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quinta-feira, 19 de março de 2015

Lição 12 – Não Cobiçarás - 22.03.2015

Abordagem de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
1º. Trimestre / 2015
                                             Exodo 20.17; 1 Re 21.1-5,9,10,15,16    

Reflexão: “De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem a veste”. (At 20.33).

A cobiça pode ser definida como o desejo desordenado de adquirir coisas, posição social, fama, proeminência secular ou religiosa, etc. Pode incluir a tentativa de apossar-se do que pertence ao próximo.

A cobiça dá origem a uma infinidade de males, promove a alienação de Deus, a opressão e a crueldade contra o próximo a traição e as manipulações e desonestidades de todas espécies.

A cobiça é um dos principais fatores por traz de todas as guerras. Os indivíduos e os grupos mostram-se cobiçosos.

As nações incorporam o princípio da cobiça em suas leis. Os hebreus condenavam esse pecado, que aparece como um dos dez mandamentos.

Aparece em Êxodo 20.17 – A mensagem é que coisa alguma pertencente a outrem seja desejado.

Quase sempre o desejo desordenado da cobiça provoca alguma ação para que o cobiçoso adquira o que quer, ou para que persiga o possuidor do objeto ou da pessoa cobiçados.

O NT condena também a cobiça. Os cobiçosos anelam por ter mais dinheiro (At 20.33; 1Tm 6.9; Rm 7.7).

A cobiça pode expressar-se sob forma de violência (2Co 2.11; 7,2). Mas Jesus repudiou o espírito ganancioso (Mt 7.22).

A cobiça é alistada entre os pecados frisados por Paulo em Ef 4.19.

A cobiça é uma forma de auto adoração que expulsa Deus da vida do homem (Ef 5.5; Cl 3.5). Ela aparece na lista dos vícios dos povos pagãos em Rm 1.29.

Apesar de não ser especificamente alistada entre as obras da carne, em Gl 5.19-21, a cobiça é uma das causas de várias daquelas obras carnais.

Como o adultério, o ódio, as dissensões, a beligerância, etc., devendo ser incluída entre as tais coisas que Paulo mencionou e que não permitem que uma pessoa chegue ao reino de Deus (Gl 5.21).

Existem três palavras gregas que traduzem a ideia de cobiça. Uma é pleonexia, que significa o desejo incontrolável de possuir o mundo e seus bens materiais, poder, influência e prestígio. 

Outra palavra é philarguria, que significa amor desordenado pelo mundo. Este termo expressa que o mundo é o objeto da cobiça, o ídolo do qual o homem cobiçoso não se pode separar.

A terceira palavra grega no NT é ephitumia, que pode ser traduzida por cobiça, intenção impura, ambição, desejo intenso, desejo ardente, aspiração.

O mandamento não cobiçaras, se distingue dos outros nove por se tratar da motivação, e não do ato. Assim, é possível violar esse preceito sem que haja comprovação concreta.

É o décimo mandamento que golpeia a raiz do pecado, o coração pecaminoso e o desejo perverso.

O Senhor Jesus disse que é do mais íntimo do ser humano que procede todo o tipo de pecado: “Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem” (Mc 7.21-23).

Essas palavras mostram a verdadeira realidade:  o que o ser humano realmente é, isso afeta o que ele diz (Mt 12.34,35). Toda ação humana começa no seu coração (Tg 1.14.15).

O décimo mandamento era o recurso divino para o israelita se proteger de não violar nenhum dos mandamentos do Decálogo.

Mas, na graça, somos guiados pelo Espírito Santo, o qual controla os nossos desejos.
Assim, o preceito aqui em foco foi adaptado pela graça. Cabe a cada um vigiar e orar para não entrar pelo caminho da cobiça.

Jesus disse: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer um não consiste na abundância do que possui” (Lc 12.15).

A avareza é o apego demasiado e sórdido ao dinheiro, é o desejo de adquirir e acumular riquezas. Desse modo, os bens materiais se transformam em deus para os tais avarentos.

A Bíblia afirma que a avareza é idolatria (Cl 3.5). A avareza e a cobiça caminham juntas. Ambas são impróprias para quem busca o reino de Deus (1Tm 6.9,10).

A vontade de Deus expressa nesse último mandamento do Decálogo é que haja pleno contentamento com aquilo que temos e com a nossa condição (Lc 3.14; 1 Tm 6.6).

Os relatos bíblicos estão cheios de cobiças destruidoras, a começar pelo primeiro casal: “E vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela” (Gn 3.6).

Aqui se expressa o que afirma exatamente o NT: “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1Jo 2.16).

Os irmãos de José desejavam a posição dele no coração de seu pai Jacó (Gn 37.4).

A cobiça causou a ruína de Acã; “Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos ciclos de prata e, uma cunha de ouro do peso de cinquenta ciclos, cobicei-os e tomei-os, e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata, debaixo dela” (Js 7.21).

O rei Acabe cobiçou a vinha de Nabote e isso resultou num escândalo nacional que levou ruína à casa real (1Re 21.1-16).

Ele e sua esposa, Jezabel, violaram o sexto mandamento: “Não matarás”; o oitavo “Não furtarás”; o nono: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”; e o décimo: Não cobiçarás”.

Dois outros casos de cobiça aconteceram na casa de Davi: seu filho Amnom violentou a própria irmã, Tamar, movido pela lascívia (2Sm 13.15).

E Absalão desejou ocupar o trono de seu pai enquanto Davi ainda era vivo e reinava em Israel (2Sm 15.16).

No NT encontramos Ananias e Safira, que desejavam prestígio na igreja, mas tentaram consegui-lo de maneira pecaminosa (At 5.1-11).

Simão Mago, de Samaria, tentou comprar os dons de Deus com dinheiro, pois almejava poderes sobrenaturais para ostentação pessoal (At 8.18).

Deus proíbe a cobiça de todo tipo, quando fala da casa do vizinho, de sua esposa, servo, boi, jumento ou de qualquer coisa que lhe pertença (Ex 20.17).

Todo ser humano tem desejos e vontades, e não existe nenhum mal nisso. O que o décimo mandamento proíbe é a ambição, o desejo ardente de possuir a todo custo o que pertence aos outros.

A conduta do cristão deve ser a de se alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram (Rm 12.15).

Ninguém deve ser dominado pela inveja (Gl 5.26; Tg 4.14-16)., nem alimentar o sentimento de tristeza pelo sucesso alheio (Ne 2.10; Sl 112.9, 10).


Glorifiquemos a Deus pelo sucesso do nosso irmão, e certamente, seremos abençoados também, a nosso tempo (Ec 3.1-8).

Fonte de pesquisa:
SOARES Esequias – Comentarista da Revista do Mestre – EBD CPAD – 1tri 2015
SOARES Esequias. Os Dez Mandamentos – Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD. 1ª. Edição. RJaneiro, Outubro / 014
REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez Mandamentos. Soc. Rel. Edições Vida Nova. SPaulo, 1992
GEISLER Norman l. Ética Cristã – Opções e questões contemporâneas. Edit. Vida Nova. SPaulo, 2010
ALEXANDER T. Desmond e ROSNER Brian S. Novo Dicionário de Teologia Bíblica. Edit. Vida. SPaulo, 2009
PORTELA, Solano. A Lei de Deus Hoje. Editora Os Puritanos. SPaulo, 2000
KEVAN, Ernest. A Lei Moral. Editora Os Puritanos. SPaulo, 2000 

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