas fazendas” (Lc 8.1-3).
O escritor José A. Pagola destaca
essa atenção especial que o evangelho de Lucas, dispensa ás mulheres. Em seu
relato, aparecem personagens femininas de uma força extraordinária.
Maria, mãe de Jesus, Izabel, Ana, a viúva de Naim, a pecadora na casa de
Simão, suas amigas Marta e Maria. Maria de Magdala, uma mulher anônima que tece elogios à sua mãe...
Lucas tem um interesse especial em apresentar Jesus curando mulheres
enfermas – a sogra de Simão, a mulher que sofria de hemorragia, a anciã
encurvada, Maria de Magdala, da qual liberta sete demônios (Lc 8.2).
Também sublinha sua compaixão e sua ternura com a mulher pecadora (Lc
7.36-50), com a viúva de Naim (7.11-17), com as que saem chorando ao seu
encontro no caminho da cruz (23.27-31).
Pagola destaca ainda, que essas mulheres são seguidoras de Jesus e
acompanham os doze: Maria Madalena, Joana, mulher de Cuza, Suzana, e muitas
outras que o serviam com seus bens (8.1-3).
Quando os varões abandonaram Jesus, elas permanecem fiéis até o fim
junto à cruz (23.49).
São as primeiras a anunciar a ressurreição de Jesus, embora os discípulos
não acreditaram nelas (24.22).
O Evangelho de Lucas nos ajudará a olhar as mulheres como Jesus olhava,
para defender sua dignidade e para fazer com que elas ocupem em sua comunidade
o lugar que lhes corresponde.
Essa forma de enxergar a mulher, não a tratando como objeto como fazia,
por exemplo, o antigo judaísmo, era totalmente inusitada na Palestina dos dias
de Jesus.
Jesus, portanto, mudou o paradigma que via as mulheres como “coisa” e
não como um ser especial formado por Deus.
O contraste existente, portanto, entre o tratamento que Jesus deu às
mulheres e aquele que elas recebiam da sociedade de seus dias, é de fato
enorme.
Na verdade, Jesus promoveu uma verdadeira “inversão” de valores naqueles
dias. O objeto passou a ser sujeito!
De uma forma geral, a cultura oriental era bastante rígida com a
participação feminina na coletividade.
Ainda sobre a presença feminina na vida pública da Palestina nos dias de
Jesus, o escritor e historiador J. Jeremias destaca que as mulheres não podiam
sair de casa sem terem seus rostos cobertos por uma espécie de burca.
Dessa forma não era possível nem mesmo reconhecer seu rosto. É conhecido
o caso de um sacerdote que mandou açoitar a própria mãe porque não a reconheceu
por causa da indumentária que ela vestia!
J. Jeremias destaca que a mulher que saia de casa sem ter a cabeça
coberta, quer dizer, sem o véu que ocultava o rosto, faltava de tal modo aos
bons costumes que o marido tinha o direto, até mais, tinha o dever de
despedi-la sem ser obrigado a pagar a quantia que, no caso de divórcio,
pertencia à esposa, em virtude do contrato matrimonial.
As regras do decoro, observa ainda J. Jeremias, proibiam encontrar-se
sozinho com uma mulher casada, e até mesmo cumprimenta-la.
Seria vergonhoso para um aluno de escriba falar com uma mulher na rua.
Aquela que conversasse com alguém na rua ou ficasse do lado de fora de sua casa
podia ser repudiada sem receber o
pagamento previsto no contrato de casamento.
Isso nos permite entender outros textos dos Evangelhos onde Jesus
aparece conversando com mulheres!
No Evangelho de Lucas, por exemplo, vemos Jesus dialogando com as irmãs
Marta e Maria e no Evangelho de João a clássica história da samaritana.
Até mesmo os apóstolos, que acompanhavam Jesus de perto, admiraram-se
dessa ousadia do Mestre.
Mulheres que tiveram um encontro pessoal com
Jesus – A escritora Wanda de
Assumpção ao apresentar um esboço sobre as mulheres que tiveram um encontro
pessoal com Jesus, divide em quatro grupo todas as mulheres que de alguma forma
se encontraram com Jesus.
No grupo das que tiveram Jesus como seu sustento e consolo, estão: Ana,
a profetisa, a viúva de Naim e a viúva pobre.
No grupo de mulheres que tiveram Jesus como a sua justificação, estão: a
pecadora que ungiu os pés de Jesus e a mulher adúltera.
No grupo das que tiveram Jesus como a cura, estão: a sogra de Pedro, a
mulher com hemorragia, a mulher curvada por enfermidade, a mulher siro-fenícia
e Maria Madalena.
Por último, no grupo das mulheres que tiveram Jesus como água viva que
sacia a sede, encontram-se: a mulher samaritana, Marta, Maria de Betânia, a mãe
de Tiago e João e Maria, a mãe de Jesus.
De todas essas histórias, a narrativa sobre a
mulher pecadora que ungiu os pés de Jesus se mostra como uma das mais belas e
fascinantes.
Ela mostra que Jesus valorizou as mulheres e
devolveu-lhes a dignidade perdida.
Fonte de pesquisa:
Este estudo foi baseado no Comentário da Revista do Mestre – EBD CPAD – 2
Trimestre 2015 / no Capítulo 6 do livro de: GONÇALVES. José. Lucas. O Evangelho
de Jesus, o Homem Perfeito. CPAD. 1ª. Edição. RJaneiro, Janeiro de 2015. E na
Bíblia de Aplicação Pessoal (Comentário de Lucas cap. 8).
Nenhum comentário:
Postar um comentário