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quarta-feira, 11 de março de 2015

Lição 11 – Não Darás Falso Testemunho - 15.03.2015

Abordagem de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
1º. Trimestre / 2015
                                             Exodo 20.16; Dt 19.15-20    

Reflexão: “Não admitirás falso rumor e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa”. (Ex 23.1).


O nono mandamento protege o nome e a reputação do próximo. Ninguém deve fazer declarações falsas a respeito do caráter ou dos atos de outra pessoa.

Devemos falar de modo justo e honesto a respeito de quem quer que seja. ( Jo 8.44; 2 Co 12.20). Este mandamento inclui também a mentira em geral (Pv 14.5; Ef 4.25; Cl 3.9).

A proteção da honra humana é fundamental para a convivência social de qualquer comunidade ou nação.

Nenhum homem deseja que a sua reputação ou o bom nome de sua família sejam atingidos. A honra, talvez, seja a parte mais sensível do ser humano. O nono mandamento trata da proteção desta área pessoal.

O problema da mentira é tão antigo como a história da humanidade. Já no jardim do Éden, Satanás usa uma pergunta falsa para arruinar o homem: “será que Deus disse?” (Gn 3.1).

A mentira é portanto, uma declaração falsa que tem a intenção de enganar o próximo. Um exemplo clássico está em Juízes 16.10,13, quando Sansão mente três vezes para Dalila,

João Calvino descreve o teor e a aplicação principal deste mandamento com as solenes palavras: “Seu propósito: visto que Deus, que é a verdade, abomina a mentira, entre nós a verdade deve ser cultivada sem dissimulação.

A síntese, portanto, será que não prejudiquemos o nome de alguém ou com calúnias e incriminações falsas, ou, pela mentira o agravemos em seu patrimônio; enfim, não façamos mal a quem quer que seja pelo desenfreamento da maledicência e da mordacidade.

Esse mandamento se refere  ao dever de ajudar o próximo, garantindo-lhe o direito de ter honra e boa reputação, deixando ser justo o que é justo.

Caluniar o próximo é injusto e vergonhoso, portanto, ninguém deve causar dano ao próximo com a língua, quer se trate de amigo, quer de inimigo, nem deve falar mal dele, pouco importa se é verdade ou mentira.

Cumpre, ao contrário, fazer uso da língua para falar o melhor a respeito de todos, encobrir suas fragilidades, escusá-los e os embelezar e velar por sua honra.

Múltiplas são as facetas do pecado contra a honra do próximo: desrespeito, resposta evasiva (Gn 4.9), engano proposital ou falsidade deliberada (Gn 27.19), ambiguidade,
mordacidade, maledicência, injúria, ofensa, insulto, ódio, calúnia, detração, crítica desastrosa, murmuração, falsidade, malícia, logro (At 5.1-10), mexerico, zombaria, raiva.

Toda manifestação de mentira provém do coração enganoso (Jr 17.9), que evidencia o desrespeito e o desprezo em nossos pensamentos e desejos íntimos.

A Bíblia coloca a verdade entre os valores mais elevados. Satanás é visto como o grande mentiroso, o pai da mentira, que jamais se firmou na verdade (Jo8.44).

O AT condena a mentira na medida em que ela contradiz e destrói a comunhão baseada na fidelidade que o homem deve a Deus e a seus irmãos.

Enquanto Èxodo 20.16 e Deuteronômio 5.20 formulam: “Não dirás falso testemunho” ou “não serás testemunha falsa contra o teu próximo”, provavelmente referindo-se aos tribunais de justiça, Êxodo 23.1 refere-se às notícias falsas em geral, espalhadas fora dos tribunais.

Levítico aplica esse mandamento à mentira, (19.11), ao mexerico (19.16). Percebe-se que Deus reprime a falsidade, a mentira, a avareza e a mordacidade contra o próximo. A lei de Deus condena severamente a fraude (Lv  6.2,3).

O profeta Jeremias mostra a ruína espiritual de seu povo ao proferir as seguintes palavras: “... curvam a língua, como se fosse o seu arco, para a mentira; fortalecem-se na terra, mas não para a verdade, porque avançam de malícia em malícia, e não me conhecem, diz o Senhor”.

É o apóstolo João quem especifica que o mentiroso não fica impune e não escapa; “Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde como fogo e enxofre, a saber, a segunda morte” (Ap 21.8).

A triste história de Ananias e Safira (At 5.1-11), mostra o quanto Deus leva a sério a questão da mentira na dispensação da igreja. As inverdades proferidas por eles eram falsidades contra o Senhor e Seu Santo Espírito (At 53.6). A história revela também que a mentira é um mal desígnio do coração (At 5;4c).

O apóstolo Paulo vê a mentira como traço autêntico do velho homem. O novo homem não deveria mentir, uma vez que se despiu para sempre do velho homem (Cl 3.9).

Em 1Jo 5.10, o apóstolo afirma que todo homem que não crê no testemunho que Deus dá acerca de Seu Filho é mentiroso.

Percebe-se, então, que no NT mentir não é apenas dar falso testemunho, mas também, reter uma verdade que precisa ser dita publicamente.

Mas o apóstolo vai ainda mais longe, quando ensina aos cristãos da Ásia Menor que crer em Deus e odiar o próximo constitui uma mentira.

Também mentiroso é aquele que diz conhecer a Deus e não guarda os seus mandamentos (1Jo 2.4). Por isso, o destino final dos mentirosos que não se arrependem é o inferno (Ap.21.8).

O homem é criado à imagem de Deus e, portanto, é convidado por Deus a ser homem de verdade, integridade e fidelidade (Ex 18.21; Dt 1;13; Nm 7.2) e a andar na verdade (Sl 25.5; 43.3; 86.11).

O Senhor Jesus Cristo foi a principal vítima de falso testemunho. O sistema legal de Jerusalém foi arranjado por representantes da lei cujo propósito era fazer o linchamento parecer um julgamento justo conforme determina o sistema mosaico.

Seus acusadores eram as autoridades políticas e religiosas: “Os príncipes dos sacerdotes, e os anciãos, e todo o conselho buscavam falso testemunho contra Jesus, para poderem dar-lhe a morte, e não o achavam, apesar de se apresentarem muitas testemunhas falsas (Mt 26.59,60).

A passagem paralela de Marcos 14.55,56 afirma que as acusações dessas falsas testemunhas da elite do sinédrio “não eram coerentes”.

Estevão foi também vítima de falsas testemunhas. Essas pessoas foram subornadas para falarem mentiras contra um, homem justo; a  acusação era de blasfêmia contra Deus, contra Moisés, contra o templo e contra a lei (At 6.11-14).

Assim como o Senhor Jesus, Estevão foi condenado à morte (At 7.58-60). O apóstolo Paulo foi acusado, além das demais acusações falsas de introduzir gentios no templo de Jerusalém (At 21.27-33).

Os romanos o prenderam para livrá-lo de um linchamento por parte dos judeus radicais, mas este episódio foi o início do fim da carreira apostólica de Paulo.

O nono mandamento não somente defende a honra, mas também a vida. A pena era a mesma destinada ao réu, caso sua culpa fosse real.

O sistema  mosaico coloca a testemunha falsa sujeita a mesma pena  que ela esperava ser aplicada ao acusado (Dt 19.16-21). Mesmo assim, nunca faltou quem se apresentasse como falsa testemunha.

Fonte de pesquisa:
SOARES Esequias – Comentarista da Revista do Mestre – EBD CPAD – 1tri 2015
SOARES Esequias. Os Dez Mandamentos – Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD. 1ª. Edição. RJaneiro, Outubro / 014
REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez Mandamentos. Soc. Rel. Edições Vida Nova. SPaulo, 1992
GEISLER Norman l. Ética Cristã – Opções e questões contemporâneas. Edit. Vida Nova. SPaulo, 2010
ALEXANDER T. Desmond e ROSNER Brian S. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Edit. Vida. SPaulo, 2009
PORTELA, Solano. A Lei de Deus Hoje. Editora Os Puritanos. SPaulo, 2000
KEVAN, Ernest. A Lei Moral. Editora Os Puritanos. SPaulo, 2000


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