Abordagem
de Conteúdos Transversalizados com o Tema em Estudo
1º.
Trimestre / 2015
Exodo
20.18-22, 24; 24.4,6-8
Reflexão: Ora, destruídos
os fundamentos, o que poderá fazer o justo?
(Salmos 11.3)
Processo de desenvolvimento da lei de Deus – Por meio de Moisés,
Deus ordenou a Faraó que libertasse Israel, de modo que pudesse cultua-lo (Ex
4.22,23; 5.1-3).
Faraó endureceu o seu coração, mas Deus libertou Israel, e
levou a nação a um lugar fora do Egito para cultua-lo.
Portanto, o encontro de Israel com
Deus no monte Sina
É necessário
atentarmos para o contexto histórico da ocasião. Foi a primeira vez que Deus
falou coletivamente ao seu povo.
Existiram inúmeras preparações necessárias
para ouvi-los. Estas estão todas relatadas em detalhes a partir do início do
capítulo 19 do livro do Êxodo.
Quando lemos os capítulos 19 e 20 do
Êxodo cuidadosamente procurando nos colocar na situação em que o povo estava
passando naquela ocasião.
Podemos observar o temor do povo
perante a santidade de Deus. Isso é impressionante. Tendo ouvido ao Senhor e a
Moisés, o povo suplicou que Moisés intercedesse.
Após este contato com Deus tamanho
era o temor do povo perante o Deus Todo-Poderoso (Ex 20.16-21). O incidente da
entrega da lei e os acontecimentos mostram a fragilidade do povo de Deus, e do
homem em geral.
Após a estupenda manifestação de
poder e de santidade, o povo de forma muito rápida se esqueceram de Deus, e
deixaram evidente sua ingratidão e criaram um ídolo, o bezerro de ouro e
passaram a adorá-lo (Ex 32.1-35).
Neste capítulo fica evidente o
desprezo do homem, caído, pelas ordenanças de Deus. Moisés apresenta o contexto
de forma dramática: Trovões e relâmpagos (Ex 19.16; 20.18).
Espessa nuvens e trevas (Ex 20.21; Dt
4.11), um misterioso clangor de trombetas (Ex 19.16; 20.18) fumaça, fogo e terremoto
(Ex 19.18), até ao meio dos céus (Dt 4.11).
Então, veio a coisa mais
aterrorizante de todas: A voz do próprio Deus (Ex 19.9; Dt 4.12,33, 36;
5,22-26). Como outros milagres da Escritura, os fenômenos do Sinai fizeram três
coisas: Foram as exibições do poder divino, forneceram instruções e geraram
temor.
A singularidade dessa experiência (Dt
4.32,36), como os acontecimentos na montanha revelam a grandeza e a glória de
Deus (Dt 5.24).
Como instrução, esses fenômenos
reforçam as palavras de Deus (Dt 4.10,36). Eles servem para confirmar Moisés
como o mediador da aliança de Deus (Ex 19.9; 20.18,19),
também confirmam o conteúdo da lei
(Ex 20.22-26; Dt 4.10), a certeza da misericórdia e do julgamento de Deus (Dt
4.24,33) no contexto, e a identidade do próprio Deus (Dt 4.35,36).
Os fenômenos também geraram temor,
nos dois sentidos que consideramos no capítulo 19: terror do julgamento (Ex
19.16; 20.18,19; Dt 5.5,25; Hb 12.18-21) e reverência santificadora (Ex 20.20;
Dt 4.10).
Portanto, essa ocasião particular
deixou uma marca profunda nos israelitas. Deuteronômio se refere a isso como o
grande “dia da congregação”, quando o povo estava reunido (Dt 9.10; 10.4;
18.16).
Também é um grande dia na história da
igreja do Novo Testamento, pois esse acontecimento também é parte da nossa
história. Deus nos deu os títulos dado a Israel em Ex 19.6 e 1Pe 2.9. Chegamos
ainda mais perto de Deus na nova aliança, por meio de Cristo (Hb 12.18-22).
Mas essa experiência é paralela a Ex
19. E Hebreus, como Êxodo, nos lembra que “nosso Deus é fogo consumidor” (Hb
12.29). “Então falou Deus todas estas
palavras: Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da
servidão. Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20.1-3;).
A lei que Deus deu a Moisés divide-se em três
aspectos distintos – Não podemos conseguir a salvação seguindo leis, mas não devemos
desprezar essa dádiva graciosa de Deus para nossa instrução.
É verdade que não podemos conseguir a
salvação seguindo a Lei, mas também é verdade que demonstramos amor quando
obedecemos os mandamentos (Jo 14.15-21).
Uma das grandes dificuldades do nosso
entendimento é que a expressão “Lei de Deus” é bastante abrangente e pode ter
vários significados e aspectos bíblicos.
Queremos enfatizar os aspectos morais
da Lei de Deus, bem como examinar o
resumo dessa lei moral apresentada pelo próprio Deus nos Dez Mandamentos, e
também de Jesus Cristo na sua resposta aos fariseus (Mt 22.34-40).
O que é a Lei de Deus – O Senhor revelou diversas
determinações e deveres para o homem em diferentes épocas da história da
humanidade. Sua vontade para com o homem constitui a sua Lei, e ela representa
o que é de melhor para os seus.
Quando estudamos a Lei de Deus mais
detalhadamente devemos, entretanto, discutir os diversos aspectos apresentados
na Bíblia. Mal entendidos e doutrinas erradas podem ser evitados se conhecermos
os três aspectos da Lei de Deus.
1.
A lei Civil ou Judicial
2.
A Lei Religiosa ou Cerimonial
3.
A Lei Moral
A Lei Civil – Tinha a finalidade de regular a sociedade civil do estado teocrático
de Israel, que era temporária e necessária para a época a qual foi concedida, mas
foi específica para aquele estado teocrático.
Como tal não tem aplicação normativa
em nossa sociedade, (todavia existem aspectos da lei civil que são válidos para
os nossos dias). Um exemplo de erro de compreensão encontrado em determinado
grupo dito cristão, é que eles aplicam parte da lei civil
promulgada por Moisés em seu dia a
dia, como mandamento, mas se tornam incoerentes, visto que jamais vão conseguir
aplicação em sua totalidade nos dias atuais.
A Lei Religiosa ou
Cerimonial – Existia com a função de impressionar os homens à santidade de
Deus e chamar suas atenções para o Messias que havia de vir (Gn 3.15; Dt
18.15-18; Jo 1.29, 40-45).
O escritor aos Hebreus nos mostra
como essa lei cerimonial teve seu cumprimento em Cristo que estabeleceu uma
nova aliança, um novo pacto.
Como tal, essa lei teve seu
cumprimento em Cristo Jesus. Essa lei foi cumprida em sua vinda e não se aplica
aos nossos dias, da forma como os antigos israelitas se utilizaram no deserto,
no santuário e no templo. Alguns tentam aplicar à igreja hoje, essa lei, mas a
nossa lei é Cristo.
Existe determinados grupos
“evangélicos” que ao interpretar o texto bíblico ao pé da letra e fora do seu
contexto exegético exige o cumprimento para nosso dias,
de determinados preceitos da lei
cerimonial, mas o Concílio de Jerusalém determina que não se deve perturbar
aqueles que dentre os gentios se convertem a Deus, mas escreve-lhe que se
abstenham das contaminações dos ídolos, das relações sexuais ilícitas, da carne
de animais sufocados e do sangue. (At 15.19-20).
A lei religiosa ou cerimonial possui
validade parcial, isto é histórica, pois se encontra entrelaçada na história da
revelação de Deus e da redenção do seu povo.
Temos também a validade didática,
pois cada detalhe dela demonstra a insuficiência dos sacrifícios repetitivos e
a intensidade dos pecados individuais que nos separam de Deus.
E temos sua validade reveladora. Essa
ação reveladora da lei cerimonial apontava aos antigos judeus, o caminho, para
o Messias (Hb 10.1-19-24), e não para nós que contamos com a completa descrição
histórica da vinda do Messias prometido, Jesus Cristo.
Por isso, sua validade normativa não
existe mais para os nossos dias. A lei cerimonial tendo sido cumprida em
Cristo, não mais pode ser adotada como norma para aqueles que existem em nossa
era, após o sacrifício do Calvário para onde a lei cerimonial apontava.
A Lei Moral (Decálogo) – De forma
objetiva e didática, essa lei tem a finalidade de apontar com muita clareza aos
homens os seus deveres, enquanto ao mesmo tempo revela suas carências, e o
orienta no discernimento do bem e do mal.
Essa lei é aplicável em todas as
épocas e ocasiões. Foi desta forma que esta lei foi apresentada a Jesus que
nunca a aboliu. Ela não pode ser confundida ou misturada com as duas outras
leis, civil ou cerimonial.
Então o que é a lei moral de Deus que
é válida em todos os tempos e para todos os homens e em todas as gerações? Os
Dez Mandamentos estabelecem tanto obrigações como limites para o homem.
Um estudo aprofundado dos Dez
Mandamentos, podemos descobrir a insondável e infinita sabedoria de Deus e
também a harmonia que norteiam sua palavra, enquanto deixa bem evidente a
insignificância do homem caído perante Deus, e nossa dependência e necessidade
da redenção de Deus.
Os Dez Mandamentos reforçam nossas
obrigações para com Deus e com nossos semelhantes. Há um incidente bíblico que
reafirma a lei moral para nossos dias, e reforça o relacionamento entre a lei e
o amor.
A pergunta do fariseu procurando
confundir a Jesus: Perguntaram a Jesus qual o maior dos mandamentos? Tentando
indispor o mestre da Galileia, a pergunta dos fariseus faz referência a duas
passagens das Escrituras Sagradas (Dt 6.5 e Lv 19.18).
Estes dois versículos fornecem um
resumo dos Dez Mandamentos a resposta de Jesus em (Mt 22.34-40). Os mandamentos
de 1 a 4 apresentam nossas obrigações para com o nosso Deus Criador.
Os mandamentos de 5 a 10 apresentam
nossas obrigações para com nossos semelhantes. Jesus apresenta exatamente esse
entendimento da lei (Mt 22.37-40). Temos nos acostumado a considerar “amor”
como algo inatingível, indescritível, totalmente subjetivo e abstrato,
Mas o que a Bíblia nos ensina acerca
do amor é muito diferente. Ele é tangível, somos recebedores e experimentamos o
amor de Deus e temos a capacidade de amar aos nossos semelhantes;
Ele é descritível (1 Co 13), é
totalmente objetivo, mas sobretudo, o verdadeiro amor se demonstra em ações
concretas que agradam a Deus.Se me amas, guardareis os meus mandamentos (Jo
14.15). A fé cristã verdadeira tem todas as suas primícias básicas
estabelecidas na objetiva Palavra de Deus.
Esta lei chama-se Decálogo ou os Dez Mandamentos. Possui
validade total, como histórica, pois está entrelaçada na história da revelação
de Deus e da redenção do seu povo.
Como didática ela ensina o respeito
ao nosso Criador e aos nossos semelhantes. Como reveladora, ela nos revela o
caráter e a santidade de Deus, e também a pecaminosidade das pessoas.
Como normativa, ela especifica com
bastante clareza o procedimento requerido por Deus à cada uma das suas
criaturas que habitam a sua criação em todos os tempos (Lv 18.19; Dt 6.5; Mt
22.34-40).
Os Dez Mandamentos – Na dádiva das “Tabuas da Lei” ou nos
Dez Mandamentos (Ex 20.1-13), Deus resumiu a sua lei moral, apresentando-a
formalmente, e registrando-a sucinta e
objetivamente para o benefício do seu povo.
Os Dez Mandamentos representa a forma
objetiva de Deus indicar o que espera de cada um de nós. No decálogo Deus não
nos deu uma religião subjetiva, cujas doutrinas depende da cabeça de cada um,
mas nos escreveu objetivamente a sua palavra.
Nessa palavra (a Bíblia), ele nos
revelou a sua lei moral – sua vontade eterna às suas criaturas, refletindo a
sua majestade e santidade. Jesus não é apenas alguém que cumpriu perfeitamente
a lei, de acordo com sua humanidade.
Ele é também aquele a quem honramos e
adoramos, de acordo com a sua divindade, quando cumprimos a lei. No decálogo, a obediência segue a redenção.
Deus diz a seu povo que o tirou do Egito. A lei não é algo a cumprir para
merecer a redenção.
Deus já os redimiu. Cumprir a lei é o
modo de agradecer a Deus pela salvação misericordiosamente dada.
Fonte de pesquisa: SOARES Esequias –
Comentarista da Revista do Mestre – EBD CPAD – 1tri 2015
SOARES Esequias. Os Dez Mandamentos –
Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD. 1ª. Edição.
RJaneiro, Outubro / 2014.
REIFLER, Hans Ulrich. A Ética dos Dez
Mandamentos. Soc. Religiosa Edições Vida Nova. SPaulo, 1992.
CHAFFER. Teologia Sistemática – Vl.8
Editora Hagnus. SPaulo, 2003.
FRAME, John M. A Doutrina da Vida Cristã.
Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2013
PORTELA, Solano. A Lei de Deus Hoje.
Editora Os Puritanos. SPaulo, 2000
KEVAN, Ernest. A Lei Moral. Editora
Os Puritanos. SPaulo, 2000 / Bíblia de Estudo Macartur - Almeida
VEITH, Gene Edward, JR.Tempos Pós
Modernos. Editora Cultura Cristã. SPaulo, 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário