Abordagem
de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
1º.
Trimestre / 2015
Exodo 20.17; 1 Re
21.1-5,9,10,15,16
Reflexão: “De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem a veste”. (At 20.33).
A cobiça pode ser definida como o desejo desordenado de adquirir coisas,
posição social, fama, proeminência secular ou religiosa, etc. Pode incluir a
tentativa de apossar-se do que pertence ao próximo.
A cobiça dá origem a uma infinidade de males, promove a alienação de
Deus, a opressão e a crueldade contra o próximo a traição e as manipulações e
desonestidades de todas espécies.
A cobiça é um dos principais fatores por traz de todas as guerras. Os
indivíduos e os grupos mostram-se cobiçosos.
As nações incorporam o princípio da cobiça em suas leis. Os hebreus
condenavam esse pecado, que aparece como um dos dez mandamentos.
Aparece em Êxodo 20.17 – A mensagem é que coisa alguma pertencente a
outrem seja desejado.
Quase sempre o desejo desordenado da cobiça provoca alguma ação para que
o cobiçoso adquira o que quer, ou para que persiga o possuidor do objeto ou da
pessoa cobiçados.
O NT condena também a cobiça. Os cobiçosos anelam por ter mais dinheiro
(At 20.33; 1Tm 6.9; Rm 7.7).
A cobiça pode expressar-se sob forma de violência (2Co 2.11; 7,2). Mas
Jesus repudiou o espírito ganancioso (Mt 7.22).
A cobiça é alistada entre os pecados frisados por Paulo em Ef 4.19.
A cobiça é uma forma de auto adoração que expulsa Deus da vida do homem
(Ef 5.5; Cl 3.5). Ela aparece na lista dos vícios dos povos pagãos em Rm 1.29.
Apesar de não ser especificamente alistada entre as obras da carne, em
Gl 5.19-21, a cobiça é uma das causas de várias daquelas obras carnais.
Como o adultério, o ódio, as dissensões, a beligerância, etc., devendo ser
incluída entre as tais coisas que Paulo mencionou e que não permitem que uma
pessoa chegue ao reino de Deus (Gl 5.21).
Existem três palavras gregas que traduzem a ideia de cobiça. Uma é pleonexia, que significa o desejo
incontrolável de possuir o mundo e seus bens materiais, poder, influência e
prestígio.
Outra palavra é philarguria,
que significa amor desordenado pelo mundo. Este termo expressa que o mundo é o
objeto da cobiça, o ídolo do qual o homem cobiçoso não se pode separar.
A terceira palavra grega no NT é ephitumia,
que pode ser traduzida por cobiça, intenção impura, ambição, desejo intenso,
desejo ardente, aspiração.
O mandamento não cobiçaras, se distingue dos outros nove por se tratar
da motivação, e não do ato. Assim, é possível violar esse preceito sem que haja
comprovação concreta.
É o décimo mandamento que golpeia a raiz do pecado, o coração pecaminoso
e o desejo perverso.
O Senhor Jesus disse que é do mais íntimo do ser humano que procede todo
o tipo de pecado: “Porque do interior do
coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições,
os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a
inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e
contaminam o homem” (Mc 7.21-23).
Essas palavras mostram a verdadeira realidade: o que o ser humano realmente é, isso afeta o
que ele diz (Mt 12.34,35). Toda ação humana começa no seu coração (Tg 1.14.15).
O décimo mandamento era o recurso divino para o israelita se proteger de
não violar nenhum dos mandamentos do Decálogo.
Mas, na graça, somos guiados pelo Espírito Santo, o qual controla os
nossos desejos.
Assim, o preceito aqui em foco foi adaptado pela graça. Cabe a cada um
vigiar e orar para não entrar pelo caminho da cobiça.
Jesus disse: “Acautelai-vos e
guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer um não consiste na abundância
do que possui” (Lc 12.15).
A avareza é o apego demasiado e sórdido ao dinheiro, é o desejo de
adquirir e acumular riquezas. Desse modo, os bens materiais se transformam em
deus para os tais avarentos.
A Bíblia afirma que a avareza é idolatria (Cl 3.5). A avareza e a cobiça
caminham juntas. Ambas são impróprias para quem busca o reino de Deus (1Tm
6.9,10).
A vontade de Deus expressa nesse último mandamento do Decálogo é que
haja pleno contentamento com aquilo que temos e com a nossa condição (Lc 3.14;
1 Tm 6.6).
Os relatos bíblicos estão cheios de cobiças destruidoras, a começar pelo
primeiro casal: “E vendo a mulher que
aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável
para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido,
e ele comeu com ela” (Gn 3.6).
Aqui se expressa o que afirma exatamente o NT: “a concupiscência da
carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1Jo 2.16).
Os irmãos de José desejavam a posição dele no coração de seu pai Jacó
(Gn 37.4).
A cobiça causou a ruína de Acã; “Quando
vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos ciclos de prata e, uma
cunha de ouro do peso de cinquenta ciclos, cobicei-os e tomei-os, e eis que
estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata, debaixo dela”
(Js 7.21).
O rei Acabe cobiçou a vinha de Nabote e isso resultou num escândalo
nacional que levou ruína à casa real (1Re 21.1-16).
Ele e sua esposa, Jezabel, violaram o sexto mandamento: “Não matarás”; o
oitavo “Não furtarás”; o nono: “Não dirás falso testemunho contra o teu
próximo”; e o décimo: Não cobiçarás”.
Dois outros casos de cobiça aconteceram na casa de Davi: seu filho Amnom
violentou a própria irmã, Tamar, movido pela lascívia (2Sm 13.15).
E Absalão desejou ocupar o trono de seu pai enquanto Davi ainda era vivo
e reinava em Israel (2Sm 15.16).
No NT encontramos Ananias e Safira, que desejavam prestígio na igreja,
mas tentaram consegui-lo de maneira pecaminosa (At 5.1-11).
Simão Mago, de Samaria, tentou comprar os dons de Deus com dinheiro,
pois almejava poderes sobrenaturais para ostentação pessoal (At 8.18).
Deus proíbe a cobiça de todo tipo, quando fala da casa do vizinho, de
sua esposa, servo, boi, jumento ou de qualquer coisa que lhe pertença (Ex
20.17).
Todo ser humano tem desejos e vontades, e não existe nenhum mal nisso. O
que o décimo mandamento proíbe é a ambição, o desejo ardente de possuir a todo
custo o que pertence aos outros.
A conduta do cristão deve ser a de se alegrar com os que se alegram e
chorar com os que choram (Rm 12.15).
Ninguém deve ser dominado pela inveja (Gl 5.26; Tg 4.14-16)., nem
alimentar o sentimento de tristeza pelo sucesso alheio (Ne 2.10; Sl 112.9, 10).
Glorifiquemos a Deus pelo sucesso do nosso irmão, e certamente, seremos
abençoados também, a nosso tempo (Ec 3.1-8).
SOARES Esequias – Comentarista da
Revista do Mestre – EBD CPAD – 1tri 2015
SOARES Esequias. Os Dez Mandamentos –
Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD. 1ª. Edição.
RJaneiro, Outubro / 014
REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez
Mandamentos. Soc. Rel. Edições Vida Nova. SPaulo, 1992
GEISLER Norman l. Ética Cristã –
Opções e questões contemporâneas. Edit. Vida Nova. SPaulo, 2010
ALEXANDER T. Desmond e ROSNER Brian
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PORTELA, Solano. A Lei de Deus Hoje.
Editora Os Puritanos. SPaulo, 2000
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